segunda-feira, 7 de junho de 2010

UMA EXCURSÃO A LISBOA




 Estou aqui que nem posso…(aaahh….aaahh!)! Estou sempre a bocejar! Palavra de honra, até me custa escrever. Não sei se se nota, mas cada letra, para compor a frase, sai sofrida. Não sei bem se ao ler se apercebem que parecem ser arrancadas às profundezas da alma. Esta foi boa, não foi? Pois foi! Desculpem lá, mas estou muito cansado…(aaahhh…aaahh!).
 Lá no pátio onde moro -já vos falei dele aqui-, o Pátio das Cantigas de Maio, hoje de manhã foi um “forrobodó”. A partir das 6H00 ninguém mais lá dormiu. Foi tudo para Lisboa de autocarro. Quem organizou o passeio foi as ex-primas, que, contrariamente ao que se pensava, afinal eram amantes, a Beatriz e a Bárbara Belchior. Não sei se estão a ver quem são?! São aquelas duas cotas que moram ao lado da dona Arminda! Não estão a ver? Deixem lá, também não é muito importante.
Pois, vejam lá bem, quem diria que aquele pessoal, agora, aceitava tão bem o amor até há pouco secreto das duas primas que afinal são “amancias”. Eu tenho a mania que sou esperto –desculpem lá, mas isto já vem de família, já o meu bisavô, o Hernâni “come tudo”, não sei se conheceram, se calhar não!, era assim mesmo como eu-, então já há uns anitos que eu desconfiava da marosca. Não é por nada, mas desde a primeira vez, há cerca de dois anos, quando encontrei as duas primas na Feira Erótica de Lisboa, desconfiei. Se fosse você não seria igual? Ah pois! Ó larilas! Quando me viram, as gazelas, quiseram esconder-se atrás de um gajo muito forte que parecia um lutador de sumo, mas eu, que não sou de modas, dei a volta e bati de caras, salvo seja, com as Belchior. A partir daí, sempre que as via, de Bíblia na mão, a caminho da Igreja de Santa Cruz, mentalmente, fazia um diálogo aceso cá com os meus heterónimos. Dizia o António, que é um tipo bacano, mas assim um pouco para o conservador, assim tipo Paulo Portas, não sei se estão a ver: “ó Luís, tu és marado, ó quê? Então não se vê bem que as primas Belchior são incapazes de pecar mesmo até em pensamento? Até aposto que ainda são virgens. Só um devasso com tu é que é capaz de inventar que esta Madre Teresa e Irmã Lúcia “batem chapa”! O meu heterónimo, o outro, o Luís, que é assim o oposto do Paulo Portas, é assim um gajo parecido e dividido entre o irmão, o Miguel Portas, e o liberal Passos Coelho, ia-se passando: “o quê, meu totó, então não se vê que as gajas se embrulham? Não se vê logo que são “fufas”? Olha para o modo como se olham. Repara no andar certinho e compassado, que mais parece as composições do André Sardet, assim sem fazer ondas, naquele tom meloso sem dó. Ó meu artolas…nem pareces carne da minha carne, ser do meu ser! Nem sei como posso conviver com um "montarruano" como tu!”
Eu seja ceguinho se não fiquei preocupado! Até se podiam matar! É ou não é? Mas vá lá, como sempre, tudo acaba em bem.
Então, continuando, quem é que ia dizer que depois das duas falsas primas “fressureiras” confessarem o seu envolvimento amoroso, lá no pátio, iam ser aceites normalmente? Para mim foi uma surpresa, palavra de honra que foi! Lá pela Angelina, aquela boazona que à noite sai com uns decotes até ao umbigo, maiores que a Ângela Merkel, por essa até entendi. Agora a dona Arminda, a zeladora da capela e chefe da comissão fabriqueira, confesso, estava à espera de uma grande revolução lá no pátio. E vejam lá que a dona Arminda, quando lhe mostrei algum desagrado pelo barulho que faziam, ainda me atirou: “O senhor fica a saber que o Sócrates deveria ter dado tolerância de ponto, hoje. Lá por causa da visita do Papa fez-se tudo. Por uma data tão marcante, pelo derrube de mais um muro, ninguém liga. O senhor acha bem, acha? Às vezes penso que o vizinho faz parte desses “machistas”, conservadores que andam por aí!”. Juro pela alminha do vosso avozinho que fiquei mais calado que o Chico Buarque quando viu o Sócrates à frente e acompanhado do Lula.
Fosca-se! Vá-se lá entender esta gente! Pelos vistos, o querem todos é festa. Lá foram todos hoje para Lisboa, para o casamento da Teresinha e da Heleninha…

5 comentários:

Anónimo disse...

O nosso país precisa de se preocupar com os verdadeiros problemas, não com "anormalidades"...aliás, nas anormalidades estamos na linha da frente, pobre Portugal.
Tenho esperança que mais dia menos dia, seja reposta a vontade dos portugueses no entretanto...que nojo.

L. Pereira

Clara Margaça disse...

Ai, Luís... gostei de o ler. Deixem fugir umas gargalhadas.
Um abraço

LUIS FERNANDES disse...

Quanto ao comentário do L. Pereira, não preciso de o escrever: respeito completamente o seu ponto de vista. Penso que já viu, até o publiquei em destaque. É por isso mesmo, pela discordância, que o mundo, apesar de inclinado, continua a avançar. Fica aqui o meu agradecimento por ter comentado. Já deve saber que, mesmo que não concorde, aceito sempre o contraditório. Aliás, é minha obrigação.
Quanto às palavras da Clara Margaça -que não conheço pessoalmente-, do mesmo modo, agradeço. Já sabem que todos são bem-vindos. Como todos os que gostam de escrever, preciso que leiam os meus disparates.
Obrigado a ambos.

Clara Margaça disse...

Oh, Luís... Não conhece pessoalmente, mas sabe certamente - espero - quem sou. Certo?

LUIS FERNANDES disse...

Sim, Clara,claro que sei quem és, embora não te conheça pessoalmente. Desculpa, às vezes não conseguimos transmitir o que nos vai no pensamento. E no comentário que fiz, fui tudo menos claro. Tem paciência. Há dias assim.
Um abraço dobrado e redobrado.
Não fiques aborrecida comigo.