quarta-feira, 30 de junho de 2010

O "FORRÓ" NA BAIXA CONTINUA DESCONTROLADO...





 No próximo Sábado dia 3, numa realização da junta de freguesia de São Bartolomeu, com o apoio da Câmara Municipal de Coimbra e da Empresa Municipal de Turismo, iremos ter, com inauguração prevista para as 10H30, na Praça do Comércio uma “Feira de Artesanato e Sabores Tradicionais”.
Durante o dia teremos uma arruada de Gaiteiros pelas ruas da freguesia.

Pelas 21H00, na Praça do Comércio, haverá uma “Recreação das lides do Pinhal, pelo Rancho Típico de Anaguéis”.

Às 22H00, na mesma praça, teremos um festival de folclore.
Participam os seguintes grupos:
Grupo Folclórico e Etnográfico da Casa do Povo de Condeixa-a-Nova;
Rancho Típico da Palheira;
Grupo Folclórico de Danças e Cantares de Agrelo;
Rancho Folclórico da Vila de Pereira.

Ora bem, até aqui, mesmo que queira mandar algumas alfinetadas não posso. Está tudo dentro da norma. O meu amigo Clemente, sempre “festivaleiro”, continua a animar as ruas e ruelas da Baixa, e como ele é “bruto”, se eu digo mal dele, ainda faz como o outro, “arrebimba-me” e lá tenho eu de ir para o tribunal…

Acontece que tenho de despejar o saco do veneno em alguém. Mas antes disso vou dizer que também no Sábado, numa realização do Grupo Etnográfico da Região de Coimbra, às 22H00, vai decorrer na Praça 8 de Maio a “XIIª Festa de Folclore”.
Antes de continuar tenho de dizer que conheço muito bem este grupo –já lá toquei e tudo-, para mim, e conheço muitos mais grupos, é talvez o mais bem organizado da região Centro. Ora então, que já fiz esta ressalva, o quero dizer com isto? Afinal, a quem vou eu lançar as farpas?
 Antes de despejar a minha frustração, só gostava de dizer que a distância entre a Praça do Comércio e a Praça 8 de Maio serão cerca de 50 metros. Ou seja, não sei se estou a ser claro, o que quero dizer é que no próximo Sábado, à mesma hora, numa distância de escassos metros, iremos ter dois festivais ou festas de folclore. Como ambos sabemos, você e eu, estes ranchos são compostos por instrumentos de cordas e cantares, que fazem algum barulho. Assim sendo, diga-me lá, qual é que acha que vai fazer mais ruído? A praça do Comércio ou a 8 de Maio? Já agora, e a talhe de foice, não crê que os barulhos se irão entrecruzar e se prejudicarão mutuamente?
Diga-me lá, meu leitor querido, filho do meu coração, isto é alguma coisa? De quem é a culpa? Interrogou? Eu juro, pela alminha de uma pessoa que não vou à bola com ela nem por nada, que não sou eu. Então, alma de Deus? De quem é esta desorganização toda? Não adivinha? Pois…é isso mesmo. Tem de ser do departamento da Cultura de Coimbra. Não são eles que autorizam estas alegorias? Além de mais até patrocinam. É ou não é? Bem sei que às tantas, já vi, como as coisas estão mal de pessoal, a nova vereadora da Cultura, Maria José Azevedo, precisará de um secretário para planear isto como deve ser. Não é por nada…mas (agora este palavreado agora tem um destinatário)…não sei se está a ver a senhora vereadora…conheço um tipo muito competente…não leva caro, é de confiança (na organização e competência), acho que o deveria contratar para não continuar esta pouca-vergonha. Quer saber quem é? Nem sei se deva…ele tão competente que nem sei se estará disponível para a ajudar nesta aflição, mas como tem um coração de ouro…e a senhora é mulher…pode contar comigo…pois…sou eu mesmo!

Só para terminar, e lançando mais gasolina para a fogueira, no Domingo, entre as 10 e as 19H00, nas Ruas Ferreira Borges e Visconde da Luz, vai realizar-se a 5ª edição da Feira de Artesanato Urbano. Está bem, é o Dia da Cidade, até se entende, mas o problema é que, mais em baixo, na Praça do Comércio, continua a arruada de Gaiteiros e mais umas actuações de Tunas e um Rancho.
Bem sei que até se pode dizer que tudo é complementar, lá isso pode. Mas e depois? Nos outros fins de semana…não vem nada para a Baixa? Não sei se estou a ser claro, é que estes espectáculos deveriam ser planificados de modo a não colidirem uns com os outros. Percebem o que eu escrevo ou tenho de fazer um desenho?
Já agora, senhora vereadora, não se incomode a responder. Não faça isso que até parece mal. Não sei se sabe, mas há um princípio político: vereador só responde à mesma categoria ou acima. Por isso, deixe-me sugerir: a parvalhões como este tipo que escreve aqui –que por acaso sou eu-, jamais deve dar uma palavra. É assim mesmo! Apoiada!

UM COMENTÁRIO RECEBIDO (SOBRE...)

(IMAGEM DESVIADA DE O "IN" DEPENDENTE POR COIMBRA")

João Braga deixou um novo comentário na sua mensagem "UM COMENTÁRIO RECEBIDO (SOBRE...)": 

Marchas na cidade de Coimbra :

No que consta à adesão da população, a iniciativa foi um verdadeiro sucesso. Comercialmente, foi dia não de colheita, mas sim de sementeira para o futuro. Quanto à organização penso que terá de melhorar um pouco, não obstante o facto de ter alcançado o seu principal objectivo, senão vejamos: já passava das 22h30m, e da passagem das marchas populares, que havia sido prometida na Rua Sargento-Mor, nada. De salientar que nesse local decorria uma festança de arromba, organizada por alguns lojistas e residentes, onde transcorria um estonteante arraial com o grupo "Aparelhagem de CD". Para além disso, se assavam caixas e caixas de sardinha e febras, não faltando vinho tinto a rodos e sangria à fartura. Esse repasto que inicialmente se destinava aos organizadores, rapidamente se estendeu a toda a população, a turistas e ainda ao nosso popular "Carlitos". Das marchas nada.
Foi então que me dirigi à Praça do Comércio onde se começavam a ouvir os sons de uma marcha, procurando alguém da organização e para poder obter uma explicação. Começava a existir por parte de alguns comerciantes aderentes algum mal-estar, mostrando-se desalentados com a falta de consideração com a que estava a ser levado, indicando que não participariam em futuras iniciativas desta natureza. Não encontrei ninguém, mas vi, e para cúmulo do ridículo, uma marcha que se dirigia virada contra uma parede, num espaço exíguo compreendido entre a loja "Tapetes de Jorge Mendes" e a das "Peles Zunita", não permitindo assim, nem a uma boa visibilidade por parte do público, nem a que os participantes pudessem marchar em condições. Relembro que a Praça do Comércio é enorme, devendo em futuras iniciativas ser aí efectuado o desfile principal das marchas, mas logicamente no sentido do correr da praça.
Em conversa com alguns dos participantes, eles próprios se mostraram defraudados pela escolha dos locais onde tiveram de mostrar o seu trabalho, face à inexistência de espaço suficiente para a demonstração do mesmo; tendo, isso sim, de andar “acavalitados” uns em cima dos outros.
Por volta das 23H00 lá se encaminha uma marcha para a Rua Sargento-Mor. Até às 0h20m, hora a que abandonei o local, apenas mais uma marcha por ali passou, isto para regozijo de todos os que lá se encontravam. Segundo informação de alguns residentes, só mais 2 marchas passaram na rua e já por volta da 1H00, obviamente, quando já ninguém se encontrava no local. 
Não conseguimos entender qual o motivo porque não passaram na rua todas ou a maioria das marchas e a horas "decentes", o mesmo se verificando noutras ruas da Baixa, nem qual a razão de numa praça tão grande terem andado a "marchar" contra uma parede. São alguns "reparos" que facilmente, no futuro, serão corrigidos e que não só levam à existência de uma maior proximidade entre lojistas e a população local. E ainda para mais: como amostragem a toda a cidade de que na Baixa existem pessoas activas. 

UM COMENTÁRIO RECEBIDO (SOBRE...)


SDaVeiga deixou um novo comentário na sua mensagem "BOM DIA PESSOAL...": 


Ó Luís, deixe-se lá disso!!!
Se até os brasileiros, que ainda estão em jogo, têm juízo... (http://meuollhardomundo.blogspot.com/2010/06/copa-do-mundo.html)
A ver se o pessoal acorda da "hipnose futeboleira" e passa à realidade com olhos de ver...
E que se vão preparando para as respostas dos censos, que isso é que vai ser...
(http://chezcloudy.blogs.sapo.pt/2426.html) 

O VÍDEO DO DIA...

BOM DIA PESSOAL...

(IMAGEM DA WEB. CONSIDEREM O MEU PESAR IGUAL)


 Olá…olá, então como é estão? Espero que melhor que eu. Não estão pois não? Também me parece. Com essa cara de “fenéreo”, acho mesmo que você não está mesmo nada bem. Descanse, porra! É que até pode “parir”…ai desculpe, não era isto que eu queria dizer…pode “flipar”…não sei se me entende. Perante o descalabro daqueles gajos, é de ver…uma pessoa vai-se abaixo das canetas…é ou não é? Pois é! Eu estou para aqui que nem me tenho…pela luz destes dois que a terra há-de comer. Olhe, falar, de modo a ser ouvido, nem pensar. Estou rouquinho de todo, pareço o Patxi Andion, não sei se lembra dele. Fartei-me de gritar a puxar pelo Ronaldo. Mas qual quê, o rapaz estava mais cansado que a mula do Zé da Igreja –não sei se conhece, se calhar não.
Tenho aqui uma dor nas cruzes que nem me tenho –se calhar tenho de ir ao endireita, ao “Manel das vértebras”, não sei se conhecem…se calhar não e ainda bem- foi quando a bola esteve quase, quase, mas faltou o quase, naquelas poucas vezes que rondou a baliza espanhola. Eu dei um grito, levantei o braço direito e atirei-me ao chão…o problema foi para me levantar. Senti uma pontada danada nas costelas e outra no espinhaço. Mas isso até é o menos, o que mais me dói é alma. Então eu tinha tantas esperanças nesta cambada…então e agora? Que vai ser de mim? Vou outra vez ser obrigado a comer crise ao pequeno-almoço, recessão ao almoço e depressão ao jantar, acompanhado do telejornal? Fosca-se, isto é demais para mim…não sei mesmo se aguento! Se ao menos o governo caísse…bom, sempre era qualquer coisa para me animar a esperança e me desviar destes pensamentos negros do “descambanço” das minhas finanças. É que estou cada vez pior, eu seja ceguinho! Para me emprestarem dinheiro, lá no banco, já nem hipotecando o nome da família, que infelizmente, para meu pesar, nunca foi grande no vale das bolsas, já não me ligam nenhuma e já não me dão crédito. Por causa das coisas até comecei outra vez a frequentar o João “Fiado”. Ressabiado com esses capitalistas das grandes superfícies, voltei outra vez à pequena mercearia de bairro. Mas estou chateado deveras com o João. Então não é que, há dias, com uma vozinha assim para o mansinho, me veio com a ameaça de corte de crédito? Pois, fiquei fula! Fiquei pois! Então uma pessoa abandona um fornecedor de muitos anos, no caso o Continente –do meu amigo Belmiro, não sei se estou a ser claro- para voltar às origens, para ajudar a renascer das cinzas o velho comércio, e o cabrão do mercador vem-me com duas pedras na mão? Porra!, uma pessoa passa-se…é ou não é? E agora para cúmulo, esta cambada de oportunistas da selecção, fazem-me isto? Não sei se o amigo leitor está a ver bem a gravidade deste desaire. Isto é profundamente dramático. É como se uma pessoa desse um trambolhão do terceiro andar para o rés-do-chão…sem pára-quedas, está de ver. E o governo não faz nada? Perante um desastre destes, uma tristeza colectiva nacional destas? Está à espera de quê para decretar uma semana de luto? Ah, pois! Isto é mais grave do que o desaparecimento do Saramago –que, como diz a direita, está a arder nas profundezas do inferno, não sei se está ou não que eu não alinho em politiquices. E mais: como a tristeza não tem corpo, nem é preciso fazer cremação, além, ainda mais, que como o Presidente Cavaco já não está de férias até podemos contar com o seu pesar neste enterro colectivo nacional. Sei lá? E se a tristeza é comunista? Talvez não…dizem que é negra. Ora, se é negra, não é vermelha –esta foi boa, sou mesmo inteligente!-, logo não deve ser leninista-maoista-cunhalista.
Estou muito triste, caraças. Este falhanço da nossa selecção foi mesmo um falhanço…um falhanço? De quem? Ai, então eu sei lá? Sinceramente, eu tenho cada pergunta idiota, que até fico parvo. Como disse o Ronaldo…pois, a culpa é do Seleccionador. Ah… pois é mesmo. O gajo, a jogar no banco, é que foi mesmo o culpado. Quer dizer, ainda não o ouvimos hoje, mas aposto que ele não vai concordar. Às tantas ainda vai dizer que foi o Governo…ai, é mesmo capaz de ter sido, pois. Quantos membros do executivo estavam na África do Sul a apoiar a equipa? Aí é que está. É que estas coisas parecem que não têm importância, mas têm. Sei lá, ou até a Nossa Senhora de Fátima? Às tantas, como anda toda embevecida com a recente visita do Ratzinger - o Papa, não sei se estão a ver- marimbou-se para as obrigações nacionais.
Desculpem lá, estou mesmo deprimido. Estou a chorar! Não posso continuar…

terça-feira, 29 de junho de 2010

ENQUANTO DECORRE O FUTEBOL VOU MAS É BEBER UMA MINE...

"QUEM TEIMA EM DAR-ME UMA PRENDA DE...LIXO?"




 Francisco Veiga, um reputado comerciante com estabelecimento de pronto-a-vestir com frente para a Rua Eduardo Coelho e para o Largo da Freiria, anda desolado. Alguém, na vizinhança, teima em gozar com ele. Há muitos meses e todos os dias, logo ao abrir a porta, às 9H00, tem uma prenda de…lixo. Já fez tudo para tentar conhecer e sensibilizar o benemérito. Pensa que deve ser homem, mas, perante tal teimosia, sabe lá se não será mesmo mulher? Já andou a bater às portas do Largo da Freiria, da Rua das Padeiras e até da antiga dos Sapateiros. Como detective em busca de um sinal, já revolveu sacos do “Pingo Doce”, do “Continente” e até pretos sem marca e próprios para os dejectos urbanos. Quando algumas vezes pensava ter encontrado um dado de identificação, gritava a plenos pulmões: “EUREKA…é agora!”. Pois sim, ia falar com o retratado na nomenclatura e…pimba! Não era ele, pelo menos, à sua frente, jurava a pés juntos pela alminha de um antepassado que repousa na “Quinta das Tabuletas”, não sei se conhecem...
 A verdade é que a saga continua. Francisco, perante tantas ofertas, já admite que é mesmo mulher que teima em prendá-lo. Às tantas é mesmo amor anónimo. “Ai, se calhar!”, diz ele no meio de um sorriso meio amarelo, porque, com tanto esforço, já não acha graça à brincadeira.
Há dois meses foi à Câmara Municipal, ao departamento de Salubridade, para ver se podiam fazer alguma coisa. Segundo alega, disseram-lhe: “saiba quem é que nós aplicamos a multa!”. De pouco lhe valeu argumentar que anda neste biscate há vários meses. E mais: se soubesse quem era nem lá teria ido nem à junta de freguesia de São Bartolomeu, como também lá deu conhecimento e pediu apoio para o problema. Deram-lhe um autocolante que colocou junto ao recipiente do lixo, mas não valeu mesmo nada. O benfeitor(a) é persistente e não desiste com mensagens de apelo.
Como general perante um invasor invisível a repensar nova estratégia, o Veiga, neste entretanto, deixou de apanhar o saco todos os dias. Hoje mesmo era visível no chão da calçada, espalhado no chão, uma lata de refrigerante, umas folhas de couve, umas cascas de laranja, enfim, tudo oferendas de grande valor.
O que mais aborrece o Francisco Veiga é poder ser tomado por mal-agradecido. “Bolas!” –diz-me ele-, “eu sou do tempo em que se agradecia sempre que alguém nos dava alguma coisa…”




O VÍDEO DO DIA...

UM COMENTÁRIO RECEBIDO (SOBRE...)

(Foto de Leonardo Braga Pinheiro)







Anónimo deixou um novo comentário na sua mensagem "UM COMENTÁRIO RECEBIDO (SOBRE...)": 


Boa tarde Sr. Luis Fernandes:

Embora não tenha a ver com a matéria versada neste post, quero, fazendo questão de me manter anónimo. Apesar de com intervenção regular, (gostaria de) manifestar a minha opinião acerca da iniciativa designada por Noites Brancas na Baixa de Coimbra que ocorreu na noite de Sexta-feira para Sábado.
A este propósito, do relato que vou fazer, extraem-se duas conclusões; insensibilidade da polícia quanto à disponibilidade, ou falta dela, para estacionar e este é deveras grave. A ganância e falta de qualidade dos comerciantes, pelo menos do interveniente.
Vamos aos factos;

Ao deslocar-me à Baixa, na noite de Sexta-feira, tentei naturalmente estacionar. Em cada esquina, desde o Banco de Portugal, “Bota-Abaixo”, Terreiro da Erva, Rua da Sofia, etc., havia um polícia a impedir a paragem. Pergunto: porquê impedir o estacionamento no Terreiro da Erva, junto ao Tribunal, Rua da Sofia, etc.?
Como querem que as pessoas vão à Baixa se não têm onde deixar os carros?

Hora de tomar uma bebida e um bolinho.
Escolhe-se uma pastelaria que evito identificar e sentamo-nos três pessoas.
Um olhar pela vitrina e escolhe-se, além de outros, uma tigelada, que logo me pareceu com mau aspecto mas na ausência de outros não houve alternativa.
Chega a tigelada à mesa e qual o meu espanto, ao preparar-me para comer, vejo, o que nem era difícil tal a evidência, que tinha inúmeros tufos de bolor cinzento. Benzeu-se, não benzeu? Na altura também eu, mas só não reagi mal porque as pessoas que me acompanhavam me impediram.
Resta dizer que sou advogado e muito sinceramente estive para requerer a intervenção da polícia para registar o acto e submeter o bolo a análise, assim como pedir o Livro de Reclamações.
Por dever de ofício posso dizer-lhe que se o fizesse a senhora, dona da referida pastelaria, seria de imediato detida, pois a situação configura atentado à saúde pública.
Diga-me; há quantos dias teria sido confeccionado aquele bolo para estar pejado de bolor?
Eu devolvi aquele e não sei qual o destino mas na travessa havia mais que tinham o mesmo ou pior aspecto e que por certo alguém iria comer.
Pela revolta que a situação me provocou não faço qualquer outro comentário e como é óbvio como decidi na altura nada fazer, também agora nada farei, pelo que não identifico o estabelecimento comercial em causa.
Porém a senhora, dona do mesmo, se tiver acesso a esta noticia e for dotada de consciência sentirá por certo remorsos pelo ocorrido, pelo qual só a mesma é responsável.
É que às vezes basta uma erva daninha para conspurcar toda uma seara saudável, o que metaforicamente quer dizer que só um comerciante desta qualidade pode arruinar a boa reputação conseguida por todos os outros bons comerciantes.
Cumprimentos. 



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Responde o presidente da APBC, Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra, Armindo Gaspar:







 Enquanto representante da entidade que realizou o evento apelidado de “Noite Branca, Baixa de Coimbra, 1º desfile de Marchas Populares”, no dia 25 de Junho, devo dizer que fizemos tudo o que estava ao nosso alcance para que tudo corresse pelo melhor. Tivemos uma reunião prévia com a PSP. A seguir, outra com a Polícia Municipal. Depois, na Câmara Municipal, em conjunto, debatemos sobretudo o problema da segurança e também, naturalmente, o estacionamento.
 Ficou acordado que no Terreiro da Erva, como passavam lá as marchas populares, deveria haver um corredor livre, sem carros estacionados, para o espectáculo. Certamente o agente da PSP ao não deixar aceder mais automóveis, penso, seria porque todo o espaço disponível já estaria ocupado.
Lamento, sinceramente se ficou desagradado, mas, entenda, nem sempre as coisas correm pelo melhor. Há sempre pequenos nadas que não são previstos e acontecem. Ou seja, é sempre difícil conseguirmos agradar a todos. Tenho a certeza que acabou por ir estacionar num espaço privado, que, quanto sei, ainda havia alguns lugares vagos.
Quanto ao seu desaire na tal pastelaria, enfim, não é estar a desculpabilizar a industrial de hotelaria, mas sabe bem que erros destes podem acontecer na Baixa, na Alta, em Celas e qualquer lugar do país. Errar é humano e se por vezes nos é difícil aceitar o lapso dos outros, basta olhar para nós próprios para vermos o quanto somos falíveis. Eu sou. Erro todos os dias.
De qualquer modo, em meu nome pessoal, em nome de todos os intervenientes que muito trabalharam gratuitamente para que tudo corresse pelo melhor, aceite as minhas desculpas e não desista de vir à Baixa só porque nessa noite as coisas não lhe correram bem.

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Jorge Neves deixou um novo comentário na sua mensagem "UM COMENTÁRIO RECEBIDO (SOBRE...)": 


 Por estar sem carro, devido a um acidente de viação que tive, não estive presente nas marchas. Mas hoje mesmo, em conversa com alguns comerciantes e moradores, me transmitiram que foi um sucesso a iniciativa, que correu muito bem a todos os níveis. Um dos comerciantes mais antigos na área da restauração, só fez um único reparo, não sabia a quem agradecer a iniciativa e o bom trabalho prestado pela APBC, porque no panfleto a anunciar a iniciativa não vinha assinado por ninguém, só fazia referencia à APBC.
Faz parte da minha maneira de ser: na frontalidade, critico quando acho que tenho o dever de o fazer; e elogio quando tenho também a obrigação de o fazer. 

ASSINE ESTA PETIÇÃO...POR FAVOR...




Rita Monteiro Olá amigas/os. Sou a Rita e sofro de fibromialgia. Peço-vos humildemente que se juntem a nós FIBROMIÁLGICAS nesta luta. Precisamos desesperadamente da vossa ajuda. A quantidade de medicação que tomo para poder conseguir me levantar todos os dias, e aguentar o dia inteiro é cara para as minhas posses, acreditem que por vezes quando me acaba não tenho como ir levantá-la. É triste mas é a minha realidade e de milhares de pessoas FIBROMIÁLGICAS, com uma simples assinatura podem nos ajudar para que a nossa doença seja reconhecida como doença crónica e incapacitante....o vosso contributo é indispensável para o sucesso desta petição. Bem-haja de coração pela vossa generosidade.





 PETIÇÃO PÚBLICA:
ASSINE AQUI (clique em cima)


(RETIRADA DA PÁGINA DO FACEBOOK, AQUI)

BOM DIA PESSOAL...




Ora vivam. Como é que está essa força que arde sem se ver? Bem? Assim faço conta. Mesmo que não seja assim, não esqueçam que todos os dias são constituídos por um novo dia. Bem sei que são simplesmente palavras. E que força têm as ditas quando vemos ruir tudo à nossa volta? Problemas de dinheiro para solver as dívidas, falta de saúde para poder trabalhar, falta de emprego para concretizar a vontade? Bem sei que estou para aqui imbuído em garnizé que, armado em relógio despertador, debita uns cânticos que, pelo vazio rotineiro, ninguém liga, nem os restantes galináceos quanto mais os donos da quinta. Mesmo assim, apesar da noção de desvalor, fica cá a mensagem.
Hoje, passando um olhar geral pelos jornais nacionais, pouco há a dizer, tirando as Scut’s para lá e os “chip’s” para cá, assim numa espécie nem sei se monte a gaja em cima de um colchão ou no palheiro com as vacas como testemunhas, e a crise que nos afoga –o Nobel da economia de 2008, Paul Krugman, diz no Jornal i que já vamos a caminho de outra depressão.
Mas há um assunto que, nem que seja por um minuto, nos deve fazer pensar: hoje está nas bancas o último número do jornal 24 horas. É lógico que os jornais são o objecto que dão rosto a empresas de informação. Ora se as empresas são como as pessoas, tem um ciclo de vida, naturalmente, nascem, vivem e morrem. Ainda na mesma analogia, no momento de verem a luz, nascem igual a todas, mas no viver, consoante o berço –de ouro ou de palha- em que foram colocadas, serão eternamente desiguais. Curiosamente, ainda tal como as pessoas, na morte, enquanto exaurir do último suspiro, serão iguais. E porque estou eu para aqui com este “fala-baratismo” todo, que não é para levar a sério? Porque o jornal 24 horas morreu hoje. Exalou o último suspiro, cedo, ainda na puberdade. Tinha 12 anos. E de que morreu ele? Interrogamos nós? Não sei bem, mas calculo. Hoje, inevitavelmente, tudo o que seja economicamente pequeno morre. E isto é saudável? Deveremos olhar para estes enterros com naturalidade? Tenho a certeza de que não. E nem preciso de entrar pela análise de controlo da imprensa por grandes grupos. Não, não vou por aí. O que quero dizer é que o bairro, a cidade, o país, o mundo, é, duma forma interessante, constituído, pelas assimetrias entre grandes e pequenos, pela diferença entre o belo e o horrível. É este contraste desproporcional que tornam os nossos recantos existenciais um manancial de vida. Então é fácil de adivinhar que se tudo o que é pequeno desaparecer –o jornal, o loja de fruta, o teatro e o cinema independentes, o vendedor de cautelas, etc.- o nosso pequeno mundo onde habitamos todos os dias ficará mais pobre. E nós, enquanto seres individuais, pequenos que somos, perante o desaparecimento destas pequenas alegrias que nos acompanharam durante uma parte da nossa passagem terrena, ficamos a olhar para as grandes obras -que devido à sua força económica ou vital se mantêm- como um burro olha para um palácio. Cada vez mais nos sentiremos arredados daquela mastodôntica pirâmide que toca as estrelas. Sentirmo-nos-emos um ponto insignificante perante a grandeza brutal que brota perante os nossos olhos.
Talvez valesse a pena parar um pouco para pensar. Será que, contribuindo todos para estas mortes da insignificância, não estaremos todos a tornar-nos menos significantes e com possibilidades de sermos instrumentalizados pela grandeza imemorial? Estaremos a tornar o nosso futuro melhor? Duvido mesmo…mas eu sou um bocado para o totó!

segunda-feira, 28 de junho de 2010

BAIXA: A MALDIÇÃO DA AVENIDA CENTRAL

(Esta imagem, da segunda alma do meu amigo João Monteiro, foi retirada da web)



 Espiolhando a Internet, tudo teria começado na década de 1930. Duarte Pacheco, ministro das Obras Públicas e Comunicações de Salazar, para renovar a política urbanística, e que dariam origem aos primeiros Planos de Urbanização do país, convida vários arquitectos de renome internacional, entre eles o francês Etienne de Gröer, que trazem para Portugal o conceito de “cidade-jardim”, em voga por toda a Europa. É então que na década seguinte de Gröer apresenta na Câmara Municipal de Coimbra o plano “Urbanização Embelezamento e extensão da cidade”. Num dos projectos, o urbanista francês defende a ligação, em forma de avenida, entre a Praça 8 de Maio, ligando à Avenida Fernão de Magalhães, e o Rio Mondego. Em meados da década de 1960, depois de expropriadas várias habitações, dá-se início à desconstrução para abertura do canal. Certamente por dificuldades nas finanças públicas, talvez pelo rebentar da guerra colonial, as obras param poucos anos depois no início das Ruas da Moeda e Louça e nasce um buraco que se virá a chamar “Bota-Abaixo”.
Em 1999, através de concurso, a autarquia, de executivo PS, vendeu o terreno à firma Braga-parques por cerca de um milhão de contos. Esta empresa de Braga veio nos dois anos seguintes a construir naquele espaço um grande estacionamento, comércio e habitação. Esta venda seria investigada em 2007 pela Polícia Judiciária e viria a constituir dois arguidos, um vereador socialista e o dono da empresa bracarense.
 Em 1996, através de Escritura Pública, é constituída a Sociedade Metro Mondego, que actualmente tem a seguinte representatividade: Estado Português 53%; Município de Coimbra 14%; Município da Lousã 14%; Município de Miranda do Corvo 14%; REFER 2,5% e CP 2,5%.
Como se sabe este projecto, que está na génese da criação da empresa de capitais exclusivamente públicos, é um sistema de transporte público de massas do distrito de Coimbra, que circularia em rede de caminhos-de-ferro electrificada, na zona urbana da cidade e suburbana até à Lousã, passando por Miranda do Corvo.
Embora já na última metade de 1990 o presidente desta empresa começasse a ganhar cerca de 800 contos, só o custo de planeamento e construção de projectos será qualquer coisa impossível de contabilizar.
É no mandato de Carlos Encarnação, actual presidente da assembleia-geral, já depois de 2002 que o projecto ganha velocidade. Sob o espectro da expropriação, começam as negociações com vários residentes e alguns comerciantes entre o “Bota-Abaixo” e a Praça 8 de Maio.
 Em 2006, com grande encenação começa a demolição. Este acto, juntamente com promessas de realização, ajuda a reeleger o actual presidente da Câmara de Coimbra. A presidente da Câmara de Miranda do Corvo e o da Lousã, com as mesmas promessas, são reeleitos.
Depois de 103 anos de actividade, a linha da Lousã foi interrompida no dia 4 de Janeiro. Entretanto começaram a ser desmantelados os carris e os residentes daqueles concelhos começaram a serem transportados em autocarros.
Veio há uma semana o Governo, justificando-se com o PEC, colocar em causa as obras do Metro. Esta obra –na minha opinião modesta, faraónica e megalómana- não deveria ter sido reavaliada muito antes de ser iniciada? E agora? Os milhares de residentes de Miranda e Lousã, passando pelas pequenas localidades, por irresponsabilidade, vão continuar a andar de autocarro por curvas e curvinhas que lhes consome mais tempo de viagem? Mesmo que se suspenda todo o restante projecto para Coimbra é obrigação do Governo fazer a reposição da linha da Lousã.
Há dias a ACIC, no Diário de Coimbra (DC) vinha defender que o corredor central na Baixa deve fazer-se mesmo sem Metro para “dar nova vida ao comércio e aos estabelecimentos”. Em nome do valor justiça, as demolições devem parar imediatamente. Se o objecto do projecto que deu origem à desconstrução desapareceu, é um abuso de direito continuar com a obra. Não parar com este absurdo é contribuir para o enriquecimento de especuladores que já há vários anos estão à espera da avenida central. Já agora, interrogo: que mais-valias traz um nova avenida para a Baixa?
Em nome da justiça, deve a Metro Mondego restaurar todas as habitações que não foram entretanto demolidas e, a preços controlados, arrendar e dar a possibilidade dos antigos residentes voltarem a ocupar os sítios onde nasceram e, sob ameaça de expropriação, foram “enxotados” para a periferia.
Em nome da justiça, deve a Metro Mondego arrendar, a preços controlados, aos anteriores comerciantes os espaços comerciais que não foram demolidos, como, por exemplo, a loja de brinquedos Joaninha, na Praça 8 de Maio, em que sob o anátema da expropriação a empresa Metro contribuiu para a falência do comerciante João Monteiro.
Em nome da revitalização da Baixa, aproveitando para reordenar o Largo das Olarias, retirando os ciganos e dando-lhes condições de venda mais dignas, no buraco aberto no “Bota-Abaixo”, deve construir-se um centro cultural de dois ou mais andares, até à cota de construção existente. Neste centro de animação permanente seriam apresentadas feiras temáticas –como, por exemplo, a feira do livro, cujo aluguer da tenda custa aos cofres camarários cerca de 20 mil euros, anualmente.
Em nome do valor honra, e no caso do total fracasso deste projecto, deveriam os três executivos camarários, Coimbra, Miranda e Lousã, membros da sociedade Metro Mondego, apresentarem desculpas públicas e a sua demissão.

O VÍDEO DO DIA...

UM COMENTÁRIO RECEBIDO (SOBRE...)

(IMAGEM DA WEB)

SDaVeiga deixou um novo comentário na sua mensagem "CRÓNICA DA SEMANA PASSADA...": 


Poderia escrever acerca do imbróglio no parque do Vale das Flores patrocinado pelos irresponsáveis donos de cães que os deixam fazer tudo (literalmente!!!) sem se responsabilizarem por eles e pelos seus dejectos e que deixam famílias e donos de cães responsáveis encalacrados sem ter como aproveitar o local!
Até podia escrever acerca do ridículo que é pagar o justo pelo pecador, quando bastava lá colocar 2 ou 3 polícias municipais (para os turnos não serem muito longos e não se ter que pagar horas extraordinárias!) em vigilância no local porque, com as multas por falta de trelas e açaimes e de limpeza dos dejectos dos animais, juntava-se concerteza dinheiro suficiente para andar com o Metro (pelo menos com a parte que mais falta faz neste momento que é a da linha da Lousã!)!!!

Poderia... mas, para variar, é querer que se tomem decisões com pés e cabeça e não que se caia em facilitismos, e isso seria surreal...

BOM DIA PESSOAL...

(IMAGEM DA WEB)




 Olá povoléu. Como é que estão? Bem? Mais uma semanita sem grandes novidades. Quer dizer, há aquela de os jornais de hoje referirem que o PSD está muito à frente do PS. É alguma novidade? Claro que não. É o rotativismo continuado que já vem da segunda metade do século XIX, entre os partidos Regenerador e Progressista, respectivamente liderados pelo Fontes Pereira de Melo e por João Franco  –não sei se se lembram…se calhar não.
O que é quero dizer com isto? Para lhe ser honesto, nem sei bem, mas deve ser qualquer coisa assim para dizer que somos todos uma cambada de estúpidos. Desculpe lá! Não deveria entrar assim…saiu-me. O que queria dizer é que deveríamos ser todos mais inteligentes. Assim já está melhor. É ou não é?
Continuando com o meu “faladró”, que ninguém liga e por isso é que eu escrevo, continuamos a teimar que uma moeda só tem duas faces. Há mais de um século que continuamos a achar que durante uns anos, menos de uma década, o Verso é que é o Salvador da Pátria. O Reverso, por falhanços continuados, mandou-nos para o charco. Tanto animicamente como economicamente.
Ai! Agora é vai ser! Agora que o Verso ganhou as eleições com maioria absoluta. Durante os três primeiros meses, o (Novo) Dom Sebastião, à frente de um exército que todos estamos fartos de conhecer as caras, passa por cima de longos tapetes de pétalas de flores, num ambiente perfumado com cheiro de boa-vontade. Como moldura artística, formando corredores extensos, o povo, aquela amálgama de gente anónima amestrada de miseráveis e outros que tais, que um dia chamaram de classe média, batem palmas fragorosamente. A Imprensa, em grandes títulos de “caixa-alta” lança loas e enaltece o novo conquistador de espíritos carecentes de alguma esperança. Os ricos, aqueles que tremem perante um cenário de bancarrota, lançam-se como cão ao bofe na expectativa de poderem dormir melhor, na fé de não perderem as suas chorudas contas bancárias. O nosso Salvador (com maiúscula) é bestial! Agora é que vai ser. Finalmente temos homem!
Passados seis meses, sabe-se lá porquê, aquele Sol de luz resplandecente está a ficar obscurecido como se estivesse a ocorrer um eclipse. Os jornais passaram dos encómios admirativos para o descrever os actos já com algum frete. A plebe já não vibra com os discursos do libertador.
Passado um ano já é igual ao antecessor, um troca-tintas e um vendilhão de coisa nenhuma. Aos dois anos de governo passou de bestial a besta. Quem é que aguenta um ditador destes? Os da Esquerda apelidam-no de reaccionário de direita. Os da Direita chamam-no de esquerdista, maoista, filho da mãe. “Ainda falta muito para haver eleições?” –interrogam no intervalo de um jogo de futebol, enquanto emborcam um copo de três, acompanhado de uns amendoins.
E vem a proximidade das eleições. O detestado, o inimigo do povo, “esse maldito filho de Belzebu, finalmente vai sair das nossas vidas. Ai isso vai! Eu não votei nele. Eu avisei!”, diz o maralhal com grande ênfase nos cantos, recantos, vielas e becos de uma qualquer cidade amorfa tomada pelo desânimo.
E chega o dia de eleições. O Zé Inácio, que sempre votou, desde os primeiros plebiscitos, retira o fato das grandes ocasiões solenes do guarda-fatos, ajeita a gravata e coloca um vapor de “Old Spice” e lá vai colocar o seu voto…que é secreto.
À noite, junto de umas “bejecas” fresquinhas e uns tremoços bem curados e salgadinhos, vai assistir às emissões na TV para ver quem é que ganhou o combate eleitoral. O Zé está eufórico. Finalmente as coisas vão mudar! Passam poucos minutos das 19 horas. O apresentador do canal dá o resultado das previsões: voltou a ganhar o detestado, o filho de uma mãe perdida e concebido nas giestas campestres, mas agora com maioria relativa. Como é que isto foi possível, interroga-se o Zé em longas consumições. Lá fora, na rua do seu bairro, o barulho é ensurdecedor. São as buzinas dos automóveis, são as panelas e os tachos, são as cornetas dos cornos das goelas de muitos populares.
 E passam os tais três meses de graça e começa a desgraça e todos querem que o detestado, que um dia foi testado e apodado de salvador (agora com letrinha pequenina), caia do cavalo, se demita, seja demitido pelo presidente da República. Ou até que o destino se encarregue de lhe dar uma grande volta aos intestinos e no mínimo, lhe dê uma grande caganeira, que durante uns tempos o incapacite de se voltar a sentar lá no gabinete ministerial. Mas que seja coisa ligeira, que o povo não é rancoroso e não lhe quer mal de morte. Só quer mesmo que ele se afaste durante uns tempos e que vá ocupar um alto cargo na Europa. Só isso. Mais nada.
E nestas andanças vamos andando, cantando e rindo que o povo é sereno e não faz revoltas. Revoluções são mesmo para os militares, mas como já não temos exército não há grande perigo. O problema são os comunistas, que, apesar de cair o muro, continuam a comer meninas como antigamente, ou, sei lá, esses gajos da direita, que “comem tudo e não deixam nada”, ou sei lá? Quem é que vem a seguir para salvar isto? Ainda haverá Salvadores da Pátria?

domingo, 27 de junho de 2010

CRÓNICA DA SEMANA PASSADA...






 Cada vez tenho mais dificuldade em escrever coisas relevantes que se passem cá na Cidade do Conhecimento (com maiúscula, que é como manda a tradição!). Isto é um marasmo, ou melhor, é uma cidade de ilusão. Bem, atendendo a que temos cá dois grandes mágicos, o consagrado Luís de Matos –que por acaso foi para Alvaiázere- e o promissor Telmo Melo, se calhar, às tantas, é por isso.
 Juro que estou a falar a sério, quer dizer, eu estou a escrever com seriedade, mas cá a urbe é que não se leva assim. É tudo a brincar. Uma pessoa como eu, habituado a viajar pelo mundo da política internacional, fica assim…como hei-de dizer? Um pouco esgazeado…não sei se estou a ser claro. Se calhar não! Mas vou esforçar-me mais. Juro pela alminha duma pessoa que cá sei se não vou.
É assim: no Tribunal de Coimbra está a ser julgado o presidente da Académica e que era, entre 2003 e 2005, ao mesmo tempo Director Municipal de Administração do Território da Câmara de Coimbra. Um empresário da construção civil diz que deu mais de 300 mil “aéreos” em donativos para o clube para o “dito cujo” despachar os processos. Até aqui tudo normal. Não vejo nada de especial em relação ao que se passa transversalmente no país. A seguir vêm um ex-reitor, um ex-presidente da Assembleia da República, um ex-presidente do Tribunal Constitucional, um professor universitário da Faculdade de Direito, e todos atestam que o senhor é uma boa pessoa. Só o ex-presidente do plenário Republicano é que refere que “eticamente é um bocado rígido”. Ora, peço a vossa ajuda, digníssimo leitor e amigo do meu coração, mas o que é que isto tem de anormal? Nada, obviamente. Isto não é o que se passa em todos os edifícios onde se cozinha a jurisprudência e se decide sobre o nosso futuro? Isto não é igual em todo o país? É ou não é? Pois é. Então para que estou eu aqui a referi-lo? Olhe, porque a falta de assunto na cidade dos estudantes provoca-me uma comichão maior do que se fosse atacado por um exército de pulgas e um batalhão de percevejos. Não sei se estou a ser claro. É tudo normal, pronto!
E mais ainda: então o homem era chefe de divisão lá na autarquia e ninguém sabia de nada? Ainda para chatear mais: perante este caso, considerando o desconhecimento, não deveria haver um responsável político? Quer dizer, lá dever haver, deveria, mas se é assim em todo o país…desculpe lá….mas não estou a perceber a pergunta. Mas afinal onde é que eu quero chegar com este palavreado que ninguém entende, logo a começar por mim? Então eu sei lá? Se isto é normal em Portugal…é evidente que não há responsáveis políticos. Homessa! Eu seja ceguinho se já não estou a desconfiar que dentro de mim existirá um comunista desestabilizador ou até um perigoso agitador anarquista…sei lá? Se está tudo normal, porque raio continuo eu a bater em ferro frio?

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A seguir vem a ilusão do Metro Ligeiro de Superfície. Quer dizer, ilusão não…uma brincadeira! Andam há mais de uma dúzia de anos a vender-nos a ideia de um Metro. (Agora estou a falar para mim) “olha lá ó meu burgesso, onde é que está a admiração? Isto não é tudo normal? Que diabo, a política, ou melhor, as promessas dos políticos nunca foram levadas a sério. Então (continuo a falar comigo em solilóquio), ó meu paspalho, porquê essa cara de parvo em trejeito de admiração? É tudo normal! O que é que tem gastarem-se milhões de euros, se estamos num país rico em…promessas?”.
 Sabendo nós todos que a empresa Metro Mondego, S.A., é uma sociedade anónima de capital exclusivamente público, em que é detido pelas Câmaras Municipais de Coimbra, de Miranda do Corvo, Lousã e maioritariamente pelo Estado. E depois de se terem feito expropriações, demolições, aberto concurso para aquisição de material circulante e de se ter desmantelado a linha da Lousã que serve milhares de pessoas, vem agora o sócio maioritário dizer que o projecto está a ser reavaliado. Perante um cenário de suspensão o que deveriam fazer os presidentes de câmara dos três municípios, enquanto sócios minoritários? Pura e simplesmente, levantarem a mão e dizerem: “muito bem, caro confrade, o senhor pára a obra e nós demitimo-nos em bloco!”.
Claro que isto é um cenário surreal. Seria assim se os três presidentes destas autarquias, de facto e de direito, sentissem “ipsis verbis” que ao ser suspensa a obra estavam a trair a confiança depositada pelos seus eleitores. Porque, para os três presidentes autárquicos, a promessa desta obra ajudou-os a ganharem as eleições. Claro que isto jamais irá acontecer…e porquê? Porque os seus interesses individuais, pela vaidade de continuarem à frente das autarquias, mesmo sem a autoridade que é consignada pelo respeito da palavra dada, falarão mais alto.
Ora isto é alguma coisa de anormal num país que vive destes biscates de palavreado sonso? Claro que não. E porque é que eu trouxe isto para aqui se não conta para nada? Ora, porque sou mais tolo que os tolos…e como não tenho assunto…

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Ontem foi inaugurada a CIC no “choupalinho”. Não estiveram presentes nem o presidente da Câmara Municipal, Carlos Encarnação, nem, o governador Civil, Henrique Fernandes. E o que é que isto tem de anormal? Nada. Às tantas até estarão de férias…(não sei se estão a ver a analogia com o outro presidente, por causa do funeral de Saramago). Então por que raio é que trago este assunto ao nariz como se fosse mostarda? Então eu sei lá! Eu não tenho assunto! Quer dizer…posso inventar qualquer coisita…lá isso posso. E então –um momento que estou a insuflar o peito- armado em chefe da oposição, de voz grossa e bem timbrada, sempre posso interrogar: “ estará certo continuar com aquele espectáculo de mágica que já não convence ninguém, quando a autarquia de Coimbra doou cerca de 100 mil euros mais umas pequenas e naturais ajudas? Então eu sei lá? Como é que eu posso responder ao grande chefe da oposição? Bolas, eu sou simplesmente um escrivão que não sabe nada de nada. Eu seja ceguinho dos dois olhos do meu avô que Deus lá tenha em descanso e não o chame cá por mal.
Porque é que nunca se passa nada nesta cidade? Uma pessoa precisa de escrever. E escreve sobre o quê? Fosca-se…

O VÍDEO DO DIA...

BOM DIA PESSOAL...

(Imagem da Web. Momento em que eu tentava resolver a má vontade do bicho)







Olá cambada! Bom dia, tropa danada. Isso é que foi sofrer. Estou a ver que estão magritos…e essas rosáceas negras em torno dos olhos. Ai coitados! Como vocês estão deprimidos! Não sabia que fazia tanta falta! Como é que eu poderia saber? Lá fora, na “estranja”, isso eu sei que sou muito importante, agora cá na pequena leira não sabia. Não sei se se lembram –se calhar não-, mas fui em missão ao Médio-Oriente, por causa da guerra instalada entre os vizinhos Israel e Palestina. Sobretudo por causa do bloqueio à Faixa de Gaza. Foi o meu amigo Barack Obama, não sei se conhecem –bem como eu, é claro que não!- é aquele gajo que manda nos States. Então, com uma grande cunha, do Ban Ki-Moon, aquele tipo da Nações Unidas –se calhar não estão a ver-, que andou comigo na tropa em Estremoz, pronto, não tive coragem para dizer que não, e tive de ir.
Fartei-me de andar a correr o deserto, pela luz dos meus olhos. Tenho os meus pés todos esfoladinhos e cheios de calosidades. Também tive azar, é certo. Encontrei-me com o presidente de Israel, o Shimon Peres, não sei se conhecem –se calhar não, bem, como eu é evidente que não!-, e então ele aconselhou-me a andar de camelo para passar despercebido, não fosse o Hamas confundir-me com um sionista e…pumba! Era mais um para a estatístisca. E eu assim fiz. Em Tel Aviv, que é uma cidade muito ao meu jeito, assim para o liberal, não sei se estão a ver, dei uma volta e desloquei-me a Jaffa, que está anexada à grande cidade moderna. Jaffa é assim uma urbe mais antiga, com ruas em forma de labirintos, e lá entrei num beco, e, depois de muito negociar com o vendedor, lá comprei um dromedário. Pareceu-me ter bom aspecto o raio do bicho, e, em conversa com os meus botões, até achei que tinha feito bom negócio. O vendedor tinha assim um ar de atrasado. Lá iniciei a viagem através do deserto, em direcção à Síria, para ver se tinha uma conversa com o meu amigo Bashad Assad, é o presidente da Síria, não sei se conhecem –se calhar não. Então não é que o meu transporte gripou ao quilómetro 31? Pois então! Não é que o raio do camelo arreou que parecia coisa má? Pois foi! Claro que deu logo para ver que eu tinha sido enganado pelo mercador de calabrês. Bem tentei convencer o animal a continuar a viagem, mas qual quê? Claro que ele não falava, mas, como eu sou muito inteligente, vi logo que o gajo não gostava de mim. Às tantas até me confundiu com algum comunista, sei lá! Eu seja ceguinho se, por analogia, não pensei cá com os meus botões: “é pá!, esta má vontade do raio do “bolsas”, faz-me lembrar Cavaco Silva quando, não comparecendo nas exéquias de Saramago, invocou que estava de férias. Será que o “quatro patas” me confundiu? Isso não sei. O que sei é que fartei-me de comer areia, passar sede que nem um rato do deserto, estou para aqui mirradinho que pareço um pepino conservado em vinagre.
Resumindo, para minha sorte, ontem tinham chegado a Israel um grupo de deputados do Parlamento Português que se iam encontrar com o meu amigo Shimon Peres. Pode ser que eles consigam a paz lá para o conflito. Com o desastre que me aconteceu nem pude trazer uns “regalos” para vocês. Estou tão chateado, palavra. Quer dizer, eu trouxe os bolsos cheios de areia, mas calculo que não querem. Desculpem lá! Mas o que interessa mesmo é que eu, apesar do falhanço da viagem, estou cá. É ou não é?

sexta-feira, 18 de junho de 2010

AGUARDE QUE NÃO TARDO...

INTERROMPEMOS
             
A

      EMISSÃO.
            
O


PROGRAMA


SEGUE DENTRO 


DE MOMENTOS

AMANHÃ HÁ FORROBODÓ NA PRAÇA DO COMÉRCIO...



Amanhã, pelas 22 horas, na Praça do Comércio vai realizar-se o "Concerto Comemorativo do 75º Aniversário da Fundação Inatel.
Estarão presentes a Phylarmónica Ançanense, a Sociedade Musical Santanense e a Filarmónica União Taveirense.
É uma organização da Junta de São Bartolomeu e do Inatel.
Faça o favor de não faltar que a coisa promete...

UM COMENTÁRIO RECEBIDO (SOBRE...)




Marco deixou um novo comentário na sua mensagem "MORREU JOSÉ SARAMAGO": 

Luís, concordo consigo quando refere que Saramago foi um vulto da nossa cultura e projectou o nome da nação no mundo das artes. Pessoalmente, nunca gostei da sua escrita. Tentei efectuar segundas leituras, pois por vezes não vemos imediatamente a beleza de certas obras quando as lemos. Enquanto homem, a minha opinião sobre ele é ainda pior que a de escritor. Foi uma pessoa que em nome da «coerência» nunca mudou de ideias, principalmente a nível político. Patriota, nunca foi, pois lembro-me que disse que nunca regressaria a Portugal, quando Cavaco Silva foi eleito. Uma demonstração de falta de humildade
e de saber perder.
Não quero parecer insensível, mas não pactuo com o habitual comportamento do português quando morre alguém: «era muito boa pessoa», «tinha o seu feitio, mas era uma jóia de pessoa»,etc.
Resumindo, reconheço o facto de se ter falado muito de Portugal quando foi premiado com o prémio Nobel. Isto ajudou outros escritores nacionais a serem conhecidos no estrangeiro, pois a curiosidade pela literatura portuguesa era reduzida. Devido a Saramago, pode dizer-se que A. Lobo Antunes, J. L. Peixoto e outros são reconhecidos lá fora, esse mérito temos de lhe dar, apesar de se ter tornado um patriota exilado em Espanha por opção pessoal.
Os meus sentimentos à família. Agora não me peçam para o elogiar.
Marco

DOIS DRAMAS NUM BURAQUINHO




O “Buraquinho” é uma simpática “casa de pasto”, tipo taberna daquelas que infelizmente já quase todas desapareceram da Baixa. Fica ali na Travessa da Rua Velha, junto à Rua Eduardo Coelho.
 O proprietário, o senhor Manuel Vilas, junto da esposa, está desanimado. “Já viu o que se passa no prédio onde tenho o estabelecimento?” –e aponta para a porta ao lado entreaberta do prédio desabitado de onde provém um cheiro nauseabundo. “Isto é mesmo uma miséria! Estão aí a dormir diariamente dois negros. Fazem as necessidades lá dentro, no chão e outras vezes cá fora. Na rua, junto à nossa porta, todos os dias somos obrigados a desinfectar tudo com lixívia. Habitualmente, vejo-os fumar aí dentro. Isso é uma podridão. Para além da minha desgraça é também um drama social, e pode vir a tornar-se uma tragédia de proporções incomensuráveis. Já viu se há um incêndio?
Já comuniquei há tempos à junta de freguesia –sei que enviaram um requerimento à câmara, porque eu vi-, já comuniquei ao meu senhorio e dono do prédio, mas não ligou nenhuma. Veio aí com um agente da PSP e constatou a perigosidade em que isto se encontra. Limitou-se a dizer-me que não sabia da chave da porta de entrada. Ora se a porta está entreaberta, diga-me lá, isto não é gozar com a minha cara? Ao menos que mandasse entaipar a entrada que assim já me deixava mais descansado”, enfatiza o Manuel Baptista.
A verdade é que, quase todos os dias, se vê para lá entrar um negro de aspecto andrajoso e que, nos últimos dias, anda descalço por aqui, pelas ruas estreitas. Parece sofrer de anomalia psíquica. Chega junto dos donos das lojas e interroga: “amanhã às nove?”. Alguns donos de restaurantes vão-lhe dando alguma coisa para comer. Para além disso, costuma ir com um garrafão plástico apanhar água ao repuxo do Largo do Poço. Supõe-se que bebe daquela água amarelada e cheia de impurezas, que jaz no pequeno lago da praceta junto ao Salão Brazil.
Há aqui duas situações que urge dar solução. A primeira, é o facto de um estabelecimento de porta aberta estar a levar diariamente com aquele atentado à saúde pública. A segunda, é necessário fazer alguma coisa pelos dois homens que lá vivem e, mais ainda, ajudar o que, aparentemente, sofre de anomalia psíquica.
Infelizmente, este caso não é único no Centro Histórico, mas, desde que a Câmara Municipal, através do Gabinete de Acção Social e Família, chame a si a solução deste caso, um a um, devagarinho, vai-se tentando resolver os mais prementes.

O VÍDEO DO DIA...

MORREU JOSÉ SARAMAGO


Gostasse-se ou não da sua forma directa de ser, José Saramago foi um grande vulto das letras portuguesas, que, aquém terra e além mar, muito projectou Portugal no mundo. Um grande vulto da literatura que se finou cerca das 12H45 na Ilha de Lanzarote, ali na vizinha Espanha.
À família enlutada, que não conheço mas adivinho a dor, um grande abraço de solidariedade nesta hora de tristeza e sofrimento.
Veja aqui a comunicação no Jornal de Notícias...

BOM DIA PESSOAL...





Bom dia meus “caminhões” de jornada, neste caminho que percorremos todos os dias. Então como é que vai isso? Pelo sorriso…estou a ver que a coisa até se aguenta, hem!? Assim é que é: peito esticado para a frente, sorriso de orelha-a-orelha e, pelo menos, aparentando grande segurança. Nunca esqueça duas coisas: primeiro, se estamos mal de finanças, obrigatoriamente, devemos aparentar que estamos na maior. Nada de choradinhos de fado desgraçadinho…essa lamúria é para os outros, os que estão mesmo à rasca; segundo, não esqueça que se você se conseguir enganar a si próprio, é meio caminho andado. Isto é, se ninguém lhe liga –como acontece comigo-, mas você consegue interiorizar que é um personagem muito importante…é etapa ganha. Jamais esqueça que os outros acreditam facilmente naquilo que lhes queremos incutir. Vá por mim, eu sei do que falo, homessa!
Agora falando de coisas sérias, que, pelo que vejo, você está prestes a mandar-me dar uma volta…e então não é que vou mesmo? Calma! Não faça essa cara de tristeza. É só mesmo uma semana. Faça o favor de não chorar…porra! Não me faça isso que não posso ver ninguém chorar. Eu parecia que até estava a adivinhar. Por isso mesmo tenho andado a adiar esta comunicação. Eu já calculava que isto ia causar depressões…tristeza…solidão…sei lá que mais?! A páginas tantas, calculo, a minha ausência até pode causar suicídios!? Sei lá! Este meu afastamento temporário pode estimular o mesmo choque que o Governo provocaria se caísse agora…não sei se estou a ser claro. Uma pessoa está tão habituada. Como é que se passava?
Eu sei que você está roidinho de ansiedade para saber o que vou fazer, não é? Já sei que uma premissa você já excluiu: “teso como ele anda, para férias não vai de certeza!”. E é verdade…você sabe tudo, fosca-se! Não vou mesmo de “vacaciones”. Vou em missão humanitária e (olhe!)…fazer um favor a dois amigos.
Há uma semana, estava eu descansadinho a tomar o meu café da manhã, quando, sem que nada o fizesse prever, tocou o meu telemóvel vermelho. E quem era? O Obama…o meu amigo Obama! Você pode não acreditar, mas comecei logo a arranhar na cabeça. Sim, porque daquele camarada…ou soda ou canelada…não sei se me entende?! Depois dos cumprimentos da praxe, “estás bom ó meu”, lá vem o gajo com esta: “
-Ó pá tens me ajudar a resolver o caso de Israel…por causa do embargo à Faixa de Gaza. Aquilo por lá parece dinamite prestes a explodir…depois daquela aselhice das valsas turcas. Mandei lá o John Mitchel…ó pá, mas não tenho muita confiança no gajo. Tenho de te enviar lá…és meu amigo…tens uma visão isenta…
-O quê? –respondi eu, completamente irritado-, tu és doido, pá? Sabes lá como é que isto vai por aqui a nível de finanças? Estou na penúria, pá...
-A Casa Branca paga tudo. Além disso vais conhecer Israel, dás aí férias ao pessoal do jornaleco, à Rosete “sempre-em-cima”, ao “Olho de Lince”, ao Arnaldo “Ver-para-além-da-opacidade”ao director-adjunto António Quintans, ao director executivo António Fernandes, ao chefe de redacção Fernandes Quintans e, já agora, mandas também esse gajo…o provedor do leitor, o António Luís Fernandes Quintans, dar uma curva.
Ó pá, a talhe de foice…desculpa lá, ó Luís Fernandes, somos amigos, é ou não é? Mas…tu não tens aí pessoal a mais? Está bem que é quase tudo família…mas mesmo assim…
-Ó Obama, desculpa lá, gosto muito de ti, e muito mais ainda da tua mulher Michel, mas não posso viajar agora. Então e os leitores diários do blogue?
-Ó “meu”, não há problema nenhum. Se perderes clientela vens trabalhar para o “The Washington Post”. Mas não tenhas problemas, pá, para evitar deserções ofereces uma viagem à Austrália a cada um dos teus leitores –quem paga é a Casa Branca, claro…
-Desculpa lá, ó Obama, mas não posso ir –e desliguei, até um bocado furibundo. Este gajo abusa das pessoas.
No dia seguinte, adivinham quem é quem me estava a telefonar? Pois não podem adivinhar, lá sabem vocês dos meus conhecimentos internacionais:
-Está lá? Luís Fernandes? Hey man…how are you?
-Quem fala? Interrogo.
-Ó meu, já não me conheces? Andámos os dois na tropa em Estremoz…o Moon…o Ban Ki-Moon…das Nações Unidas…estás a ver?
-Ó Moon…estás bom? –até fiquei atrapalhado, seja ceguinho, já não falava com este gajo há mais de dez anos. A última vez que estivemos juntos foi no restaurante do “Zé Neto”, ali na Rua das Azeiteiras, a comer uma chanfanada.
-Ó pá, estou a ligar-te…foi o Obama que me pediu…Ó meu, tens de ir a Israel ver se resolves aquilo…
-Ó Moon mas eu não falo árabe –mesmo nas restantes línguas sou pior que o Sócrates a falar espanhol…
-Ó meu, não sejas modesto, se o Sócrates a falar “portunhol” se conseguiu fazer entender lá pelos vossos “hermanos” tu também consegues. Além disso, se precisares, está lá em Israel a Ester Muznic e ajuda-te no que for preciso…
-Quem? Interroguei.
-A Muznic…a colunista do jornal “Público”…estás a ver? Aquela fulana que é israelita…
-Ah…já estou a ver…
E foi assim. Como vêem, não tive mesmo hipótese nenhuma. Tenho mesmo de ir. Mas deixem lá meus “lambões”, aliás, meus leitores, podem levantar os bilhetes para a Austrália aqui.
Até daqui a uma semana. Não desesperem. Eu volto. Prometo!