quinta-feira, 30 de junho de 2022

EDITORIAL: O ESTADO COMATOSO DOS DOIS MAIORES PARTIDOS NA MEALHADA

 





As eleições autárquicas na Mealhada, realizadas em 26 de Setembro de 2021, foram demolidoras para os dois maiores maiores partidos, abrindo uma grave crise nas suas concelhias.

O Partido Social Democrata (PSD), na oposição do executivo, até à data do sufrágio com três vereadores, perdendo dois, viria a eleger um único, Hugo Alves Silva, o cabeça de lista e, na altura, presidente da estrutura local – que, numa coligação negociada posteriormente, viria a integrar e a formar maioria no elenco do novo vencedor António Jorge Franco, à frente do independente Movimento Mais e Melhor.

Para muitos simpatizantes e filiados esta junção foi encarada como o “princípio do fim”. Argumentavam (e argumentam) que o “dormir com o inimigo” leva ao desaparecimento identitário do ADN de um partido que, não devendo nunca ser subalternizado e andar a reboque, deve apresentar-se sempre como alternativa de poder.

Essa oposição interna, sobretudo de descontentamento a Hugo Alves Silva, levou a eleições na concelhia em Abril deste ano. Foi eleito presidente da Comissão Política, Bruno Coimbra, actualmente deputado à Assembleia da República eleito pelo círculo de Braga.

A verdade é que, passados três meses desta nova equipa tomar posse, a laranja mecânica, aparentemente, não apresenta melhoras. Os entendidos na matéria diagnosticam à secção mealhadense o “efeito Rui Rio”, que consiste em, criando expectativas elevadas, prometer muito à entrada e aquando da saída deixar um lastro de desgosto e desmotivação muito piores do que encontrou. Há quem lhe chame vulgarmente “entrada de leão e saída de sendeiro”.

Por seu lado, Hugo Alves Silva, com pelouro na vereação, percorre empolgado, empenhado e com distinção, o seu caminho a solo e vai marcando o terreno para a próxima legislatura militar na equipa de António Franco.


E O OUTRO PARTIDO, QUAL É?


Outro grande partido de poder que se estatelou ao comprido nas eleições passadas foi o Partido Socialista (PS). Foi de tal aparato o trambolhão que, passados nove meses, ainda não saiu do divã psicanalítico e da terapia que visa restituir e firmar a sua identidade perdida.

Há quem diga que o choque sofrido foi de tal modo brutal e traumático que os seus representantes no executivo e na Assembleia Municipal ficaram com sintomas de bipolaridade. Ora estão em cima, e acusam a torto e a direito, assim como uma efusiva alegria e contentamento, ora estão no fundo, tristes e cabisbaixos, sem força anímica para fundamentar as acusações.

Um exemplo recente foi a queixa contra Carlos Cabral, presidente da Assembleia Municipal, no Tribunal Administrativo e Fiscal de Aveiro, em que não consubstanciaram as infracções apontadas e o epílogo foi o arquivamento.

Há também quem afirme que o PS/Mealhada, depois de ser apeado do cadeirão, com um desnorte acentuado, ficou apático e que não responde a estímulos, provocações e acusações, venham elas de onde vierem, sejam de António Jorge Franco em particular, sejam do Movimento Mais e Melhor (MMM).

Senão vejamos: em 28 de Maio o MMM acusou declaradamente o presidente da Comissão Política do PS/Mealhada de perseguição ao presidente da Câmara Municipal.

Por parte do visado na acusação viu-se ou leu-se alguma refutação do partido? Nada.

Neste último 22 de Junho, ufano e garboso, o MMM veio a público publicitar a sua vitória conquistada à oposição, no intento de tentativa frustrada de manchar o presidente da Assembleia Municipal.

Quer nos jornais, quer nas páginas ligadas ao partido leu-se algum comunicado a justificar, de certo modo, a derrota nos preliminares do tribunal? Nicles.

Esta semana, foi nomeado Guilherme Duarte, socialista e ex-vice-presidente da autarquia “leitonense”, durante um ano e meio presidente interino, como indigitado para gerir os destinos da Mata Nacional do Bussaco. Alguém leu algum comunicado de contentamento pela nomeação (merecida) do seu correlegionário? Nem um pio.

A bem da Democracia participativa, esperemos que os dois partidos, PSD e PS, recuperem depressa desta recaída psíquica.

Vamos lá a arrebitar, pessoal! O concelho precisa, mas precisa mesmo, de vocês!


quarta-feira, 29 de junho de 2022

BUSSACO: NOMEADO GUILHERME DUARTE – POLÍTICA COM ÉTICA

 

(imagem do jornal online Bairrada Informação)



Segundo o Diário de Coimbra e o Bairrada Informação de hoje, Guilherme Duarte, atual presidente da Fundação Mata do Bussaco em regime interino desde o início de 2021, já terá sido nomeado, por despacho, para efetivo presidente da Fundação num mandato para cinco anos.

Prosseguindo na citação do jornal online da nossa terra, “É o próprio que confirma ao «Bairrada Informação», afirmando “já ter reunido com os funcionários da Fundação e com o presidente da Câmara da Mealhada”, na manhã desta terça-feira, dando conta da novidade. Para breve, estará a publicação da nomeação do Governo em Diário da República, o que esta sexta-feira ainda não tinha acontecido. Recordamos que o processo de impasse nesta nomeação sofreu um revés, depois de, em abril passado, Guilherme Duarte ter sido informado de que não permaneceria.”



GENTE DE QUEIXO CAÍDO



Começo com uma ressalva, conheço mal Guilherme Duarte, ex-vice-presidente da Câmara Municipal da Mealhada até Setembro do ano passado. Ao longo das últimas décadas, falei pessoalmente, e por acaso, com este ilustre professor duas ou três vezes.

Com o “diz que sim, diz que não”, num vai “à frente e volta atrás” do Governo, para regozijo de muita gente cá do burgo, que torcia para que Duarte não ficasse no lugar, tudo indicava que o executivo de António Costa nomeasse um “boy” de Lisboa. Há quem diga que nos últimos tempos a correria para audiências ao primeiro-ministro aumentou. E de que maneira?!?

Por conseguinte, será de supor que, com esta nomeação, haja muita gente a bater mal da “cuca”, ou, por outras palavras, com uma grande “cachola”. Presumidamente, pelo que se foi lendo nas entrelinhas, alguns dos seus correlegionários caídos do pedestal em Setembro último, numa política de “terra queimada”, assim no jeito se me estatelei caem todos comigo, apostaram tudo numa guerra surda para a sua não indigitação.

Outros que não gostaram, é de imaginar, foi o executivo camarário de António Jorge Franco. Aceitando forçadamente esta nomeação política do Governo Central, é de conjecturar legitimamente que Franco gostasse de ver alguém menos identificado com o “Ancien Regime”. Mas, pelo que se vai vendo do novo presidente da autarquia, que cultiva a discrição, o comedimento, tudo indica que durante os próximos cinco anos a convivência entre os dois órgãos será pacífica e sem clivagens.

Parabéns ao proposto Guilherme Duarte. Um abraço ao meu “amigo” António Costa. Ao fazer política com ética, contribuindo para atribuir a cada um o que é seu, esteve muito bem.

terça-feira, 28 de junho de 2022

CÂMARA MUNICIPAL DA MEALHADA: DURANTE UMA SEMANA A REUNIÃO DE CÂMARA FICA DISPONÍVEL PARA CONSULTA PÚBLICA NO YOUTUBE

  

(imagem do jornal onlineBairrada Informação)


Durante uma semana, após a sua realização, as imagens gravadas da Reunião da Câmara Municipal de Mealhada ficarão disponíveis publicamente no YouTube para visualização posterior. O endereço será este: https://www.youtube.com/c/cmmealhada

Segundo Gil Ferreira, vereador a meio-tempo com a tutela da comunicação e imagem, “durante uma semana, após a realização da reunião camarária, as imagens vão ficar acessíveis a quem as quiser consultar no portal do YouTube. Depois deste prazo, quando a acta da sessão já estiver plasmada na página oficial do município, a gravação das imagens será retirada

Como comentário, sempre vou acrescentando que o ideal seria as imagens ficarem disponíveis, por exemplo, durante o ano civil de actividades camarárias, mas, para começar, não está mal. Estamos no bom caminho. Parabéns pela iniciativa.


segunda-feira, 27 de junho de 2022

REUNIÃO DA CÂMARA MUNICIPAL DE MEALHADA: O CASO DO DIA

 




A meu ver, indubitavelmente, a reunião da Câmara Municipal realizada hoje ficou marcada por uma declaração de Rui Marqueiro, ex-presidente e actual líder da oposição, aos colegas de vereação:



os proprietários dos terrenos que não foram adquiridos 

(para a Santa Casa da Misericórdia da Mealhada construir uma valência destinada a doenças mentais)

pediram-me para ser testemunha. Penso que não há lei

que me obrigue a não ser testemunha


Comecemos por esclarecer do que se trata.

Em 24 de Setembro de 2021 – relembra-se que as eleições autárquicas ocorreram em 26, isto é, dois dias depois – foi realizada uma Reunião Extraordinária de Câmara Municipal, convocada por Rui Marqueiro, socialista, nesta altura ainda presidente da autarquia.

Entre 11 alíneas agendadas, saltava aos olhos os pontos números 7 e 8 que transcreviam o seguinte:


O número 7:

Aquisição de prédios, sitos em Pampilhosa - A Câmara Municipal deliberou, por unanimidade, aprovar a aquisição pelo valor global de 550.000,00€, (quinhentos e cinquenta mil euros), dos prédios inscritos na matriz predial urbana da freguesia da Pampilhosa, sob os artigos 344 e 345, aos respetivos proprietários. O pagamento será faseado em duas tranches, sendo a primeira de 250.000,00€ (duzentos e cinquenta mil euros) e a segunda de 300.000,00€ (trezentos mil euros), a realizar até final de março de 2022.


O número 8:

Aquisição de prédios, sitos em Mealhada - A Câmara Municipal analisou a Informação n.º 07 AM/2021, de 20/09/2021, da Senhora Vereadora Arminda Martins, e deliberou, por maioria, com os votos a favor do Senhor Presidente, do Senhor Vice-Presidente e dos Senhores Vereadores Arminda Martins e Nuno Canilho, e com os votos contra dos Senhores Vereadores eleitos pela Coligação “Juntos pelo Concelho da Mealhada”, Hugo Silva, Sara Ferreira e Sónia Branquinho, aprovar a aquisição dos prédios, cujas inscrições matriciais são os artigos 793 , 791 e 789, rústicos, da União de Freguesias de Mealhada, Ventosa do Bairro e Antes, totalizando uma área de 16 180 m2, sendo a área do prédio do artigo 793 de 1480m2. O acordo de pagamento será faseado em duas tranches sendo a primeira de 300.000,00€ (trezentos mil euros), a pagar aquando da assinatura do contrato em 2021, e a segunda de 400.000,00€ (quatrocentos mil euros), até final de junho de 2022, aquando da celebração da escritura, em função da disponibilização da documentação necessária por parte dos vendedores. Os prédios destinam-se a integrar o património municipal, após escritura.


FACTO 1: O então executivo municipal liderado por Rui Marqueiro, onerando a Câmara Municipal, prometeu comprar prédios no valor de 1,250,000.00 €;


FACTO 2: Os três terrenos rústicos localizados na Mealhada, constituídos por três fracções totalizando uma área total de 16 180 m2 e uma área de uma casa com 1 480 m2, com um custo de 700,000.00 €, alegadamente, seria destinado à Santa Casa da Misericórdia da Mealhada para esta entidade construir uma valência no campo da doença mental;


PERGUNTA: Será legítimo a dois dias das eleições, num tempo que deveria ser considerado de vacatura deliberativa, um actual presidente e recandidato comprometer a autarquia que lidera?


E VEIO O DIA DAS ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS


No dia 26 de Setembro de 2021, à noite, ficámos todos a saber que uma maioria de eleitores, relegando o PS de Marqueiro para segundo plano, elegeu para presidente António Franco à frente do Movimento Mais e Melhor.

No dia 2 de Maio de 2022, em reunião de Câmara Municipal, o executivo liderado por Franco revogou a anterior medida aprovada uns meses antes, em 24 de Setembro de 2021, por Marqueiro para compra dos terrenos destinados à Santa Casa da Misericórdia.

Numa interrogação inocente, perguntamos nós: assim, sem mais nem menos, podia Franco anular o negócio prometido entre a edilidade e o proprietário?

A verdade é que Marqueiro diria nessa reunião:“não tenho qualquer dúvida de que a Câmara Municipal vai perder.”

E sublinhou com ênfase: “aposto a minha vida em como a Câmara vai perder.”


PERGUNTA: será para não perder a vida que, hoje, Marqueiro aceitou ser testemunha do proprietário dos terrenos?


SÓ A LEI COMANDA OS NOSSOS ACTOS?


O acto de testemunhar um facto que se assistiu ou se foi parte integrante é uma obrigação moral e cívica de todos e quaisquer cidadãos que traçam e defendem a verdade como contribuição intrínseca para uma justiça humana mais justa.

Escrito assim até parece que, sem vacilar, estou de acordo com a decisão de Rui Marqueiro.

Acontece que não estou tão certo assim. Pelo contrário, estou cheio de dúvidas.

Se não vejamos: Rui Marqueiro, na qualidade de vereador, foi eleito e jurou defender os interesses da Câmara Municipal enquanto unidade territorial e representativa de todos os munícipes, eleitores e ainda não eleitores, que residem na sua área.

Ao testemunhar a favor de um demandante que intenta uma acção contra a autarquia onde fica a sua jura na defesa da coisa pública?

Por outro lado, podemos questionar ainda: Marqueiro vai ser testemunha por defender acerrimamente o que é justo? Ou, tão só, para, de forma egoísta e mesquinha, fazer prejudicar o actual elenco governativo?

É moralmente aceitável?

E o campo ético, onde fica?

Qual dois dois valores maiores, a obrigação de testemunhar na defesa da verdade e atentar contra o juramento de fidelidade à causa pública, deve ficar por cima?

O que pensa o leitor?


MEALHADA: HOJE HOUVE REUNIÃO DE CÂMARA

 

(imagem do jornal online Bairrada Informação)



Dando a entender que se tinha esquecido, lançou o caso do dia:

os proprietários dos terrenos que não foram adquiridos

(para a Santa Casa da Misericórdia da Mealhada construir uma valência destinada a doenças mentais) pediram-me

para ser testemunha. Penso que não há lei que me obrigue a

não ser testemunha” (por incompatibilidade de funções).”


Tinham acabado de bater as nove badaladas na igreja da paróquia. Estava a cidade a abrir-se ao público quando António Franco, presidente da Câmara Municipal da Mealhada, cumprimentando os vereadores presentes, deu por iniciados os trabalhos de abertura da reunião de Câmara.

No designado Período Antes da Ordem do Dia, tomou a palavra Rui Marqueiro, ex-presidente e actual líder da oposição, ajustou a mira da sua espingarda verbal e atirou: “as obras da Garagem do Palace, qual o ponto da situação?

Respondeu Franco: “é uma obra muito complicada. Há muitas dificuldades de execução” - aliás a palavra “complicada” seria repetida várias vezes ao longo de três horas.

Recarrega Marqueiro: “ouvi dizer que o atraso é do engenheiro Filipe” (funcionário da autarquia).

O “Mayor” passou a defesa ao funcionário visado, que juntamente com outra colega engenheira foram chamados para rebater as acusações. Laconicamente, disse o visado que o atraso era do empreiteiro.

Coadjuvou Franco: “sobre novo concurso, não há empresas a concorrer. Há muita especulação. É um dilema. Não é só a Câmara Municipal”(que sofre).

Volta à carga Marqueiro: “senhor engenheiro Filipe, pode mostrar-me amanhã o projecto do Lusoclássicos?


Na parede do fundo, por detrás do “alcaide”, Marcelo Rebelo de Sousa, na fotografia institucional, pareceu arranhar na cabeça de perplexidade pelo facto deste ponto estar agendado na ordem seguinte pela bancada socialista e ser agora chamado à colação.


E pediu a palavra Filomena Pinheiro, vice-presidente da edilidade: “gostava de parabenizar o Hotel Alegro Bussaco (no Luso) por ter sido contemplado pelo uso de boas práticas ambientais pelo 5º ano consecutivo”.

Marqueiro, profundamente irónico ao longo do debate, esteve sempre a interromper quem usava da palavra com apartes. Dando a entender que se tinha esquecido, lançou o caso do dia: “os proprietários dos terrenos que não foram adquiridos (para a Santa Casa da Misericórdia da Mealhada construir uma valência destinada a doenças mentais) pediram-me para ser testemunha. Penso que não há lei que me obrigue a não ser testemunha” (por incompatibilidade de funções).


A estatueta presente no Salão Nobre em representação da República virou e revirou os olhos várias vezes.

E interveio Luís Tovim, vereador eleito pelo PS: “houve quatro associações que não participaram na Feira de Gastronomia por falta de condições. Pouco espaço para trabalhar e para instalar mesas e cadeiras e poucas condições para trabalhar”.

Hugo Silva, corresponsável pelo certame, arrematou: “houve condições para os instalados trabalharem. As faltas deveram-se a não haver pessoal para trabalhar nas barraquinhas. O espaço disponibilizado a cada colectividade foi de 27 m2.

Gil Ferreira, vereador da maioria, enfatizou: “fomos eleitos para fazer diferente. O Festame era um festival de música. Aceito que o senhor vereador Tovim sinta nostalgia. Aparentemente era gratuito. Mas não era. Era pago por todos nós. Todos sabem quanto custava. Quisemos fazer diferente. É uma opção diferente. É difícil gerar unanimidade”.

Interrompeu Marqueiro: “quanto custou a Feira de Gastronomia?

Respondeu Gil Ferreira: “cerca de 100 mil euros...

Ataca Marqueiro pelos flancos: “posso afirmar que foi muito mais...

No seguimento da discussão, comenta o ex-homem forte dos Passos do Concelho: “os senhores têm 8 Milhões em caixa...

Para canto, corta Franco: “não temos! A verba está comprometida com obras em curso...

Tartamudeou Marqueiro: “(…) Eu começo a ficar farto de mentiras.

E prosseguiu: “(…) Eu quero dizer ao senhor vereador Gil Ferreira que não faço terrorismo político.”


E ENTROU-SE NO PERÍODO DO DIA


E sem trazer quase nada de novo, ou seja, que já não fosse conhecido, foram debatidos os cinco pontos agendados pela bancada socialista.

Retirando uma outra acusação de Marqueiro a Franco, nomeadamente de “assédio moral” por o homem do leme ter trocado dois funcionários de serviço. Atirou ainda, mais do que uma vez, que “o senhor não percebe nada de finanças”.

A não ser no ponto 4 - Projeto do espaço museológico Lusoclássicos e recuperação de Lavadouros – Arquiteto Diogo (Agendamento solicitado pelo Senhores Vereadores eleitos pelo Partido Socialista) - quando Marqueiro, implicitamente, deixou no ar a suspeita de o actual presidente ter beneficiado a Lusoclássicos, uma vez que o arquitecto Diogo é o seu dirigente e foi candidato (à Assembleia de Freguesia de Luso) pelo Movimento Mais e Melhor. Sublinhou várias vezes o “amiguismo” existente entre os visados.

Sobre este caso respondeu o presidente Franco: “(…) O arquitecto Diogo já tinha o levantamento feito. Ficou muito mais barato. Este projecto já vem do seu tempo. Havia uma necessidade de recuperar aquele património”.

Na volta arremessou Marqueiro: “nada me move contra a Lusoclássicos ou o arqutecto Diogo. (…) Este processo parece-me tudo menos transparente”.

E numa acesa troca de análise à amizade, entre os dois para ver quem tinha mais amigos, Marqueiro deixou cair: “eu não sou amigo de ninguém”.

Dando por encerrado o “bate-papo” pouco edificante, aflorou Franco: “vamos avançar porque estamos a lavar roupa suja.”


Nota de roda-pé: devido ao facto da reunião se ter prolongado para além do meio-dia não me foi possível assistir à totalidade da cerimónia pública.

sábado, 25 de junho de 2022

REUNIÃO DE CÂMARA MUNICIPAL DA MEALHADA: 5 TIROS NO PORTA-AVIÕES

(imagem do jornal online Bairrada Informação)





A convocatória para a segunda reunião do mês da Câmara Municipal da Mealhada, que vai realizar-se na próxima Segunda-feira, dia 27, pelas 9h00, carrega na sua agenda 5 pontos solicitados pelos vereadores do Partido Socialista.

Não sendo desconforme, contudo, parece-me, é pouco comum a oposição agendar tantos pontos de rajada para debater de uma vez só, sobretudo quando, durante 60 minutos, no Período de Antes da Ordem do Dia, há completa liberdade regimental de interpelar o presidente da Câmara.

O teor dos cinco pontos agendados são os seguintes:


2. Obra do Mercado Municipal de Mealhada - Abertura do Mercado Municipal - Aplicação de multas contratuais ao empreiteiro (Agendamento solicitado pelo Senhores Vereadores eleitos pelo Partido Socialista);

3. Obra do Chalet Suiço (Agendamento solicitado pelo Senhores Vereadores eleitos pelo Partido Socialista);

4. Projeto do espaço museológico Lusoclássicos e recuperação de Lavadouros – Arquiteto Diogo (Agendamento solicitado pelo Senhores Vereadores eleitos pelo Partido Socialista);

5. Veículo de recolha de RSU (recolha Porta a Porta) adjudicado à empresa Hidromaster (Agendamento solicitado pelo Senhores Vereadores eleitos pelo Partido Socialista);

6. Centro Escolar do Luso – Informação sobre trabalhos aprovados (Agendamento solicitado pelo Senhores Vereadores eleitos pelo Partido Socialista);


MAS HAVIA “NEXEXIDADE”?


À pergunta: por que razão são disparados cinco tiros no porta-aviões de uma assentada? Naturalmente que na próxima Segunda-feira ficaremos a saber. Mas poderemos sempre aventar que este “ataque” cerrado ao “inimigo” será sempre uma prova de demonstrar aos eleitores que a oposição, nesta manifestação de força em bloco, está viva e recomenda-se. É certo que, nestes nove meses de vigência, o combate político por parte do PS tem estado centrado numa (a)frontalidade fulanizada por parte de Rui Marqueiro. Os seus colegas de bancada, Luís Tovim e Sónia Leite, têm sido uma espécie de jarras de altar, com uma posição pouco viva e marcada por uma aparente indolência, a estar ao lado do padroeiro. É certo que Marqueiro, com a sua forma de intervenção dividida entre o truculento e a piada de humor, também, pelo facto de não lhes conceder muito espaço, não lhes facilita a vida para se tornarem tribunos.

É também de relembrar que na última reunião de Câmara, decorrida em 13 de Junho, o ex-presidente lançou um aviso à navegação: “Na última reunião pedi informações sobre o (novo) Mercado Municipal”. E até agora não recebi nada. Se não receber nas próximas 48h00 informações, informo o Ministério Público e a ASAE pelo prejuízo causado aos comerciantes...”

E interrogou também: “Qual a situação do Challet Suíço? Quando saí a obra já estava adjudicada…”

Daí custar a entender as mesmas perguntas em repetição. A menos que esta interpelação sirva de ensaio para carregar as armas para a Assembleia Municipal, que se irá realizar no dia seguinte a esta reunião da vereação, ou seja, dia 28, terça-feira, pelas 20h30, no Cine-Teatro Messias.

sexta-feira, 24 de junho de 2022

A LISTA DA CDU CANDIDATA À ASSEMBLEIA DE FREGUESIA DE LUSO FAZ PÉRIPLO POR LUGARES ADSTRITOS



A convite da lista da CDU, Coligação Democrática Unitária, candidata à Assembleia de Freguesia de Luso nas últimas eleições, representada por Óscar Carvalho e Isabel Cristina Alves, cerca das 16h00, esteve hoje em Barrô António Jorge Franco, presidente da Câmara Municipal de Mealhada, acompanhado do seu chefe de Gabinete. Delegado por Claudemiro Semedo, presidente da Junta de Freguesia, esteve também presente um representante.

Segundo Óscar Carvalho, “convidámos hoje o senhor presidente da Câmara Municipal de Mealhada para lhe transmitir alguns problemas que nos vão chegando pelos habitantes dos lugares da freguesia.”

Prossegue o representante comunista, “começámos pela aldeia de Barrô por entender que há aqui uma obra que não pode deixar de se fazer. No caso, falo das especiais condições que a aldeia proporciona para a construção de uma praia fluvial na represa existente na ribeira e um parque de merendas junto ao moinho. A ser realizada esta obra, seria boa para quem aqui mora e atrairia novos visitantes. Pela pureza das águas correntes e frescura deste lugar paradisíaco, vale a pena sermos teimosos”, enfatizou Óscar Carvalho.

Sobre a proposta defendida, respondeu António Franco: “Estamos a trabalhar no assunto. Na semana passada, acompanhado de um técnico do Gabinete de Projecto, estive cá a ver as possibilidades. É possível de concretizar. Não está esquecido. Com verbas do 2020, atribuição de Fundos pela Comunidade Europeia, já não é possível, mas talvez com uma candidatura ao programa de 2030… Quem sabe? Se for possível far-se-á. É preciso tomar atenção que estamos também a falar de uma parcela de terreno que é particular. E para levar isto em frente é preciso falar com o proprietário. Não sabemos se quer vender, se quer ceder temporariamente” (em regime de comodato).

Continuou Óscar, “gostava também de lhe falar sobre o castelo de Barrô. Sabe que é uma obra-prima do concelho? É uma pena estar sempre fechado. Quem sabe a autarquia não possa estabelecer um protocolo com os proprietários para o poder abrir ao povo?

Sobre esta obra construida em 1920 por Francisco Grandella, e com uma história de se lhe retirar o chapéu, retorquiu Franco: “em relação ao castelo não será possível tão cedo. Há muito para fazer. E temos de levar em linha de conta o que é mais prioritário.


UM PÉRIPLO DA CDU


Segundo Óscar Carvalho, “é uma visita guiada promovida pela lista da CDU candidata à Assembleia de Freguesia acompanhados do senhor presidente da Câmara Municipal e de um elemento da Junta a vários lugares da freguesia

O primeiro foi Barrô. Seguir-se-á Lameira de São Pedro, entrada do túnel de Carpinteiros. Depois o lugar de Moinhos, Quinta da Tapada. O sítio do Lago e Pavilhão, o Centro de Saúde, a Avenida e Fonte dos Castanheiros, o Bairro Melo Pimenta. A aldeia do Monte Novo. O Salgueiral. Desceremos até Várzeas. Depois Almas (Bussaco). Carvalheiras. Louredo e terminamos no Luso.


Não fomos eleitos em Setembro de 2021, mas isso não significa que baixemos os braços e deixemos de intervir em defesa do povo, quer na Assembleia Municipal, quer na Reunião de Câmara”, concluiu o ex-candidato.


 

segunda-feira, 20 de junho de 2022

CM MEALHADA: A APRESENTAÇÃO DA NOVA PLATAFORMA DE SERVIÇOS ONLINE NÃO VAI SER PRESENCIAL

 




Informam os serviços da Câmara Municipal da Mealhada que “Ao contrário do que estava previsto, a apresentação (de uma Plataforma de Serviços Online da Câmara Municipal da Mealhada) decorrerá apenas online.

Conforme foi divulgado aqui, inicialmente, o lançamento estava previsto para o próximo dia 22, pelas 9h30, com público a assistir no Auditório da Biblioteca Municipal.

Ficamos então, agora, a saber que se irá manter a apresentação mas sem ser presencial, ou seja, apenas com transmissão online.


Seguem os dados de acesso à apresentação pública da plataforma de serviços online:


Hora: 22 Junho de 2022, 09:30 da manhã

Link zoom

https://us02web.zoom.us/j/89616078507?pwd=U3REMEJLRmtIeDV6OHBBN1J6MGNRdz09

ID da reunião: 896 1607 8507

Senha de acesso: 999971

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Streaming youtube https://youtu.be/gwplHz9VtR8


SARAU MUSICAL EM BARRÔ

 





Promovido pela Escola de Música AJCL, Associação Jovens Cristãos do Luso, no próximo dia 3 de Julho, Domingo, pelas 15h30, vai realizar-se no Clube Recreativo de Barrô um Sarau Musical, um serão numa tarde em que vai haver música instrumental, dança, canto.

Segundo o cartaz de divulgação apanhado numa destas ruelas digitais, o evento vai ter a participação especial do CATL AJCL, Centro de Actividades Tempos Livres/Associação Jovens Cristãos do Luso.

Está escrito ainda que “as entradas revertem para: CATL AJCL

Bora lá! Inscrevam já em “actividades culturais a não perder” e não esqueçam de levar os miúdos. Quem sabe se esta presença dos mais pequenos não será fundamental e possa constituir a “pedra de toque”, como quem diz, o desencadear neles do gosto pela música?


sábado, 18 de junho de 2022

MEALHADA: SÓ PARA LEMBRAR…

 





Faz amanhã uma semana que, após 9 dias de folia, encerrou a Feira de Artesanato e Gastronomia Mealhada 2022.

As quase invisíveis placas indicativas do evento colocadas ao longo da Estrada Nacional 1 lá continuam. Não sei se será intencionalmente, mas creio que não. Se o for, mais que certo será para poupar mão-de-obra para o ano que vem. Ou então, para ir lembrando os automobilistas que podem contar com mais um certame.

E já agora, também o “outdoor” da Cuca Roseta, junto à Ponte de Viadores, também pode ir dar uma volta, a menos que a célebre fadista para o ano seja novamente cabeça-de-cartaz.

Como se imagina, como se fôssemos um relógio parado que ao longo do dia está duas vezes certo, não sabemos se estamos atrasados se adiantados.


sexta-feira, 17 de junho de 2022

A CÂMARA MUNICIPAL DA MEALHADA VAI LANÇAR UMA PLATAFORMA INTERACTIVA ONLINE

 

(imagem do jornal online Bairrada Informação)



Com transmissão via ZOOM/teams, com link a divulgar oportunamente, é já no próximo dia 22, pelas 9h30, no Auditório da Biblioteca Municipal, que será feita a apresentação de uma Plataforma de Serviços Online da Câmara Municipal da Mealhada.

O lançamento com arranque efectivo deste serviço oficial, estima-se, será em 24 deste mesmo mês de Junho. Os registos serão validados a partir de 23.

Segundo informação disponibilizada pela autarquia,Com o intuito de responder às novas necessidades dos Munícipes, foi criada esta plataforma de serviços on-line que potenciará a interactividade entre os cidadãos (ou pessoas colectivas) e a Câmara Municipal da Mealhada, possibilitando o acesso online a todos os serviços da Autarquia, bem como uma maior celeridade nos processos administrativos e operativos.

Os serviços on-line permitem acesso à plataforma e às informações gerais disponibilizadas, designadamente requerimentos on-line, bem como à consulta de informação sobre os seus processos;

Gradualmente, em função das necessidades dos cidadãos e do desenvolvimento da plataforma de suporte, serão disponibilizadas outras funcionalidades, como o acesso a informação sobre todos os serviços prestados e o acesso a novos formulários para a submissão electrónica, a partir de qualquer computador ligado à Internet. Serão também feitas melhorias à plataforma, quer em temos de design quer em termos de usabilidade.


ACESSO À PLATAFORMA

Para aceder à generalidade das funcionalidades disponíveisinformam os serviços da edilidade - é necessário efetuar um registo na plataforma, por forma a inequivocamente estar identificado perante o Município de Mealhada. Para o efeito, utilize por favor as ligações na lateral direita consultando se necessário o documento de apoio: Ficha de serviço - Registo nos Serviços Online.”

terça-feira, 14 de junho de 2022

MEALHADA: HOJE HOUVE REUNIÃO DE CÂMARA (2)

 

(Foto do jornal online Bairrada Informação)



A reunião de Câmara Municipal de ontem, 13 de Junho, transmitida via “streaming” por causa da infecção por Covid de António Franco, presidente da autarquia, começou sob o signo do antagonismo e turbulência entre a maioria e o chefe da oposição, Rui Marqueiro.

Apesar disso, ao longo de cerca de duas horas e meia, quem esteve atento, foi-se verificando progressivamente a uma passagem de crispação para um estado de simpatia bem humorada, doseada e acutilante do representante do PS no executivo camarário.

Para tentar entender estas mudanças de humor ainda pedi a Sigmund Freud, o pai da psicanálise e moderna psicologia, que nos desse um parecer técnico, mas, por parte do mestre da psico não recebi nada em tempo útil.

Depois de passar largas horas a pensar, sentado no banco “Arco-iris”, instalado no Jardim Municipal, cheguei à conclusão que as mudanças de carácter tinham uma génese milagrosa e santífica e nada política, nem psicológica. É que ontem, 13 de Junho, era dia de Santo António. Bem sabemos que o ex-presidente da edilidade até é ateu, mas isso, para o caso, não interessa nada. Se fecharmos os olhos por momentos, em abstracção, facilmente conseguimos antever o santo franciscano a bater na cabeça de Marqueiro com o martelinho, que o caracteriza nos santos populares, apelando à sua contenção irritadiça.


I


E o chefe da transmissão internética, António Franco, deu início ao Período da Ordem do Dia.

Artigo em agenda mais importante puxa artigo, e entrou-se no ponto 2, “Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra - Minuta de Protocolo de Colaboração“, no caso, estava em causa o designado “prédio dos Coutos" para alojar 14 migrantes.

Retorquiu Marqueiro: “acho boa ideia. (…) Alguém me disse que a drª Filomena disse que o meu executivo só comprava casas velhas. Pelos vistos, agora dá jeito… (…) A senhora vice-presidente gosta muito de se gabarolar… (…) Se não fosse eu ela não seria nada na política.

E seguiu-se o ponto 3, “Colocação de outdoors no âmbito da EXPOFACIC 2022 – Pedido de isenção de taxas”. Sobre este tema, com cordialidade, disse Marqueiro: “desde que haja reciprocidade estou de acordo.

E entramos no ponto 7, “Projeto de transporte flexível a pedido”. Tratava-se de uma proposta de alterações aos trajectos já existentes e criação de novas rotas. Ligar com transporte os postos de saúde da Pampilhosa e Vacariça, assim como uma maior transversalidade entre o Luso e o Bussaco.

E estamos no ponto 8, “Proposta ao Executivo - VII Edição Feira de Artesanato e Gastronomia em Barcouço – Pedido de apoio”. Sem contestação e por unanimidade, foi aprovado um subsídio de 500 euros mais IVA para custear a instalação de um palco para o certame.

Artigo 11, “Protocolo de Cooperação entre Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (Estabelecimento Prisional de Coimbra) e a Câmara Municipal da Mealhada”. Vamos ter reclusos a trabalhar no concelho em limpeza e espaços verdes. Alegadamente, entre Coimbra e Mealhada, como qualquer cidadão de plenos direitos, em regime livre, vão viajar em transportes públicos sem guarda prisional a acompanhar.

Sobre esta medida comentou Gil Ferreira, vereador da Cultura: “É uma proposta que os municípios devem abraçar para se contribuir para a ressocialização de todos.”

Ponto 12, “Cedência do Direito de Exploração Cafetaria da Alameda da Cidade - Intenção de resolução do contrato”. Foi votada a moção para que, no prazo de 8 dias, o actual concessionário diga se pega ou larga de vez, resolvendo o contrato e abrir novo concurso.

Ponto 13, “Averbamento dos Alvarás de Concessão de 3 Jazigos no Cemitério Municipal de Mealhada - Pedido de isenção de taxa”, pela Santa Casa Da Misericórdia da Mealhada. Por os serviços informarem o executivo que não estavam reunidas condições para a isenção, com os votos contra da bancada socialista, Marqueiro, Tovim e Sónia, foi negado provimento à pretensão.

Ponto 16, “Auxílios Económicos 1º CEB - Ano letivo 2022/2023 – Informação”. Foram aprovados aumentos de 10 euros para famílias com filhos a frequentarem a escola e com maiores dificuldades.

Ponto 19, “Prestação de serviços, na modalidade de avença, de nadador salvador, a desenvolver nas Piscinas Municipais de Luso – procedimento de ajuste directo”. Foi aprovada a contratação.

A terminar a reunião cerca das 11h30, com um Marqueiro calmo e assertivo, completamente no oposto quando entrou no debate, o ex-presidente ainda perguntou a Franco: “O senhor presidente é regionalista, não é?… Eu também sou...


TEXTO RELACCIONADO


"Mealhada: Hoje houve reunião de Câmara"

segunda-feira, 13 de junho de 2022

MEALHADA: HOJE HOUVE REUNIÃO DE CÂMARA (1)

  

(imagem do jornal online Bairrada Informação)


Sem nada que fizesse prever,

Marqueiro puxa do trombone e atira:

Espero que o senhor Quintans esteja a seguir

esta reunião para depois fazer o relato dele.”


Neste primeiro dia da semana, quando tudo à volta prometia ser de orgulho pelo trabalho feito e apresentado na gestão e organização da Feira de Artesanato e Gastronomia da Mealhada 2022, eis, senão, que o destino, como se estivesse feito com as forças estranhas e maquiavélicas do mal, resolve pregar mais uma partida a António Jorge Franco, presidente da Câmara Municipal da Mealhada. Ao que parece, um agente patológico infiltrado resolveu infectar o edil com o vírus Sar Cov 2, mais vulgarmente conhecido como Coronavírus, ou Covid-19.

Está a ser feita uma rigorosa investigação, mas tudo indica que a oposição não estará por detrás deste atentado à saúde do “Mayor”. De qualquer modo, em paralelo, também prossegue um trabalho de exame ao desempenho de Sant’Ana, padroeira da cidade. Embora cedo para diagnósticos, há quem aponte parcialidade e negligência grave à santa, que é, ex-aequo, a patrocinadora da Santa Casa da Misericórdia e dos Bombeiros voluntários.

Passando à frente do “tomar uma coisa por outra”, por causa, a verdade é que a reunião de Câmara Municipal foi transmitida via online, com os titulares políticos a falarem entre si desde a sua própria casa, onde pelas imagens difundidas não se adivinham grandes acervos de alfarrábios, nem pinturas de autores célebres.


I


Ao bater das nove badaladas na Igreja Matriz da Mealhada, António Franco, o chefe da banda, levantou a batuta e, informando do seu estado endémico, deu início ao ensaio geral da orquestra do município, no Período de Antes da Ordem do Dia.

Começou por informar os restantes músicos que a “alta velocidade vai passar pela Mealhada. Que muito embora compreenda a posição de Anadia, no chumbo do projecto por não concordar com o trajecto, defende o traçado preconizado.

A seguir foi convidado o talentoso actor, atleta e violinista Gil Ferreira a mostrar uns acordes. Com acalma habitual, em lá menor, compôs uma sinfonia. E trauteou: “deixo um agradecimento a todos os que se envolveram na feitura da feira. Foi uma verdadeira equipa. Os artistas do município estiveram à altura de compor um cartaz. Na verdade, precisavam de uma oportunidade.”

Acrescentou ainda que o município da Mealhada faz parte da Rede das Escolas Educadoras, e que esteve presente num encontro de professores no Grande Hotel do Luso.

A seguir o desempenho caiu em Rui Marqueiro, reconhecido mestre em oratória e exímio músico e experiente nesta orquestra. E não se fez rogado colocando a boca no trombone, sem Dó: “Na última reunião pedi informações sobre o (novo) Mercado Municipal”. E até agora não recebi nada. Se não receber nas próximas 48h00 informações, informo o Ministério Público e a ASAE pelo prejuízo causado aos comerciantes...

O maestro, Franco, como se, implicitamente, acusasse o executante de desafinação, cortou o desempenho e atalhou: “Não mandei parar a obra. Estão a acabar os serviços que faltam… electricidade e outros...”

Ripostou Marqueiro, em nota de Si: Eu tenho muita informação. Sabe?

E prossegui num tom mais alto: “Os senhores querem fazer de mim parvo, mas eu tenho tudo menos ser parvo. (…) Não me importo de comunicar à Comissão Europeia o que os senhores estão a fazer. (…) os senhores são do tipo de se gabarem, gabarem, gabarem…

E voltou a interrogar: “Qual a situação do Challet Suiço? Quando saí a obra já estava adjudicada…

Hugo Silva, fadista de nomeada e tocador de guitarra portuguesa, pediu para fazer um acorde em Sol: “A feira, tendo em conta as nossas expectativas, correu muito bem a nível de tesouraria para os expositores. (…) Conseguimos trazer as pessoas ao centro da cidade. (…) Um agradecimento a todos os que contribuíram para o engrandecimento do certame.”

Sónia Leite, pianista de grande precisão, pediu para executar uma nota de introdução em Mi maior. Entrando em contradição com o seu colega de bancada Marqueiro, disse: “Alguns professores confirmaram comigo que o encontro foi muito interessante. Só comentaram comigo que a meio da semana não era muito indicado. Antigamente era feito ao Sábado. Houve muitos professores que gostavam de ter estado e não puderam.”

E Filomena Pinheiro, mestra em clarinete, pediu atenção: “Para termos uma feira comercial e industrial precisamos de ter um tecido desenvolvido nessas áreas. E não temos. (…) Acho que o propósito foi atingido.”


E O INSÓLITO ACONTECE


Sem nada que fizesse prever, Marqueiro puxa do trombone e atira: “Espero que o senhor Quintans esteja a seguir esta reunião para depois fazer o relato dele.”

O visado, que por acaso até toca viola mas não é grande músico, ficou a pensar o que significariam as palavras do mestre do trombone. Será um convite a juntar os dois instrumentos? Seria um aviso à navegação, assim do tipo: vê lá, camarada, não te estiques. Estou atento ao teu cantarolar.


(CONTINUA AMANHÃ)

domingo, 12 de junho de 2022

MEALHADA: HOJE É O ÚLTIMO DIA DA FEIRA

 

(imagem do jornal online Bairrada Informação)




Hoje, com a actuação de Cuca Roseta - nome artístico de Maria Isabel Rebelo Couto Cruz Roseta uma das vozes do fado mais badaladas da actualidade, cai o pano sobre 8 dias de festa na Feira de Artesanato e Gastronomia da Mealhada 2022, realizada no Jardim do Município, em frente a autarquia.

Conforme já escrevi, a meu ver, no geral o certame correu bem no novo formato e substituindo a “Festame”, que, como se sabe, num espaço muito mais alargado, era realizada junto à Escola Profissional Vasconcelos Lebre com custos muito mais elevados, comparativamente com a alegoria feita este ano.

Podíamos perfeitamente elogiar o trabalho apresentado este ano, largando encómios à esquerda e à direita, e todos ficávamos felizes e contentes. Porém, o que pretendo com este escrito não é propriamente adormecer sobre os louros caídos nas cabeças de quem muito trabalhou para isso – e esse mérito que ninguém poupe no reconhecimento – mas, enquanto o “corpo está quente”, a frio, entre prós e contras, sem receio de ofender, conseguirmos fazer uma análise virada para o futuro.


É ESTE MODELO QUE QUEREMOS?


A questão crucial, que é preciso colocar em cima da mesa, é: este modelo de feira anual única serve a nossa ambição bairrista e deve continuar? Ou, tendo em conta o escasso tempo do executivo em funções, deve ser encarada como transitória e partir para um novo modelo? Ou, acumulando, continuar a fazer esta feira temática nesta altura de Junho, apenas em três dias e neste local, e voltar novamente ao formato da “Festame”, em Agosto, mas com alterações?

Embora a minha opinião pouco conte, dou por mim a alvitrar que a “Festame”, durante uma semana, deveria continuar para o ano. Este tipo de festa anual, desde que seja publicitada como deve ser, é uma espécie de bandeira nacional em prova de vida. O concelho que através de festejos anuais não se eleva é como se não existisse. Sendo uma feira comercial e industrial faz falta à Mealhada para mostrar o que de melhor se faz por cá. Se não se fizer, podemos ter a certeza que perderemos o comboio do desenvolvimento e progresso.

Este acontecimento deveria ser apresentado em novos moldes. Como exemplo, o ingresso, por parte do público, deve ser a pagar – até pode ser um simbólico euro, ou dependente do artista em palco.

Não faz sentido, sem planeamento cuidado, voltar a gastar do erário público cerca de 400,000.00 euros na sua realização. Por outro lado, sendo de entrada gratuita acaba por ser discriminatório para os munícipes que a não visitam. Ou seja, alegar que eles não vão porque não querem não constitui fundamento suficiente. Não a frequentam mas, saindo dos impostos colectivos, pagam como todos.

Por outro lado, é preciso desonerar o pagamento de espaço para artesãos – mas que o sejam mesmo – e fazer pagar a instalação de todos os outros serviços, incluindo a restauração – embora com outro preço de privilégio, até as associações culturais e clubes desportivos devem comparticipar nos custos.

Só assim é possível atingir uma grau de qualidade. Isto é, se marearmos à bolina, estabelecendo uma bitola baixa, nunca cresceremos. Seremos sempre os “coitados” da Bairrada, encravados entre Cantanhede e Anadia.


E ESTE ANO, CORREU TUDO BEM?


Outra pergunta que emerge é saber se, este ano, a nível interno, a relação entre expositores e o município correu a contento da maioria.

Sem tomar atenção a quem desabafou, tive o cuidado de ir falando com vários vendedores artesãos e anotando.

Vários se queixaram de que, contrariamente a outros tempos, a Câmara Municipal foi muito forreta. Segundo o que arguiram, o município apenas ofereceu água engarrafada, mas esqueceu o pão.

Segundo o seu depoimento, “não tem jeito estarmos aqui uma semana inteira, com entrada às 15h00 e saída à meia-noite, e nem o jantar oferecerem. Estamos aqui a fazer serviço público. Se tivéssemos em conta o que vendemos nem para as deslocações diárias dava.”

Diz outro, “durante a semana a feira deveria abrir às 19h00 e só ao fim de semana é que deveria começar às 15h00.

Diz outro ainda, “a cabeça de cartaz, Cuca Roseta, deveria vir a meio da semana e nunca no último dia da festa. A ser assim, vamos sair daqui às tantas, quando, para arrumar as coisas, até deveria encerrar um pouco mais cedo.

Enfatizou outro, “embora a luz dentro dos espaços fosse boa, o jardim e zona envolvente esteve muito aquém.

Vale a pena pensar no que disseram estes expositores e tentar melhorar alguma coisa para o ano?

quinta-feira, 9 de junho de 2022

MEALHADA, QUANDO O JORNAL É NOTÍCIA

 




Conheci-a ontem quando visitei o stand do jornal na Feira de Artesanato e Gastronomia da Mealhada a decorrer até Domingo - ou melhor, foi ela que se meteu comigo com um simpático “eu conheço o senhor de qualquer lado”.

Comecei por me fazer difícil com uma reacção pacífica: saí há pouco da prisão. Também esteve presa? Fomos colegas?...

Mas ela não acreditou. “Não brinque comigo… Diga lá… de onde o conheço? Eu sei que o conheço.”

Foi então que atirei: sou o leitor mais chato que o jornal tem no concelho

Com uma cristalina gargalhada, rematou, “eu sabia que o conhecia… É o senhor…?”

Quintans, Luís Quintans, respondi, envolvido num sorriso.

Era a Bruna Correia, a nova jornalista do Jornal da Mealhada.

Depois de ter trabalhado no Diário de Coimbra, confidenciou-me, sendo natural de Cantanhede, veio substituir João Pedro Campos, o anterior repórter do quinzenário que, desde 2019 e até há poucos meses, esteve ao serviço do periódico mealhadense.

Ainda que pareça paradoxal, os jornais também podem, e devem, ser notícia, sobretudo quando muda o seu corpo redactorial.

Tal como lhe disse, a verdade é que a transição foi pacífica porque, na qualidade de leitor, não me apercebi de qualquer alteração na excelente forma de escrever. E, dando a mão à palmatória, raramente vou ler a ficha técnica.

Aproveito para apresentar os meus cumprimentos à Bruna e desejar-lhe as maiores felicidades.