segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

UM APELO DE SÉRGIO REIS





POR SÉRGIO REIS

 Comerciantes da Baixa, o poder político nem sempre está contra o comércio tradicional e o descanso das pessoas, entre o qual, a intimidade em família ao domingo, dia por excelência escolhido pelo nosso povo para descansar e conviver. Pelo menos já uma Câmara Municipal não vai autorizar a abertura dos hipermercados neste dia do Senhor e feriados à tarde. Esta autarquia é a de VIANA DO CASTELO. Leia aqui.

Senhor e Senhora comerciante da Baixa, a pretensão de "chegou a hora de se juntarem TODOS em torno da mesma mesa para atingir um COMPROMISSO", está a motivar muitos comerciantes do Centro Histórico. venha também ajudar, a sua opinião é fundamental.

Senhor e Senhora comerciante da Baixa, peço-lhe que passe palavra aos outros colegas desta zona. Muitos deles podem ainda não ter tido acesso à nossa intenção.

Contacte-me através do mail paulosergioreis @sapo.pt.

Vamos TODOS conseguir o mesmo que conseguiram os comerciantes, os consumidores e as famílias de Viana do Castelo. Vamos TODOS juntos ajudar a nossa BAIXA!

Desde já muito obrigado pelo seu tempo que me tem disponibilizado,

Cumprimentos
Sérgio Reis


UM HABITUS QUE SE ENTRANHA NA BAIXA





 O pronto-a-vestir Habitus, na Rua Visconde da Luz, encerrou hoje. Segundo se consta, devido à elevada renda praticada. Durante cerca de um ano esta nova gerência resistiu até onde pode. Ou seja, sem pompa e sem glória, este estabelecimento teve um fim triste e igual a outros da Baixa.
O Habitus, com esta denominação, está implantado no Centro Histórico de Coimbra há cerca de vinte anos. Tal como outros, o seu criador original, começou a apostar em centros comerciais e acabou, alegadamente, por perder quase tudo. A sua história, como noutros casos, é em todo semelhante. É evidente que não se pode, nem deve, condenar quem procura um mundo melhor. O problema é que este “Eldourado”, para estas pessoas, foi fatal.
Alguns ainda vão resistindo nas grandes áreas comerciais. Embora, nos últimos tempos, têm vindo declaradamente a optar por estes modernos espaços em detrimento das suas lojas de rua. Algumas delas, mesmo sendo proprietários destes espaços, constata-se o seu definitivo encerramento. Muitas destas têm afixado o letreiro "arrenda-se", outras, pura e simplesmente, permanecem “empapeladas” há mais de uma ano e sem que, aparentemente, haja vontade de as ceder a outros. Basta dar uma volta na Rua Ferreira Borges e também noutras artérias mais estreitas da cidade.
Para além destes, de que escrevo e ainda em actividade nas grandes áreas comerciais, alguns outros faliram neste decénio, o que nos leva a concluir que a troca do centro comercial de rua pelo centro comercial de condomínio fechado não teria sido uma boa opção para a maioria de investidores.
Não é fácil chegar à fala com estas pessoas, o que é uma pena, porque a sua experiência descrita teria sido fundamental.
Uma coisa é certa: nos próximos tempos muitos mais comércios irão encerrar sem apelo nem agravo. Já muito escrevi sobre este assunto e apontando directamente algumas causas que implicam a sua morte, no entanto, não se pode deixar de referir de que a Baixa tem demasiados estabelecimentos comerciais para a procura que suscita no momento em que escrevo. O que quero dizer é que, tirando quase uma centena que fecharam nos últimos anos, mesmo assim, actualmente com cerca de seiscentos em laboração, serão demasiados. É fácil de ver as razões, mas, num entendimento meramente subjectivo, vou, outra vez, enumerá-las:

1-Esta zona comercial tem os mesmos estabelecimentos antigos que fizeram história durante todo o século XX até 1990 e quando era o centro do Centro de todo o comércio do distrito. A partir desta data, resultado do crédito barato, muitos prédios foram demolidos e no rés-do-chão, inevitavelmente, em vez de garagens, nasceram mais lojas comerciais;

2-A partir de 1990, quando abriram as duas grandes superfícies Makro e Continente, e quando começou a democratização do comércio, isto é, em todas as vilas nasceram negócios de todos os ramos de modo a que os seus residentes deixassem de ter necessidade de se deslocar à grande cidade para comprar, a Baixa, em densidade comercial relativo a espaços, continuou a crescer. Ou seja, quando a procura começou a diminuir drasticamente a oferta continuou a aumentar desmesuradamente até sensivelmente 2002;

3- Como eucaliptos que paulatinamente vão secando tudo à sua volta, as recentes e emergentes grandes superfícies, mal nasceram, começaram por matar todas as pequenas mercearias. A seguir foram as lojas de electrodomésticos e de música. Depois foram todas as lojas de artigos desportivos. Na mesma onda foram as peixarias. Rebentaram com todos os bazares e lojas de brinquedos. Mataram todas as lojas de móveis;

4-Não tenhamos dúvida nenhuma que neste momento estão a estancar completamente as livrarias independentes que ainda vão resistindo. Irá chegar a altura de que terão de encerrar.
As perfumarias, tal como as anteriores, estão a ser sugadas devagarinho da zona da Baixa até desaparecerem completamente.
Os estabelecimentos de artigos decorativos estão na fila, também pela concorrência de lojas chinesas.
As poucas lojas de máquinas e ferramentas, aos poucos, estão a desaparecer desta zona velha.
As lojas de pronto-a-vestir têm os dias contados. É fácil de ver porquê. Hoje, em quase todos os estabelecimentos, tudo o que se vende é “made in China”. Ora é fácil de constatar que os grandes grupos de comércio, com políticas de terra queimada, com preços abaixo de custo, em “dumping”, asfixiam qualquer loja independente. Poucas restarão neste genocídio planeado ao pormenor;

5-A meu ver os artigos de sapataria, apesar de serem cilindrados nos preços, conseguem aguentar-se no Centro Histórico, embora, claramente, metade das lojas existentes terão de mudar de ramo. Há sapatarias a mais para tão pouca procura;

6-Então surge a interrogação: o que é que se aguentará no futuro que é já amanhã?
No próximo futuro poucos sobreviverão. Alguns deles serão as Lojas de chineses, que continuarão a inflacionar as rendas e a ocupar os espaços vazios que vão claudicando.
Conseguirão aguentar os ramos que não tiverem concorrência directa com as grandes superfícies.
Resistirão as pequenas lojas do tipo de ferragens e que vendem um pouco de tudo, desde o parafuso ao ferro de engomar. Continuam de pé muito por obra e graça dos poucos moradores que, sem poder de locomoção, continuam a abastecer-se aqui;

7-Por inerência, pela pouca frequência de pessoas, a hotelaria actual vai falir em massa. Vai assistir-se ao resguardo turístico. Isto é, quem tiver rendas baixas –pelo menos até à reavaliação do Regime de Arrendamento Urbano- e for dono do seu próprio espaço, tal como nas praias, irá apenas abrir de Junho até Setembro. Os restantes meses, porque não dá para a despesa, estarão encerrados. O Outono e o inverno serão tempos de escuridão no Centro Histórico;

8-E será sempre assim? Isto é, estarão estas zonas condenadas a transformar-se em “guetos”?
Não. Tenho a certeza de que não. Num futuro a vários anos –e que poderá ser encurtado pelo aumento brutal dos combustíveis-, quando o costume virar, os centros históricos voltarão a ser novamente o motor económico das cidades –jamais como as décadas até 1990, mas, com novos residentes a ocuparem todos os locados, voltarão a ser o centro nevrálgico, o coração a pulsar da polis.
As grandes catedrais de consumo, pelo abandono progressivo dos consumidores, motivado pela mudança de hábitos, tranformar-se-ão nas novas “fábricas” abandonadas do futuro, tal-qualmente como grandes estruturas industriais que grassam decrépitas pelo país. No entanto, iremos assistir a um fenómeno curioso: a morte destas megasuperfícies irá constituir o renascimento da Fénix deste e de outros centros históricos. Como o costume se alterou as multinacionais irão apostar fortemente nas baixas das cidades. É muito provável que, nos próximos tempos, comecem a ser adquiridos quarteirões inteiros e, nessa altura, voltem a aparecer “os grandes armazéns” do final do século XIX;

9-Alegrem-se, quem chegou até aqui, porque eu, em presciência, na adivinhação, sou um fracasso completo. Portanto, em síntese, este discurso pessimista e fatalista não deve ser de modo algum levado a sério. Entendam isto apenas como alguém, um lunático, que não tinha mesmo nada para fazer e então, na esperança de acertar em qualquer coisa, pôs-se a tentar adivinhar. Um falhanço completo, digo eu, juiz em causa própria.

UM COMENTÁRIO RECEBIDO (SOBRE...)

(IMAGEM DA WEB)


Anónimo deixou um novo comentário na sua mensagem "UM ALERTA MUITO SÉRIO": 


 Sobre este tema deixe-me expor a seguinte ocorrência:

 Também eu faço no local esporadicamente algumas caminhadas.
No dia seguinte ao Cortejo da Latada o parque ficou repleto de lixo e resíduos de toda a espécie (cartões de estudante, dos transportes públicos, chaves, etc.) e também, para o que aqui interessa, inúmeros carrinhos de compras dos supermercados.
Por baixo da ponte, do lado de cá, muito perto da área da restauração, foram deitados ao rio, junto à margem, três desses carros de compras todos amarrados entre si, num espectáculo desolador de falta de civismo e selvajaria.
Mas não era só esse ponto que eu queria sublinhar.
Há cerca de dois meses, num desses meus passeios, deparei-me com dois rapazes, funcionários da Câmara Municipal de Coimbra, um com um bloco de apontamentos e outro com uma máquina fotográfica.
Num acto de civismo interpelei-os para a cena dos referidos carrinhos de compras solicitando-lhes que transmitissem o facto a quem de direito para fazer a sua remoção.
Disseram-me que apesar de não terem nada a ver com o assunto, pois andavam a ver outra questão na ponte, (penso que me falaram nas luzes, não tenho a certeza) iriam, não obstante, tratar do assunto.
Nada foi feito. Pelo menos na semana passada os carrinhos ainda se mantinham no local.

Conclusões:

1 - Falta de civismo dos actuais estudantes universitários.
Também fui estudante e nessa altura não me lembro desta barbárie que é o termo correcto;

2 - Inércia e desinteresse dos funcionários.
Acho que a situação descrita, prova, sem mais palavras, as conclusões apresentadas. Se cada um continuar a assobiar para o lado e não tiver, naquilo que lhe é possível, o mínimo de intervenção pública, não conseguiremos fazer do nosso mundo um lugar melhor. 

UM COMENTÁRIO RECEBIDO (SOBRE...)




João Braga deixou um novo comentário na sua mensagem "O ÚLTIMO ACTO DE UMA PEÇA QUE TERMINOU": 


 Em conversa tida hoje com o proprietário, o mesmo comunicou-me que vai deixar exposto na sua (ex)montra a seguinte mensagem :

" O ÚLTIMO A SAIR QUE FECHE A LUZ ".

Por quanto tempo mais iremos resistir até verificar esse acto? 



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Marco deixou um novo comentário na sua mensagem "O ÚLTIMO ACTO DE UMA PEÇA QUE TERMINOU": 


 Que dizer? É mais um! Mais uma família em dificuldades; mais uma pessoa que não vê o seu esforço reconhecido; mais um que está revoltado com esta vida; mais um que andou a pagar RSI's, Rendimento Social de Inserção, a arrumadores de carros, etc., etc. Apetece...gostava de…ou melhor…queria que...é pá!, já não sei o que dizer!
Marco

P.S.- Atenção, estou a generalizar. Não conheço o sr. Fernando e a esposa. Estou a referir-me ao facto de o comércio tradicional estar a desaparecer, como tem sido amplamente abordado no Questões Nacionais

sábado, 26 de fevereiro de 2011

UM JORNALISTA-ESCRITOR COM CABEÇA





 Conheço o Fernando Madaíl há mais de vinte anos. Morava ele então com a família na Sé Velha onde eu tinha um estabelecimento. Já na altura era ele jornalista do Diário de Notícias, se a memória não me falha. Depois eu tomei outro caminho em direcção à Baixa e ele rumo a Lisboa onde lá faz a sua vida profissional e familiar.
Hoje esteve no bar do Teatro da Cerca de São Bernardo a lançar o seu segundo livro com o título “A Costureira sem Cabeça”. Esta obra, sob chancela da Oficina do Livro, foi apresentada por Amadeu Carvalho Homem. Como noutras apresentações de livros que deram ao prelo, e em que estive presente, este professor universitário esteve à altura. Com a sua graça, sátira e ironia permanentes, ao longo da explanação foi arrancando sorrisos de matreirice. Enquanto o escutava, pensava que este homem –que não conheço pessoalmente-, é um bom “vendedor”, tem uma graça imanente na forma como coloca as questões e enquanto vai desenrolando o enredo da história, e, se não tivesse outra profissão, poderia perfeitamente ser apresentador de obras escritas. Sorte a do Fernando em tê-lo convidado para apresentar a “Costureira sem Cabeça”.
Quanto ao Fernando Madaíl, que já vai no segundo livro, boas vendas para este que deu agora à luz.

O ÚLTIMO ACTO DE UMA PEÇA QUE TERMINOU



 Como um velho teatro que apresentou a sua última peça, também esta loja na Rua Eduardo Coelho termina a sua longa temporada de quase duas décadas. Porque encerrou? É sempre a pergunta que fica no ar.
Para o Fernando Pereira e a Marta, marido e mulher, criadores, encenadores, vendedores de bilheteira, propagandistas, actores, fecham porque, por falta de espectadores, o seu "teatro" já não dava para a despesa. Com uma renda mensal de mais de 1000 euros era impossível continuar. Já pensavam em claudicar em Dezembro, mas, à última hora, decidiram permanecer mais dois meses para tentar esgotar os stocks.
Não é preciso dizer, a rua vai ficar mais escura, mais despovoada de comércio e o Centro Histórico, com mais uma loja que termina o seu mandato, fica mais empobrecido. A cidade, o grande conglomerado de múltiplas actividades que embora competindo entre si todas concorrem para o seu engrandecimento, ficará mais anémica, cada vez a perder mais o "vibrato" que teve noutros tempos quando liderava a orquestra comercial do Centro.
Aguardemos todos serenamente por melhores dias...
Mas, já agora, era bom que os senhorios destas lojas, a maioria deles velhos comerciantes, pelas rendas praticadas altíssimas e fora do contexto de crise económica que vivemos e com reflexo na procura, pensassem um pouco o quanto estão a destruir sonhos individuais, vidas colectivas e a contribuir para afundar cada vez mais o Centro Histórico. Estão no seu direito? Estão, sim senhor! Porém o direito -neste caso de propriedade- de cada um, enquanto fundamento legal e não despiciendo de moral, só será intrínseco se o seu detentor não ultrapassar o "devir" do bom senso. Um direito fundamental, tal como a lei, não é uma prerrogativa apática e petrificada. Pelo contrário, é dinâmico, elástico, e o seu usufrutuário, enquanto dignatário, tem um dever de missão, na obrigação de, no meio da colectividade em que se insere, contribuir para uma sociedade mais equitativa e solidária. Não é o que se verifica actualmente. Bem sei que o Estado, há um século, através de regimes de arrendamentos criminosos na igualdade entre inquilinos e proprietários, tem sido o causador desta assimetria impossível entre rendas de miséria antigas e absurdas actuais. Mas, apesar de tudo isso, neste caso dos arrendamentos comerciais novos, portanto com rendas actualizadas, não há razões que justifiquem este "abuso de posição dominante" -escrevo entre comas porque, neste caso de liberalização e perante uma lei que o admite, só em retórica e filosoficamente será doutrinado assim. No entanto, dizer que é o mercado a funcionar, com o promitente a aceitar os valores designados, é esquecer que há muitos milhares de pessoas à procura de trabalho. 
Da responsabilidade do Governo, é urgente rever o (Novo) Regime de Arrendamento Urbano. É preciso torná-lo eficaz neste universo de milhares de locados habitacionais e estabelecimentos comerciais encerrados e sem utilização. É preciso flexibilizá-lo. Hoje não faz sentido um código extenso de direitos e obrigações entre as partes. As premissas contratuais terão de ser estabelecidas pelos contraentes. A lei nas únicas obrigações que deve impor é que seja escrito e entregue na repartição de Finanças da zona adstrita. Depois desta importante alteração, com prazo para acabar com rendas antigas de 5, 50, 100 euros, então sim, estarão reunidas condições para que, através de lei de autorização, as autarquias imponham um prazo máximo de seis meses para que a todos os espaços seja cumprido o seu objecto sobre pena de ocupação compulsiva e designado pela edilidade -não se pode esquecer que, associado a este movimento, tem de ser libertado crédito para quem precisa de fazer obras e, neste momento de descapitalização, não pode.
Enquanto a lei não sai, penso que, no mínimo, a Câmara Municipal de Coimbra, enquanto parte interessada no repovoamento comercial da Baixa, deve chamar a atenção para quem pretende investir nesta parte da cidade. Além de mais, através deste acautelamento, teria aqui uma boa oportunidade para aconselhar diversidade noutras actividades para além das existentes. A autarquia, perante o que está acontecer nesta zona velha, tem obrigação de intervir. Todos sabemos que, a montante, nas rendas praticadas junto dos proprietários não poderá influir, mas pode e deve fazê-lo a jusante, junto de quem quer fugir ao desemprego e é apanhado nestas malhas ardilosas que, em curto tempo, conduzem a maior miséria nas famílias.
A edilidade não pode continuar a assobiar para o lado como se nada se passasse. É ao balcão de atendimento camarário que primeiramente um qualquer novo investidor se dirige, não será? Então será difícil criar um gabinete de consultoria nos  paços do Concelho? Até vou mais longe, aqui, neste departamento, já deveriam estar todas as informações sobre todos os espaços da Baixa e respectivos preços de arrendamento, e sem colidir com o interesse das imobiliárias. Tudo continuaria na mesma. A única alteração seria o aconselhamento e as informações sobre os arrendamentos que passariam a estar monitorizados e disponíveis na Praça 8 de Maio.
Está na altura do novo presidente Barbosa de Melo e a sua nova equipa mostrarem que são diferentes do executivo anterior -bem sei que poucas alterações teve, mas, sobretudo, o líder mudou. A bem da sua própria continuidade futura, a bem da Baixa, a bem da cidade, vamos lá a tirar a gravata e a pôr as mãos na massa, senhor presidente.

HOJE FOI FEIRA DE VELHARIAS



 Hoje, como é costume ao quarto sábado de cada mês, decorreu a feira de velharias na Praça do Comércio. Muitos vendedores novos, com "milhentos" artigos de bric-à-brac, mas pouquíssima gente a comprar. 
Um meu amigo, com banca e venda de livros, interrogava-me às 14h30. "ó pá, já viste isto...não se vende nada! Olha que venho de Alcobaça e só vendi um livro por 5 euros. Nem para o gasóleo dá! Quem viu esta feira há uma dezena de anos e quem a vê agora! Lá, na tua loja também está assim? ...Se calhar, vou deixar de vender...não dá para a despesa..."
Se quiser saber um pouco do que se passa "dentro" de uma feira de velharias clique aqui.

FINALMENTE ACORDÁMOS...DIZ JOÃO BRAGA



REENCAMINHADO POR JOÃO BRAGA


A data já está marcada. Mesmo que não possas ir, reencaminha. 
 
  12 de Março de 2011 - Um milhão de pessoas na Avenida da Liberdade e Praça da Batalha
pela demissão de toda a classe política
Este e-mail vai circular hoje e será lido por centenas de milhares de
pessoas. A guerra contra a "chulisse", está a começar. Não subestimem o
povo que começa a ter conhecimento do que nos têm andado a fazer, do
porquê de chegar ao ponto de ter de cortar na comida dos filhos!
Estamos de olhos bem abertos e dispostos a fazer -quase-tudo, para
mudar o rumo deste abuso.

Todos os ''governantes'' [a saber, os que se governam...] de Portugal
falam em cortes de despesas - mas não dizem quais - e aumentos de
impostos a pagar.

Nenhum governante fala em:

1. Reduzir as mordomias (gabinetes, secretárias, adjuntos, assessores,
suportes burocráticos respectivos, carros, motoristas, etc.) dos três
Presidentes da República retirados;

2. Redução dos deputados da Assembleia da República e seus gabinetes,
profissionalizando-os como nos países a sério. Reforma das mordomias
na Assembleia da República, como almoços opíparos, com digestivos e
outras libações, tudo à custa do pagode;

3. Acabar com centenas de Institutos Públicos e Fundações Públicas que
não servem para nada e, têm funcionários e administradores com 2º e 3º
emprego;

4. Acabar com as empresas Municipais, com Administradores a auferir
milhares de euro/mês e que não servem para nada, antes, acumulam
funções nos municípios, para aumentarem o bolo salarial respectivo.

5. Por exemplo as empresas de estacionamento não são verificadas
porquê? E os aparelhos não são verificados porquê? É como um táxi, se
uns têm de cumprir porque não cumprem os outros?s e não são
verificados como podem ser auditados?

6. Redução drástica das Câmaras Municipais e Assembleias Municipais,
numa reconversão mais feroz que a da Reforma do Mouzinho da Silveira,
em 1821, etc...;

7. Redução drástica das Juntas de Freguesia.. Acabar com o pagamento
de 200 euros por presença de cada pessoa nas reuniões das Câmaras e 75
euros nas Juntas de Freguesia.

8. Acabar com o Financiamento aos partidos, que devem viver da
quotização dos seus associados e da imaginação que aos outros exigem,
para conseguirem verbas para as suas actividades;

9. Acabar com a distribuição de carros a Presidentes, Assessores, etc,
das Câmaras, Juntas, etc., que se deslocam em digressões particulares
pelo País;

10. Acabar com os motoristas particulares 20 h/dia, com o agravamento
das horas extraordinárias... para servir suas excelências, filhos e
famílias e até, os filhos das amantes...

11. Acabar com a renovação sistemática de frotas de carros do Estado;

12. Colocar chapas de identificação em todos os carros do Estado. Não
permitir de modo algum que carros oficiais façam serviço particular
tal como levar e trazer familiares e filhos, às escolas, ir ao mercado
a compras, etc;

13. Acabar com o vaivém semanal dos deputados dos Açores e Madeira e
respectivas estadias em Lisboa em hotéis de cinco estrelas pagos pelos
contribuintes

14. Controlar o pessoal da Função Pública (todos os funcionários pagos
por nós) que nunca está no local de trabalho. Então em Lisboa é o
regabofe total. HÁ QUADROS (directores gerais e outros) QUE, EM VEZ DE
ESTAREM NO SERVIÇO PÚBLICO, PASSAM O TEMPO NOS SEUS ESCRITÓRIOS DE
ADVOGADOS A CUIDAR DOS SEUS INTERESSES....;

15. Acabar com as administrações numerosíssimas de hospitais públicos
que servem para garantir tachos aos apaniguados do poder - há
hospitais de província com mais administradores que pessoal
administrativo. Só o de PENAFIEL TEM SETE ADMINISTRADORES
PRINCIPESCAMENTE PAGOS... pertencentes ás oligarquias locais do
partido no poder...

16. Acabar com os milhares de pareceres jurídicos, caríssimos, pagos
sempre aos mesmos escritórios que têm canais de comunicação fáceis com
o Governo, no âmbito de um tráfico de influências que há que
criminalizar, autuar, julgar e condenar;

17. Acabar com as várias reformas por pessoa, de entre o pessoal do
Estado e entidades privadas, que passaram fugazmente pelo Estado.

18. Pedir o pagamento dos milhões dos empréstimos dos contribuintes ao
BPN e BPP;

19. Perseguir os milhões desviados por Rendeiros, Loureiros e
Quejandos, onde quer que estejam e por aí fora.

20. Acabar com os salários milionários da RTP e os milhões que a mesma
recebe todos os anos.

21. Acabar com os lugares de amigos e de partidos na RTP que custam
milhões ao erário público.

22. Acabar com os ordenados de milionários da TAP, com milhares de
funcionários e empresas fantasmas que cobram milhares e que pertencem
a quadros do Partido Único (PS + PSD).

23. Assim e desta forma Sr. Ministro das Finanças recuperaremos
depressa a nossa posição e sobretudo, a credibilidade tão abalada pela
corrupção que grassa e pelo desvario dos dinheiros do Estado ;

24. Acabar com o regabofe da pantomina das PPP (Parcerias Público
Privadas), que mais não são do que formas habilidosas de uns poucos
patifes se locupletarem com fortunas à custa dos papalvos dos
contribuintes, fugindo ao controle seja de que organismo independente
for e fazendo a "obra" pelo preço que "entendem"...;

25. Criminalizar, imediatamente, o enriquecimento ilícito,
perseguindo, confiscando e punindo os biltres que fizeram fortunas e
adquiriram patrimónios de forma indevida e à custa do País,
manipulando e aumentando preços de empreitadas públicas, desviando
dinheiros segundo esquemas pretensamente "legais", sem controlo, e
vivendo à tripa forra à custa dos dinheiros que deveriam servir para o
progresso do país e para a assistência aos que efectivamente dela
precisam;

26. Controlar a actividade bancária por forma a que, daqui a mais uns
anitos, não tenhamos que estar, novamente, a pagar "outra crise";

27. Não deixar um único malfeitor de colarinho branco impune, fazendo
com que paguem efectivamente pelos seus crimes, adaptando o nosso
sistema de justiça a padrões civilizados, onde as escutas VALEM e os
crimes não prescrevem com leis à pressa, feitas à medida;

28. Impedir os que foram ministros de virem a ser gestores de empresas
que tenham beneficiado de fundos públicos ou de adjudicações decididas
pelos ditos.

29. Fazer um levantamento geral e minucioso de todos os que ocuparam
cargos políticos, central e local, de forma a saber qual o seu
património antes e depois.

30. Pôr os Bancos a pagar impostos.


Ao "povo", pede-se o reencaminhamento deste e-mail.



(RECEBIDO POR E-MAIL)

INFORMAÇÃO DE REUNIÃO...POR JAIME RAMOS




Jaime Ramos
25 de Fevereiro de 2011 20:10

Reunião do Movimento Cívico de Coimbra, Lousã e Miranda do Corvo

 Informo que iremos realizar uma reunião do Movimento Cívico, com a presença dos Presidentes das Juntas de Freguesia e dos representantes das Câmaras Municipais,  no próximo dia 2 de Março de 2011, pelas 21 horas na Fundação ADFP em Miranda do Corvo. O objectivo é programar novas acções e nomeadamente a deslocação a Lisboa, Belém, e à Presidência da República, prevista para a manhã de sábado, dia 12 de Março.


UM ALERTA MUITO SÉRIO

(IMAGEM DA WEB)


Caro sr. Luis:


 Grato ficarei se após ler este meu desabafo o publicar.

 OS  COBARDES  ATACAM  DE  NOVO.

  É arrepiante o cenário de destruição causado por vândalos cobardes, fracassados no estudo ou trabalho e que cobardemente descarregam a sua fúria e frustração no património que é nosso, pondo em causa a segurança de indefesas crianças. Estas, ao brincarem num espaço que é de todos, mas muito mais seu, e se não se puser cobro a esta situação, podem estar a caminharem para a morte.
        Estou a falar da ponte  " PEDRO  e  INÊS ", no Parque Verde.      São 47, QUARENTA  E  SETE, vidros duplos estilhaçados, provavelmente, com marrêta ou utensílio parecido e que, hoje ao fazer a minha caminhada, contei.  Não acreditando no que via, voltei ao inicio para recontar e eram mesmo na verdade 47.
        Já viu quantas crianças diariamente correm e saltitam na dita ponte à frente dos pais ignorando inocentemente o perigo que os espera?
        Será que o prejuízo causado por estes cobardes não é superior ao salário de um possível vigilante?
        E os concessionários dos estabelecimentos de hotelaria, dos que exploram as piscinas, os triciclos, as bicicletas, e associações de remo, vela, etc., etc.,....não poderiam também colaborar na preservação do património, ajudando no pagamento salarial do vigilante? Não poderia ser assim?!...Eu creio que com boa vontade tudo se resolveria.  Até porque, no fundo, estariam a contribuir para a preservação de um património que está directamente ligado ao desenvolvimento dos seus negócios.
Bem sei que a vida está difícil mas estes empresários que não se esqueçam que a seguir poderão ser os seus bens. Ora o vigilante poderia evitar destruições desta jaez. 
POR  FAVOR  senhores responsáveis  tomem uma decisão urgente para não continuarmos a ver e a pagar a devastação causada por estes energúmenos noctívagos.
OBRIGADO.

Antonio Fernandes.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

UM COMENTÁRIO RECEBIDO (SOBRE...)




Jorge Neves deixou um novo comentário na sua mensagem "UMA DESALINHADA FALTA DE COLABORAÇÃO": 

 

 Caro colega e amigo Luís, concordo inteiramente com as suas palavras.
A minha maneira de ser e de estar na sociedade também me leva a ter boas atitudes cívicas como a sua e do caro Francisco Veiga.
Também ando sempre a repor as pedras das calcadas da baixa, a fotografar os buracos e lajes partidas, tampas de saneamento estragadas, candeeiros sem lâmpadas etc.
Vou fazendo o que a minha consciência que diz para fazer, se sou burro? Penso que não, dou muita importância a pequenas “coisa” que para muita gente são grandes “coisas”, não sou Deus nem Santo, ando entre os dois, mas tento com todo o afinco que Deus actue e que o (s) Santo (s) ajude (m).


Jorge Neves
Vogal Independente na Assembleia de Freguesia São Bartolomeu


UM COMENTÁRIO RECEBIDO (SOBRE...)



Anónimo deixou um novo comentário na sua mensagem "A INTERNET E A MANIPULAÇÃO": 


 Acho que pelo o que eu entendi do texto, as pessoas se deixam manipular pela Internet pelo fato de que qualquer informação que você queira passar ela se transmite ao mundo em questão de segundos. Isso acaba meio que atrapalhando a vida da pessoa, pois, ela acredita no que esta escrito e leva adiante até abrir o olho e notar que muitas vezes não passa de uma mentira feita para te manipular. 

A TOUTINEGRA DO VIOLINO



 Já aqui falei desta excelente instrumentista e "performer". É a Cristina Lopes que muito nos honra com a sua presença constante nas Ruas Ferreira Borges e Visconde da Luz. Hoje, quem passou lá pôde ver esta manifestação artística. Um mimo. Parabéns Cristina!

DANIEL, MEU AMIGO, GOODBYE







  Sempre achei um bocado estúpido interrogar alguém que está com um profundo sentimento de perda, “como se sente?”. Ora, se olhando os seus olhos sem brilho e tantas vezes cheios de lágrimas, é preciso perguntar alguma coisa? Mas não, quem escreve, para além do que vê e intui –sim porque quem escreve com alma, com o tempo, a sua intuição passa a ser paranormal- precisa que o "condenado", a vítima, o sofredor, diga por palavras o que sente. E foi isso que, mais uma vez, fiz hoje ao interrogar o meu amigo Daniel.
O restaurante do Daniel vai encerrar amanhã. É um sonho de oito anos que acaba precocemente. O Daniel é um “filho” da Baixa. Trabalhou muitos anos no restaurante FEB, na Rua do Corvo, como empregado do meu amigo e falecido Jaime Carvalho e também vereador do Partido Socialista na Câmara Municipal de Coimbra. Então, há cerca de 8 anos, o Daniel tentando furar a sorte estabeleceu-se com um pequeno restaurante na Rua da Louça. No começo com uma renda mensal altíssima, quase 2000 euros. Depois, em face da redução da procura interna de que todos sofremos, o senhorio lá lhe foi baixando a mensalidade mas não chegou para lhe aparar a queda. O Daniel tem três empregados e, o pior é o seu grande defeito: servir bem e levar pouco dinheiro. Nos tempos que correm, nestes tempos selvagens em que o homem é lobo do homem, nesta época em que ninguém se preocupa com quem o serve. Nesta altura em que, de uma forma egoísta ao mais alto grau do egocentrismo, ninguém se importa se o serviço prestado está a dar prejuízo para o prestador. O que importa é que ele leve barato. E enquanto durarem as “tetas da vaca” é chupar até não dar mais. Quando esta teta secar passa-se para outra, porque há sempre uma vaca desconhecida à espera da chulice deste tipo de cliente -peço desculpa se estou a ofender alguém. Claro que em descargo de consciência, agora que o Daniel vai encerrar, vão dizer: “quem é que o mandou levar barato? Eu é que tenho culpa?”. 
É assim, hoje, a ditadura da concorrência. Amanhã, quando o Daniel encerrar pela última vez a porta e chorar desalmadamente, provavelmente, não terá ninguém dos seus agora clientes a dar-lhe um abraço. E isto é triste…muito triste! O Daniel, durante oito anos prestou um bom serviço à comunidade. É verdade que deveria ter levado mais caro, mas como? Quando, à sua volta, os seus colegas praticam preços suicidas de 5 euros e até menos? Como admitir este tolerado caminhar para o abismo? Como? Sobretudo quando, nos últimos anos, os preços dos produtos, em matéria-prima, duplicaram de preço? Quando o preço do gás em garrafa triplicou? Quando as exigências legais na hotelaria chegaram ao absurdo?
Onde vai conduzir esta deflação na hotelaria, interrogo eu, que, por acaso, até sei do que falo porque já tive um restaurante? É mais que certo que ninguém saberá responder, mas o momento é gravíssimo. Muitos empresários, se não ousarem aumentar os preços, irão falir.
Quando interrogo o Daniel se quer deixar algum conselho aos colegas, de lágrimas nos olhos, exclama: “tomem cuidado. Não façam como eu…se não desgraçam a vossa vida!”.
Já há tempos tinha escrito aqui uma crónica de “morte anunciada” sobre este meu amigo. Chamei-lhe, carinhosamente, “cabeça de vento”. Se tiver paciência, leia.
Em nome de todos e de ninguém em especial, recebe um forte abraço de amizade, companheiro amigo, Daniel. Bem sei que é muito pouco, mas, nesta hora difícil em que te encontras, rogo por ti, pelo menos, para que a coragem não te falte para enfrentar o futuro.

UMA DESALINHADA FALTA DE COLABORAÇÃO




 Antes de ontem à tarde, no dia 23, escrevi um texto e comuniquei à Câmara Municipal, através do e-munícipe, que uma laje, na Praça do Comércio, estava desalinhada das outras, isto é, levantada, e a fazer cair os transeuntes. Quem me avisou foi uma das vítimas. Vim saber depois que a pedra já estava assim há meses e sem que ninguém se desse ao trabalho de informar a autarquia. Hoje constatei que vários funcionários dos serviços, para além de repararem aquela, consertavam outras vizinhas.
Para mim, não é surpresa esta celeridade no arranjo de buracos cá na Baixa. Já o escrevi aqui no blogue, sempre que comunico, normalmente, mais coisas menos coisas, no tempo de três dias, os serviços restauram. Então surge a pergunta? Se os serviços respondem com eficácia por qual a razão de ninguém se dignar telefonar para a edilidade num tempo em que as chamadas telefónicas fixas são grátis? É evidente que poderão ser vários os motivos, mas, para mim, que sou mauzinho, ninguém me tira da cabeça que não o fazem para poderem dizer que quem está na autarquia não faz nada. É como se, contrariamente ao devido, as pessoas se alimentassem de veneno e do mal dos outros. Cada queda que um transeunte dá num local destes é mais um sorriso de escárnio e maldizer que estas pessoas proclamam.
Ainda há bocado, a propósito deste acontecimento, disse a um comerciante que se aquela pedra estivesse à minha porta, não tenho dúvida nenhuma, eu a teria levantado, escavado no seu colo, e ela teria assentado de modo a não fazer cair ninguém. Resposta pronta do meu interlocutor: “isso é que era bom! Eles estão lá para quê?”. Estes “eles”, são os outros, aqueles que são eleitos, os que ganham balúrdios. São eles que devem fazer tudo –há aqui uma irracionalidade, um ódio visceral aos políticos em geral.
 Não vale a pena dizer a esta gente que em vez de pedirem à Câmara Municipal para fazer algo por eles, perguntem-se a si mesmo o que podem fazer por ela…como quem diz por todos. Mas isto é linguagem que poucos entendem. Talvez os mais velhos saibam bem do que escrevo…como aqui o Francisco Veiga.

PALAVRAS SOLTAS...QUE SE SOLTAM AO ENTARDECER

(IMAGEM DA WEB)



 Mais logo, entre as 17 e as 18h00, se não tiver mais nada para fazer, faça o favor de sintonizar a Rádio Regional do Centro –basta clicar aqui- e ouça o debate semanal sobre assuntos de “caracacá”, que se trocam na rua. Neste debate fala-se de tudo. Quer dizer, como ainda só tem um mês de existência –é pequenino-, ainda não se falou de sexo, mas faça o favor de ter calma que lá iremos. Você é danado…falei de sexo…levantou logo as orelhas!
Como o leitor sabe –quer dizer, deveria saber-, este programa semanal de debate, com o melhor moderador do mundo, o Carlos Gaspar…que também é mágico, um bom especialista em magia por acaso, tem como arguentes o Mário Martins, um dos melhores jornalistas cá da Europa, o José Cardoso, o melhor empreendedor, e sonhador, obviamente, porque está interligado, cá do nosso continente europeu, e eu, que, por acaso, ao pé deles sou quase uma nódoa –calma, não fique preocupado com a minha auto-estima: está bem e recomenda-se, isto é só mesmo uma forma de escrever. Eu sou muito "humildezinho"...assim na velha tradição...não sei se me entende?!
Então, ontem, que foi dia de gravação, não esteve presente o Mário Martins, mas o seu lugar, temporariamente, foi ocupado pelo Telmo Costa. Não sabe quem é? Eu explico, que estou cá para isso. O Telmo é o proprietário do Salão Brazil. Está na mesma? Também não conhece o Salão Brazil? Fosca-se! Você não conhece nada da Baixa. Há quanto tempo não vem cá? Vá…diga…diga! Está vermelho, não é? Pois é, você é daqueles –como eu, mas não diga nada!- que estão sempre a falar da Baixa como se fosse a própria mãe, mas, depois, raramente vão vê-la. Eu sei, conheço bem o género…(basta olhar para mim, mas adiante!). Então, continuando, como você não conhece o Salão Brazil, eu “expilico”. Este salão, outrora uma catedral de bilhar, onde o velho Juvenal era o cardeal patriarca, há uns anos, quando o snooker foi substituído pelo computador, este grande espaço em decoração “Art déco”, na Baixa de Coimbra, encerrou. Então o Telmo, que é um “bimbo” lá do “Puerto” e um arrojado empreendedor, apostou na remodelação do antigo salão de bilhares e fez um bonito restaurante. E não é só bonito…serve bem e a bom preço. Quem lhe diz sou eu…que nunca digo mal dos meus amigos. Para além disso, ainda assinou um protocolo com o Pedro Rocha Santos, o presidente do “Jazz ao Centro” e, volta e meia, lá está ele a apresentar bons espectáculos. Um sucesso, digo eu, que sou muito honesto…tanto como aquele que disse que ainda estava para nascer quem fosse mais. Ai! Quem é que disse isto? Não me lembro. Ai a minha memória…
Mas o que quero dizer é que o Salão Brazil, em paradigma, para mim, constitui o futuro da Baixa. O que tento dizer com isto? Interrogou? Porra!, você hoje está completamente dessintonizado…mas eu explico. O que quero dizer, e já ontem repeti, é que os Centros Históricos, incluindo este de Coimbra, a nível de oferta comercial e de lazer, terão que ser requalificados. Têm sapatarias a mais. Têm pronto-a-vestir a mais. Têm lojas de chineses a mais. Tem edifícios a cair de podre a mais. Têm lojas encerradas a mais. Têm rendas de lojas demasiado altas…a mais.
E perguntou o leitor o que tem de menos? Porra, essa pergunta deveria ser canalizada para alguém mais especialista nesta questão, mas como não está por aqui nenhum, vou responder. Começa logo por precisar de pessoas. Pessoas vivas…entende? Jovens e de meia-idade, que animem o dia e a noite, que façam barulho com alguma contenção, claramente, e que dêem movimento a isto. Mas, para que eles venham, necessita de mais, obviamente. Precisa de pequenas tascas de qualidade –se eu pudesse, acredite, abriria uma!-, onde se possa comer o bacalhau em pasta, o feijão-frade ensalsado, aquelas iscas bem temperadas, aquelas sardinhas em molho escabeche e acompanhadas com um bom tinto, saído da pipa, e servido em copos antigos de vidro…está a perceber? 
Continuando então, precisa de cafés-concerto, onde esteja um piano e uma guitarra, onde os jovens –e os velhos como eu- possam mostrar o seu talento e fazerem uma festa sem foguetes. Assim do tipo da Diligência, uma boa casa popular, ali na Rua Nova. A Baixa precisa de mais alfarrabistas, mais casas de velharias e antiguidades, este tipo de casas, monumentos de memória, terão de ser parte integrante destas zonas de antanho –só espero que os donos das poucas casas deste género que existem cá não leiam isto, caso contrário, estou tramado.
Bom…e agora o que é mesmo preciso é que eu acabe o texto e vá dar uma volta que você tem mais que fazer…é ou não é? Pois olhe, vou mesmo, que é por causa das moscas! Faça o favor de mais logo, lá para as 17h00, ouvir então o “Palavras Soltas” que lá é que se fala bem…não é nada como aqui, neste blogue, que não se escreve nada de jeito!