sexta-feira, 30 de setembro de 2016

AMANHÃ, SÁBADO, HÁ ALMOÇO À BORLIÚ NO ROMAL





"Ex.mos Senhores:

A Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra (APBC) está a preparar um momento diferente para o próximo Sábado, 1 de Outubro. Como o objectivo das actividades da APBC é dinamizar esta zona da cidade, julgamos fundamental fomentar o convívio entre as pessoas que aqui passam mais tempo. Assim, vimos convidar-vos para um almoço convívio no dia 1 de Outubro no Largo do Romal, pelas 13h00. O almoço (sem bebidas) oferecido pela Agência para a APBC espera reunir os comerciantes num ambiente de união entre todos. Vamos celebrar a Baixa de Coimbra e fazer por ela tudo o que pudermos.

Aguardamos confirmação da vossa parte através de 914 872 418 ou apbcoimbra@gmail.com.

Juntem-se a nós!



Atenciosamente,

A Direção da APBC"


APBC - Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra

Rua João de Ruão, 12 Arnado Business Center, piso 1, sala 3

3 000-229 Coimbra

Tel. 239 842 164  Fax. 239 840 242 Tel. 914872418

 apbcoimbra@gmail.com

 www.baixadecoimbra.com 

O PCP PETRIFICADO NA SUA PRÓPRIA HISTÓRIA

«Segredo» da Fortaleza de Peniche, um dos monumentos que o Governo quer concessionar a privados



"O Governo quer transformar a Fortaleza de Peniche numa unidade hoteleira privada, assim como outros 29 imóveis classificados. O PCP denuncia mercantilização do património." 


Eis um bom exemplo do exacerbado egoísmo do PCP. Quem viu, há cerca de meia hora na SIC, as imagens de degradação em que está transformado o Forte de Peniche dá para avaliar a medida de outra forma. Lendo o título sem ver as imagens troca-se o acessório pelo fundamental. Com janelas e portas arrombadas, paredes degradadas, o monumento nacional parece estar inserido num cenário de um bombardeamento na Síria. Dá para ver, sem estranhar, que o PCP valoriza mais a sua própria história -Álvaro Cunhal esteve preso naquele presídio- do que o interesse nacional. Muitos parabéns ao presidente da Câmara Municipal de Peniche, correlegionário de Jerónimo de Sousa, pela coragem. Destes comunistas, que elevam o interesse da sua terra acima do partido, gosto. Uma enorme salva de palmas para este edil.  

O VÍDEO QUE ESTÁ A ABALAR ESPANHA -E QUE NOS DEVE FAZER REFLECTIR

A BAIXA VISTA DA MINHA JANELA

(Foto de Rita Osório)



TEXTO INICIAL DE MÁRCIO RAMOS.
SUBSCRITO A QUATRO MÃOS POR LUÍS FERNANDES


Antes de mais uma observação sobre a crónica escrita no blogue “O Quid pro Quo”. Diz o Luís que pode ser arrogante bem como mais uns nomes... sinceramente não acho. Vivemos numa democracia e devemos defender os nossos direitos, afinal democracia não é só nas eleições ir meter uma cruz num papel. Democracia é também interpelar o poder local camarário bem como o nacional, governamental, sobre situações que incomodam uma zona da cidade, pessoa ou várias pessoas.
Não temos só deveres, também temos direitos. Não servimos só para pagar impostos. Acho muito bem que bata a mão na mesa e reclame, só assim fazemos uma cidade mais digna para todos, assim como um pais melhor; até porque muitos políticos que elegemos, se não falarmos do que se passa e sem este conhecimento, muitos deles não saberiam. Há que mostrar ao poder eleito os nossos problemas, e a eles, por obrigação, cabe resolver dentro do possível.
Avançando para a situação que expôs, concordo consigo. Numa rua classificada, pela UNESCO, como Património Mundial, acho mal estar um grupo de pessoas com pouca apresentação. Só gera uma sensação colectiva de insegurança, para alem de outros problemas. A solução apresentada também é muito sensata, mas vivendo nos em liberdade, nada obriga o dono daquele prédio a ceder o rês do chão a alguém ou a alguma instituição.
Mas há mais alguns reparos a fazer no seu texto.
É sabido que os cães não bem tratados trazem consigo alguns problemas de saúde, desde raiva até pulgas e carraças. Se até o mais pobre cidadão é obrigado por lei a tratar bem o seu animal, quando tem um cão, a ter as vacinas em dia bem como um chip de localização, por que razão estes “nómadas” não tem mesmo tratamento obrigacional?
Outra questão se levanta, se um destes animais decide atacar uma pessoa de quem e a responsabilidade?
Tanto quanto sei, nenhuma lei em Portugal proíbe uma pessoa de andar suja, mal cheirosa, bêbada, ou por praticar a mendicidade. No entretanto, há uma norma no Código Penal que sanciona o atentado ao pudor -e pelos vistos, segundo o relato de comerciantes da Rua da Sofia, estes indivíduos, por várias vezes, já mostraram ostensivamente os órgãos genitais. É difícil fazer o enquadramento legal? É preciso testemunhas? Não deve ser muito difícil de conseguir. Pela forma como os operadores da artéria se manifestam contra este situacionismo, tenho a certeza de que não se recusarão a dar o seu testemunho. Bem sei que estaria criado um precedente, depois disto, se calhar, muitos estudantes iriam responder pelo mesmo crime. Coimbra, pela sua (a)cultura, é uma cidade especial e abrangida por certas prerrogativas. Vá-se lá saber por quê!?!
Depois, olhando para este caso e para outros, há coisas que não entendo. Não muito longe desse local, na Praça 8 de Maio, pessoas mais bem limpas que estes maltrapilhos e cuja irregularidade que se conhece é somente o facto de pedirem esmola. Dois casos que conheço, um deles relatado por si, o Luís Cortez, o cego que toca órgão, foi expulso desta praça. Outro caso que relato, é o de um pedinte que costuma lá mendigar, mas quando a policia aparece espanta-o, isto é, deixa de poder pedir, pois o agente não permite.
Porque há esta dualidade de critérios? Embora a lei não prescreva que é proibido esmolar, porque se escorraçam uns e não outros? Claro que a resposta está à vista: uns são mansos, até no obedecer, e, por o serem, são “empurrados” como animais; outros são brutos, no aspecto e nos modos, e são ameaçadores para quem os confronta. Para além disso, fazem-se acompanhar de cães -que, segundo declarações na rua, atiçam contra agentes da polícia.
Mas há mais: turistas. As Ruas Visconde da Luz e Ferreira Borges são caminhos de Deus. A Rua da Sofia é um trilho do Demo, do Inferno.
Pergunto: o que se espera para meter na ordem nestes nómadas? É que com este “deixa-correr” já não é só uma questão social, passou a ser, é também, um problema de segurança. Facilmente se extrai que as nossas polícias, com receio de violarem direitos, liberdades e garantias, deixam que meia-dúzia de energúmenos façam pouco do seu abnegado trabalho. Uma perguntita estúpida: se este caso se passasse junto à casa do senhor Comandante Distrital ou do senhor Presidente da Câmara Municipal o procedimento seria igual?
Parafraseando Rui Pregal da Cunha, “vá lá, senhores, chegou a hora! De escolher o seu par! Alguém pr'a amar!”, como quem diz, amem todos e não somente o que vos toca!

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

"O QUID PRO QUO" (TOMAR UMA COISA POR OUTRA)

(Foto retirada com a devida vénia da página de Rita Osório, no Facebook)


Mais do mesmo até que as autoridades competentes façam alguma coisa”
E todos os dias é o mesmo... Além do mau cheiro é a falta de educação que têm e o mau aspecto que assusta as pessoas... Infelizmente ninguém faz nada” -frases retiradas do Facebook.

O caso dos vadios que permanecem sentados na via pública, na Rua da Sofia, e que já há meses tem resvalado para os queixumes, como estes em epígrafe, por parte dos comerciantes e hoteleiros daquela via classificada, pela Unesco, como Património Mundial, como não tinha nadinha que fazer, deu-me para escrevinhar umas larachas de pouco interesse:

1 -Não sei se deveria estar a meter-me neste assunto, mas, como sou metediço, não resisto a enfiar a colherada.
Começo com umas ressalvas: não sou polícia, não tenho especial simpatia pelos membros do grupo de que se fala, nem percebo nada de direito. Mas, com todo o respeito pelas opiniões de outros, tenho uma coisa: quando estou mal, ou alguém me incomoda, trato directamente do caso. Como quem diz, começo por tentar sozinho resolver as coisas através do diálogo. Não dá? Não consigo? Se é assunto que interfere com vizinhos, formo um grupo e, juntos, vamos tentar desbloquear a situação. O grupo não consegue nada? Em seguida, escrevo às entidades competentes -ou apresento queixa. Estas não respondem? Sobretudo quando é assunto respeitante à cidade, apresento-me pessoalmente a pedir explicações para a inércia ao responsável administrativo. Não dá? Apresento o caso à entidade política que a superintende -vereador do pelouro, por exemplo. Não resolve? Tenho várias saídas: apresento-me na reunião do executivo municipal, na primeira reunião mensal, e cara-a-cara, digo o que me vai na alma. Continua tudo na mesma? Vou à Assembleia Municipal. Não resolve? Todos os meses me apresento no executivo com o mesmo propósito até já não poderem olhar a minha cara.
Pareço-lhe arrogante? É verdade, sim, sou mesmo. Se calhar até pior do que isso. Mas uma coisa lhe garanto: esta táctica dá frutos. Ao longo da última década fiz isto e algumas vezes, quase sempre, resultou.
Pareço-lhe que tenho a mania da superioridade? Tem toda a razão. Tenho mesmo -só para disfarçar o sentimento contrário. Deixe lá! Mas, passando a imodéstia, não tenho só isso. Conduzo a minha vida por dois princípios: chamar a mim a mudança e ser justo.
O primeiro, significa que a mudança do mundo começa em mim. Ou seja, não estou à espera que os “outros” -uma massa abstracta que não se sabe quem é nem quem são- resolvam um problema que é meu e de muitos mais. A revolução começa em nós. Demos nós o primeiro passo e outros nos seguirão.
O segundo, ser justo, quero dizer que não critico as autoridades, policiais ou políticas, sem ter a certeza de que estou a ser recto -imparcial, sobretudo para os políticos. Para além disso, quem me lê sabe que é assim, subjacente à crítica, em contraposição, apresento sempre uma solução que, a meu ver, me parece mais indicada. Isto é, não censuro apenas por censurar.
2 -Depois desta investida dura, e que está carregada de cagança, presunção e água-benta sem ser benzida, duvido que alguém continue a ler este desabafo. Mas como escrever não paga imposto, não tenho absoluta necessidade de alguém ler os meus gatafunhos, vou fazer de conta que você até está todo embalado e vou continuar.
E nada melhor do que fazer perguntas:

1.ª questão: identificar a acusação.

Um grupo de seis pessoas, mal-cheirosas, mal-vestidas e fisicamente mal-apresentadas, acompanhadas de vários animais, permanecem durante o dia sentadas num passeio público a beber vinho, e, por vezes, pedem moedas.

Dissecando a queixa com interrogações.

À LUZ DA LEI:

A) -Pode proibir-se um grupo de pessoas, mesmo emporcalhadas e assumidamente a cheirar mal, de permanecer na via pública?
B) -Pode proibir-se um grupo de pessoas, pelo facto de beber vinho, de permanecer na via pública?
C -Pode proibir-se um grupo de pessoas, por praticar a mendicidade, de permanecer na via pública?
D -Pode proibir-se um grupo de pessoas, por estar acompanhado de animais, de permanecer na via pública?

Quanto a mim -repito que não percebo nada de direito-, nas três primeiras premissas, ainda que esteja em causa o desvio da moral e da ética, a lei não contempla nenhuma sanção -aliás, a implicância desmesurada por parte das autoridades para o grupo pode vir a gerar problemas sérios para a polícia -a Amnistia Internacional adora estas intervenções policiais.
Já na quarta premissa, no tocante aos cães de acompanhamento, podem as autoridades averiguar se os animais estão vacinados e não expostos a maus-tratos.

Então, imaginemos, a PSP, acompanhada pela autoridade veterinária, actua em função da salvaguarda dos irracionais. Verifica-se que não está tudo em conformidade com os animais e aplica-lhes uma coima, ou, no limite, retira-lhes os acompanhantes. Resolve o problema da exposição pública destes vadios? Creio que não, porque, no dia seguinte os maltrapilhos apresentam-se e instalam-se no mesmo local mas sem os companheiros de quatro patas. E o “quid pro quo”, tomar uma coisa por outra, subsiste.
Então, a ser assim, é preciso atacar o problema de outro modo.
Voltamos às perguntas: estas pessoas instalam-se ali, exactamente naquele local, porquê?

-Adoram a Rua da Sofia?
-Os comerciantes e residentes gostam mais delas que chocolate? E os carinhos são tantos que nem sabem onde os colocar?

Não senhor. Nada disto. Este grupo permanece diariamente ali, precisamente naquele sítio, porque a loja está encerrada e o seu espaço em frente às montras está devoluto e pronto a ser ocupado.
Então o que é preciso fazer? Através da Câmara Municipal -esta servindo de mediadora- contactar o proprietário do estabelecimento e, nem que seja temporariamente com uma associação, dar vida ao espaço comercial. Imediatamente o grupo zarpa dali.
Dá um bocado de trabalho? Pois dá. É preciso tocar os serviços da edilidade como se toca um burro de carga a subir a montanha? Pois é! Mas, verdadeiramente, se querem resolver o problema têm mesmo de o tomar em mãos e, juntos, chamá-lo como interesse de todos.
Continuar a chutar a bola para canto -para os outros-, e acusar as autoridades de nada fazerem, a meu ver, não resolve nada.


quarta-feira, 28 de setembro de 2016

CHÁ COM POESIA FAZ BEM AO CORAÇÃO





Hoje, 29 de Setembro, comemora-se o Dia Mundial do Coração. Para relembrar que coração só temos um nada melhor do que tratá-lo bem, com muito amor, chá e poesia. Foi assim, a seguir o lema do pulsar suavemente dentro do peito, que a Aguinalda Simões Amaro -a Guida, como gosta de ser tratada-, a proprietária do Café Sofia, na rua da Sabedoria, se lembrou de, em colaboração com uma instituição próxima ligada à saúde, realizar uma tarde diferente no seu estabelecimento.
Cerca das 15h30, com a Guida a multiplicar-se para arranjar uma cadeira, o café da Rua da Sofia estava repleto de jovens de todas as idades, embora a maioria fosse idosa -ou melhor, sénior como agora a imprensa passou a tratar as pessoas com alguma idade considerável. Passados poucos minutos a Guida pediu silêncio à numerosa assistência. O momento solene não era para menos, tinha chegado o instante de apresentar o primeiro poema e com leitura de uma convidada. Muito bem soletrado, com todas as paragens nos pontos e pausas nas vírgulas, a poesia simples, a jorrar daquela boca já marcada com algumas rugas do tempo, parecia água cristalina a brotar de uma fonte com nascente no interior da montanha.
Outros voluntários se ergueram e, fazendo das frágeis forças coragem, leram outros poemas e até as personagens do painel de azulejos, na parede do velho café, pareciam emocionadas. E muitas palmas ecoaram num espaço onde, para além dos bons cozinhados da Guida, habitualmente reina um silêncio reconfortante que, sendo necessário para ler o jornal do dia, conforta a alma dos homens e mulheres desta cidade.

MAS, O QUE É ISTO, GUIDA?

Lembrei-me de fazer algo diferente, senhor Luís!” -confidencia-me a Guida, no meio de um sorriso traquina e cheio de hiperactividade. “Por um lado, é uma forma de preencher as tardes aqui no café, por outro, ao realizar este evento estou a contribuir para o bem-estar dos meus actuais clientes e outros que pretendo conquistar. Você não acha que está bonito? Olhe ali aquele sorriso escangalhado naquela velhinha! Só por esta felicidade já ganhei o dia!”

E VAI HAVER MAIS?

Se como tudo indica a ideia funcionar, conto, proximamente, fazer outras acções. Estou a pensar em realizar tertúlias sobre determinado tema e, talvez, quem sabe, uma sessão de fados. Não posso parar. Você sabe como eu sou! Tenho de continuar!”, enfatiza a Guida.

UMA IDEIA DA TV

Actualmente está a decorrer na SIC a telenovela “Rainha das Flores”. Num dos muitos cenários passados, num deles, pode ver-se uma sessão de poesia no “Café da Floriz”, em que são apresentados poemas inéditos de autores desconhecidos.
Na linha do café Sofia, da Guida, aqui está uma boa ideia que, sem grandes custos, poderia ser aproveitada por alguns cafés da Baixa, depois do jantar. Para além de levar clientes, era uma forma de concorrer para a descoberta de novos autores.

A PERGUNTA MAIS ESTÚPIDA DO DIA. OOPS!








Por que será que a página da Câmara Municipal de Coimbra respeitante a “Contactos” e “Regulamentos” está desactivada? Sempre que se clica num qualquer regulamento para consulta aparece “Oops. HOUVE UM ERRO”.
Pergunto, será preciso um técnico de informática? Por acaso sou um grande aselha na matéria, se não fosse tão arcaico juro que ajudava. É que a coisa a continuar assim, sem jeito, é o mesmo que a tasca O Buraquinho, na Rua Velha, mantenha o tradicional ramo de louro há porta e esteja encerrada há mais de um ano.

terça-feira, 27 de setembro de 2016

ENCERROU A RAF?





A RAF, uma loja/armazém de venda ao público de materiais de construção, louças sanitárias, móveis e artigos decorativos, com mais de meio-século de existência, situada na Rua da Sota, aparentemente, encerrou. Embora o espaço, de razoável área comercial, ainda se encontre ocupado com artigos em exposição, as portas permanecem fechadas. Segundo declarações de um vizinho, que pediu o anonimato, “já há um tempo que a gerência está a vender tudo ao desbarato, em liquidação. O senhor Júlio, o patrão, disse-me que ia encerrar de vez. Pelos vistos já o fez.”

UM RAMO QUE JÁ FOI

Consequência de, por um lado, a construção civil ter entrado em decadência por falta de crédito bancário, por outro, pela invasão de grandes superfícies como, por exemplo, o Merlin e, por outro lado ainda, pelo estacionamento onerado, estabelecimentos dedicados a ramos como estes, paulatinamente, foram desaparecendo da Baixa. Tudo o que for lojas de artigos decorativos novos, ferragens, electricidade e canalizações, ferramentas, mais que certo e mais tarde ou mais cedo por força das circunstâncias, todos desaparecerão do universo comercial da zona histórica.

E A DIVERSIDADE DA BAIXA?

Podemos interrogar: será que o desaparecimento de vários negócios comerciais e industriais da Baixa -o mesmo problema é transversal a outras cidades, vilas e aldeias- não poderiam ter sido evitados? A resposta, como se adivinha, é Não e Sim.
Não, porque as grandes superfícies comerciais, sobretudo pela sua organização de concentração de produtos a custo reduzidos, vieram revolucionar uma área, no alimentar, no vestuário e materiais, que, por falta de meios financeiros, foi sempre grande mas muito dispersa. Por outro lado, ao longo das últimas décadas, de facto, houve um embaratecimento brutal nos produtos em geral e, para o consumidor, democratizou o seu acesso -claro que não há proveito geral sem custo individual e colectivo. A hemorragia de produção barata de bens em larga escala fabricados em países em vias de desenvolvimento, do terceiro mundo, se levou ao seu localizado desenvolvimento exponencial, trouxe também a parcial destruição do tecido produtivo e distributivo das nações desenvolvidas. Com esta invasão aumentou desmesuradamente o desemprego, diminuindo os rendimentos das famílias. Cada vez mais se assiste ao desnorte de não se saber o que fazer profissionalmente e apostar no que calha com elevado risco para o endividamento pessoal.
Por outro lado, e aqui é o pior de tudo, esta “overdose” de coisas demasiado acessíveis no custo liquidou o impulso que move o comprador de acaso -é preciso não esquecer que um dos preceitos da lei do desejo do ter reside na dificuldade da sua obtenção. Quanto maior for a facilidade mais rápida será a saturação do seu uso.
Sim, a total erradicação de certos ramos de negócio deveria ter sido, pelo menos, tentado, mas a questão é como e por quem. A nível autárquico, se por um lado os edis no poder sempre estiveram concentrados na vinda de novos investimentos para captar eleitorado e mostrar que são muito dinâmicos -sem olhar ao extermínio de pequenos negócios como consequência dos licenciamentos e também porque, rara excepção, nunca tiveram uma visão de Estado, enquanto organização económica para servir todos e não alguns- por outro, para além da magistratura de influência que pudessem desenvolver entre as partes, nunca tiveram instrumentos legais para intervir devidamente. Em nome das obsessivas directivas comunitárias da concorrência e direito constitucional a liberdade de deslocalização, abertura ou encerramento há muito que passou a estar na vontade do investidor. Por outro lado, ainda, por negligência das autoridades, as obrigações selvagens e depravadas para pequenos investimentos familiares completou a razia.

MAS, AFINAL, O QUE É QUE FALTA AQUI?

Respondendo à pergunta sem pensar, diria: na diversidade comercial da Baixa, começa a faltar tudo. Seguindo a cultura do homem, os estabelecimentos comerciais são cada vez mais iguais e a vender as mesmas coisas -curiosamente no ramo hoteleiro já não é assim. Nos últimos tempos estão a surgir casas, muitas delas em sistema franchisado, que quebram a monotonia.
Já o escrevi, o pelouro da cultura deveria ter por obrigação, sempre que tenha conhecimento de um encerramento de um estabelecimento antigo, tratar de se informar sobre o desfecho de muitas décadas de história comercial na urbe. É bom recordar que estas antigas catedrais da arte de negociar também enriquecem o turismo de uma cidade. É claro que, já sei, sem ofensa para o leitor, estou a escrever para o boneco.

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

CURIOSIDADES LONGAS E NOTÍCIAS CURTAS DA NOSSA RUA






A minha Rua Eduardo Coelho, embora pareça que está sempre igual para quem cá reside ou exerce a sua profissão, a verdade é que, como tudo na Natureza é dinâmico, está sempre em mudança. Ou, historicamente na toponímia, não fosse esta artéria uma via estreita e sujeita aos novos tempos.
1 -Apenas como curiosidade, com assento na toponímia oficial (que se iniciou em 1858 e foi promulgada no Código Administrativo de 1878), foi conhecida como Rua dos Sapateiros até 09 de Dezembro de 1904, altura em que o topónimo foi substituído por Eduardo Coelho, “em homenagem ao conimbricense Eduardo José Coelho, um dos fundadores do “Diário de Notícias”, era a esse tempo Rua dos Sapateiros e foi formada pelas Ruas de Mompiler (Monpilher ou Monte Pinhel) e dos Pintadores, tendo aquele nome na parte que vinha até ao terreiro de Sansão, e este no troço que topava na actual Praça do Comércio” -in toponímia de Coimbra, de José Pinto Loureiro, 1964.
Até esta altura, 1904, a sua denominação Rua dos Sapateiros era de cariz popular e teria em conta o lado corporativista, já que, tal como outras na Baixa, o seu nome fazia reporte à profissão exercida por artesãos e negociantes ligados ao calçado.
2 - Até mais ou menos 1990, a Rua Eduardo Coelho, com 15 sapatarias, conservou estas lojas como ramo maioritário. A partir do início do milénio, encerrando paulatinamente uma a uma, estas vendas foram dando lugar a outras ofertas comerciais -hoje há cinco estabelecimentos que se dedicam por inteiro à venda de calçado.


3 -Em funcionamento desde princípios de 2013, e no lugar da desaparecida sapataria Angel, vai encerrar proximamente a sapataria Zinco. Com indicação nas montras, encontra-se já em “Liquidação Total”.



4 – No antigo espaço da sapataria Reis -que esteve aqui implantada mais de meio-século-, e que recentemente teve um estabelecimento de pronto-a-vestir durante cerca de seis meses, abriu hoje a “Loja da Laura”, um bonito estabelecimento de roupas e calçado dedicado a crianças desde o nascimento até aos quatro anos. À realizadora do projecto, Lídia Alves Faria, em nome de todos os colegas -se posso escrever em representação- desejamos as maiores venturas, felicidade e sorte.


5 -Depois de uma semana de férias intensas, alegadamente passadas nas Bahamas, reabriu esta semana a loja “Modas Veiga”. De pele rosada pelo calor tórrido da ilha do Atlântico, a norte de Cuba, O Francisco Veiga e a esposa Lucília Veiga (Cila), cheios de força e disponibilidade anímica, estão prontos a receber os seus muitos clientes conquistados ao longo de quarenta e cinco anos a exercer na Baixa de Coimbra.


6 -Por ter comemorado mais um aniversário, tudo indica que esta semana, em dia anunciar, o Carlos Pereira, um nosso respeitoso e respeitável camarada de armas, vai realizar uma grande festa, no largo em frente ao estabelecimento Luz Luz, a "loja dos milagres da minha rua", com comes e bebes para os amigos. Vamos aguardar com serenidade e paciência.


7 -Iniciaram-se hoje obras de restauro no prédio mais bonito da nossa Rua Eduardo Coelho. No edifício, em cujo rés-do-chão actualmente funciona a loja de lingerie Miss Curvy e outrora a sapataria Paiva, montam-se andaimes e trabalha-se a todo o gás para alindar o maior ícone de construção entre o oriental e neo-colonial -digo eu, que nada percebo de estilos arquitectónicos.


BOM DIA, PESSOAL...

EM DEFESA DA DESPENALIZAÇÃO DA MORTE ASSISTIDA

cartaz-despenalizacao-coimbra




Na próxima sexta feira, 30 de Setembro, pelas 21h30, o Movimento pelo Direito a Morrer com Dignidade leva a efeito na Casa da Cultura, na Rua Pedro Monteiro, em Coimbra, uma sessão pública em defesa da despenalização da morte assistida. Este evento terá a participação no painel de António Arnault, Elza Pais, Inês Godinho, José Manuel Pureza, Mário Nogueira, Norberto Pires e João Semedo, este em representação do movimento. A moderação estará a cargo do jornalista Miguel Midões.

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

O GRITO, A INDIGÊNCIA DO SEM-ABRIGO E A BAIXA VISTA DA MINHA JANELA

(Imagem retirada, com a devida vénia, da página de António Madeira)




Ontem, António Madeira, um reconhecido e considerado industrial de hotelaria com estabelecimento de alojamento local certificado há várias décadas na Rua da Moeda -a Hospedaria Moeda-, insurgia-se na sua página do Facebook, com texto e fotos, contra o estacionamento de uma carrinha da Associação integrar e, presumidamente retirado da sua crónica, o “espectáculo” proporcionado pelos sem-abrigo próximo da sua pensão.
Começo com três ressalvas, a primeira, é que não me identifico com a linguagem empregue por António Madeira -que reconheço como pessoa de bem- contra a Associação Integrar. A segunda, conheço relativamente o trabalho da Associação Integrar -por que já lhe pedi ajuda para terceiros e respondeu positivamente ao apelo. Com esta emenda, quero dizer que, conhecendo os dois intervenientes um pouco, homem e instituição, procurarei ser justo, isto é, escrevendo o que penso sobre este assunto com independência.
Depois de tentar garantir alguma objectividade, sem me outorgar de superioridade moral, digo até que até já escrevi um texto pouco abonatório sobre as associações em Coimbra sobre a ajuda prestada aos mais desfavorecidos. Tenho uma opinião bem clara sobre como se deve lutar contra a pobreza.
E agora sim, vamos lá opinar sobre este grito lançado por António Madeira. Como o conheço, repito, e algumas vezes falo também com alguns seus colegas com estabelecimentos de dormidas nas proximidades, sei das suas enormes dificuldades em mostrarem um cenário visual limpo para que os seus clientes, sobretudo turistas, possam, sem ficarem mal-impressionados pela agressiva paisagem, aceder e ficarem hospedados nas suas casas de alojamento. Durante a noite, e sobretudo ao fim-de-semana, o estacionamento é de tal maneira caótico que chegam a bloquear as suas entradas com carros -já presenciei isto mesmo várias vezes. Como se não chegasse, o meio-envolvente da zona do Bota Abaixo, durante a semana, quer durante o dia, quer durante a noite, para quem não o frequenta e pensa o pior, pelo caos instalado, nomeadamente a venda ambulante anárquica e a toxicodependência associada ao largo, são diminuidores que prejudicam quem quer trabalhar e a desordem não permite. Dai até compreender o grito de ajuda de António Madeira e, de certo modo, desvalorize o fraseado empregue.
E agora vamos então à questão, em concreto, dos sem-abrigo apoiados pela Associação Integrar. Vamos por partes. O problema não é de substância mas de forma. Vou explicar melhor. Linearmente, pela substância, não se pode estar contra a ajuda prestada aos desabrigados da sorte. Estou em crer que se este trabalho, de distribuir comida, não fosse apoiado como é, mais que certo, haveria muitos mais assaltos na Baixa. A busílis reside na forma, ou seja, como os alimentos são distribuídos na rua. E como é que é feita esta distribuição? Pode interrogar-se. Por volta das 21h00, por exemplo, junto à Loja do Cidadão começa a juntar-se um aglomerado de pessoas -algumas delas que nos cruzamos diariamente nas ruas e nem imaginamos que estão a viver um período conturbado das suas vidas. Mais quarto-de-hora menos coisa depois, vem então a carrinha da Integrar -já foram outras mais associações. Forma-se uma fila de pessoas e os técnicos desta associação de solidariedade, tratando todos pelo nome próprio, começam a distribuir, em alguns casos, se calhar, a primeira refeição do dia para muitos dos enfileirados. Nesta acção solidária, está errado o que fazem? Pode-lhes ser assacada alguma culpa formada? Creio que não. Então o que está mal?
Às vezes várias dezenas, a imagem mostrada de pessoas em fila indiana em espera de alimentos, salvo melhor análise, transporta-nos para filmes sobre o Holocausto, na Segunda Guerra Mundial. Não sendo ilegal, é ofensiva para os mais sensíveis. No fundo, sem o ser juridicamente -pelo choque ou indiferença- é discriminatório, de facto, para quem se apresta a receber alimentos, ou outras dádivas. Porém, saliento, esta interpretação não cabe ser avaliada por quem dá um passo importante para alimentar corpos -primeiro salva-se o corpo e depois a alma. Ninguém se recupera socialmente de estômago vazio.
Então, chegados aqui, já podemos apontar baterias a quem deve cuidar desta imagem desgraçada da nossa sociedade. E o que deveria ser feito para não mostrar este quadro? Por exemplo, a autarquia disponibilizar um dos seus alguns prédios encerrados na Baixa e a distribuição de géneros passar a ser feita fora de olhos públicos, acusadores ou indiferentes, tanto faz.
E a quem cabe desenvolver esforços? À Câmara Municipal, através do pelouro da Educação, Acção Social e Família, na pessoa do vereador Jorge Alves -que, para além de ser um homem sensível às causas sociais e, parece-me, ser o indicado no lugar certo, curiosamente, foi presidente da Associação Integrar durante muitos anos.
Vale a pena pensar nisto?

PARA PERCEBER MELHOR A ENGRENAGEM HUMANA

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

DIA DO PRESIDIÁRIO



"Recluso pede indemnização ao Estado por dividir cela que considera “exígua"

"O recluso, condenado pelo crime de lenocínio, queixa-se de falta de privacidade e de ser "forçado a ouvir ruído diário contínuo proveniente de outros reclusos".

UMA INFORMAÇÃO RELEVANTE (E QUE POUCO SE SABE)



Esta informação que deveria ter sido publicitada até à exaustão, pouco ou nada se sabe -a começar por mim. Relembro que o prazo de candidatura termina em 08 de Novembro de 2016.

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

A BAIXA VISTA DA MINHA JANELA






POR MÁRCIO RAMOS

Metro Mondego, uma marca bem conhecida, pela negativa, dos habitantes do distrito de Coimbra.
Recentemente, a favor da suspensão para as calendas, tivemos o anúncio de outro estudo. De estudo em estudo cá se vai adiando a obra, a meu ver, essencial para os destinos de mobilidade da cidade e da região. Já muito se falou do Metro Ligeiro de Superfície; as obras que foram feitas, as que não foram feitas, a destruição de parte da baixa, os balúrdios despejados pelo cano, enfim, muita tinta e papel, muitos neurónios já foram e continuam a serem estafados.
Junto à Câmara Municipal, supostamente, três prédios tinham o destino marcado, eram para ir abaixo. Com isto em mente pelos iluminados administradores da empresa, alegadamente pelo interesse maior do projecto, encerraram dois estabelecimentos carregados de história, na Baixa: o restaurante A Democrática e a loja de Brinquedos Joaninha. Depois, como passe de mágica, deslocalizou-se a farmácia mais para o lado, para o espaço da desaparecida Joaninha.
Para além disso, neste espaço em frente à Caixa Geral de Depósitos, há vários anos, foi cedida, gratuitamente, pela empresa Metro Mondego uma loja à Associação Desenvolvimento e Formação Profissional, de Miranda do Corvo, para comercializar produtos endógenos da Serra da Lousã. Ao que parece, até estava a ter negócio saudável. Subitamente, há uns meses, tudo se alterou. A Câmara decidiu instalar andaimes e painéis, a mostrar como iria ficar a prometida obra da futura Avenida Central, desde o prédio da farmácia até a pastelaria Palmeira. Este acto de obstaculizar a entrada resultou na perda significativa de clientes o que levou a fechar o estabelecimento.
Depois desta moldura predial, muitos pensaram que a via larga entre a Caixa Geral de Depósitos e o rio ia avançar rapidamente, mas o tempo vai passando e não se vê sequer um trabalhador a dar uma cavadela.
Se antecipadamente se sabia que esta importante obra estruturante para a Baixa não ia avançar porque se insistiu em meter os andaimes? Não era lógico colocá-los quando já todos os planos estivessem acertados, incluindo financiamento através dos fundos europeus?
Agora, à espera do que há-de vir, temos uma estrutura em tubos de ferro forrada a lona só para dizer que o futuro é já amanhã. Mas em Coimbra o futuro é um presente envenenado, que se arrasta em direcção ao horizonte sem fim à vista. Mais um estudo a passar no LNEC, Laboratório Nacional de Engenharia Civil, -o 17º, creio. Assim continua Coimbra, a cidade dos estudos.

O GRITO (DE JOSÉ NINGUÉM)



José Ninguém (extraído do Facebook)

"Entre a Rua da Louça e a Rua da Moeda.
Já tentei resolver o problema contactando a Câmara Municipal de Coimbra, mas a mesma tem-me me empurrado de gabinete em gabinete e de telefonema em telefonemas.
Nas traseiras do meu prédio, na Rua da Louça, fica outro prédio cuja entrada do mesmo é na Rua da Moeda. Entre os dois prédios há um corredor de cerca de dois metros cheio de lixo. E como devem imaginar, ratos e ratazanas também andam por aqui. O acesso a esse corredor faz-se por um prédio na Rua da Moeda que se encontra em ruínas ou a meio de construção, esse prédio está também ele atulhado de lixo e tem servido ilegalmente como estaleiro de obras que se realizam na vizinhança."


Citação de Clarice Lispector:Porque há o direito ao grito. Então eu grito.

sábado, 17 de setembro de 2016

ABRIU A 7.ª LOJA MALABAR





Esta semana, como já vem sendo hábito, sem pompa mas com circunstância, abriu mais um estabelecimento Malabar, na Rua Ferreira Borges, no antigo bazar da Bijou Brigitte. Sem conseguirmos conter um “ahhh!” exclamativo, não podemos deixar de admirar a coragem, o arrojo, de Isabel Silva, a empresária de quem se fala em toda a Baixa da cidade. Ainda no ano passado, em Julho, foi inaugurado outro espaço no mesmo ramo e com a mesma sigla “Malabar”. Por um lado, porque é a sétima loja dedicada ao artesanato que abre portas num raio de 100 metros, entre as Escadas de Quebra Costas e o Largo da Portagem, por outro, porque, consta-se que a renda, de milhares de euros, é das mais altas praticadas até aqui neste canal constituído pelas Ruas Visconde da Luz e Ferreira Borges.
Olhos vivos, sorriso fácil, pragmática, de mangas arregaçadas e pronta a abraçar o trabalho sem medo, Isabel parece pronta a agarrar o presente turístico com as duas mãos. Quando lhe pergunto qual o segredo do seu sucesso, responde-me com frase pronta na ponta da língua: “trabalho. Muito trabalho! Você conhece-me já alguns anos e sabe que eu abro as minhas lojas 365 dias por ano -ou 366 quando o ano é bissexto. Não há segredo nenhum. Nos tempos que correm, que é de recessão, a única forma de tornear a dificuldade, é lutarmos com todas as nossas forças. Com a ajuda do meu marido, continuamos sempre em frente. Como sabe, tão bem como eu, hoje, com tantas obrigações associadas, ser empresário não é fácil mas não atiramos a toalha ao chão.
Continuo a interrogar, agora na linha da coscuvilhice. A Isabel sabe que desempenho uma função jornalística. Como tal, tenho de ir ao encontro da curiosidade dos leitores e, por conseguinte não posso evitar a pergunta: é verdade que a renda desta sua nova loja é muito elevada, tendo em conta os preços praticados até agora?
Responde Isabel Silva: “entendo a curiosidade das pessoas, mas o valor praticado só a mim diz respeito. É um problema meu e, por isso mesmo, ninguém ouvirá da minha boca quanto estou a pagar. Já ouvi, para aí, valores absurdos. Deixem-nos falar. Cada um sabe da sua vida!

CONSAGRAÇÃO DA EXCELÊNCIA

Ontem, sexta-feira, por volta das 11h00, altura em que falei com Isabel Silva, as Ruas Ferreira Borges e Visconde da Luz rebentavam pelas costuras, como sói dizer-se, com tantos turistas. Por outro lado, reparei, todos os estabelecimentos de artesanato tinham clientes a ver e a comprar. É fácil de ver que estas artérias largas estão convertidas, em analogia, na Avenida da Liberdade, da capital. Estão consagradas como via turística de excelência. Por outro lado ainda, por este afluxo de visitantes, talvez faça sentido -ou talvez não- os preços pedidos nas rendas de espaços comerciais nesta zona. Uma coisa é certa, creio, uma vez que este arrendamento fará doutrina para os proprietários, a partir de aqui nada voltará a ser igual.

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

A BAIXA VISTA DA MINHA JANELA




POR MÁRCIO RAMOS



Coimbra, sem dúvida, tem uma vasta riqueza arquitectónica. Concentrada na Baixa e Alta, ruas como a Sofia, no sopé da colina, têm um vasto património cultural inaproveitado.
Mas por estas ruas estreitas e largas da cidade também vemos atentados. Só para ilustrar o pensamento, temos o Arco de Almedina, uma das portas para a Alta, com séculos de existência e bem preservado. Ao lado, paredes-meias, uma instituição bancária com arquitetura do séc. XX. Um autentico mamarracho.
Para evitar atentados à monumentalidade -aquele foi perpetrado na década de 1970-, a Câmara Municipal decidiu criar regras para a recuperação dos prédios. Porém, algumas são de tal modo extremistas, que vão ao ponto de ser a autarquia a escolher a cor e não o dono do imóvel. Não admira, portanto, que muitos contornem as regras. O antigo, se tem hipótese, acho bem que deva ser recuperado. Será um legado para as gerações vindouras e um espólio magnificente para turista ver.
Nesta cidade há uma farmácia culturalmente riquíssima, com frescos, mobiliário antigo, e com uma história de quase dois séculos. Escrevo, claro, como se adivinha, da Pharmacia Nazareth, situada na Rua Ferreira Borges, onde os proprietários sempre quiseram manter a traça antiga. Merece uma visita cuidada e deveria ser acoplada aos roteiros turísticos.
Recentemente tivemos a notícia neste blogue que este museu dos medicamentos vai encerrar, deslocando-se para outra zona da cidade. Se tal acontecer, como tudo indica, a Baixa, Coimbra, perderá um grande marco histórico, pois quem adquirir o espaço, presumo, não quererá saber dos belos frescos, ou da mobília antiga. O mais natural, sem surpreender, é pintar de branco as paredes, meter tectos falsos com lâmpadas e assim se destrói algo que deveria ser preservado.
Embora se adivinhe, levanta-se a questão por que razão vai encerrar?
Hoje de manha falei com uma vizinha deste estabelecimento e fiquei a saber os possíveis motivos: alegadamente, querem que a farmácia se modernize; que tenha aqueles móveis chiques para colocar os medicamentos que tenha tecnologia, enfim... que façam obras de modernização do espaço.
Alguém na sua sábia sabedoria, tendo em conta o interesse especulativo, provavelmente, terá decidido que é melhor “destruir” um património cultural, que sendo privado, pela sua riqueza memorial, é de todos, do que colocá-lo ao serviço da comunidade. Muitas perguntas se levantam, mas atiro uma: em prol da modernização, da tecnologia, do interesse financeiro, vale tudo?
Qual a opinião do pelouro da cultura da Câmara Municipal de Coimbra? Não terá nada a dizer aos conimbricenses? Porque não age? Porque não segue o exemplo de Lisboa, para manter activos estabelecimentos antigos? Para que serve o departamento de cultura municipal? Porque não indaga junto do proprietário do prédio e tenta sensibilizá-lo para o valor cultural em apreço?
É triste quando em moda de fixação futura, sem levar em conta a memória, se destrói o passado. Se nada for feito, como tudo indica, infelizmente, Coimbra irá perder um grande monumento.

BOM DIA, PESSOAL...

UM PENSAMENTO DE VEZ EM QUANDO: PROIBIR NA TERRA DO PECADO






Fazer uma lei e não velar pela sua execução é o mesmo que autorizar aquilo que queremos proibir (Armand Richelieu)”

Ontem, em Conselho de Ministros realizado em Coimbra, o Governo, liderado por António Costa, aprovou alterações à “lei do tabaco”. Entre outras, uma delas prevê a “proibição de fumar nos parques infantis e nas áreas situadas junto das portas e janelas dos estabelecimentos de cuidados de saúde e de ensino. As normas aprovadas pelo Governo visam proteger os cidadãos da exposição involuntária ao fumo do tabaco, assim como contribuir para a prevenção e controlo do consumo. Estas proibições não prevêem, no entanto, medidas punitivas.(...) As atitudes e comportamentos não se resolvem, nem se devem regular por aspectos de natureza legal, mas podem ser sinalizados e a lei, mais do que um carácter punitivo, pode ter um carácter de mensagem de sinalização e de alerta, diria Adalberto Campos Fernandes” (Ministro da Saúde). Ninguém aceita como positivo que exista uma concentração de pessoas a fumar junto de de unidades de saúde (…) e de escolas, acrescentou” -in Diário de Coimbra de hoje.

Num tempo em que a questão das liberdades, religiosa e culto, de igualdade de género, de expressão e pensamento, de circulação e mobilidade, doutrinadas como direitos fundamentais nas constituições europeias, essencialmente, a partir de 1960, pelo exacerbar do conceito na sua interpretação, está cada vez mais posto em causa e, num eterno retorno algumas vezes a raiar a imbecilidade, a ser restringido -tudo indica que, pouca a pouco, voltaremos aos tempos do necessário silêncio de outrora, que os mais velhos recordam bem.
Se na maioria dos casos há razões de sobra para repensar até onde nos leva a esta liberdade livre, sem a individual responsabilidade e gestão da vontade tendo em conta que a nossa acaba onde começa a do outro, eis que o o nosso executivo governamental, através de decreto, vem proibir que se fume junto de instituições de saúde e de ensino. Se não pensarmos muito em profundidade, tendo em conta que é uma medida política, panfletária e sem consequência pela desobrigação, até pode parecer fazer sentido. Mas, pelo contrário, se analisarmos bem, é o dito por não dito, a não-inscrição, como diria o filósofo José Gil. Proibir somente por proibir leva exactamente a efeitos opostos. Para ser eficaz uma medida de proibição, pelo não contemplado na norma, terá sempre acoplada uma providência de substituição. A proibição, tal como o valor liberdade, é sempre ambivalente. Pelo bom-senso, num equilíbrio precário mas necessário, nunca pode pretender ser absoluto. Quanto maior for a ambição do legislador na sua eficácia maior será o desaire social. E então se vamos para a lei do desejo, como é o caso, só pode mesmo dar em idiotice, em riso escarninho. Tentar controlar a ânsia através de normas legais, como admite o Ministro da Saúde, de pouco serve. Em contraposição, através da sensibilização na formação social, de alerta e sinalização, deveria começar e ser implementado aos alunos nas escolas públicas.
Dá para ver que é mais uma lei vazia, sem eficácia real. Faria sentido, por exemplo, se, em alternativa à proibição, fosse criada uma exclusiva sala de fumo para funcionários. Assim, proibindo por proibir, alguém acredita que os fumadores inveterados vão cumprir? Cheira a profundo desrespeito e um imiscuir na liberdade de cada um.
Esta medida cautelar, provisória ou definitiva, por parte do Estado, por um lado, é mais uma invasão na privacidade, no direito de cada um escolher o que, porventura, entende que lhe faz bem, por outro, é para encher o olho à populaça. Já agora, pergunta-se, porque não foi o seu âmbito alargado à Assembleia da República, ao Terreiro do Paço, sede dos ministérios, e ao Palácio de Belém? Não dizem que o exemplo deve vir de cima?
Parafraseando Caetano Veloso, em 1968, na música apresentada em cima, “Vocês não estão entendendo nada, nada, nada, absolutamente nada.*

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

EM COIMBRA, ABRIU O "100 MONTADITOS"

(Foto de família furtada, com a devida vénia, ao Diário de Coimbra)



Abriu ontem, em Coimbra, o “100 Montaditos”, uma marca franchisada e muito conhecida na vizinha Espanha. Trata-se de uma “casa de pasto” -nome de baptismo com que ficaram conhecidas as nossas populares tabernas portuguesas-, mas à espanhola. Ali, na Avenida Sá da bandeira número 114, quase paredes-meias com a Associação Académica de Coimbra, num conceito de “tapas” é tudo comido à mão, sem talher, e de modo informal. Óptimo ambiente para uma reunião de amigos, pode experimentar-se uma oferta variada da gastronomia de “nuestros hermanos” sem gastar muito, assim como várias qualidades de queijos e carnes frias, e onde a originalidade na expressão “100 formas de ser original” mantém uma presença forte e vincada num ambiente “retro”.
É uma aposta de três jovens empresários, Pedro Conde, Filipa Pereira e David Umbelino.
Ontem, primeiro dia de uma vida empresarial que se espera longa, ao jantar, não havia mãos a medir para atender tanta clientela. Quem quis degustar os panadinhos de frango, asas de “pollo”, ambos muito saborosos e acompanhados com molho especial, saladas frescas, ou outras dezenas de sandes em pão especial teve de aguardar na fila, pelo menos, quinze minutos. Conseguir mesa só de assalto em guarda e a pressionar os sentados a refastelarem-se no pitéu que apetecia repetir até à exaustão.
Muitas felicidades para esta nova catedral pantagruélica que veio enriquecer a cidade dos estudantes. Tal como eu, que fui ontem ver para crer, sugiro que você, leitor, faça o mesmo. Tenho a certeza de que não ficará defraudado.

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

BOM DIA, PESSOAL...

UM TEXTO APANHADO, POR ACASO, NO FACEBOOK

(TEXTO E IMAGEM RETIRADOS DE AQUI)


Olá ..., hoje um adolescente infrator me deixou sem ação e reação diante dele! Estava eu na delegacia fazendo mais uma cobertura de noticias policiais quando me deparei com um adolescente de 14 anos sentando esperando para ser autuado por porte ilegal de arma de fogo. Olhei para ele e pensei, mais um moleque que não fica preso, então nem vou perder meu tempo, mas enquanto aguardava uma outra ocorrência que estava a caminho da delegacia me aproximei dele e como as vezes faço comecei a dar conselhos para ele,
- sai dessa vida rapaz, você vai morrer, a vida das drogas e do crime não compensa."
Foi quando ele que até então estava calado olhou bem pra mim e disse:
- Seu Álisson, esse papo do senhor eu já cansei de ouvir, estava armado porque vendo droga, e ganho muito fazendo isso, mas eu antes de ser vendedor eu trabalhava numa oficina e sabe o que fizeram ? , denunciaram o dono da oficina porque eu estava trabalhando lá, ele me pagava legal, eu tinha minhas coisas, meu tênis, tinha tudo... Mas ele teve que me mandar embora para não ir preso, mas acho que ele esta até hoje respondendo na justiça por ter dado emprego a um menor . Depois eu fui trabalhar na feira da Avenida Antonio Sanches, trabalhei 07 meses e sabe o que aconteceu lá ? A mesma coisa que na oficina, tive que sair. Não sei quem é meu pai e minha mãe é uma coitada e eu tentei seu Alisson trabalhar honestamente, e ate trabalhava e estudava direito, mas não deixaram e achei no tráfico o sustento meu e da minha casa, então seu Alisson, guarda seus conselhos para esses safados que vocês votam e que acham que menor não pode trabalhar, mas pode roubar, matar e traficar, entrei nessa vida porque sem trabalhar quero um tênis mas não posso, quero comer um sanduíche no Bobs mas também não posso, quero ir no cinema também não posso, então já que não posso trabalhar como gente, vou traficar, pelo menos assim tenho dinheiro .
Tive que ouvir isto de um garoto de 14 anos estragado pelo sistema. Logo chamaram ele e não podemos continuar conversando.
Fiquei mudo e sai calado, sei que ha vítimas do sistema, mas foi um garoto de 14 anos que me calou mostrando-me o quanto nós, com nossas escolhas politicas erradas , estamos acabando com a juventude. Por causa dessas quadrilhas que colocamos e ainda mantemos no poder é que jovens estão matando, roubando e traficando... Ele disse: "Não posso trabalhar, mas posso roubar, traficar e matar!" Esse é o futuro que estamos construindo nesse país! Senhores eleitores, leiam isso e se envergonhem do Brasil que você esta deixando para essa juventude!”

Alison Maia - Repórter Policial  
 


CAMINHADA A FAVOR DA LIGA CONTRA O CANCRO



Exmos Senhores:

Pelo sétimo ano consecutivo, o Movimento Vencer e Viver do Núcleo Regional do Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro realiza as Caminhadas Pequenos Passos, Grandes Gestos®, no dia 1 de outubro de 2016, Sábado, em simultâneo nas cidades de Aveiro, Castelo Branco, Coimbra, Covilhã, Guarda, Leiria e Viseu.
Esta iniciativa marca o arranque do mês de outubro - Mês Internacional de Prevenção do Cancro da Mama – e visa sensibilizar a população para a prevenção primária e diagnóstico precoce do cancro da mama e angariar fundos destinados ao apoio à mulher e família.
Na cidade de Coimbra, o início da caminhada está previsto para as 15h00, com concentração às 14h00, sendo o local de partida o largo da Praça da República, com chegada ao Parque Verde do Mondego.
Na sequência do exposto, e à semelhança das edições anteriores, o Núcleo Regional do Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro solicitou aos comerciantes da Baixa de Coimbra toda a colaboração possível  nesta importante iniciativa de promoção da saúde da mulher, através do envolvimento do comércio e serviços da Baixa na divulgação e disponibilização de kits da caminhada.
Desta forma gostaríamos que nos informassem da v/ intenção de colaborar com esta iniciativa e qual o número de Kits que pretendem ter para venda, até ao próximo dia 20 de Setembro , terça-feira, através dos nossos contactos de email apbcoimbra@gmail.com , e telefones 239842164 e 914872418.

Atenciosamente,

Carina Alves
--
APBC - Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra
Rua João de Ruão, 12 Arnado Business Center, piso 1, sala 3
3 000-229 Coimbra
Tel. 239 842 164  Fax. 239 840 242 Tel. 914872418
apbcoimbra@gmail.com
www.baixadecoimbra.com


SERENATA FUTRICA NO PRÓXIMO SÁBADO





Exmos. Senhores:
Neste sábado, dia 17 de Setembro, às 22 horas, o Grupo Etnográfico da Região de Coimbra e o Coro Alma de Coimbra reúnem-se na Praça 8 de Maio para uma Serenata Futrica no âmbito da programação de Noites de Música no Coração da Cidade de Coimbra.
Contamos com a vossa presença para assistir a este espetáculo memorável. Solicitamos ainda toda a colaboração que possam dar na divulgação deste evento.
Melhores cumprimentos,

A Direção

APBC - Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra
Rua João de Ruão, 12 Arnado Business Center, piso 1, sala 3
3 000-229 Coimbra
Tel. 239 842 164  Fax. 239 840 242 Tel. 914872418
apbcoimbra@gmail.com
www.baixadecoimbra.com


sábado, 10 de setembro de 2016

UM GRITO LANCINANTE SAÍDO DAS TERRAS QUEIMADAS DE ALGERIZ *

(Apelo retirado página dos "Amigos de Várzeas", do Facebook)



* Algeriz é uma povoação localizada na freguesia de Vila Nova de Monsarros, concelho de Anadia, distrito de Aveiro.
Em 10 de Agosto, último, começou neste pacato e até aí paradisíaco lugar um dos maiores incêndios na zona que há memória. As minhas aldeias, onde nasci e cresci, Várzeas e Barrô, estiveram rodeadas de fogo durante um dia e uma noite. Foi um cenário terrífico que presenciei e que -embora pouco fizesse- ajudei a combater.

FALECEU MÁRIO SILVA

(Foto do Diário de Coimbra)


Retirado do Diário de Coimbra
1 h
"Faleceu o pintor Mário Silva
O pintor Mário Silva faleceu hoje aos 86 anos. Natural de Coimbra tinha o seu atelier na Figueira da Foz, onde vivia. A sua carreira profissional alcançou grande sucesso público, conquistando interesse crítico nacional e internacional.
Como se pode ler na sua biografia, a sua obra estética consagra-se principalmente à pintura, mas alarga-se aos domínios das artes gráficas (monotipia, gravura, serigrafia, ilustração, cartaz), da cerâmica, escultura e arte pública monumental. Possui inúmeros prémios nacionais e internacionais, como a Copa per il miglior Artista d’Avanguardia (Milão-Itália, 74), o Grande Premio Galliano (Milão, 75), o Prémio Internacional da Paz (Instituto Internacional de Estudos Humanísticos de Roma - Fundação para os Poetas, Escritores, Pintores e Jornalistas, Itália, 83), os 1os Prémios Arte d’Avanguardia (Milão, Itália, 74), Valbruna Prize-Escultura (Gabicce-Mare-Itália, 71) e, entre outras, as Taças de Prata (Comuna di Como-Itália 1972 e 82) e a Medalha de Ouro (Giro delle Arte di Lombardia-Itália 75).
Obras suas figuram em vários Museus de Arte Moderna e Contemporânea (estrangeiro: Rio de Janeiro, S. Paulo, Boston, Anchorage, Amsterdão, Montecatini, Estocolmo; Portugal: Coimbra, Lisboa, Amarante, Castelo Branco, F. da Foz, V. F. de Xira, Viseu, Ovar), Galerias de Arte, Acervos Públicos e Colecções Particulares privadas, dispersas por todo o mundo."