quinta-feira, 30 de setembro de 2021

ELEIÇÕES NA MEALHADA: ASCENSÃO E QUEDA DOS PEQUENITOS

 




Se houve surpresas nas três forças candidatas à Câmara Municipal da Mealhada, nos chamados concorrentes maiores, em boa verdade, também nos deparámos com o resultado inesperado na contagem de votos por parte dos partidos mais pequenos, isto é, com menos representatividade no Concelho.

Como se sabe o Iniciativa Liberal (IL) concorreu em associação com a coligação Juntos Pelo Concelho da Mealhada, por isso, embora seja um dos dois partidos emergentes a disputar as eleições na terra do leitão, é impossível saber o número de folhas dobradas a seu favor.

Outro partido em ascensão e que se apresentou a concurso para o executivo da autarquia foi o CHEGA. E aqui a primeira surpresa – ou talvez não, se entendermos que a sua divulgação, numa espécie de fenómeno nacional, assenta no protagonismo de um homem só, nomeadamente, André Ventura.

Sabendo que apenas com algumas entrevistas impessoais, sem programa eleitoral, sem comparecer em nenhum debate radiofónico, a candidata Nélida Gomes obteve 151 votos, podemos interrogar? E se fosse uma candidatura bem preparada, como seria? Quantos votos obteria? Poderemos ser levados a pensar que em 2025 o CHEGA poderá ser uma séria ameaça para o PSD, se entretanto os sociais-democratas não se reorganizarem e arrumarem a casa?


QUEM TRAMOU ANA LUZIA?


Nas eleições autárquicas de 2017 o Bloco de Esquerda (BE) obteve 632 votos e elegeu uma deputada à Assembleia Municipal, Ana Luzia Cruz. Nesta eleição do último Domingo o BE conquistou 296 e não elencou ninguém.

E aqui sai logo a primeira interrogação? O que aconteceu para haver uma derrocada nas intenções de voto? Sobretudo, porque, ao logo dos últimos quatro anos, o trabalho da deputada, alegadamente, foi muito interessante. Foi de tal modo reconhecido que a secção do BE local começou a sonhar alto, e a pensar em ter um vereador no executivo.

Então, insisto, o que aconteceu? Como não tenho nenhuma bola de cristal, como é óbvio, não sei… mas posso aventar. Ou não fosse esta a minha intenção quando comecei a escrever esta crónica.

Começo com uma pequena nota: o BE é um partido recente, foi fundado em 1999. Com a junção de três forças políticas, a União Democrática Popular (marxista), o Partido Socialista Revolucionário (trotskista-mandelista) e a Política XXI (socialista democrática). Com a extinção das agremiações que o compõem e com outras influências veio a ser o Bloco de Esquerda. Mas não igual ao de hoje. Sobre a batuta de Francisco Louçã como coordenador, apelidando-se de “Nova Esquerda”, entre outros cortes com o chamado “sistema”, era contra a permanência de Portugal na Comunidade Europeia.

Muito virado essencialmente para questões fracturantes, perdendo a única Câmara Municipal que conquistou, Salvaterra de Magos, em 2016 elegeu como coordenadora Catarina Martins. Vindo a ocupar um espaço político importante entre o PS e o PCP, transformou-se num partido de bandeira para as minorias, tem vindo a fazer a sua prova de vida na Assembleia da República. É um fenómeno de causas nas grandes cidades, como Lisboa, Porto e Coimbra. Nas restantes pequenas cidades, como a Mealhada, tem e terá sempre dificuldades em se implantar. A menos que, perdendo de vista o evangelho nacional, se adapte às circunstâncias sociais de cada concelho, sobretudo que utilize uma linguagem mais terra-a-terra e menos filosófica.

No caso presente da sua queda, estou em crer que os seus mais de 300 votos perdidos foram canalizados para o movimento Mais e Melhor, liderado por António Jorge Franco.


E A CDU?


A coligação CDU, constituída pelo PCP e PEV, em 2017 na Mealhada, conseguiu 617 votos. Nestas eleições foram apurados 408. E novamente a pergunta de retórica, para onde foram os duzentos e pouco votos?

E para mais levando em conta que a campanha eleitoral no Concelho foi muito empenhada. Com um bom candidato à Câmara Municipal, José Marques, com um discurso simples, directo e entendível por todos – largando a tradicional cassete -, a CDU merecia mais. Mesmo assim manteve o seu deputado na Assembleia Municipal, João Louceiro.

Então, mas, afinal, o que aconteceu? E eu sei lá? No mínimo posso especular.

O PCP na Mealhada, a meu ver, se não mais difícil ainda, está no mesmo patamar de implantação do BE. Ser comunista num concelho rural como é a Bairrada é um acto de extrema coragem. O estigma, o fantasma, do Estado Novo ainda paira por aqui.

Tal como aconteceu com o BE, mais que certo, os votos depositados na urna levavam a mensagem de útil, ou seja, concentrar todas as fichas na mesma força para derrubar Rui Marqueiro.

Vale a pena pensar nisto?


terça-feira, 28 de setembro de 2021

MEALHADA: PSD PARA ONDE VAIS?

 





Num concelho onde o Partido Socialista (PS) está profundamente implantado há várias décadas, como é o caso da Mealhada, ainda que não seja totalmente inédito, deveria dar pano para mangas para especulações. Sobretudo com interrogações como, por exemplo: por que razão os partidos à direita e à esquerda do PS, nomeadamente o CDS/PP e o PPD/PSD e a CDU e o Bloco de Esquerda, não crescem e permanecem raquíticos? Se a CDU e o Bloco, referenciados de esquerda, até se entende, já que não são propriamente vocacionados para as presidências autárquicas – basta lembrar a experiência destas eleições, em que a CDU continua a perder câmaras e o Bloco não conquistou nenhuma – mas antes como peças fundamentais na negociação com o poder camarário e no levantamento e solução de problemas. Já com os partidos conotados com a direita, ou centro-direita, como quem diz o CDS/PP e o PPD/PSD, custa a compreender esta inactividade e falta de representação e alternância democrática. Sobretudo os Sociais-democratas que a nível nacional são a oposição institucional. Porque, passando a especulação, é bom lembrar que esta apatia e deixa-correr é altamente prejudicial em qualquer meio habitado. E mais uma vez perguntas: a quem se deve? Culpa dos filiados e simpatizantes destas duas forças políticas, que não se organizam para criar uma espécie de baluarte? Culpa dos eleitores, que sendo ignorantes disfuncionais, pouco esclarecidos, visando mais um objectivo de interesse do que serviço público, acabam a votar sempre nos mesmos?


E O PSD, SENHOR?


E vou agora incidir a minha atenção no PSD/Mealhada, já que foi esta intenção que me levou a debitar bitaites.

Como sabemos, em 45 anos de poder local democrático, na Mealhada, o PSD, apenas, foi governo executivo durante dois mandatos: de 1979 a 1982, em presidência associada (AD), e de 1985 a 1989, aqui sim sozinho, em que obteve o melhor resultado de sempre: em sete, elegeu quatro vereadores.

Como é amplamente do conhecimento de todos, sobre a liderança do social-democrata Hugo Alves Silva, formando o Juntos Pelo Concelho da Mealhada, englobado numa coligação de pequenos partidos, neste último Domingo a representação do PSD passou de três vereadores eleitos em 2017 para um, actualmente – é certo que, estou em crer, foi prejudicado pelo método de Hondt, mas é o que temos.

Antes de prosseguir gostaria de deixar bem claro que não pretendo apontar culpados pelo desaire eleitoral. O que me move é, sem receio, puxar o assunto para cima da mesa e, sem qualquer receio de parecer mal, não esconder as questões mais pertinentes e, como munícipe que gosta de ver as coisas sem opacidade, analisar a frio o que se passou até agora. Mais: se se entender que, em metáfora, o PSD/Mealhada deve ir ao divã psicanalítico, que se faça isso sem medo. É da discussão que nasce a luz.

Voltando a Hugo Silva, é meu entendimento que este comandante dirige um barco sem remadores. Quero dizer que é minha convicção que manobra uma embarcação com poucos meios, ou seja, com poucos apoios externos dos seus pares laranja.

E aportando aqui, poderemos lançar mais uma questão: por que não se chegaram os sociais -democratas do concelho a Hugo Silva nesta eleição? Por não acreditarem na sua liderança?

Correndo o risco de estar a ser injusto, a meu ver as razões são outras: por um lado é (era) o medo de saírem do armário e poderem vir a ser prejudicados pelo “sistema” implantado, por outro, é o clientelismo que parecia grassar à volta.


MAS A DEPENDÊNCIA ACABOU… OU NÃO?


Presumidamente, deixando de estar em cena Rui Marqueiro, tudo indica que o PS local, sem substituto com o mesmo gabarito à vista, vai atravessar o deserto durante os próximos quatro anos.

Logo, embora o PSD/Mealhada se encontre na mesma circunstância, respeitando os compromissos eleitorais a que se comprometeu, deveria aproveitar este espaço de tempo para se reorganizar. Para o mandato de 2025, deveria acabar com as coligações com os partidos sem quórum e de arrasto. Estes acordos de pré-eleições, apagando o seu brilho de grande partido, só prejudica a sua visibilidade futura.

Mais ainda, neste tempo de introspeção e pós-eleições, a Concelhia local do partido deveria convocar uma jornada de trabalho, aberta a militantes e simpatizantes, para analisar o presente e o futuro e conseguir mais aderentes ao PSD.

Por outro lado, exigir que o líder do partido nacional, neste caso Rui Rio, inclua a Mealhada nos seus roteiros políticos. Já há muitos anos que a impressão que se extrai é que a direcção nacional do PSD não conhece a Bairrada.


O LUGAR DE HUGO SILVA ESTÁ TREMIDO NA CONCELHIA?


Como se sabe, perante o cenário que se apresenta no executivo mealhadense, num universo de sete lugares, o Movimento Independente Mais e Melhor elegeu três deputados, o PS garantiu outras três marcações e a coligação Juntos Pelo Concelho da Mealhada elencou um, Hugo Alves Silva.

Não é preciso ser grande analista em ciência política para verificar que a posição de Silva – que, mais que certo fará um acordo pós-eleitoral com António Jorge Franco – é de extrema importância para que o novo executivo se torne governável, e o concelho possa ambicionar alguma paz e progresso neste futuro que é já hoje.

Mas há um porém: os partidos-muleta, se não explicarem publicamente muito bem as suas opções em associação aos munícipes, acabam por serem prejudicados no mandato futuro. Por isso mesmo, Ou Hugo, nestes quatro anos, consegue passar por entre os pingos de chuva ou então o PSD local desaparece nas brumas da insignificância.

Valerá a pena pensar nisto?


segunda-feira, 27 de setembro de 2021

ELEIÇÕES NA MEALHADA: NÓS POR CÁ… A VINGANÇA SERVE-SE FRIA

 




Ontem, Domingo, 26 de Setembro, realizaram-se as eleições autárquicas.

Em todo o país houve trocas e baldrocas, quer de candidatos que trocaram de partidos, quer de Câmaras que, sendo bastiões há décadas de partidos de charneira, sem ser previsível, mudaram de mãos.

Uma dessas autarquias foi a Mealhada. Nos últimos quarenta e cinco anos de poder autárquico democrático, excepto nos mandatos de 1979 a 1982, em que ganhou a Aliança Democrática, e de 1985 a 1989, em que ganhou o PPS/PSD, esta edilidade foi sempre conquistada pelo Partido Socialista (PS) com maioria absoluta. Até ontem.

Subitamente, um pouco para espanto da maioria, o veterano candidato Rui Marqueiro, em representação do PS, foi apeado. O causador da queda foi António Jorge Franco, à frente do Movimento Independente Mais e Melhor (MIMM).

Se o momento da vitória acaba por ser inédito e histórico, convém dizer que a cúpula da força política, constituída por um triunvirato de peso, respectivamente António Franco, Filomena Pinheiro e Carlos Cabral, é formada por dissidentes, ex-socialistas que na última década, por motivos vários, entraram em choque com Marqueiro.

Se o facto interessa pouco do ponto de vista político, já do lado pessoal dos agora Presidente da Câmara Municipal, da Vice-presidente e do Presidente da Assembleia Municipal, trata-se de uma palmada sem mão. Por outras palavras, a vingança serve-se fria.


A FÓRMULA GANHADORA


Para justificar o modo como o MIMM ganhou a Câmara Municipal da terra do leitão haverá tantas maneiras quantos leitores que discordem das teses que vou apresentar.

Sem ordem hierárquica, a primeira teria sido o facto de num concelho de origem socialista se apresentar aos eleitores como movimento de cidadãos independentes mas sem ocultar a génese ideológica do topo da agremiação. Este facto teria levado a que grande parte dos eleitores tradicionais que votavam no PS se deslocalizassem.

Por outro lado, o eleitor mais identificado com o PSD, talvez por não se rever na coligação Juntos pelo Concelho da Mealhada, que era até agora a segunda força mais votada, mas ansioso por “despedir” Marqueiro, transformou em voto útil ao sufragar o MIMM. Com este procedimento o PSD/Mealhada ficou numa grande encruzilhada para o futuro – mas sobre isso escreverei outra crónica.

Seguindo o mapa nacional, também os eleitores que de certo modo se reviam na esquerda, na CDU e no Bloco de Esquerda, em cerca de cinco centenas de votos, sufragaram o movimento.

Por outro lado ainda, António Franco, à frente do seu grupo, efectivamente foi de longe o que realizou a melhor campanha – não só no terreno, no contacto com as pessoas, como também nas Redes Sociais, visando o concelho.

Vamos aguardar pela tomada de posse do novo elenco. Nós por cá, naturalmente, sem nos prendermos em simpatias, vamos prosseguindo na análise.


LUSO: NÚMERO DE ELEITOS PARA A JUNTA DE FREGUESIA

 






LUSO: NÚMERO DE ELEITOS PARA A JUNTA DE FREGUESIA

Fonte: Portal do Eleitor


PS com 48,57 %, que representa 644 votos

PS

48,57 %

644 votos

5 mandatos

(Assembleia de Freguesia liderada por Claudemiro Semedo, ganhou com maioria absoluta)

********************

MMMI com 27,38 %, que representa 363 votos

MMMI

27,38 %

363 votos

3 mandatos

*********************

PPD/PSD.CDS-PP.IL.MPT.PPM com 12,07 %, que representa 160 votos

PPD/PSD.CDS-PP.IL.MPT.PPM

12,07 %

160 votos

1 mandato

**********************

PCP-PEV com 6,03 %, que representa 80 votos

PCP-PEV

6,03 %

80 votos

(não elegeu)

**********************

B.E. com 3,17 %, que representa 42 votos

B.E.

3,17 %

42 votos

(não elegeu)

MEALHADA: NÚMERO DE VEREADORES ELEITOS PARA A CÂMARA MUNICIPAL

 




MEALHADA: NÚMERO DE VEREADORES ELEITOS PARA A CÂMARA MUNICIPAL

Fonte: Portal do Eleitor


MMMI com 37,82 %, que representa 3.615 votos

MMMI

37,82 %

3.615 votos

3 mandatos

****************

PS com 29,54 %, que representa 2.824 votos

PS

29,54 %

2.824 votos

3 mandatos

*****************

PPD/PSD.CDS-PP.IL.MPT.PPM com 19,20 %, que representa 1.835 votos

PPD/PSD.CDS-PP.IL.MPT.PPM

19,20 %

1.835 votos

1 mandato

(foi eleito Hugo Alves Silva - relembra-se que a coligação Juntos Pelo Concelho da Mealhada detinha 3 vereadores)

******************

PCP-PEV com 4,27 %, que representa 408 votos

PCP-PEV

4,27 %

408 votos

(não elegeu)

*****************

B.E. com 3,10 %, que representa 296 votos

B.E.

3,10 %

296 votos

(não elegeu)

******************

CHEGA com 1,58 %, que representa 151 votos

CH

1,58 %

151 votos

(não elegeu)

*******************


EM BRANCO com 3,10 %, que representa 296 votos


NULOS com 1,40 %, que representa 134 votos


MEALHADA: NÚMERO DE DEPUTADOS ELEITOS PARA A ASSEMBLEIA MUNICIPAL

 



MEALHADA: NÚMERO DE DEPUTADOS ELEITOS PARA A ASSEMBLEIA MUNICIPAL

Fonte: Portal do Eleitor


MMMI

com 37,27 %, que representa 3.563 votos

MMMI

37,27 %

3.563 votos

9 mandatos

****************

PS

com 29,64 %, que representa 2.833 votos

PS

29,64 %

2.833 votos

7 mandatos


****************

PPD/PSD.CDS-PP.IL.MPT.PPM

com 19,81 %, que representa 1.894 votos

PPD/PSD.CDS-PP.IL.MPT.PPM

19,81 %

1.894 votos

4 mandatos

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PCP-PEV

com 4,84 %, que representa 463 votos

PCP-PEV

4,84 %

463 votos

1 mandato

(manteve o único deputado eleito, João Louceiro)


******************


B.E.

com 3,77 %, que representa 360 votos

B.E.

3,77 %

360 votos

(não elegeu - perdeu Ana Luzia Cruz, a sua deputada que detinha desde 2017 na Assembleia Municipal)



domingo, 26 de setembro de 2021

MEALHADA: E O VENCEDOR É...?

 

(imagem do Jornal da Mealhada)


António Jorge Franco, líder do movimento Mais e Melhor, é o grande vencedor da corrida à Câmara Municipal da Mealhada.

PARABÉNS AO VENCEDOR, HONRA PARA OS VENCIDOS.


ESPECULAÇÕES PARA A MEALHADA

 



Segundo as previsões… que não houve – pelo menos registadas na ERC, Entidade Reguladora para a Comunicação Social -, nem há, pelo menos desconhecem-se sondagens à boca das urnas, tudo o que se possa adiantar, para além de especulativo, pode parecer anedótico. Claro que sem dados indicativos, qualquer coisa que se escreva neste momento não passa de um exercício de conjectura, ou seja, num atirar barro à parede, valem zero.

Tendo em conta que havia um cenário levemente idêntico à Mealhada, segundo as previsões da SIC, se o exemplo de Coimbra valer alguma coisa – lembremos que o “histórico” Manuel Machado, candidato pelo Partido Socialista, foi apeado para uma super-coligação liderada por José Manuel Silva -, Rui Marqueiro, representante do Partido Socialista, (provavelmente) terá perdido a eleição à Câmara Municipal, e, em vez de quatro vereadores que detinha no executivo, passará para dois vereadores eleitos. Mais que certo (sem ser certo), das seis Juntas de Freguesia com bandeira rosa até agora, perderá pelo menos uma.


E O VENCEDOR É…?


Pois, aqui é que bate, também não se sabe nada. É lógico que, correndo o risco de ser corrido da “Ordem dos Analistas Políticos não Certificados”, tenho de escrever alguma coisa. E a minha Bola de Cristal diz-me que o vencedor foi…

Não, não digo já. Tenho de capitalizar o suspense. Se eu não tivesse a minha bola de projecções metafóricas diria que, embora com poucos votos de diferença entre eles, ganha o movimento independente Mais e Melhor ou a super-coligação de Hugo Alves Silva.

Por conseguinte, tendo em conta que o método de Hondt beneficia as agremiações mais votadas e prejudicando notoriamente os pequenos partidos, teoricamente, os sete vereadores que o Concelho elege poderiam ficar divididos pelas três forças políticas, isto é, 3 para o vencedor e 2 mais 2 para os vencidos.

Mas pode não acontecer assim. Suponhamos que um dos dois partidos pequenos em representação na Mealhada, o Bloco de Esquerda e a coligação CDU, consegue eleger um vereador? E qual dos dois, em hipótese, estaria mais perto de subir à tribuna? Para mim, a CDU, que fez uma campanha mais activa,

Assim a acontecer as contas ficam todas baralhadas. A ser assim, no total de 7, os três mais votados, PS, mMM e Juntos pelo Concelho da Mealhada, elegem 6 vereadores, 2+2+2, e a CDU (ou BE) elege 1.

E, afinal, o que mostra a minha bola de Cristal? Isso queria você saber imediatamente. Tenha alguma paciência. Até à meia-noite prometo dizer.

Até já.


sexta-feira, 24 de setembro de 2021

HOJE É O ÚLTIMO DIA DA CAMPANHA ELEITORAL

 

(Imagem de Leonardo  Braga Pinheiro)


Depois de um tempo complicado, em que as Redes Sociais, devendo essencialmente contribuir para o debate e esclarecimento de ideias, foram uma improvisada lavandaria, hoje, sexta-feira, pela meia-noite, termina a autorização de publicações políticas que tenham a ver com a campanha eleitoral autárquica que se aproxima a passos largos.

Sem me alongar, deixo dois pedidos: um de desculpas e outro de participação.

Na retratação tem a ver com as imensas publicações de partidos e movimentos concorrentes às eleições que se irão realizar no próximo Domingo. Foi uma “overdose” de tal modo violenta que, com a intensidade da “mocada”, ficámos tão enfastiados que tão depressa não desejamos outra. Foi um “forró” de propaganda. Mas, o que se havia de fazer, se este é o tempo atribuído às forças vivas partidárias? Seria melhor não permitirmos publicidade partidária? Seria melhor ter aceitado só de alguns, os bons? E quem são os bons, se os eleitores são soberanos na escolha final?

Como administrador da página, com insultos à mistura, fui acusado, por uns, de beneficiar os comunistas, por outros, de aparar o jogo da extrema-direita. Nos intervalos, fui socialista e, pela proximidade, acabei a privilegiar a coligação onde concorre o PPD/PSD e o CDS/PP. Tive alguma sorte, não fui acusado de ser monárquico, nem de perto liberal. Os simpatizantes da coligação onde entra o PDR, talvez para me poupar, não me deram na cabeça.

De pouco valeu demonstrar que, por todos os meios, tentei ser neutro e imparcial, e que, transcendendo a minha idiossincrasia, a minha forma de ser, fiz tudo para ser justo com todos. Afinal essa era mesmo a minha obrigação estatutária.

O pedido de participação que quero fazer tem a ver com a participação eleitoral neste sufrágio, que irá ocorrer no Domingo. Não concorra para abstenção. Seja um cidadão activo e comparticipativo. Não deixe para outros a decisão colaborativa de ter uma palavra a dizer sobre o futuro da sua cidade, da sua freguesia, do seu concelho.

Se tem condições e pode deslocar-se ao local de votação não deixe de o fazer. Há quem não possa votar por impossibilidade legal, por exemplo quem estiver de férias, longe da mesa de voto, não o pode fazer. Uma lacuna que a Comissão Nacional de Eleições já deveria ter dirimido há muito tempo.


quarta-feira, 22 de setembro de 2021

BARÓMETRO DOS JORNAIS EM PAPEL PUBLICADOS NA BAIRRADA

 




Jornal da Mealhada (edição de 15 de Setembro)


POSITIVO


Esta segunda edição depois das férias de Agosto, o Jornal da Mealhada (JM) parece apresentar-se revigorado e pleno de força anímica para encarar mais um ano.

A capa, com um grafismo em panóplia de cores suaves e de bom gosto, compondo a edição, mostra-se convidativa e sedutora para o leitor se sentir tentado a levar o título consigo.

Com duas entrevistas a dois candidatos à Câmara Municipal de peso, respectivamente Hugo Alves Silva, pela coligação Juntos Pelo Concelho da Mealhada, e Rui Marqueiro, recandidato pelo Partido Socialista, e com as listas de todos os candidatos às Juntas de Freguesia, às Assembleias Municipais e às Câmaras Municipais do Concelho da Mealhada e vizinhos, esta publicação apresenta-se melhorzinha, graças a Deus.

Por este andar ainda vamos ter o JM a bater-se, taco-a-taco, com o Jornal da Bairrada. Assim a direcção da Santa Casa da Misericórdia, numa decisão arrojada, pense que este órgão de informação deve estar cada vez mais virado, essencialmente, para a região que abarca a Mealhada, prestando um serviço público informativo de excelência, de cultura geral e indo ao encontro do gosto dos leitores e da diversidade social, e aposte em mais meios, jornalísticos e colaborativos, e, em vez de duas publicações por mês, com uma edição semanal. O jornal tem tudo para vencer, tem “alma”, atribuída pela experiência de décadas, tem nome gravado no inconsciente municipal, e é único no Concelho, o que o torna monopolista sem concorrência.


MENOS BOM


Como surdo, cego e mudo, que não ouve, não vê, não fala, como teimoso empedernido, o jornal continua com poucas alterações de substância.

Por exemplo, devendo chamar a si a liderança da informação no Concelho, deveria ter promovido um grande debate entre todos candidatos autárquicos, fosse no Cine Teatro Messias ou num estabelecimento privado na cidade. Se tivesse tomado esta iniciativa, para além de almejar uma outra projecção mediática, estava a contribuir para o esclarecimento político da população concelhia e a combater a elevada abstenção que marca sempre as eleições.

É uma tristeza enfadonha que os candidatos à Câmara Municipal não tivessem realizado um encontro, olhos-nos-olhos, com os eleitores. É certo que houve três debates via rádio, mas, nitidamente, não foi suficiente. Também da responsabilidade de todos os concorrentes, sabendo todos que os jornais, a rádio e as televisões nacionais, olham para a Mealhada como se olha para a província, onde se come bem e bebe melhor e o resto é paisagem, esta campanha autárquica, pela carência de exposição de ideias, pela disputa partidária e ideológica, fica marcada pelo desenxabido, sem sabor, e pela ausência de perguntas e respostas.


De zero a vinte, atribuo a esta edição 14,5 valores.


JORNAL DA BAIRRADA (edição de 16 de Setembro)


Conforme nos tem habituado, pela grande qualidade jornalística, na diversidade de temas e lugares da Bairrada, ao longo dos últimos anos, continua a ser o ponteiro de uma bússola a apontar o Norte. Nada contra a referir.


De zero a vinte, atribuo a esta edição 18 valores.


sexta-feira, 10 de setembro de 2021

UM HOMEM (IN)COMUM

 

(imagem de Leonardo Braga Pinheiro)



UM HOMEM (IN)COMUM


O manto hipócrita da morte cai,

como a noite sobre o dia,

sempre que alguém se vai,

se de estatuto que amplia

a sombra dos que lhe chamam pai,

ninguém parece ver a hipocrisia,

a mentira travestida, que até abstrai,

transformar o triste finado com magia,

num santo homem, um exemplo, rezai,

o pobre olha para este teatro e desconfia,

é o politicamente correcto que nunca sai,

diáfano discriminador do poder que alicia,

eleva o poderoso e esquece o humilde, ai!

Triste sina daquele que em graça não inebria,

embrulhado no mais triste anonimato se achai,

nasce só, sozinho vai morrer sem companhia,

sem ser idolatrado, sem ser abençoado, pensai,

assim é o Homem na igualdade que o guia.

quarta-feira, 8 de setembro de 2021

BARÓMETRO DOS JORNAIS EM PAPEL PUBLICADOS NA BAIRRADA




Jornal da Mealhada (edição de 1 de Setembro)


POSITIVO


Após umas merecidas férias, a reentrée do Jornal da Mealhada ficou marcada com uma pujante viragem para a política partidária. Os tempos de auscultação e divulgação a isso obrigam. E muito bem. Já não era sem tempo.

Com uma capa bonita e apelativa aos sentidos, esta edição convida a desfolhar as suas 24 páginas e a degostar, tomar o sabor, os conteúdos escolhidos pela redacção.

Com duas entrevistas a dois candidatos à Câmara Municipal, respectivamente António Jorge Franco, pelo movimento Mais e Melhor, e Nélida Marques, pelo Partido Chega – salienta-se as duas fotografias em grande plano da candidata. Se na escolha do vencedor pesar o valor beleza, acreditamos, Nélida Marques já ganhou. Quanto às perguntas e respostas, no conjunto, estão muito bem, com cada concorrente a tentar passar a “sua” mensagem política.

No interior do caderno, com trechos informativos sobre o Partido Socialista, a coligação Juntos pelo Concelho da Mealhada e a coligação CDU, pareceu-me haver algum cuidado na igualdade e possibilidade de dar a palavra aos concursantes às eleições no próximo 26.

Com uma reportagem sobre o nó da Pedrulha nas páginas centrais, gostei de ler esta primeira edição depois da “silly season”, período de menor informação jornalística, que ocorre em pleno Agosto, pico das férias.


MENOS BOM


Passam os meses, passam os anos, estou cada vez mais velho, e não vejo na direcção do jornal nem melhoramentos nem ambição de mudar a agulha para melhor. Como já repeti à exaustão, sem menosprezar os actuais, o título precisa de novos colaboradores que abarquem o espaço político, sobretudo com interpretações de facto e prospectivas futuras, ou seja, especulações sobre o que pode vir a acontecer.

Salvo melhor opinião, o Jornal da Mealhada está para as notícias como a máquina fotográfica está para a imagem. Sobre o que vê dispara e capta o momento. Porém, como se sabe, o momento presente passa imediatamente a passado – e muito mais num órgão local que é editado quinzenalmente. Ora, são as interpretações, projecções e ilacções que servem de ponte entre o passado e o futuro. É esse resultado retirado de silogismo que, dando um maior critério de escolha, obrigando o leitor a pensar, o “aprisiona” a uma qualquer publicação. Um cidadão que gosta de ler jornais gosta de um jornalismo vivo, virado para amanhã e com o ontem apenas a servir de referência.

Por outro lado, e também já o referi, é inadmissível que nos vários estabelecimentos da cidade da Mealhada, cafés, restaurantes, consultórios e outros, não se encontre disponível o único jornal publicado no Concelho. É preciso despoletar o bairrismo nos empresários. Nem que, para isso, a Santa Casa da Misericórdia tenha de oferecer o periódico durante um ou dois meses. Por incúria do primeiro e desinteresse dos segundos, estamos a lesar a Cultura e a provocar a iliteracia no Concelho.

Será preciso fazer um desenho?


De zero a vinte, atribuo a esta edição 14,5 valores.


JORNAL DA BAIRRADA (edição de 2 de Setembro)


Conforme nos tem habituado, pela grande qualidade jornalística, na diversidade de temas e lugares da Bairrada, ao longo dos últimos anos, continua a ser o ponteiro de uma bússola a apontar o Norte. Nada contra a referir.


De zero a vinte, atribuo a esta edição 18 valores.


terça-feira, 7 de setembro de 2021

MEALHADA: UMAS LIÇÕES A RETER

 





Ontem, por volta das 19h00, ao chegar à aldeia, fui alertado por um vizinho, “ó António, ó António, vem cá! Tu que és o escrivão cá da terra, podias escrever sobre esta miséria – e apontou os contentores cheios de lixo e a transbordar. As pessoas, sem critério, põem tudo no reservatório, depois é o que se vê: mau-cheiro e moscas aos montes. Desculpa lá estar a aborrecer-te com isto”, finalizou.

Não dei a certeza que ia escrever. Como tantas vezes, sem o dizer, em cenário idêntico, um pouco irritado, fico a pensar: que diabo, porque não escreves tu um e-mail direccionado à autarquia, ou telefonas? Por que tenho de ser eu? Não, não vou fazer isso. A obrigação de comunicar uma anomalia que resulte em prejuízo público, é uma responsabilidade social colectiva, de todos, sem excepção. E, entre o escrevo e não escrevo, fui a matutar no assunto.

Como em tantas dezenas ou centenas de vezes que isto me aconteceu com outros, em que me pedem para dar a cara numa solicitação, acabo sempre por escrever. Em solilóquio, em conversa surda com os meus botões, entre prós, lá vou dizendo: que raio, escreve lá isso! Nem te custa nada! E até gostas de escrever…

Às 21h30, duas horas e meia depois, estava a enviar um e-mail para a edilidade a dar conta do estado pouco consentâneo dos depósitos de excedentes.

Hoje, durante a manhã, os reservatórios de entulho foram despejados. Saliento que esta foi a segunda vez em que, depois de envio de e-mail, os serviços camarários de higiene responderam prontamente.

Como se sabe, na generalidade, incluindo eu, estamos sempre inclinados para dar “porrada” nos serviços públicos, mais concretamente na prestação de serviços à comunidade. Em pré-juízo estereotipado, achamos que todos funcionam mal. Mas quando somos atendidos com especial atinência raramente elogiamos. E devemos ser equilibrados no julgamento, entre a crítica negativa e o aplauso.

Primeira lição a reter:

- Não julgues antecipadamente uma instituição ou pessoa sem a testares e ouvires as suas razões;

- Não perguntes à tua cidade o que pode fazer por ti. Interroga antes o que podes fazer por ela (John F. Kennedy);

- Como cidadão, munícipe, sem qualquer receio de dar a cara, colabora com os serviços públicos, comunicando o que te parece menos bem no teu bairro, na tua rua;

- Não te preocupes se ainda estás longe do mínimo. A seu tempo, vendo o resultado do teu esforço, atingirás uma boa classificação;

- Procede com o teu vizinho como gostarias que ele procedesse contigo. Comportamento gera comportamento.

Vale a pena pensar nisto?


domingo, 5 de setembro de 2021

LUSO: ESPELHO MEU, HÁ MELHOR CANDIDATO DO QUE EU?

 

(Imagem do YouTube)



O debate, na RCPfm 92.6fm, Rádio Clube da Pampilhosa, transmitido via Facebook, entre os candidatos à Junta de Freguesia de Luso e concorrentes entre si nas próximas eleições autárquicas, que se vão realizar no dia 26, estava marcado para as 20h00 desta última Sexta-feira, 3 de Setembro.

Por questões técnicas, que levou a estação radiofónica a emitir um comunicado em acto de contrição, a emissão começou muito mais tarde e também com cortes, alegadamente por falta de sinal de Internet. Fosse por isso ou não, a verdade é que entre os dois vídeos reproduzidos na página do Facebook se nota um hiato, uma falha, acerca do que os antagonistas teriam dito, sobretudo, no que toca a melhoramentos, por si elencados, em várias povoações do Concelho.

Os aspirantes ao poder que se apresentaram foram: Claudemiro Semedo, actual presidente da Junta e que, concorrendo como independente, defende a camisola do Partido Socialista (PS); Nelson de Matos, pelo Bloco de Esquerda (BE); Óscar Carvalho, pela coligação PCP/PEV, CDU; Diogo Ribeiro, pelo movimento Independente Mais e Melhor (MM); e Ângelo Gomes, em substituição da cabeça de lista Andrea Dinis que não pode estar presente, em representação da coligação Juntos pelo Concelho da Mealhada (JPCM), respectivamente, formada pelos partidos PSD-CDS-IL-PPM-MPT.


QUANTO À PRESTAÇÃO DOS CANDIDATOS:


Transversalmente, todos estiveram bem. Aparentemente tudo bons amigos, pareceu mais uma reunião colegial da mesma facção ideológica. Retirando uma pequena picardia de Ângelo Marques (JPCM) apontada ao movimento Mais e Melhor, dizendo que “era Mais do Mesmo”, não houve setas envenenadas mas sim canções de embalar. Podia até nem ser o pensamento comum, mas deram a perceber que estavam ali por espírito de missão e não por protagonismo pessoal.

Nelson de Matos, do BE, esteve muito bem. Com a lição bem estudada e alguma graça à mistura parecia um liberal a defender mais Cidadania e menos Estado. Com um discurso muito racional, gostei da sua passagem acerca de festejos populares caídos do Céu aos trambolhões, quando afirmou que para haver festas têm de haver pessoas. Disse ainda, e muito bem, que “os recursos são escassos”.

Óscar Carvalho, da CDU, embora bem de uma maneira geral, poderia ter apresentado a defesa do Luso com mais leveza, sobretudo quando atirou a suspeição que as águas da Fonte de São João não cumprem os critérios de análise laboratoriais em vigor. Instigado pelo jornalista moderador a ser claro, Óscar, defendendo que não o deveria fazer ali, escusou-se. Das duas uma: ou não levava o assunto a discussão ou, levando como levou, fundamentava a acusação. Não o fazendo, e deixando a balouçar o cisma, acabou por fazer pior.


QUANTO À MODERAÇÃO:


Achei que, por parte do jornalista mediador, faltou ali moderação. Nestes debates de duas horas, por respeito e equidade de todos, deveria haver um relógio para atribuir mais ou menos o mesmo tempo a todos. Pareceu-me uma conversa entre cinco candidatos que fluiu em roda livre, por vezes fugindo ao tema proposto.


QUANTO ÀS PROPOSTAS LEVANTADAS PARA BARRÔ:


Embora ouvisse por parte do candidato do BE que as propostas de melhoramentos para Barrô eram transversais a todos os candidatos, só percebi a resposta de Claudemiro Semedo (PS) que afirmou:


* “Estamos a avaliar a aquisição de um terreno para fazer um parque de merendas,

que foi solicitado pela Associação Recreativa”;

* “Barrô é uma das aldeias com mais crianças, e também um parque infantil”;

* “Na antiga Escola Primária, substituir o telhado”;

* “E, de acordo com a Câmara Municipal, reparar a estrada que liga a Vila Nova

de Monsarros


E A TAÇA DE CORTIÇA PARA A IDEIA MAIS ORIGINAL VAI PARA…?


Embora correndo o risco de estar a ser injusto, já que não consegui apreeder todo o debate, mesmo assim, arrisco a propositura de Claudemiro Semedo (PS) ao propor a construção de um cemitério para animais de companhia.

Como não foi perguntado pelo moderador, Semedo não disse se, em complemento e tal como já se faz em Bragança, se tenciona alavancar uma ambulância a uma das corporações de bombeiros para transportar animais feridos ou mortos.

Perante este luminoso ante-projecto dou por mim a vacilar: não sei se ria pelo insólito (dos Humanos), se chore pelo colossal endeusamento atribuído aos Animais.