quarta-feira, 30 de novembro de 2011

APETECE-ME ALGO DIFERENTE... E VOCÊ?

GENTE DA NOSSA RUA (7)



Há certas pessoas na cidade
que nunca deveriam morrer,
são símbolos de antiguidade,
luzes brilhantes no anoitecer,
património da humanidade,
dão-nos força para viver;

Passamos por elas uma vida,
achamos que sempre ali estiveram,
são marcos numa praça esquecida,
em gestos simples nos acolheram,
semáforos tricolores numa avenida,
nunca um sorriso nos mereceram;

Até que um dia, uma tarde qualquer,
por ali passamos novamente,
sentimos o nosso coração encolher,
falta uma peça naquele ambiente,
é como um luar de Agosto a chover,
uma tristeza nos invade docemente;

Só então damos conta da ingratidão,
de tanta injustiça que cometemos,
é bem certo que foi por distracção,
mas, repare-se, não desvalorizemos,
agora é preciso tomar mais atenção,
é uma pessoa com alma… olhemos!

 Não sou fotógrafo, nem percebo nada de fotografia. Olho para alguém ou um qualquer cenário e se vejo algo que me “toque” os sentidos disparo. Nos últimos três anos reuni milhares de imagens.
Lembrei-me de separar umas dezenas e publicar aqui diariamente três. A esta exposição vou chamar-lhe “gente da nossa rua”. Infelizmente, alguns dos retratados já não estão entre nós. De qualquer modo, sublinho, este relembrar é sempre sob a óptica do respeito e consideração por alguém anónimo ou nem por isso que passa ou passou por nós. A escolha é minha e não tem qualquer pendor de favor.
Gostava de, um dia destes, passar estas fotos do virtual para o tangível e fazer uma exposição aí num local público da Baixa. Se, entre os leitores, houver um mecenas que queira patrocinar. Faça o favor de dizer alguma coisa.
Então já sabe, diariamente, colocarei três fotos diferentes e sempre com uma poesia que compus a relembrar que é preciso olhar para com quem nos cruzamos.

UMA IMAGEM... POR ACASO...


UMA IMAGEM... POR ACASO...


UMA IMAGEM... POR ACASO...


ORNAMENTAÇÕES DA CRISE



 A toda a pressa porque o tempo urge, os funcionários da firma de Paredes, a Teixeira Couto, Lª, a mesma a quem foi consignado o contrato do ano passado, tratam de ornamentar as Ruas Visconde da Luz e Ferreira Borges. As únicas praças a serem devidamente decoradas serão o Largo da Portagem e a Praça 8 de Maio. Nos restantes largos das ruas mais estreitas serão colocados uns pequenos arcos, assim, só para se não dizer que uns são filhos e outros enteados. A crise "oblige". E ninguém espere pelo melhor. Este ano, provavelmente, ainda se adornam as ruas de cima, mas, pelo sim pelo não, é melhor contar que estes enfeites estão mesmo a acabar. Lá voltaremos ao tempo antigo -até 2001-, em que eram pagos pelos comerciantes.


P.S. -Comunicado da Empresa Municipal de Turismo no Facebook:


"É inaugurada na próxima sexta-feira, dia 2 de Dezembro, pelas 18h00, na Praça 8 de Maio, a iluminação de Natal da cidade de Coimbra. Ocasião que conta com a presença de João Paulo Barbosa de Melo, Presidente da Câmara Municipal de Coimbra, de Luís Providência, Presidente do Conselho de Administração da Turismo de Coimbra, E.M., bem como dos restantes administradores Francisco Veiga e João de Matos Abreu.
Apesar de este ano a iluminação alusiva à época natalícia contemplar um perímetro significativamente mais pequeno, como consequência da redução orçamental, houve a preocupação de não comprometer a animação da Baixa da cidade, apostando nas principais artérias desta zona."

EMBORA COM MEDO, ESTÃO A CHEGAR OS REIS MAGOS




 Tal como no ano passado, mais uma vez, e contrariando uma tradição, o presépio de Cabral Antunes vai ser montado dentro dos paços do Concelho, na Praça 8 de Maio –relembro que esta medida preventiva veio na subsequência do furto da imagem do menino deitado, e, anteriormente, na destruição de outras imagens do conjunto natalício. Até há dois anos o presépio alegórico ao Natal foi sempre colocado junto às portas da autarquia.
Repetindo o que escrevi no ano passado, o que transversalmente estamos a assistir no país é um recuar perante a destruição de património colectivo. Ainda há dias foi noticiado que a Câmara Municipal da Mealhada mandou retirar todos os bustos em bronze das suas praças públicas.
A questão que se põe é até que ponto este retroceder do Estado perante o vandalismo crescente não é mais do que o fugir a um problema que precisa de solução imediata. Ou seja, é o colocar a nu, mostrar fragilidade e claudicar num campo onde está em causa a própria segurança interna –não podemos esquecer que o local público onde este presépio sempre foi colocado durante muitos anos está a cerca de 20 metros de uma esquadra de polícia, o que, a meu ver, torna esta fuga ainda mais ridícula.
Se assim continuar é dado por concluído que nada estará a salvo dos vândalos. É isto que se quer para o futuro?



VAI CHEGAR O PAI NATAL À BAIXA...




Caros Sócios e Amigos

 Com o espírito de abertura e colaboração que norteia esta Associação, os Bombeiros Voluntários de Coimbra vão colaborar amanhã, dia 1/12/2011, graciosamente, com a Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra na iniciativa que esta leva a cabo de animação daquele espaço urbano, transportando o Pai Natal.

Assim, o nosso glorioso Packard vai sair com o Pai Natal do Quartel na Av. Fernão de Magalhães, por volta das 15 horas,  e transportá-lo pelas Ruas Ferreira Borges e Visconde da Luz onde ficará junto do Café Santa Cruz.

Porque é bom comerciar na Baixa e o Packard é um espectáculo, convidam-se todos os Sócios e Amigos, e os Amigos dos Amigos para que vão até à Baixa neste que será, porventura, o último feriado do dia 1 de Dezembro e que passem um excelente tarde fazendo as compras possíveis e apreciar uma viatura histórica que faz parte do património de Coimbra.

Com os cumprimentos amigos,
João Silva
Presidente da Direcção 

"HAJA SAUDINHA!"

(IMAGEM DA WEB)


Com a devida vénia, do blogue Platonismo Político, da minha amiga Ana Clara, transcrevi este post:

"OE/2012. Com «saudinha» da boa.




Aprovado o OE/2012, Platonismo deixa algumas das principais medidas da proposta apresentada pelo Governo e que deverá permitir reduzir o défice orçamental para 4,5 por cento no final de 2012:
- Suspensão dos subsídios de férias e de Natal
- Congelamento de salários
- Mudanças no IVA: o escalão máximo do IVA mantém-se nos 23 por cento, mas diversos produtos - desde refrigerantes a bilhetes para o futebol - mudam de escalão. Restauração passa de 13 para 23 por cento. Electricidade dos 6 para os 23 e o tabaco chega aos 50 por cento
- Menos deduções no IRS
- Taxa única no IRC
-Privatizações
- Contenção no poder local
- Redução da despesa: na Saúde 734 milhões de euros; na Educação, o corte é de 600 milhões.
- Redução do défice orçamental: 4,5 por cento, o valor com que Portugal se comprometeu cumprir em 2012.
Estamos bonitos. E a coisa não pára por aqui. Gosto particularmente da expressão «medidas adicionais necessárias» na boca dos nossos governantes. Como diz um amigo meu, «haja saudinha»."




ACREDITE, VALE A PENA VISIONAR ESTE VÍDEO

UMA NOVA FORMA DE EVITAR A EMIGRAÇÃO


(Com a devida vénia, retirado de aqui)

terça-feira, 29 de novembro de 2011

GENTE DA NOSSA RUA (7)



Há certas pessoas na cidade
que nunca deveriam morrer,
são símbolos de antiguidade,
luzes brilhantes no anoitecer,
património da humanidade,
dão-nos força para viver;

Passamos por elas uma vida,
achamos que sempre ali estiveram,
são marcos numa praça esquecida,
em gestos simples nos acolheram,
semáforos tricolores numa avenida,
nunca um sorriso nos mereceram;

Até que um dia, uma tarde qualquer,
por ali passamos novamente,
sentimos o nosso coração encolher,
falta uma peça naquele ambiente,
é como um luar de Agosto a chover,
uma tristeza nos invade docemente;

Só então damos conta da ingratidão,
de tanta injustiça que cometemos,
é bem certo que foi por distracção,
mas, repare-se, não desvalorizemos,
agora é preciso tomar mais atenção,
é uma pessoa com alma… olhemos!

Não sou fotógrafo, nem percebo nada de fotografia. Olho para alguém ou um qualquer cenário e se vejo algo que me “toque” os sentidos disparo. Nos últimos três anos reuni milhares de imagens.
Lembrei-me de separar umas dezenas e publicar aqui diariamente três. A esta exposição vou chamar-lhe “gente da nossa rua”. Infelizmente, alguns dos retratados já não estão entre nós. De qualquer modo, sublinho, este relembrar é sempre sob a óptica do respeito e consideração por alguém anónimo ou nem por isso que passa ou passou por nós. A escolha é minha e não tem qualquer pendor de favor.
Gostava de, um dia destes, passar estas fotos do virtual para o tangível e fazer uma exposição aí num local público da Baixa. Se, entre os leitores, houver um mecenas que queira patrocinar. Faça o favor de dizer alguma coisa.
Então já sabe, diariamente, colocarei três fotos diferentes e sempre com uma poesia que compus a relembrar que é preciso olhar para com quem nos cruzamos.

A VIDA DE UM COMERCIANTE

(IMAGEM DE LEONARDO BRAGA PINHEIRO


Nasceu nos anos cinquenta,
numa casa pobrezinha,
a fome era cinzenta,
fartura só na vizinha;

As alpercatas não tinham sola,
os calções começaram calças,
quando se jogava à bola
a ambição estava descalça;

Não havia qualquer carinho,
por parte do progenitor,
era indicado um caminho,
ter que ser agricultor;

Nunca se faziam anos,
nunca havia aniversário,
faziam-se tantos planos
que ficavam no armário;

O Natal era condicional,
igual a outra data qualquer,
era sempre conjuntural,
como a beleza numa mulher;

Foi feita a escola a correr,
era tempo para labutar
não havia tempo a perder
o pai estava a ameaçar;

Em criança foi trabalhar
para a cidade encantada,
não pode sequer brincar
com a malta ajanotada;

Depressa se fez adulto,
num pulo estava a casar,
na experiência se fez culto,
em Deus na fé do acreditar;


Do trabalho fez uma ponte
Entre o passado e o futuro,
O comércio foi o horizonte
Que o fez caminhar no duro;

Aos filhos deu muito amor,
tudo mais que não tivera,
de todos fez um doutor,
o futuro estava em espera;

Mas o destino é cruel
e não admite projecção,
é um poema em papel
enviado a uma paixão;

Hoje o comerciante, velhote,
olha para trás a lamentar,
de quem teria sido o serrote
que lhe amputou o sonhar;

As noites são de angustiar,
voltas na cama sem dormir,
entre um virar e um revirar,
tentando o sono seduzir;

Que futuro?”, pensa o vendedor
enquanto fuma um cigarro,
“depois de tanto, sou perdedor,
(tosse), ai que me mata este catarro!”

UM POEMA E UM CAFÉ... PELOS BOMBEIROS



SEGUNDO BALCÃO DOS BOMBEIROS

Nesse tempo eu já lera as Bronté mas
como era um adolescente retardado
passava a noite em atrozes dilemas
que mais vale: amar, ser doutrem amado?
ainda não descobrira o simples disto
nem o essencial disto que é tão claro
se tudo no amor vem do imprevisto
deitar regras ao jogo pode sair caro
por isso eu amo e sou ou não benquisto
depende do instante bem ou mal azado
amor tem alegria, tem enfado
o happy end é coisa do cinema.

Fernando Assis Pacheco
“A MUSA IRREGULAR” – VARIAÇÕES EM SOUSA 1987 – 2ª edição, 1996 – pag. 147
Edições ASA

Caros Sócios e Amigos
 Uma Sócia desta Associação chamou-me a atenção para o poema, que acima se transcreve, de Fernando Assis Pacheco - jornalista, crítico, tradutor e escritor -, que nasceu em 1 de Fevereiro de 1937, em Coimbra, onde viveu até 1961 -, porque o associou ao tempo em que no Quartel dos Bombeiros Voluntários de Coimbra havia projecção de filmes. Um tempo em que esta Associação era entendida como uma relevante instituição de Coimbra e como tal acarinhada e apoiada pela sua Cidade.
Sem nostalgia, mas como testemunho de memória aqui fica a poesia e aqui vai o renovado e persistente pedido de que os Sócios e Amigos ajudem a revitalizar a Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Coimbra e apoiem efectivamente os seus Bombeiros Voluntários.
Continuo a acreditar que vamos ser capazes de, honrando o passado, construir um grande futuro.
João Silva
Presidente da Direcção dos Bombeiros Voluntários de Coimbra

ESTÁ A CHEGAR O PAI NATAL À BAIXA



"Caro associado:
 Serve o presente comunicado para relembrar que neste feriado de 1 de Dezembro (quinta-feira) se mantém a campanha do “Comércio vem para a Rua”. Para além disso, pelas 15h00, iremos assistir à chegada do Pai Natal à Baixa de Coimbra. Directamente vindo das terras frias do Norte da Europa, será transportado na viatura antiga de combate a incêndios dos Bombeiros Voluntários de Coimbra.
Solicitamos a todos os associados que tenham página do Facebook que partilhem a informação e nos ajudem a divulgar esta iniciativa.
Relembramos ainda que a APBC tem ao dispor dos seus associados senhas de estacionamento pelo valor de 0.55€ cada unidade, e que dão direito a uma hora de paragem gratuita nos parques de estacionamento da Baixa de Coimbra. Uma boa oferta para os clientes nesta época natalícia.
Atenciosamente.
Carina Alves"
APBC - Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra
Rua João de Ruão, 12 Arnado Business Center, piso 1, sala 3
3 000-229 Coimbra
Tel. 239 842 164  Fax. 239 840 242 Tel. 914872418
apbcoimbra@gmail.com
www.baixadecoimbra.com

COMPRAR NO VIZINHO DO LADO




E SE TODOS FIZÉSSEMOS ISTO?

 
Vamos comprar os presentes de Natal nos pequenos empreendedores, mesmo ao nosso lado, na na nossa rua? 
Comecemos na vizinha que vende doces caseiros; no artesão que faz bijutaria na rua do Antoninho; no artista que pinta quadros na Praça do Comércio; nas "Modas veiga", na Rua Eduardo Coelho, que vende fatos, camisolas e outros artigos de qualidade reconhecida. Vamos comprar tecidos à "Casa Confiança", na Praça do Comércio; vamos comprar um par de sapatos na "sapataria Trinitá", na Rua Eduardo Coelho; vamos comprar botões na "Retrosaria Edu", na Rua das Padeiras, etc, -esta indicação é meramente aleatória. O que importa é que se compre no Centro Histórico. Declaradamente temos de dizer "NÃO" ao grande comércio. Neste Natal, ao comprarmos na pequena loja tradicional estamos a dar alento ao pequeno comerciante a resistir e a evitar que, com grande desânimo, claudique. Não podemos nem devemos esquecer que a permanência de uma loja em funcionamento está nas nossas mãos, enquanto consumidores.

Façamos com que o nosso dinheiro chegue a pessoas comuns e não às grandes multinacionais. Assim também estaremos a contribuir para que mais alguém tenha um Feliz Natal.

(TEXTO COMPOSTO A PARTIR DE OUTRO RECEBIDO POR E-MAIL)

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

GENTE DA NOSSA RUA (6)



Há certas pessoas na cidade
que nunca deveriam morrer,
são símbolos de antiguidade,
luzes brilhantes no anoitecer,
património da humanidade,
dão-nos força para viver;

Passamos por elas uma vida,
achamos que sempre ali estiveram,
são marcos numa praça esquecida,
em gestos simples nos acolheram,
semáforos tricolores numa avenida,
nunca um sorriso nos mereceram;

Até que um dia, uma tarde qualquer,
por ali passamos novamente,
sentimos o nosso coração encolher,
falta uma peça naquele ambiente,
é como um luar de Agosto a chover,
uma tristeza nos invade docemente;

Só então damos conta da ingratidão,
de tanta injustiça que cometemos,
é bem certo que foi por distracção,
mas, repare-se, não desvalorizemos,
agora é preciso tomar mais atenção,
é uma pessoa com alma… olhemos!


 Não sou fotógrafo, nem percebo nada de fotografia. Olho para alguém ou um qualquer cenário e se vejo algo que me “toque” os sentidos disparo. Nos últimos três anos reuni milhares de imagens.
Lembrei-me de separar umas dezenas e publicar aqui, diariamente três. A esta exposição vou chamar-lhe “gente da nossa rua”. Infelizmente, alguns dos retratados já não estão entre nós. De qualquer modo, sublinho, este relembrar é sempre sob a óptica do respeito e consideração por alguém anónimo ou nem por isso que passa ou passou por nós. A escolha é minha e não tem qualquer pendor de favor.
Gostava de, um dia destes, passar estas fotos do virtual para o tangível e fazer uma exposição aí num local público da Baixa. Se, entre os leitores, houver um mecenas que queira patrocinar. Faça o favor de dizer alguma coisa.
Então já sabe, diariamente, colocarei três fotos diferentes e sempre com uma poesia que compus a relembrar que é preciso olhar para com quem nos cruzamos.

O VÍDEO DO DIA...

UM CAFÉ PARA OS BOMBEIROS



Caros Sócios e Amigos.
Para que ajudem no Natal quem ajuda todo o ano!

Com os melhores cumprimentos. 
João Silva
Presidente da Direcção dos Bombeiros Voluntários de Coimbra

A CONSAGRAÇÃO DA TRISTEZA E DO CHORADINHO






 Estes fulanos, "controleiros do mundo", não perdem uma. Até aqui, em surdina e oficiosamente, por entre becos e ruelas da Europa, os portugueses eram um  povo tristonho e melancólico. Agora, oficial e institucionalmente, com a declaração do fado como Património Imaterial da Humanidade, pela Unesco, somos mesmo filhos do fadinho, solitários e carregadinhos de depressão.
Fosca-se, para estes gajos! Não perdem uma para nos lixarem!


P.S. -Escrevendo sério, foi uma coisa boa para o país e sobretudo para o seu turismo. Com esta consagração mundial, Coimbra também muito ficará a ganhar com o seu fado. Pode ser desta que a também denominada "balada coimbrã" cresça, se emancipe, saia da casa da mãe -refiro a Associação Académica de Coimbra- e invada todo o Centro Histórico, da Alta e da Baixa, com tabernas e casas de fado. Claro que, para isto acontecer, é preciso que a Câmara Municipal de Coimbra tenha outra postura de discriminação positiva perante quem arrisca e quer investir no ramo de hotelaria. O que tem acontecido até aqui, são os estabelecimentos estarem prontos e permanecerem meses ou até anos para abrirem ao público. Bem pode argumentar-se que é por isto, por aquilo, por causa do projecto, por causa dos bombeiros, por causa de aqueloutro, etc, mas não convence. 
Enquanto os políticos que estiverem na Praça 8 de Maio não sentirem a dor de quem sofre e durante a noite não dorme a pensar na vida, este comportamento não mudará. Adivinhem quem perde?


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NÃO FAÇAM DE MIM MAIS PARVO DO QUE JÁ SOU

Pedro Mota Soares, em julho, à chegada ao Conselho Nacional do CDS-PP
(IMAGEM DO SAPO NOTÍCIAS)



 Confesso, sou muito parvo –mas não digam a ninguém, que é para não estragar a minha imagem, já que todos os dias faço um esforço do camano para parecer inteligente e igual aos demais-, mas, intrinsecamente e em boa verdade, até já nem me chateia muito. Com o tempo, fui-me habituando e, agora, estou até convencido que já nem passava para a outra classe, a dos espertos. Sabem como é, com a idade, uma pessoa acomoda-se. Quer dizer, acomoda-se não, dá-se por vencido. As forças vão faltando e um sujeito aceita mesmo a realidade.
Portanto, quero dizer, já nem me importo de assumir a minha condição de “parvóide”. Por acaso, o fazer parte da classe dos “entradotes” tem esta coisa gira que é o de deixar de se importar com certas e determinadas coisas.
Estou convencido que, no geral, os velhos –também pela experiência empírica e dos pontapés no traseiro que apanharam ao longo da vida-, no resto da sua existência, no epílogo, tornam-se melhores. Têm um extenso rol de práticas, umas boas e outras nem tanto, um traquejo, que  permite olhar os erros dos outros à sua volta com outra humanidade -e outras vezes com desdém.
Mas, e agora contrariando um pouco a minha tese, se há coisas que me mandam aos arames, em cima da minha parvoíce –que pelos vistos é mesmo genética e hereditária-, é querem fazer de mim ainda muito mais parvo. Não sei se estou a ser claro, mas é o mesmo que estarmos num espectáculo de música e verificarmos que o instrumento de cordas está completamente desafinado. Toda a gente se apercebe disso, mas batem palmas ao músico. “É chato! É uma falta de respeito não ovacionar!”, exclamam por entre dentes e em surdina. E o músico, ufano, lá no palco, não pára de se exibir e até está convencido que é o melhor instrumentista do mundo.
E por que é comecei para aqui a pregar sermão se ninguém mo encomendou, perguntará o leitor? Olhe porque li esta notícia sobre Mota Soares, aqui, que até há pouco, enquanto deputado, andava de vespa e agora ministro do Governo passou a andar numa bomba Audi 6, que custou ao erário público 86 mil euros. Apetece-me fazer um manguito ao senhor ministro. E você, leitor?