quinta-feira, 29 de novembro de 2018

BAIXA: CRÓNICA DA SEMANA PASSADA

(Imagem de Leonardo Braga Pinheiro)




REFLEXÃO: TOURADAS E OUTRAS QUESTÕES CIVILIZACIONAIS


Como foi amplamente noticiado até à exaustão, durante cerca de duas semanas o tema de conversa de café foi o Imposto sobre o Valor Acrescentado a incidir em espectáculos tauromáquicos. Uns defendiam 23%, outros 13% e outros ainda 6%. Como se sabe, com quase metade da bancada socialista a votar contra no Parlamento, a medida foi aprovada pelo agravamento 6 por cento.
Embora tenha para mim que qualquer uma das taxas que fosse aplicada nem aquecia nem arrefecia para desmotivar quem quer que fosse a deslocar-se a uma praça de touros, a verdade é que a harmonização de taxas para divertimentos culturais veio repor uma igualdade que se impunha. Deu para ver que o Governo nunca teve uma posição séria sobre o sacrifício dos touros na arena. Com uma perna em cada lado das facções em contestação, António Costa apenas estava interessado em não perder votos em qualquer das barricadas. Igualmente a oposição mostrou ao país que, na defesa de assuntos de fumo para entreter a comunidade, não foi credível e apenas tentava salvar-se aos olhos do eleitorado.
Em traços gerais, enquanto durou a chama viva das farpas, foi um não-assunto. Até parece que não havia outras áreas mais importantes para discutir o recaimento do imposto. E já nem vou para a electricidade, que pela defesa do IVA a 6% deveria ser uma questão premente, social e económica, de cidadania por parte dos deputados da gerigonça se realmente defendessem os mais frágeis.
Sobre o comércio tradicional ninguém fala que o IVA a 23 por cento está a contribuir para exterminar um sector que é importantíssimo para as cidades, vilas e aldeias. O comércio não tem lobismo. Os comerciantes, salvo pequenas excepções, não têm quem os defenda com eficácia e os olhe como um motor de desenvolvimento das urbes. Na Concertação Social, onde a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal tem assento constitucional, nunca se ouve falar da crise e os dramas consequentes que se arrastam no terciário.
As associações de classe por este Portugal fora, algumas delas envolvidas em esquemas de enriquecimento ilícito de alguns e outras com representantes indignos que nunca lá deveriam estar, na sua maioria faliram.
Por tudo isto, não admira, portanto, que, falando de Coimbra, raro seja o mês que não encerrem lojas comerciais.

FIM DA HISTÓRIA





Desde o virar do milénio na Rua Martins de Carvalho, antiga Figueirinhas, junto ao Café Santa Cruz, que Simão Pedro era o baluarte da antiga via do jornal O Conimbricense. Seguindo a mesma linha de que tudo na nossa existência é precário, há dias encerrou a sua loja comercial.
Já em Outubro de 2011, quando escrevi a “Queda do Mercador”, a sobrevivência comercial de Simão era periclitante, no sentido de um equilíbrio difícil e perigoso numa senda mercantil que não é para todos. Mesmo assim, já com alguns sintomas da maleita que viria a tolher-lhe os movimentos, e sem retaguarda financeira, resistiu mais sete anos. Quando lhe pergunto como foi possível, do alto do seu olhar penetrante e corpo desengonçado, responde: “para onde é que eu ia? Como não tenho mais lugar algum para ir, fui estando… Com a boa vontade do meu senhorio. Foram muitos anos sem pagar renda. Estou-lhe muito grato pela paciência que teve comigo!
Simão Pedro tem agora 57 anos. De uma vida de subsistência, resta-lhe uma doença sem cura, a elefantíase - “ou filariose, é uma doença parasitária que afeta a circulação linfática, causada por um parasita nematódeo, chamado Wuchereria bancrofti e conhecido como filária”.


E MAIS UMA…



Segundo a vizinhança, presumivelmente encerrou há dias uma loja de material eléctrico na Rua das Padeiras. Embora os artigos continuem em exposição, pela correspondência postal espalhada junto da porta de entrada, tudo indica ser verdade.
Este estabelecimento, que veio substituir a desaparecida “Tecla Divertida”, abriu em Julho último. A levarmos em conta o que se consta na proximidade, fechou após seis meses de actividade.


E MAIS OUTRA, AINDA…



Depois de quatro meses, umas vezes aberta outras vezes fechada, encerrou a semana passada uma loja de livros, sobretudo em língua inglesa, na Rua do Corvo, quase em frente a Ricarlina.
Sobre gerência de Jacqueline Austin, uma professora inglesa aposentada com várias paixões, entre elas Portugal e os livros, foi um projecto que durou pouco. Sobre as razões subjacentes que estiveram na origem do bater com a porta nada podemos adiantar. Podemos presumir que, talvez pela inexperiência, teria sido um passo mal calculado.
Com estes encerramentos que anuncio hoje, sobe para 29 o número de estabelecimentos que fecharam portas desde Janeiro de 2018.
Não é a primeira vez que justifico o facto de anunciar aqui todas as aberturas e fechos de espaços comerciais. Repetindo, a intenção é manter um registo actualizado, sobretudo a nível comercial, sobre o que se passa na Baixa da cidade.

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

BOA TARDE, PESSOAL...

BOM DIA, PESSOAL...

POR CAUSA DA CHUVA, O PAI NATAL VAI CHEGAR À BAIXA SÓ PARA A SEMANA







PUBLICIDADE INSTITUCIONAL


Caros colegas:
A APBC, Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra, vem por esta forma informar que ocorreu uma alteração à Programação de Natal divulgada na passada semana.
A Chegada do Pai Natal irá realizar-se na sexta-feira 30 de Novembro pelas 18h00, e não no dia 24 de Novembro conforme anunciado anteriormente. Esta decisão deve-se a diversos factores: em primeiro lugar à tentativa de concentrar no mesmo momento a chegada do Pai Natal e a inauguração da iluminação de Natal, criando assim um momento com maior projecção e visibilidade da programação natalícia. Em segundo lugar, tendo em consideração as questões climatéricas da meteorologia, será mais favorável no dia 30 do que no dia 24, que se prevê chuvoso.
Aproveitamos ainda para agradecer a todos os comerciantes que até ao momento colaboraram com ofertas para a tombola e para a realização das actividades.
Face a estas alterações imprevistas, o prazo para inscrição na Tombola de Natal e comparticipação dos 25€ para a programação de Natal da APBC foi alargado até ao dia 28 (inclusive).
Apelamos ainda que todos os comerciantes mantenham os estabelecimentos comerciais abertos durante os fins-de-semana, sábados e domingos, de Dezembro. É extremamente importante que haja esta sintonia, solidariedade, compromisso, entre todos os comerciantes para que consigamos atrair mais clientes à Baixa.
Estaremos disponíveis para esclarecer dúvidas e prestar esclarecimentos no que entendam como necessário.

Os nossos cumprimentos com desejos de Bons Negócios!








quarta-feira, 21 de novembro de 2018

MACHADO, SENHOR DA AMIZADE SOLIDÁRIA, NA SUA OMNIPOTÊNCIA, É GRANDE NA DISTRIBUIÇÃO AOS QUE ESTENDEM A MÃO

(Foto desviada, com a devida vénia, do jornal online Notícias de Coimbra)




Há edifícios camarários na Baixa encerrados há vários anos à espera de luz verde divina para a sua revitalização? Calma, que não há verbas no orçamento camarário!

As luminárias das ruas estreitas, há vários anos, cheias de lixo e a propiciarem pouca luminosidade, precisam de urgente substituição por iluminação led? Calma, que ainda não é o momento. Talvez lá para o fim desta legislatura, como quem diz, lá para 2021!

A decorrer no Largo da Maracha em condições de absoluta normatividade de terceiro-mundo para os operadores que lá desenvolvem a actividade e para a paisagem envolvente, a Venda (des)Ambulante precisa de ser dignificada e organizada com distribuição de quiosques camarários e a obrigação destes vendedores pagarem uma renda correspondente? Calma! Ainda não é o momento! Talvez lá para meados de 2021, quando as eleições autárquicas se aproximarem se fale disso!


E há muito mais, mas isso, para agora, não interessa nada! O que importa no momento, a meses de dois grandes pleitos eleitorais, é subsidiar tudo o que seja associação, desportiva ou cultural - desde que não faça parte do index das más-graças.


Já anunciados anteriormente aqui, ontem “O presidente da Câmara Municipal de Coimbra (CMC), Manuel Machado, assinou hoje 68 contratos-programa com coletividades desportivas do concelho de Coimbra, que visam a atribuição de uma comparticipação financeira referente à época 2017/2018, que totaliza cerca de meio milhão de euros.
Na mesma cerimónia foi outorgado um contrato de publicidade, no valor de 24.600,00€, que prevê que o piloto Filipe Albuquerque exiba a identificação do Município de Coimbra no seu capacete, à semelhança do que já aconteceu na prova “4 horas de Portimão”, que fechou o calendário 2018 do European Le Mans Series e que a equipa do piloto venceu.

sábado, 17 de novembro de 2018

BAIXA: O ÚLTIMO DIA DE SIMÃO, O MERCADOR


(Fotos de arquivo. Nesta altura, em 2011, com 50 anos de idade)





Desde o virar do milénio na Rua Martins de Carvalho, antiga Figueirinhas, junto ao Café Santa Cruz, que Simão Pedro era o baluarte da antiga via do jornal O Conimbricense. Seguindo a mesma linha de que tudo na nossa existência é precário, ontem encerrou a sua loja comercial.
Já em Outubro de 2011, quando escrevi a “Queda do Mercador”, a sobrevivência comercial de Simão era periclitante, no sentido de um equilíbrio difícil e perigoso numa senda mercantil que não é para todos. Mesmo assim, já com alguns sintomas da maleita que viria a tolher-lhe os movimentos, e sem retaguarda financeira, resistiu mais sete anos. Quando lhe pergunto como foi possível, do alto do seu olhar penetrante e corpo desengonçado, responde: “para onde é que eu ia? Como não tenho mais lugar algum para ir, fui estando… Com a boa vontade do meu senhorio. Foram muitos anos sem pagar renda. Estou-lhe muito grato pela paciência que teve comigo!
Simão Pedro tem agora 57 anos. De uma vida de subsistência, resta-lhe uma doença sem cura, a elefantíase -ou filariose, é uma doença parasitária que afeta a circulação linfática, causada por um parasita nematódeo, chamado Wuchereria bancrofti e conhecido como filária”.
É certo que também tem muitos amigos - e, pelos vistos nos últimos tempos, são eles que lhe tem valido -, mas quando a insuficncia é demasiada tudo se torna mais complicado. E neste grupo de chegados, Simão também recorda algumas assistentes sociais que o tem ajudado a calcorrear os dias, sobretudo quando teve de largar a sua casa de renda e se transferiu para um quarto arrendado na Baixa, a sua zona de conforto que alimenta a sua alma nos momentos mais difíceis e o ajuda a recarregar o ânimo.
Não se pense que Simão Pedro é tristonho e sorumbático. Nada disso! Há muito que aceitou que a vida não é o resultado do que queremos que seja mas uma soma de parcelas possíveis. Arrastando a sua perna tocada pela doença, é uma pessoa afável e sorridente. Num rosto endurecido e emoldurado por óculos de grossas armações em massa, o sorriso aberto parece querer dar-nos uma lição.

sexta-feira, 16 de novembro de 2018

BAIXA: SE ESTA RUA FOSSE MINHA...

(Foto de arquivo)




Mesmo o alerta para o valor do incumprimento da norma
social, que implica uma contraordenação punível com
coima de 250 € a 1500 euros, caso se trate de pessoa
singular (moradores) e de 1250 € a 22,000 euros, se
referente a pessoa colectiva (empresas de comércio e
serviços), nada sensibiliza os infractores.”



A Rua Eduardo Coelho e Largo da Freiria, sendo ainda hoje locais de muita passagem pedonal, há muito tempo que são negligenciados por muitos que cá trabalham e residem e, algumas vezes, desvalorizados pela Câmara Municipal de Coimbra.
Apesar de há cerca de um ano ter andado um funcionário da Divisão de Ambiente de loja-em-loja e de casa-em-casa e no princípio deste mês de Novembro terem sido distribuídos, de porta-em-porta, panfletos dirigido ao “Caro(a) Munícipe”, “Ajude-nos e coloque o lixo à sua porta das 19h00 até às 21h30 min.”, tudo continua igual.
Mesmo o alerta para o valor do incumprimento da norma social, que implica uma contraordenação punível com coima de 250 € a 1500 euros, caso se trate de pessoa singular (moradores) e de 1250 € a 22,000 euros, se referente a pessoa colectiva (empresas de comércio e serviços), nada sensibiliza os infractores, e os detritos continuam a ser depositados a qualquer hora do dia.
Com os donos de animais de companhia, normalmente cães, é a mesma coisa. Poucos trazem consigo o necessário saco de plástico e só alguns apanham os dejectos. Fazê-los cumprir a obrigação já tem dado aborrecimentos porque, no seu entender, o direito natural dos animais sobrepõe-se às regras sociais dos humanos -e ainda agora a procissão vai no adro, por este andar, no futuro, ainda vamos ser obrigados a fazer vénia a qualquer quatro patas que passe por nós na rua.
Escrevo por mim, raro é o dia que, no mínimo, não apanho dois “presentes” -bem sei que sou uma pessoa de sorte!
Já fiz esta interrogação tantas vezes, mas insisto: por que raio foi alterado o Regulamento de Recolha e Transporte de Resíduos Urbanos e de Limpeza e Higiene Públicas do Município de Coimbra, com coimas absurdas, se não é cumprido? Quantos munícipes já foram sancionados?
Para ver o estado a que chegou o asfalto, basta olhar para o chão, para as pedras da calçada, da Rua Eduardo Coelho. Já agora, se não maçar muito, olhemos também para cima, para o estado em que se apresentam os lampiões: completamente cheios de lixo. Já agora acrescento que dois deles estão com Lâmpadas fundidas e, depois das 19h00, transformam esta área num lusco-fusco -já agora acrescento também que já comuniquei estas anomalias através do portal “A Minha Rua – comunicação de ocorrências no espaço público”.
E foi precisamente para dar a conhecer esta possibilidade de qualquer um poder reportar qualquer anormalidade no seu bairro, no seu largo, na sua rua ou sugerir melhorias à sua câmara municipal e junta de freguesia que comecei a escrever esta crónica. Para aceder e comunicar clique no endereço em baixo:

A Minha Rua – comunicação de ocorrências no espaço público


quinta-feira, 15 de novembro de 2018

UM CASO, NO MÉXICO, QUE DÁ PARA PENSAR

(Foto do jornal online Observador)


Ricardo Flores tinha 21 anos e estudava Direito. O tio, Alberto, tinha 53 e era agricultor. Morreram os dois, juntos, queimados vivos por uma multidão à frente de uma esquadra, no México. Não tinham cometido qualquer crime. Tio e sobrinho morreram em frente a mais de cem pessoas que gritavam “o povo unido, jamais será vencido”e em frente a outros milhares, através de um direto no Facebook que deixou gravado o ato bárbaro. E tudo começou devido a uma mensagem disseminada no WhatsApp.”

APBC DESEJA CONTRIBUIÇÃO DOS COMERCIANTES DA BAIXA PARA FESTEJOS NATALÍCIOS




PUBLICIDADE INSTITUCIONAL


Caro Colega:
Na sequência do encontro de comerciantes realizado no passado mês de Outubro, no Salão Brazil, vimos enviar a proposta de programação de Natal para o Centro Histórico de Coimbra.
As actividades/iniciativas propostas pela Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra (APBC) que, a realizarem-se, irão integrar a programação de Natal da Câmara Municipal de Coimbra, são:
· Animação infantil aos fins de semana e feriados (de 24 de Novembro a 23 de Dezembro);
· Chegada do Pai Natal no dia 24 de Novembro pelas 11h00;
· Desfile de viaturas clássicas no dia 25 de Novembro pelas 11h00;
· Mascotes de Natal (Rena e Boneco de Neve);
· Arruadas musicais com os Dixie Gringos (8, 15, 22 de Dezembro de 2018);
· Arruadas Musicais Flora do Mondego;
· Grupos de Jazz do Conservatório de Musica de Coimbra (15 de dezembro);
· Atuação Monastery Quartet (15 e 22 de Dezembro);
· Visitas Guiadas Colégios Rua da Sofia (8, 15 e 22 de Dezembro);
· Performances nos Colégios da Rua da Sofia (15 e 22 de Dezembro);
· Festa do Galo - semana gastronómica (de 15 a 22 de Dezembro);
· Actuações de grupos populares (1, 2,, 8, 9, 15, 16, 22, 23 de Dezembro);
· Tômbola de Natal com oferta de um ou mais "Cabaz da Baixa" composto por produtos das lojas aderentes à iniciativa;
· Concurso de Fotografia “O Natal na Rua – 2018 Baixa de Coimbra”.

A distribuição dos cupões para a Tômbola de Natal e o sorteio do cabaz de Natal apenas faz sentido com a participação dos comerciantes. À semelhança do ano anterior, solicitamos que todos contribuam para a criação do cabaz de Natal com produtos dos vossos estabelecimentos comerciais.

Tendo em conta a actual situação de tesouraria da APBC, que origina graves constrangimentos na realização das actividades acima programadas, é nosso desejo que os comerciantes comparticipem com 25€ para a sua concretização.


Ficaremos a aguardar uma resposta relativamente à participação na tômbola de Natal bem como no contributo monetário para a programação de Natal, até ao final do dia 20 de Novembro, através do e-mail apbcoimbra@gmail.com, ou telemóvel 914872419.
Acreditamos que todos juntos conseguiremos ter um Natal de 2018 cheio de agradáveis surpresas.
Agradecendo antecipadamente a atenção dispensada ao presente assunto, atenciosamente,
O Presidente da Direcção da APBC
Vítor de Sá Marques


APBC - Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra
Rua João de Ruão, 12 Arnado Business Center, piso 1, sala 3
3 000-229 Coimbra
Tel. 239 842 164  Fax. 239 840 242 Tel. 914872418

CMC: QUE NINGUÉM SE QUEIXE. QUE NINGUÉM FAÇA BARULHO. TODOS SERÃO CONTEMPLADOS! DEUS É GRANDE!

(Imagem de Leonardo Braga Pinheiro)




Deliberação 647/2018 (Processo 35468)
Regulamento Municipal de Apoio ao Desporto – Proposta de comparticipações financeiras aos clubes e associações de modalidades do concelho de Coimbra, referentes à época desportiva 2017/2018
Aprovadas as comparticipações financeiras aos clubes e associações desportivas do concelho de Coimbra, referentes à época desportiva 2017/2018, mediante a celebração de contratos programa de desenvolvimento desportivo e abaixo discriminadas:
  • Associação Desportiva NX – Academia Futebol AFN 10: 3000€; Acrogym Clube de Coimbra: 4000€; Associação Académica de Coimbra: 150.000€; Associação Académica de Coimbra/OAF: 16.000€; Associação de Basquetebol Coimbra: 3500€; Associação Basquetebol Vincit qui si Vincit – Academia de Basquetebol: 3000€; Associação Coimbra Basquete – CAD: 20.000€; Associação Cristã da Mocidade: 11.000€; Associação Desportiva e Cultural de Almalaguês: 3000€; Associação Desportiva e Cultural da Adémia: 5000€; Associação Desportiva e Cultural de Vila Verde: 8500€; Associação Desportiva de Souselas: 5000€; Associação Desportiva e Recreativa dos Lugares de Casal da Misarela, Misarela, Vale de Canas, Ribeira e Barca: 3000€; Associação Distrital de Atletismo de Coimbra: 3500€; Associação Distrital de Judo de Coimbra: 3500€; Associação de Estudantes da Escola Superior Agrária de Coimbra: 7500€; Associação de Ginástica Centro: 3500€; Associação de Kempo Chinês do Centro: 2000€; Associação de Natação de Coimbra: 3500€; Associação de Patinagem de Coimbra: 3500€; Associação Recreativa Casaense: 7500€; ATC – Associação de TenChi de Coimbra: 2000€; Associação Sócio Cultural, Recreio e Desporto dos Pereiros: 2000€; Casa do Povo de Ceira: 1500€; Centro de Apoio Social de Pais e Amigos da Escola n.º 10: 2000€; Centro Cultura e Desporto do Judo Clube de Coimbra: 5000€; Centro Cultural e Recreativo Valonguense: 2500€; Centro Hípico de Coimbra: 10.000€; Centro Norton de Matos: 10.000€; Centro Popular de Trabalhadores de Sobral de Ceira: 5000€; Centro Social da Marmeleira: 2000€; Centro Social S. João: 10.000€; Club Desportivo de Assafarge: 3000€; Clube de Aeromodelismo de Coimbra: 1500€; Clube Automóvel do Centro: 2500€; Clube Desportivo Pedrulhense: 10.0000€; Clube Fluvial de Coimbra: 6500€; Clube de Futebol Santa Clara: 5000€; Clube de Karaté de Coimbra: 1500€; Clube do Mar de Coimbra: 1500€; Clube de Praticantes de Artes Marciais Mistas de Coimbra: 2000€; Clube Recreativo do Calhabé: 1500€; Clube de Ténis de Coimbra: 11.000€; Clube União 1919: 6000€; Clube de Veteranos de Atletismo de Coimbra: 4000€; Coimbra Stand Up Padlle: 2000€; Coimbra Trail Running: 2000€; Comité Regional de Rugby do Centro: 3500€; Dojo Fit – Associação para a Formação e Prática Desportiva: 1500€; Escola de Judo de Coimbra – Clube Sakura: 3000€; Esperança Atlético Clube: 7500€; Federação de Motociclismo de Portugal: 2500€; Fundação Beatriz Santos: 2000€; Futebol Clube S. Silvestre: 3000€; Grupo Recreativo “O Vigor da Mocidade”: 10.000€; Instituto Português de Kenpo: 1500€; Juventude Desportiva e Recreativa de Arzila: 3000€; Lordemão Futebol Clube: 6000€; Olivais Futebol Clube: 22.000€; Quinta das Lágrimas Clube de Golfe: 5000€; Real Clube de Brasfemes: 5000€; Rocket Dolls Roller Derby Coimbra: 3500€; Sanjoanense Atlético Clube: 3000€; Shukokai Karaté Santa Clara: 2000€; Sport Club Conimbricense: 7200€; Sporting Clube Ribeirense: 3000€; União Desportiva e Recreativa de Cernache: 5000€; CCSMB – Clube Cães de Caça BTT: 1500€.

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

EDITORIAL: APBC, O MEALHEIRO DO DESPERDÍCIO




O que não é dito é que é que em 14 anos foram injectados
625 mil euros do erário público nesta agência e, numa
espécie de marcha fúnebre abrilhantada por orquestra,
com festas e festinhas, nada evitou o encerramento de
cerca de uma centena de estabelecimentos comerciais na
Baixa da cidade, alguns com grande relevo histórico.”




Ontem, em reunião do executivo, foi aprovado um subsídio à Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra, de 55 mil euros, atribuído pela Câmara Municipal de Coimbra, para desenvolver as suas actividades durante este ano. Salienta-se que a proposta levada à discussão foi aprovada por unanimidade.
Antes de prosseguir, começo com uma ressalva: nada de pessoal me move contra os dirigentes desta associação sem fins lucrativos criada como embrião em 2004 e chamada de “Condomínio Comercial da Baixa de Coimbra” e em 2006, por força de lei, modificada para Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra (APBC). Aliás, há mais de uma década que, mesmo quando os membros da direcção eram outros, escrevo sobre a actuação e os seus efeitos no tecido comercial da Baixa. Tal como outras normas políticas que poucos entendem, estes problemas já vêm de longe.
Continuando, a explicação por parte do município para a concessão deste apoio, citando o jornal Notícias de Coimbra, foi: APBC tem desenvolvido iniciativas de cariz comercial, cultural, turístico, de animação e interação com o comércio local, contribuindo para a dinamização do comércio tradicional e revivificação da Baixa de Coimbra, e tem sido apoiada pela autarquia para esse fim. Que as variadas as atividades que a APBC tem vindo a organizar com o objetivo de dinamizar o comércio local e atrair pessoas à Baixa de Coimbra. Desde eventos de vários géneros musicais a festas gastronómicas, passando pelas Marchas Populares, entre outras celebrações festivas, o programa proposto no ano passado foi cumprido. Para este ano a APBC já levou a cabo várias iniciativas, como por exemplo a Semana do Bacalhau, as Marchas Populares, a Festa da Sardinha, o Festival (in)Comum e as noites temáticas de fado e jazz”.
O que não é dito é que é que em 14 anos foram injectados 625 mil euros do erário público nesta agência e, numa espécie de marcha fúnebre abrilhantada por orquestra, com festas e festinhas, nada evitou o encerramento de cerca de uma centena de estabelecimentos comerciais na Baixa da cidade, alguns com grande relevo histórico. Tomemos atenção, também, que, para além da prestação camarária de 625 mil euros, houve mais do triplo atribuído através de fundos comunitários e aprovados pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro.
Sublinha-se que este executivo rosa, do PS, é mais, muito mais, generoso do que os anteriores pró-laranja, PSD/CDS/PPM. Adivinha-se que a razão desta magnanimidade residirá na simpatia. Há sempre alguns que, pelo saber mamar sem reclamar, são mais considerados que outros. E outros ainda que nem sequer são recebidos pelo chefe da edilidade. Mas, sem pretender ofender alguém, podemos perguntar: para que serve a APBC? Para entreter o povo? Para se substituir à Câmara Municipal? Para dar ideia que a edilidade está ao lado do sector comercial?
Enquanto o "antigo regime", desde a fundação como condomínio, bafejou anualmente a APBC com 35 mil euros, este novo governo, embora seguisse os seus antecessores com a mesma verba a partir de 2013 quando tomou posse, a partir de 2017, aumentou para 90 mil euros. Neste 2018, com a trapalhada da FanZone, já ultrapassou a importância do ano passado.


POR ONDE ANDA A OPOSIÇÃO? COMO É HÁBITO, DORME EM SERVIÇO


Ao aprovar por unanimidade esta nova ajuda à APBC, é a prova provada que a oposição, a reboque do partido mais votado no executivo, para além de estar pouco atenta ao que se passa e agir igualmente com displicência, não tem qualquer estratégia para o Centro Histórico. No mínimo, antes de aprovar este desperdício de verbas públicas, deveria pedir um balanço de actividades, avaliar se o que foi feito até agora foi um investimento ou despesa estéril, e questionar o que trouxe de positivo ao desenvolvimento desta parte velha o pródigo perdulário de mais de meio milhão de euros gastos em festas e assinaturas de protocolos. Já o escrevi anteriormente, com a tácita e santa ignorância desta oposição, em bloco, qualquer medida passa facilmente. Só não é aprovado se o seu veto implicar grande “show off” para mostrar aos eleitores o seu cumprimento pelas regras democráticas – como foi o caso do recente chumbo do projecto para o edifício da EDP. Está de ver que coerência não mora nas hostes da contraposição, sobretudo na CDU, que muda de opinião como o vento.

E OS COMERCIANTES? FALTA MUITO PARA ACORDAREM?


Por parte dos comerciantes, também como vem sendo costume, ninguém perde tempo a questionar as repetidas decisões de contra-desenvolvimento, pelo esbanjamento a peso de ouro de decisões que não trazem qualquer retorno à comunidade. Chegámos a uma época em que, por pior que seja, nada importa. Perderam-se a capacidade de manifestação de sofrimento, a massa crítica e a dignidade. O tempo presente é o da magia. Sem qualquer sustentação, surgem do nada as iniciativas espectaculares. A assistência, como anestesiada, bate palmas fervorosamente. Os efeitos, que não têm qualquer efeito de mudança na Baixa, como nevoeiro em manhã de Agosto, morrem tão rapidamente como nascem. Exemplos? Ai tantos, senhores! Só para relembrar alguns: o MuseuTemporário da Memória, o Orçamento Participativo.
Claro que tudo isto tem levado à deserção dos operadores comerciais em alinhar em encontros e aceitarem mensagens messiânicas, sobretudo em “dejá . Os comerciantes podem estar apáticos e sem fé no futuro, mas não são estúpidos! Nem sempre com papas e bolos se enganam todos os tolos! E isto, digo eu, por mais semanas do bacalhau quer alho que se promovam para beneficiar o sector da hotelaria. O resultado disto tudo é uma Baixa abandonada, sem esperança e sem planos para o futuro. Também é certo que é preciso saber para onde se quer ir, o que não é o caso.
Mas não há problema de maior. Pelo menos enquanto o silêncio de conluio da colectividade for o maior grito surdo de rebelião e houver dinheiro público, de todos nós, para distribuir aos muitos amigos – naturalmente que, em muitos casos, este remanso, esta paz podre, é o exigido ressarcimento em troca de uma inscrição anual nas Grandes Opções do Plano. Eles sabem-na toda!


TEXTOS RELACCIONADOS



sábado, 10 de novembro de 2018

FEIRA DE ARTESANATO: UMA MUDANÇA EM SEGREDO (O HABITUAL, PARA NÃO SE ESTRANHAR)





Pouco passava das treze horas deste Sábado. Embora o tempo acinzentado parecesse estar de semblante encoberto e descarregar a sua frustração a qualquer momento sobre quem se aventurasse nas ruas, não chovia.
O Mercado Municipal Dom Pedro V, com poucos compradores a circular nos corredores, apresentava-se igual a outro qualquer dia da semana. Como a clientela mais fiel, nomeadamente os mais antigos, vai durante a manhã, a maioria dos vendedores está nas limpezas e a arrumar a trouxa para rumar ao aconchego do lar. Nada indica haver na velha praça algo diferente. Pergunta-se aqui e ali, mas poucos parecem saber de alguma coisa. Mas há! Há? Onde?
Com pouca luz a promover o evento, sem qualquer indicação dentro do mercado, na maior discrição, no piso por cima das bancas do peixe está a decorrer a Feira de Artesanato Urbano de Coimbra. Este certame, fundado com o nome de “Mercado de flores e Plantas (doçaria regional e algum artesanato)” há cerca de uma década por Mário Nunes, um emérito vereador da Cultura da Coligação PSD/CDS já falecido, decorreu sempre nas Ruas Visconde da Luz e Ferreira Borges. Com a entrada deste executivo PS, em 2013, parecendo que tudo o que vem do anterior regime cheira a mofo, onerando os custos públicos com a gratuitidade mas, ao mesmo tempo, desconsiderando os operadores, vão mexendo, remexendo e deslocalizando até acabarem com tudo – para exemplo, basta pensar na Feira de Velharias.
Desta vez a mudança de local para a popular praça, aparentemente, deveu-se ao previsto mau tempo para o fim-de-semana, anunciado pelo IPMA, Instituto do Mar e da Atmosfera. Claro que sabemos que a intenção foi apalpar o terreno para a transferência definitiva desta mostra e inclui-la na futura remodelação do popular espaço público. Teoricamente, já que é preciso usar todas as armas disponíveis para a sua revitalização, até se entende, o problema é como logo no primeiro acto se faz tudo atabalhoadamente e se mata a ideia à nascença. Decidida em cima do joelho, esta alteração foi anunciada nos jornais diários de ontem, na página da Câmara Municipal e do Município de Coimbra, no Facebook. Se o pelouro da Cultura tivesse algum respeito pelos vendedores que se deslocaram para o novo local, mandaria o bom-senso que fosse afixado um painel aéreo nas ruas da calçada e no exterior e interior do mercado houvesse setas indicativas da alegoria. Como se não houvesse tempo, nem verba, nem pessoal disponível na Casa Municipal da Cultura, foram apenas colados dois pequenos cartazes nos vidros das duas portas laterais de entrada. Haja paciência para tanta irresponsabilidade, tanto desprezo e despudor para aqueles que, sem garantias de qualquer verba, se deslocam para animar a cidade!


O QUE DIZEM OS VENDEDORES?


Cerca de vinte vendedores, mirando o espaço a seus pés com os peixes expostos a olhá-los fixamente, parecem interrogar o que fazem ali.
Falei com duas vendedoras de artesanato sem as identificar. Com o introito premonitório de que não estariam muito satisfeitas, interroguei: como é que vê e sente esta mudança? Como vai o negócio?
A primeira, de rosto fechado, foi adiantando que ainda não tinha vendido nada. Pouca gente sabia da realização, por isso mesmo, durante a manhã, houve poucos visitantes. “A Câmara faz tudo em cima do joelho e não publicita”, acrescentou.
A segunda operadora, de face sorridente, às mesmas perguntas, foi dizendo que, por acaso, até estava a correr bem. Contrariamente aos seus colegas, já tinha feito o mesmo que fazia na rua principal. “O problema é o desconhecimento de todos”, retorquiu. Mesmo dentro do mercado, nas pessoas que se deslocaram às compras alimentares, ninguém parecia saber da nossa existência aqui. Só se, por acidente, olhassem para cima, enfatizou.
Falei também com um comerciante de venda de peixe instalado no piso térreo. À minha pergunta de como via os novos vizinhos, respondeu: “Vejo bem! A publicidade é que peca por não se ver. Deixaram ontem aqui uns pequenos folhetos para distribuirmos aos nossos clientes. O que está mal é a vereadora não ligar nada a isto. Andou aí durante a manhã – creio que era a vereadora – e disse-lhe exactamente o mesmo. Creio até que fui um bocado duro, mas às vezes é preciso dizer na cara das pessoas o que pensamos. Admite-se não haver publicidade dentro do mercado e à entrada?
À despedida aconselhou: “escreva isto mesmo no blogue. Dê cabo deles! Esta gente parece que não se interessa nada pelo sucesso dos eventos. Fazem apenas por fazer!




quinta-feira, 8 de novembro de 2018

A BAIXA ENTRE O PASSADO ANTIQUADO, O PRESENTE TECNOLÓGICO E O FUTURO DIGITALIZADO







O jornal Público de ontem, em primeira página e a contar um alerta na Web Summit, escrevia o seguinte: “Estamos a deixar-nos colonizar pelas empresas de tecnologia”. A Web Summit é uma das feiras mais importantes na área da ciência, principalmente para quem está ligado a “startups” e ao empreendedorismo. Depois da ideia ter sido vendida a peso de ouro ao Governo como a entrada para a caverna de Alibabá, em que ficará por cá até 2028, esta iniciativa realiza-se, este ano, pela primeira vez em Lisboa, depois de 7 edições em Dublin.
Num exercício estapafúrdio, creio que vale a pena fazer uma análise ao que está acontecer na Baixa de Coimbra. Será que esta zona comercial segue a moda apregoada, isto é, as empresas de inovação e ciência estão a monopolizar o Centro Histórico?
Relembramos que em Abril, último, foi noticiado na imprensa que a APBC, Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra, num projecto de 300 mil euros, comparticipado pela CCDRC, Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, em 85 por cento, foi-lhe também atribuída pela autarquia uma verba de 45 mil euros para a instalação de 20 empresas “startups”, indústrias criativas, na Baixa. Passados mais de seis meses não se vislumbram estes investimentos. Por onde andarão os ditos?


ENTRE O DEVE E O HAVER


Desde Janeiro, último, e até esta data, encerraram na Baixa 26 espaços comerciais, alguns deles com história e levando vários funcionários para o desemprego. Faço notar que não incluo algumas transferências de lojas que se deslocalizaram por questões de rendas ou melhor localização.
Em contrapartida, reabriram 20 estabelecimentos de áreas diferenciadas:

Hotelaria e alimentar: 7
Rádio e audiovisual: 1
Velharias e artigos decorativos: 2
Roupas: 3
Bugigangas/ artigos eléctricos: 2
Artesanato/tabacaria: 2
Sapataria: 1
Livraria: 2


Em observação sobre os novos empreendimentos, constata-se que só mesmo na restauração - em dois casos, nomeadamente o Nut’s, no Largo da Portagem, e o restaurante Refreito, no Terreiro da Erva – e num alimentar – a Comur, no Largo da Portagem - foram feitos investimentos de monta e originando novos postos de trabalho.
Nas restantes amostras de novas aberturas, retirando um caso de uma livraria - a Casa do Castelo, na Rua da Sofia- e uma sapataria – a Veludo Carmim, na Rua da Louça – salvo algum olhar menos atento, praticamente todos os 15 investimentos foram originados na lógica de auto-emprego.
Por outro lado ainda, dá para verificar que em aplicações de roupas (3) quem chegou de novo, no artigo que vende, é igual ao que já havia. Quem veio, sem ter o cuidado de fazer uma prospecção de mercado, ou ouvir quem cá está há muitos anos, sem enriquecer a diversidade, implantou-se notoriamente para se auto-flagelar e, numa concorrência improcedente, prejudicar e dificultar a vida aos que por cá já andam aos papéis.


QUE ÁREAS FAZEM FALTA NA BAIXA?


Como se pode ver, na maioria, os investimentos que têm sido realizados são sempre precários, numa óptica de pouco risco e facilitismo, e na direcção de preencherem o auto-emprego. Isto é, para além de se estar a tornar tudo igual, com a mesma oferta, a Baixa, para além de ficar cada vez mais empobrecida, fica cada vez mais descaracterizada.
Contrariando a onda do politicamente correcto, de que o futuro reside unicamente na área tecnológica, no Centro Histórico não existem ofícios que fazem falta todos os dias, como exemplo:

- Carpintaria/marcenaria/torneiro de madeiras
- Construtor de instrumentos musicais
- Ceramista, pintor de louça (salienta-se que a fábrica Antiga de Coimbra, no Terreiro da Erva, está a relançar a arte para, creio, turista ver)
- Restaurador de arte sacra/dourador
- Restaurador de móveis
- Oficina de Ferro forjado
- Loja dedicada a bordados/ tear/ensino de ajour
- Restaurador de cerâmica/oleiro
- Vitralista
- Picheleiro (o vulgo latoeiro)
- Espaço dedicado a pequenas reparações familiares


Bem sei que para que estas profissões em desaparecimento regressassem à Baixa de Coimbra seria necessário a intervenção camarária, nomeadamente com apoios a incluir o Cearte e alteração do uso do espaço privado e público. Mas, interrogo, o executivo municipal quer saber sobre o que se passa nesta parte da cidade?
Será que não valerá a pena pensar nisto?