terça-feira, 28 de junho de 2016
segunda-feira, 27 de junho de 2016
BAIXA: CRITÉRIOS QUE PEDEM EXPLICAÇÃO
Caso primeiro, neste último Sábado realizou-se
mais uma Feira de Velharias na Praça do Comércio. Para quem se apercebeu, repetindo o mesmo do ano passado, no
meio do recinto um automóvel de matrícula estrangeira, creio que espanhol, marcou presença no meio dos
vendedores de coisas usadas e antigas. Desconheço se teria sido o caso mas, mesmo
que o proprietário o quisesse retirar do local, rodeado de tendas e bancas,
teria sido impossível a pretensão.
Caso segundo, durante toda esta última semana,
diariamente, a Polícia Municipal –às vezes com dois carros e quatro agentes- assentou
arraiais no “Bota Abaixo”, em frente
à Loja do Cidadão. Excepto carga e descarga no estacionamento para o efeito e
paragem de pessoas deficientes, a nenhum outro automobilista era permitida a paragem. Segundo
testemunhas oculares, vários carros foram rebocados.
ANÁLISE
Com alguma ironia, começo por interrogar se os
agentes não teriam confundido os locais de intervenção. Ou seja, estiveram onde
não deveriam ter estado. Por outras palavras, um sítio carregado de memória,
como é a Praça do Comércio, com duas igrejas, a de São Tiago do século XII e a
de São Bartolomeu já reedificada, salvo erro, em meados do XIX, um pelourinho medieval,
o primeiro hospital da cidade e toda uma ambiência histórica que deveria ser
respeitada, embora, por vezes, lá passassem agentes, esteve entregue a si mesma
e quase sempre com carros sobre a calçada destinada a peões.
Já no tocante ao Bota Abaixo,
para quem não conhece, é uma espécie de porto de arribação onde tudo e todos
vêm confluir. Isto é, por neste momento não haver estacionamento gratuito dentro
do miolo urbano, qualquer pessoa que precise de vir tratar de qualquer assunto,
compras no comércio ou até qualquer informação na Loja do Cidadão, estaciona no terreiro em frente –ou
melhor, estacionava se não tivesse acontecido o que estou a relatar.
PERGUNTA A QUEM SE
DIGNAR RESPONDER
Sendo directo e objectivo, por que não vale a
pena perder tempo com rodeios, interrogo: isto foi uma descarada caça à multa
não foi? Por amor da santa, quem estiver habilitado, numa espécie de última
vontade para os condenados –para os tantos que levaram a pastilha-, no mínimo,
assuma com coragem e diga que, de facto, foi mesmo. Ou então, a não ser,
justifique o acto administrativo como algo de proveitoso para a comunidade.
Se por acaso não tiver argumentos à mão, pela
minha conhecida generosidade, até posso ajudar. Sei lá, diga, por exemplo, que,
como uma parte das coimas reverte para os cofres municipais, é preciso dinheiro
para construir mais uma ponte de ciclovia; abrir a futura Via Central;
requalificar a Rua da Sofia e restaurar uma dezena de prédios camarários na
Baixa. E mais, digo eu: repor os milhares de euros orçamentados para as Festas
da Cidade. Saliento que não estou a escrever por não estar de acordo com algumas
destas obras. Nada disso! Pelo contrário, concordo com a maioria.
Acho é que deve imperar o
bom-senso. E, a meu ver, isso não está acontecer.
Bom, vamos, todos, aguardar
sentados –por causa da coluna- que alguém se digne responder à questão
formulada.
HOJE HÁ FESTA NA CIDADE
HOJE:
27.06 SEGUNDA-FEIRA
14H30 – 17H30
PERFORMANCE, POESIA MOSTRA DE PEÇAS QUE MARCARAM A BAIXA COMERCIAL; EXPOSIÇÃO
DE “ROSTOS NOSSOS (DES)CONHECIDOS”, PERSONAGENS DO QUOTIDIANO DA NOSSA
BAIXA, EM COLABORAÇÃO COM O BLOGUE QUESTÕES NACIONAIS, NO “MUSEU TEMPORÁRIO DE
MEMÓRIAS”,
NA RUA VELHA
ROSTOS NOSSOS (DES)CONHECIDOS EM EXPOSIÇÃO
EXPOSIÇÃO PRESENTE NO "MUSEU TEMPORÁRIO DE MEMÓRIAS", NA RUA VELHA, UMA PERPENDICULAR À RUA EDUARDO COELHO, COM A COLABORAÇÃO DESTE BLOGUE
TEXTO DE APRESENTAÇÃO
DE “ROSTOS NOSSOS (DES)CONHECIDOS”
Desde 2007, altura da criação do Blogue
Questões Nacionais, que me preocupei sempre em dar voz aos mais humildes,
aqueles que, vestidos de anonimato, com a sua idiossincrasia, calcorreiam as
pedras milenares da Baixa de Coimbra e nunca são motivo de atenção pública, nem
mesmo no último suspiro. Por que todos temos uma narrativa, falo com eles, ouço
os seus lamentos, enalteço as suas virtudes e, romanceando com carinho, conto
as suas histórias de vida. Como a justificar a sua existência silenciosa e
errante entre nós, talvez com a veleidade de servirem como documento de estudo social
comparativo para a posteridade, tento mostrar que são pilares da comunidade
–por que, embora pareça que não, de facto, são mesmo sustentáculos. Ainda que
subtilmente, a sociedade revê-se em figuras que quebram as normas societárias e
alteram as rotinas e, sem dar por isso, acaba a amar os diferentes entre
iguais.
A ideia que subjaz a esta iniciativa com o
título “ROSTOS NOSSOS (DES)CONHECIDOS” é retirar do silêncio da
clandestinidade citadina pessoas que conhecemos a fisionomia mas, para além
disso, nada sabemos delas. Amam, sofrem, têm laços familiares, vivem e
sobrevivem de quê? Dando-lhes visibilidade, poderemos fazer algo por elas?
A pergunta que poderemos fazer é se os vinte
agora sujeitos a escrutínio popular são os mais importantes? De modo nenhum. Uma
selecção implica sempre critérios de subjectividade, o que quer dizer que, no
caso de outro a apurar, poderiam ser novos eleitos para figurarem nesta galeria
de nomeados. De cerca de uma centena de pessoas que na última década passaram
no Centro Histórico e, em sua memória intemporal, presentes no blogue –uns
ainda estão entre nós e outros não-, sem desprimor para os restantes, foi
escolhido este leque de notáveis. Para todos, os que fazem parte e excluídos, o
que nos guia neste trabalho é um profundo respeito pela sua passagem e
agradecimento por nos fazerem companhia.
Embora a última distinção caiba por inteiro à
organização do “Museu Temporário de Memórias”, se posso escrever em nome dos
agora representados em foto e com pequena história resumida, pela oportunidade,
o meu muito obrigado.
António Luís Fernandes Quintans
ROSTOS NOSSOS (DES)CONHECIDOS
Quando se pensa em antiguidades e velharias é
impossível não recordarmos a imagem de Carlos
Manuel Dias. Com o seu inesquecível “Velhustro”
no Largo do Romal desde 1971, Carlos Dias fez parar o relógio do tempo. Nesta
época de correria louca em busca obsessiva de um futuro precoce, obrigou a
olhar o passado, pela memória das coisas, como a invisível super-estrutura
humana. Como arqueólogo recuperador de um passado
assente em sinais marcados, ele vê à distância o que comum não logra a um
palmo. Os objectos, enquanto criação de
arte, elaborada, destinada a uma elite, ou vulgaridade, dirigida às massas, são
extensões de nós. Por discutível que seja, somos um resultado do que temos ou o
que tivemos na vida.
2 - IMAGEM – “CARLITOS PIPI”
Em metáfora, as cidades são grandes jardins
onde convivem harmoniosamente plantas de toda a espécie floral. A marcar a
distinção entre as flores, numa beleza rude e a quebrar o situacionismo
edílico, encontramos a rosa brava. O Carlos Alberto dos Santos Duarte, mais
conhecido por “Carlitos Pipi” é a rosa brava da Baixa de Coimbra. Por ser
diferente da maioria, como se fosse uma criança crescida, é amado e respeitado
por todos e terá para sempre um lugar cativo na história da Lusa Atenas.
3 - IMAGEM – “A ÚLTIMA BOLEIRA”
Até há cerca de dois anos, como relógio suíço
a calendarizar o dia, fizesse chuva no nabal ou Sol na eira, impreterivelmente,
todos os Sábados encontrávamos a Dona Mercês a percorrer as ruelas e becos da
Baixa. À porta dos estabelecimentos comerciais ecoava o seu inconfundível
pregão interrogativo “VAI UM BOLINHO DE
ANÇÃ, MENINOS?”. Amiúde, por parte dos compradores, era abordada com outra
pergunta: “tem cornos, Dona Mercês?”. E
a septuagenária respondia: “já não tenho.
Agora só dos redondos!”. Provavelmente retirada desta estimável venda
ambulante pela elevada idade, a senhora Mercês deixou as ruas do Centro
Histórico de Coimbra mais pobres e solitárias.
Os artistas de rua deveriam estar para os
governos autárquicos como o mar está para o pescador. Tantas vezes destratados
por carregarem o anátema do vadio, não lhes é dado o valor de criadores a que,
legitimamente, têm direito. Cantam, encantam, quebram o bucolismo serôdio dos
transeuntes ensimesmados e animam as ruas da cidade. O João Torres, em representação excelente de classe, é um deles.
Exímio intérprete das baladas de José Afonso, com uma voz potente de tenor, presumivelmente
por não ser suficientemente protegido em Coimbra, debandou e procurou novas
paragens onde fosse mais acarinhado e reconhecido.
5 - IMAGEM – “O HOMEM DA BICICLETA ÀS CORES”
As cidades, na sua diversidade, são uma
extensa galeria de arte vária. A maioria de nós não se apercebe das diferenças
que subsistem entre os seus elementos. Talvez porque, por um lado, estamos
inteiramente afundados nas pessoais preocupações, e, por outro, pela acultura que destrói a sensibilidade
individual. Sem querer, acabamos por olhar para tudo e todos como igual e como fazendo
parte da mesma massificação. Um destes quadros vivos de expressão surrealista é
o Celso Loureiro, o “homem
da bicicleta às cores”. Vindo dos arredores da cidade, durante vários
dias da semana, faz-nos companhia e enriquece o nosso horizonte existencial.
6 – IMAGEM - “O HOMEM DO(A) CAIS”
Por nos cruzarmos diariamente, há pessoas que
mesmo sem as conhecermos, nem nunca termos trocado uma palavra, numa
psicológica proximidade indescritível, acabamos por nos afeiçoar e, sem darmos
conta, fazemos deles apoios existenciais. Aos nossos olhos, num apriorismo
enganador, podem ser donos de uma simpatia invulgar ou o contrário. Quando desaparecem
da nossa vista, sentindo a sua falta, com eles levam um pouco de nós e,
inevitavelmente, surge a culpa de, enquanto nos encontrámos, nunca termos
trocado um “bom dia”. A vender a revista Cais, o italiano Giusepe, mais conhecido por
Pino, é um afectuoso calcorreante das Ruas Visconde da Luz e Ferreira
Borges. Pela sua esmerada educação, humildade e distribuidor de amor ao
próximo, por direito próprio, tem um lugar escrito a fogo na história da Baixa.
7 – IMAGEM - “O POPEYE”
Até há cerca de um ano, com o seu andar
desengonçado, voz esganiçada, roupas coloridas e boné na cabeça, o António Simões da Silva, conhecido por
“Tónio
Bombeiro”, foi presença assídua na Baixa. Para melhorar o seu bem-estar
foi transferido para um lar da Cáritas, ali para os lados Areeiro, e, sem ele o
saber, sentimos a sua falta a marcar a rotina. O “Tónio” é um daqueles figurantes carismáticos que pululavam nesta
zona velha. Pessoas como ele são uma espécie de flores silvestres que nascem e
vivem numa área habitacional. Pela forma desligada, na diferença, em
consequência da sua leve demência imprimem uma marca inconfundível e, talvez
sem o notarem, são profundamente amados pela colectividade. Tal como a imagem
deixa transparecer, todos gostamos muito de ti, António.
8 – IMAGEM – “O VERDADEIRO VENDEDOR DO BORDA D’ÁGUA”
O seu local de trabalho, incluindo escritório,
loja e oficina, é na Rua da Sofia, ao ar livre. Há várias décadas que,
independentemente dos humores de São Pedro, encontramos o Rui Jorge Pereira Almeida ora a plastificar documentos, ora a
vender o “Borda D’água” –o
verdadeiro, como sublinha com ênfase. Tem noção de que a sua profissão está
ameaçada. No tocante aos plastificados, qualquer dia já ninguém passa
cartão a ninguém. No referente à popular cartilha do
agricultor, se, por um lado, agora é tudo científico, em grande escala, e
já ninguém olha para a Lua, por outro, há quem venda gato por lebre, como
quem diz, fotocópias, e rebentam-lhe com o negócio. O Rui é um carismático que,
pela força da razão, ganhou um lugar entre nós.
Encontramo-lo muitas vezes nas ruas da cidade.
Acerca de si, contam-se histórias efabuladas. Dizem que é um homem abastado,
dono de grande riqueza, e senhor de grande saber intelectual. Alheio a isso
tudo, talvez único nesta sociedade egoísta, renegando a materialidade e não
querendo saber da opulência, só o seu coração de ouro parece prevalecer. Por
ventura, contrariando os ventos do ter
em prol do ser, será um eremita moderno que, com inegável
louvor, merece a nossa admiração. Provavelmente sem o saber, causa-nos inveja o
seu desprendimento. Por respeito à sua intrínseca forma de ser não o
identificamos.
A sua pose formal, estudada e retocada em
longas noites de insónia numa modesta casinha de uma rua estreita da Baixa de
Coimbra, poderia dar em caso de estudo. Sem se saber bem onde começa a
realidade e a ficção, a verdade é que Maria
Teresa Pena, a “menina Teresinha” como sempre exigiu ser tratada pelos mais
chegados –que os mais afastados não
merecem confiança-, conquistou um lugar de relevo no quadro histórico da
urbe citadina. Felizmente de boa saúde, está recolhida num lar de repouso para
os lados do Norte do país. Pela sua personalidade vincada, onde a fantasia
marca a intemporalidade da vida, merece um lugar de destaque.
Dando continuação a uma profissão que resta
apenas na memória colectiva, há cerca de cinco anos a vender O Despertar, é
hábito, todas as sextas-feiras, ouvirmos o seu pregão ecoar por entre sombras
de recantos pitorescos da Baixa: “OLHOOOOÓ… DESPERTAR! É P’RÓ MENINO E P’RÁ
MENINA! PRÓ PAI E PARA O AVOZINHO! OLHOOOOÓ… DESPERTAR!”
Victor Manuel Lucas é um “self-made-man”,
um faz tudo. Desde pintar uma tela, concertar um relógio até restaurar um par
de sapatos, o Victor é o paradigma
do português desenrascado, trabalhador nato, e formado na faculdade da vida.
Por ser quem é, merece por inteiro figurar nesta galeria de notáveis.
Durante os últimos anos demos de chofre com
ele a tocar viola acústica e a cantar mornas
na Rua Visconde da Luz. Cabo-verdiano de nascimento, Lourenço Pina escolheu Coimbra como cidade de acolhimento. Homem de
talento, onde a alma resplandece sem filtro, com a sua voz caninha a registar o compasso, por razões que a razão desconhece,
por que nunca lhe foi dada uma oportunidade ou por nunca aproveitar o dom que a
Natureza o bafejou, não atingiu os mínimos de artista consagrado. Durante cerca
de dois anos integrou a desaparecida “Orquestra
de Músicos de Rua de Coimbra”. Pela sua isotérica apresentação e
companheiro da vivência da Baixa, como marca registada, o Pina ficará para sempre na nossa memória citadina.
Caminheiro solitário destas pedras gastas pelo
tempo, Manuel Cadacho é um vigilante do efémero, do nada. Numa imaterialidade,
vazio como alma em busca de um encosto, há no entanto nele algo de tangível que
se adivinha. Um pouco de tudo. Uma projecção de todos nós. Já foi criança, já
foi homem –no sentido da utilidade societária, porque sem préstimo o humano
torna-se coisa-, já foi empregado, já foi patrão, já foi pau-mandado a
troco de qualquer coisa. Já foi significado de respeito. Agora, significante de
sombras, faz que faz apenas para se manter ocupado sem nada fazer. Agora,
normalmente com poiso assente na Praça do Comércio, sem nada pedir, sem nada
fazer, procura um simples sorriso que, para quem nada tem, pode constituir um
dia de felicidade.
Na
Baixa da cidade passamos sem ver por imensos artistas de rua como
ele. O Luís Cortez, em que o talento, como espuma de uma taça de
champanhe, transborda abundantemente e se perde escorrendo em fios de
displicência, é um Intérprete com maíúscula que faz da música o
seu ganha-pão. Sendo invisual, os seus olhos não vêem a luz mas
choram em sombras de silêncio. Mais que certo, lacrimejam com
lágrimas sentidas e derramadas por um coração que sofre pela
exclusão de todos nós. O mais grave é que este ostracismo é
fruto, tantas vezes, de uma insensibilidade mesquinha e falta de
respeito pela arte criativa que se nos apresenta ao ar livre. Em
apriorismo bacoco, dando por acabado que o que é oferecido a troco
de uma simples moeda não presta, fechamos nossos sentidos à
revelação da verdade e fugimos do performer como o diabo da
cruz. Esquecemos que, pela sua parcial eficiência, aquele trabalho é
o único meio de almejar um pecúlio que o pode tornar igual a tantos
de nós. Descuramos o quanto a sua função laboral é importante
para transformar o dia-a-dia da Baixa de Coimbra, e, com a sua música
e voz, faz a ponte entre o remanso incomodativo de uma rua vazia e o
imaginário bucolismo
campestre com o cantar da passarada.
O
Cortez, com a sua idiossincrasia, sendo um ícone de reconhecida
aptidão musical na Baixa de Coimbra, é um marco distinto na
paisagem urbana.
A vila
da Parede, Lisboa, foi o seu berço e onde deixou centenas de amigos.
A par da Figueira da Foz, o seu refúgio encantado, Coimbra foi a sua
segunda cidade-natal. Nestes três lugares portugueses, para além de
outros, pintou obras plásticas de inegável beleza que espalharam
pelo mundo a sua génese de criação pictórica e artística.
Pedro
Duarte da Silva Freitas foi um artista de excelência. Na última
década foi um residente do efémero e um dissidente permanente da
Lusa Atenas. Homem de extraordinário talento, arrastando-se pelos
interstícios da vida e por opção própria, nos últimos dois anos,
andou pela Baixa de Coimbra quase sempre aos “caídos”.
Por
cá e lá, deixou obras imortais projectadas em tela e aguarela que,
para contemplação metafísica, eternamente nos farão companhia e
impedirão que o manto do fenecimento apague a sua memória.
Em Maio de 2016, sem se despedir, precocemente morreu sozinho como sós vivem os grandes artistas na sua clausura necessária e criadora.
Pelo seu fabuloso génio, pelo desprendimento como viveu a vida, trocando a satisfação do presente pela imprevisibilidade do amanhã, pela legitimidade conquistada na idiossincrasia, o Pedro Freitas tem um cantinho assegurado no coração da cidade e de todos quantos com ele conviveram.
Em Maio de 2016, sem se despedir, precocemente morreu sozinho como sós vivem os grandes artistas na sua clausura necessária e criadora.
Pelo seu fabuloso génio, pelo desprendimento como viveu a vida, trocando a satisfação do presente pela imprevisibilidade do amanhã, pela legitimidade conquistada na idiossincrasia, o Pedro Freitas tem um cantinho assegurado no coração da cidade e de todos quantos com ele conviveram.
O seu
lugar reservado no lancil de pedra em frente ao desaparecido Banco
Espírito Santo, a vender tremoços, amendoins e pistachos há mais
de cinco décadas, está tão habituado à sua presença que um dia,
que seja tarde, se lhe faltar a carga vai chorar lágrimas copiosas
em amargura solidificada. Mais que certo, saído daquele bloco inerte
e frio, vai ouvir-se uma voz saída das suas entranhas: “Adelaide
vem cá baixo, meu amor estou aqui, sinto tanto a tua falta, que
quero morrer por ti.”
Maria Adelaide,
uma Padeira de Aljubarrota, uma mulher do povo que,
se preciso for, corre os infiéis desavergonhados com grossos
impropérios, é uma resistente. Já fez de tudo um pouco, até a
vender castanhas assadas na Praça 8 de Maio. Com mais de noventa
anos de idade, no seu posto de sempre, ainda agora continua a
trabalhar e a driblar o destino que se lhe atravesse para lhe pôr
entraves a uma vida sempre a aviar. É mais conhecida na Baixa que o
“Conquistador”, Dom Afonso Henriques, que repousa ali ao lado no
Panteão Nacional.
Por mérito próprio, conquistado a pulso, é uma emérita representação humana da luta entre o mirrar num sofá e o estrebuchar até ao último suspiro. Gostamos muito de ti, Adelaide!
Por mérito próprio, conquistado a pulso, é uma emérita representação humana da luta entre o mirrar num sofá e o estrebuchar até ao último suspiro. Gostamos muito de ti, Adelaide!
Durante
muitos anos arrumou carros junto à Loja do Cidadão. Depois, como as
andorinhas em busca de terra quente, partiu e deixou de ser visto. A
meio do ano passado, como a dar cumprimento ao eterno retorno,
voltou ao seu antigo poiso. Como folha caída no Natal, todo o
artista é senhor do mundo e o mundo não o reconhece como seu,
aventa-se. Mais velho, mais acabado, não confessa por onde andou.
De
voz caninha, levemente rouca e melodiosa, não fosse o caso de ser
uma pessoa de fino trato, educado, bem-formado, e servil, poderia ser
simplesmente mais um anónimo arrumador perdido nas sombras de todos
nós. Com uma graça imanente, pelo seu carisma, pela sua forma de
estar, o “Zé da Anita”, como é conhecido entre nós,
marca presença vincada onde quer que esteja. Numa função social
que não é considerada profissão e poucos lhe dão valor e
utilidade, o “Zé” marca a Baixa de Coimbra e este tempo
hodierno, que não tendo espaço para a memória dos mais humildes,
apaga tudo o que seja socialmente irrelevante.
Se o encontrarmos hoje, amanhã e depois junto à Loja do Cidadão puxemos de uma moeda e lembremo-nos que o “Zé da Anita”, para além de ser uma figura típica, é um de nós.
Se o encontrarmos hoje, amanhã e depois junto à Loja do Cidadão puxemos de uma moeda e lembremo-nos que o “Zé da Anita”, para além de ser uma figura típica, é um de nós.
Até há cerca de meia-dúzia de anos, Anildo Monteiro, cabo-verdiano de
nascimento, foi um pária, descalço e andrajoso, que, dia e noite, deambulava
pela Baixa. Muito sujo, barba hirsuta e emporcalhada, vagamente se parecia com
gente. Dormia num prédio abandonado no Largo da Maracha. Como pingue-pongue
entre o Ministério Público e serviços hospitalares, que negavam a sua demência
evidente, foram necessários muitos meses para “obrigar” a Câmara Municipal a intervir. Foi internado
compulsivamente em estado de saúde degradante no Centro Hospitalar de Coimbra
(Covões) onde, alegadamente, viria a falecer. Em nome do inalienável ser
pessoa, um caso para reflexão.
O seu lugar reservado no lancil de pedra em
frente ao antigo Banco Espírito Santo, a vender tremoços, amendoins e pistachos
há mais de cinco décadas, está tão habituado à sua presença que um dia, que
seja tarde, se lhe faltar a carga vai chorar grossas lágrimas em amargura
solidificada. Maria Adelaide, uma
mulher do povo, uma Padeira de
Aljubarrota que, se preciso for, corre os infiéis com impropérios, é uma
resistente. Já fez de tudo um pouco, até a vender castanhas assadas na Praça 8
de Maio. Com mais de noventa anos de idade, no seu posto de sempre, ainda
agora, continua a trabalhar e a driblar o destino que se lhe atravesse para lhe
pôr entraves a uma vida sempre a aviar.
20 - IMAGEM – “A MULHER DO PAIXÃO”
Todos os lugares habitados possuem o seu louco
de estimação. Figuras típicas perpetuadas em livros e no nosso fado castiço
como “loucos da cidade”, são o outro lado do espelho da nossa
incomensurável loucura. Coimbra, enquanto urbe de dimensão média, teve e
continua a ter os seus vários “figurões”.
Adelino Paixão um dos ícones maior
marca um tempo. Parceiro de madrugada de outros célebres viandantes como Daniel
“Tatonas”, do Pedro e do Carlos
Alberto Freire, o “Pirilau”, o Paixão
deixou-nos em 2012. Para sempre ficará a sua incontornável rebeldia. Na imagem
a companheira do Adelino num momento
introspectivo de leitura. Atente-se na posição do dedo a indicar “O que vamos nós fazer de tanto amor?”
sábado, 25 de junho de 2016
APBC: TOMA LÁ MAIS UMA NOITE BRANCA (2)
Sem devidamente informar os comerciantes, a
APBC, Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra, decidiu, de per si e unilateralmente, através da
imprensa diária desafiar os lojistas a estarem abertos ontem, sexta-feira, até
à meia-noite. Para quem leu, a notícia veio publicada nos jornais diários da
última quarta-feira. No interior, o Diário as Beiras com o título “Noites temáticas anima a Baixa” e o
Diário de Coimbra com “Jogo ajuda a
divulgar lojas da Baixa de Coimbra”.
Os periódicos, há três dias, informavam
que nos próximos três meses, temas variados como enigmas, arte, moda, fado,
teatro, durante quatro noites temáticas, na última sexta-feira de cada mês, a
APBC, “para animar “os serões” quentes
que prometem “ressuscitar o comércio local da zona histórica”, desafia os
comerciantes a abrirem as suas portas até às 24h00.
Tanto quanto sei, para além desta
informação jornalística, mais nenhuma comunicação foi passada aos comerciantes.
Resultado desta acção? De um leque abrangente
de cerca de 300 estabelecimentos comerciais, só 20 lojas estiveram ontem abertas
até mais tarde –saliento que onze faziam parte desta iniciativa e, como
parceiros, foram contactados previamente para servirem a logística dos jogos de
enigma. O que, na prática, quer dizer que, para além deles, só nove colaboraram
na pretensão.
HOMEM, NÃO HÁ GRAÇA QUE TE CONTENTE
Pode até parecer que, imbuído de um espírito
negativista, estou simplesmente a querer mandar abaixo a diligência encetada
pela APBC. Nada disso! O que pretendo é uma reflexão, caso contrário, os poucos
que ainda vão colaborando nestas actividades de reanimação urbana desistem
também.
Como salvaguarda, estive cá ontem
e, até agora, tenho estado sempre que posso. E estando presente, quando outros
colegas não estiveram porque presumivelmente não foram informados, tenho toda a
legitimidade de pensar que, por parte da direcção da APBC, houve abuso de
posição dominante. Transformando isto em miúdos, quero dizer que organizar uma
alegoria desta envergadura sem prazo prévio, decidindo e sem contactar os visados,
é o mesmo que mostrar que “eu penso,
decido e espalho ao vento. Quem quiser colabora, quem não quiser é um problema
dele”.
Por que a questão fundamental que
se coloca é: para realizar estes eventos a APBC precisa dos comerciantes? Mais
abaixo responderei a esta interrogação.
HÁ UM APBCXIT (UM DIVÓRCIO) EM MARCHA?
Há uma semana, também em parceria com outras
entidades, foram organizadas pela APBC as Marchas Populares, um espectáculo
cénico, de som, luz e cor, que, tal como em anos anteriores, resulta sempre em
número de visitantes à Baixa. Ao apelo da agência, para manterem os
estabelecimentos comerciais abertos até à meia-noite, responderam positivamente
cerca de quatro dezenas de lojistas –lembro que a APBC tem cerca de 70 associados
e a Baixa detém, aproximadamente, cerca de 300 estabelecimentos comerciais.
MAS, AFINAL, O QUE SE PASSA?
Há um ano atrás, em 17 de Junho de 2015, no
antigo Salão Brazil e perante uma pequena audiência de comerciantes, Vitor
Marques, o presidente da APBC, disse o seguinte: “A ideia é debater o futuro da APBC. Por outro lado, também
receber os comerciantes. Tentámos nos últimos seis meses e apareceu uma pessoa.
Esta é a segunda tentativa. Tomámos posse em Abril de 2014. A APBC é
constituída por oito elementos; sete são ligados a actividades comerciais e um
faz a ponte entre os anseios dos comerciantes e a Câmara Municipal. A agência
tem 70 associados na actualidade”.
Já este ano, em 29 de Fevereiro, também no
antigo Salão Brazil e já com uma plateia mais composta, Vitor Marques, perante
a assistência, disse, preto no branco, que as noites brancas não faziam sentido e que, enquanto programa conjunto
de animação entre os operadores, tinham de ser reformuladas. E foram? Fosse por
compromisso prévio assumido ou não, a verdade é que tudo continua igual. Igual,
como quem diz, ou melhor, diferente porque a participação dos comerciantes
continua a minguar.
E POR QUE SE MANTÉM O SITUACIONISMO?
As noites
brancas são um grande negócio para a hotelaria. O comércio, nestas noites
de folia, é simplesmente um travesseiro a suportar o suor dos amantes. Pouco ou
nada factura, esta é a questão principal. E já vem de longe esta situação. Por outro lado, os lojistas sentem-se
actores de um teatro de fantoches, pouco reconhecidos, usados e mal-pagos. É
preciso não esquecer que estes programas financiados por dinheiros públicos têm
por objecto a dinamização do comércio. Ora, repetindo, o que está acontecer é
que estas festas estão a servir exclusivamente a indústria hoteleira. E o definhamento do comércio tradicional continua.
Por outro lado, a meu ver, estes
eventos estão demasiadamente politizados. Isto é, perdendo-se a objectividade, na
racionalidade, defende-se para a frente. Continuando a fazer mais do mesmo, a
transformar uma mentira em verdade, perpassa a ideia pública de sucesso e quem
decide e apoia –no caso a Câmara Municipal, com o departamento de cultura-
capitaliza dividendos. Porque, como se sabe, o que está em causa é fazer,
fazer, fazer. O povo gosta de obreiros. Se os projectos estão feridos de
eficácia? Bom, isso, essa discussão é para os descontentes, aqueles que
questionam, poucos, que nunca se dão por satisfeitos. E para quem decide num
autismo completo sem ouvir ninguém, os inconformados, que só chateiam, não
contam para nada. É um mero jogo de poder. Siga a procissão que o senhor abade
está a benzer o dia!
E O QUE SE PODE FAZER?
Por ventura, esta será a resposta que valeria
um milhão de euros. Mas, de premissa em premissa, alcança-se a conclusão. Ou
seja, sabe-se que este arquétipo das noites
brancas, a envolver o comércio, já foi chão que deu uvas. Então, seguindo a
lógica, se pela noite dentro os comerciantes não embarcam, porque não
experimentar durante o dia? Vale a pena continuar a remar contra a maré?
HOJE HÁ FESTA NA CIDADE
HOJE:
25.06 SÁBADO |
SATURDAY | SAMEDI
08H00 – FEIRA DE ANTIGUIDADES
E VELHARIAS, NA PRAÇA DO COMÉRCIO
11H00 – EXPOSIÇÃO DE
CARROS CLÁSSICOS, NA PRAÇA 8 DE MAIO
11H00 – 23H00
PERFORMANCE, POESIA MOSTRA DE PEÇAS QUE MARCARAM A BAIXA COMERCIAL; EXPOSIÇÃO
DE “ROSTOS NOSSOS (DES)CONHECIDOS”,
PERSONAGENS DO QUOTIDIANO DA NOSSA BAIXA, EM COLABORAÇÃO COM O BLOGUE QUESTÕES
NACIONAIS, NO “MUSEU TEMPORÁRIO DE
MEMÓRIAS”, NA RUA VELHA
22H00 | NOITE DE
FOLCLORE | XVIII FESTA DE FOLCLORE | GRUPO
ETNOGRÁFICO DA REGIÃO
DE COIMBRA (GERC) | PRAÇA 8 DE MAIO
ªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªª
30.06 QUINTA-FEIRA | THURSDAY | JEUDI
22H00 | NOITE DE FADO | FADO AO CENTRO |
PRAÇA 8 DE MAIO
ªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªª
12.07 TERÇA-FEIRA | TUESDAY | MARDI
22H00 | NOITE DE FOLCLORE | GRUPO
FOLCLÓRICO CANCIONEIRO
DE CANTANHEDE, BALLETT FOLCLÓRICO
NACIONAL JAIME OROZCO
(COLÔMBIA) E RAUKURA – ROTORUA (NOVA
ZELÂNDIA) | PRAÇA 8
DE MAIO
ªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªª
3.07 QUARTA-FEIRA | WEDNESDAY | MERCREDI
21H30 | NOITE DE FADO | À CAPELLA |
LARGO DA FORNALHINHA
22H00 | NOITE DE CINEMA | “ROMA DE
FELLINI” (1972) FEDERICO FELLINI
| FILA K CINECLUBE, MAFIA – FEDERAÇÃO
CULTURAL DE COIMBRA, JAZZ
AO CENTRO CLUBE (JACC), AGÊNCIA PARA A
PROMOÇÃO DA BAIXA DE
COIMBRA (APBC) E CAFÉ SANTA CRUZ | PRAÇA
8 DE MAIO
ªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªª
14.07 QUINTA-FEIRA | THURSDAY | JEUDI
22H00 | NOITE DE FADO | FADO AO CENTRO |
PRAÇA 8 DE MAIO
ªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªª
15.07 SEXTA-FEIRA | FRIDAY | VENDREDI
22H00 | NOITE DE FOLCLORE | GRUPO
FOLCLÓRICO E ETNOGRÁFICO
DE ARZILA E GRUPO FOLCLÓRICO E
ETNOGRÁFICO DO BRINCA |
PRAÇA 8 DE MAIO
ªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªª
16.07 SÁBADO | SATURDAY | SAMEDI
22H00 | NOITE GOSPEL | COIMBRA GOSPEL
CHOIR | PRAÇA 8 DE MAIO
ªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªª
20.07 QUARTA-FEIRA | WEDNESDAY |
MERCREDI
22H00 | NOITE DE CINEMA | “PARIS, TEXAS”
(1984) WIM WENDERS
| FILA K CINECLUBE, MAFIA – FEDERAÇÃO
CULTURAL DE COIMBRA,
JAZZ AO CENTRO CLUBE (JACC), AGÊNCIA
PARA A PROMOÇÃO DA
BAIXA DE COIMBRA (APBC) E CAFÉ SANTA
CRUZ | PRAÇA 8 DE MAIO
ªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªª
21.07 QUINTA-FEIRA | THURSDAY | JEUDI
22H00 | NOITE DE FADO | FADO AO CENTRO |
PRAÇA 8 DE MAIO
ªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªª
22.07 SEXTA-FEIRA | FRIDAY | VENDREDI
22H00 | NOITE DE FOLCLORE | GRUPO
REGIONAL DE DANÇAS E
CANTARES DO MONDEGO E GRUPO ETNOGRÁFICO
DA CASA DO
POVO DE SOUSELAS | PRAÇA 8 DE MAIO
ªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªª
23.07 SÁBADO | SATURDAY | SAMEDI
22H00 | NOITE DE MÚSICA POPULAR |
ASSOCIAÇÃO DE MÚSICA
POPULAR E MEDIEVAL FONTE DA PIPA | PRAÇA
8 DE MAIO
ªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªª
27.07 QUARTA-FEIRA | WEDNESDAY |
MERCREDI
21H30 | NOITE DE FADO | GRUPO ORPHEU |
LARGO DO ROMAL
22H00 | NOITE DE CINEMA | “NOVA IORQUE
FORA DE HORAS”
(1985) MARTIN SCORSESE | FILA K
CINECLUBE, MAFIA – FEDERAÇÃO
CULTURAL DE COIMBRA, JAZZ AO CENTRO
CLUBE (JACC), AGÊNCIA
PARA A PROMOÇÃO DA BAIXA DE COIMBRA
(APBC) E CAFÉ SANTA
CRUZ | LARGO DO ROMAL
ªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªª
28.07 QUINTA-FEIRA | THURSDAY | JEUDI
22H00 | NOITE DE FADO | FADO AO CENTRO |
PRAÇA 8 DE MAIO
ªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªª
29.07 SEXTA-FEIRA | FRIDAY | VENDREDI
22H00 | NOITE DE FOLCLORE | GRUPO
FOLCLÓRICO DE TORRE DE
BERA | PRAÇA 8 DE MAIO
ªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªª
30.07 SÁBADO | SATURDAY | SAMEDI
22H00 | NOITE DE FOLCLORE | XXIII SERÃO
POPULAR | GRUPO
FOLCLÓRICO CASA DE PESSOAL DA
UNIVERSIDADE DE COIMBRA |
PRAÇA 8 DE MAIO
ªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªª
03.08 QUARTA-FEIRA | WEDNESDAY |
MERCREDI
22H00 | NOITE DE CINEMA | “NORMAN
MCLAREN, FILMES DE
ANIMAÇÃO” CINE-CONCERTO JACC | FILA K
CINECLUBE, MAFIA –
FEDERAÇÃO CULTURAL DE COIMBRA, JAZZ AO
CENTRO CLUBE
(JACC), AGÊNCIA PARA A PROMOÇÃO DA BAIXA
DE COIMBRA (APBC)
E CAFÉ SANTA CRUZ | LARGO DO POÇO
ªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªª
04.08 QUINTA-FEIRA | THURSDAY | JEUDI
22H00 | NOITE DE FADO | FADO AO CENTRO |
PRAÇA 8 DE MAIO
ªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªª
05.08 SEXTA-FEIRA | FRIDAY | VENDREDI
22H00 | NOITE DE FOLCLORE | GRUPO
FOLCLÓRICO DA CASA DO
POVO DE CEIRA | PRAÇA 8 DE MAIO
ªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªª
06.08 SÁBADO | SATURDAY | SAMEDI
22H00 | NOITE DE MÚSICA POPULAR | I
ENCONTRO DISTRITAL DE
CONCERTINAS | FOLES E CANTORIAS DE SANTA
CLARA | PRAÇA 8 DE
MAIO
ªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªª
10.08 QUARTA-FEIRA | WEDNESDAY |
MERCREDI
21H30 | NOITE DE FADO | GRUPO ORPHEU |
LARGO DO PAÇO DO
CONDE
22H00 | NOITE DE CINEMA | “ALMOÇO DE 15
DE AGOSTO” (2008)
GIANNI DI GREGORIO | FILA K CINECLUBE,
MAFIA – FEDERAÇÃO
CULTURAL DE COIMBRA, JAZZ AO CENTRO
CLUBE (JACC), AGÊNCIA
PARA A PROMOÇÃO DA BAIXA DE COIMBRA
(APBC) E CAFÉ SANTA
CRUZ | LARGO DO PAÇO DO CONDE
ªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªª
11.08 QUINTA-FEIRA | THURSDAY | JEUDI
22H00 | NOITE DE FADO | FADO AO CENTRO |
PRAÇA 8 DE MAIO
ªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªª
12.08 SEXTA-FEIRA | FRIDAY | VENDREDI
22H00 | NOITE DE FOLCLORE | GRUPO
FOLCLÓRICO “CAMPONESES
DO MONDEGO” | PRAÇA 8 DE MAIO
ªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªª
24.08 QUARTA-FEIRA | WEDNESDAY |
MERCREDI
21H30 | NOITE DE FADO | À CAPELLA |
ESCADAS DE S. TIAGO
ªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªª
25.08 QUINTA-FEIRA | THURSDAY | JEUDI
22H00 | NOITE DE FADO | FADO AO CENTRO |
PRAÇA 8 DE MAIO
ªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªª
26.08 SEXTA-FEIRA | FRIDAY | VENDREDI
22H00 | NOITE DE FOLCLORE | GRUPO
ETNOGRÁFICO CANTARES E
DANÇAS DE ASSAFARGE E GRUPO FOLCLÓRICO
DE TAVEIRO | PRAÇA
8 DE MAIO
ªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªª
27.08 SÁBADO | SATURDAY | SAMEDI
22H00 | NOITE DE DANÇA MODERNA |
ENCONTRO DE GRUPOS
DE DANÇA MODERNA | ASSOCIAÇÃO CULTURAL E
RECREATIVA DE
COIMBRA | PRAÇA 8 DE MAIO
ªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªª
31.08 QUARTA-FEIRA | WEDNESDAY |
MERCREDI
21H30 | NOITE DE TUNAS | ENCONTRO DE
TUNAS POPULARES |
ASSOCIAÇÃO CULTURAL E RECREATIVA DE
COIMBRA | ESCADAS DE
S. TIAGO
ªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªª
01.09 QUINTA-FEIRA | THURSDAY | JEUDI
22H00 | NOITE DE FADO | FADO AO CENTRO |
PRAÇA 8 DE MAIO
ªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªª
02.09 SEXTA-FEIRA | FRIDAY | VENDREDI
22H00 | NOITE DE FOLCLORE | RANCHO
TÍPICO VILA NOVA | PRAÇA
8 DE MAIO
ªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªª
03.09 SÁBADO | SATURDAY | SAMEDI
22H00 | NOITE DE MÚSICA INSTRUMENTAL |
SAX&COMPANHIA
– ORQUESTRA DE SOPROS DE COIMBRA | PRAÇA
8 DE MAIO
ªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªºº
08.09 QUINTA-FEIRA | THURSDAY | JEUDI
22H00 | NOITE DE FADO | FADO AO CENTRO |
PRAÇA 8 DE MAIO
ªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªª
09.09 SEXTA-FEIRA | FRIDAY | VENDREDI
22H00 | NOITE DE FOLCLORE | GRUPO
FOLCLÓRICO E ETNOGRÁFICO
“AS TECEDEIRAS DE ALMALAGUÊS” | PRAÇA 8
DE MAIO
ªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªª
10.09 SÁBADO | SATURDAY | SAMEDI
22H00 | NOITE DE FOLCLORE | GRUPO
FOLCLÓRICO DE COIMBRA |
PRAÇA 8 DE MAIO
ªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªª
15.09 QUINTA-FEIRA | THURSDAY | JEUDI
22H00 | NOITE DE FADO | FADO AO CENTRO |
PRAÇA 8 DE MAIO
ªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªª
16.09 SEXTA-FEIRA | FRIDAY | VENDREDI
22H00 | NOITE DE FOLCLORE | GRUPO
FOLCLÓRICO E ETNOGRÁFICO
“AS MOLEIRINHAS DE CASCONHA” | PRAÇA 8
DE MAIO
ªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªª
17.09 SÁBADO | SATURDAY | SAMEDI
22H00 | NOITE DE FOLCLORE | SERENATA
FUTRICA | GRUPO
ETNOGRÁFICO DA REGIÃO CENTRO COM ALMA DE
COIMBRA |
PRAÇA 8 DE MAIO
ªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªª
22.09 QUINTA-FEIRA | THURSDAY | JEUDI
22H00 | NOITE DE FADO | FADO AO CENTRO |
PRAÇA 8 DE MAIO
ªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªª
23.09 SEXTA-FEIRA | FRIDAY | VENDREDI
22H00 | NOITE DE FOLCLORE | GRUPO
FOLCLÓRICO “CAMPONESES
DE VILA NOVA” | PRAÇA 8 DE MAIO
ªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªª
24.09 SÁBADO | SATURDAY | SAMEDI
22H00 | NOITE DE MÚSICA POPULAR |
ACADEMIA DE MÚSICA DE
COIMBRA | PRAÇA 8 DE MAIO
ªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªª
29.09 QUINTA-FEIRA | THURSDAY | JEUDI
22H00 | NOITE DE FADO | FADO AO CENTRO |
PRAÇA 8 DE MAIO
ªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªª
30.09 SEXTA-FEIRA | FRIDAY | VENDREDI
22H00 | NOITE DE FOLCLORE | RANCHO
TÍPICO DA PALHEIRA |
PRAÇA 8 DE MAIO
ªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªªª
01.10 SÁBADO | SATURDAY | SAMEDI
22H00 | NOITE DE MÚSICA INSTRUMENTAL |
ENCONTRO DE
CONCERTINAS | ASSOCIAÇÃO CULTURAL E
RECREATIVA DE COIMBRA
| PRAÇA 8 DE MAIO
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