Bom dia meus “caminhões” de jornada, neste caminho que percorremos todos os dias. Então como é que vai isso? Pelo sorriso…estou a ver que a coisa até se aguenta, hem!? Assim é que é: peito esticado para a frente, sorriso de orelha-a-orelha e, pelo menos, aparentando grande segurança. Nunca esqueça duas coisas: primeiro, se estamos mal de finanças, obrigatoriamente, devemos aparentar que estamos na maior. Nada de choradinhos de fado desgraçadinho…essa lamúria é para os outros, os que estão mesmo à rasca; segundo, não esqueça que se você se conseguir enganar a si próprio, é meio caminho andado. Isto é, se ninguém lhe liga –como acontece comigo-, mas você consegue interiorizar que é um personagem muito importante…é etapa ganha. Jamais esqueça que os outros acreditam facilmente naquilo que lhes queremos incutir. Vá por mim, eu sei do que falo, homessa!
Agora falando de coisas sérias, que, pelo que vejo, você está prestes a mandar-me dar uma volta…e então não é que vou mesmo? Calma! Não faça essa cara de tristeza. É só mesmo uma semana. Faça o favor de não chorar…porra! Não me faça isso que não posso ver ninguém chorar. Eu parecia que até estava a adivinhar. Por isso mesmo tenho andado a adiar esta comunicação. Eu já calculava que isto ia causar depressões…tristeza…solidão…sei lá que mais?! A páginas tantas, calculo, a minha ausência até pode causar suicídios!? Sei lá! Este meu afastamento temporário pode estimular o mesmo choque que o Governo provocaria se caísse agora…não sei se estou a ser claro. Uma pessoa está tão habituada. Como é que se passava?
Eu sei que você está roidinho de ansiedade para saber o que vou fazer, não é? Já sei que uma premissa você já excluiu: “teso como ele anda, para férias não vai de certeza!”. E é verdade…você sabe tudo, fosca-se! Não vou mesmo de “vacaciones”. Vou em missão humanitária e (olhe!)…fazer um favor a dois amigos.
Há uma semana, estava eu descansadinho a tomar o meu café da manhã, quando, sem que nada o fizesse prever, tocou o meu telemóvel vermelho. E quem era? O Obama…o meu amigo Obama! Você pode não acreditar, mas comecei logo a arranhar na cabeça. Sim, porque daquele camarada…ou soda ou canelada…não sei se me entende?! Depois dos cumprimentos da praxe, “estás bom ó meu”, lá vem o gajo com esta: “
-Ó pá tens me ajudar a resolver o caso de Israel…por causa do embargo à Faixa de Gaza. Aquilo por lá parece dinamite prestes a explodir…depois daquela aselhice das valsas turcas. Mandei lá o John Mitchel…ó pá, mas não tenho muita confiança no gajo. Tenho de te enviar lá…és meu amigo…tens uma visão isenta…
-O quê? –respondi eu, completamente irritado-, tu és doido, pá? Sabes lá como é que isto vai por aqui a nível de finanças? Estou na penúria, pá...
-A Casa Branca paga tudo. Além disso vais conhecer Israel, dás aí férias ao pessoal do jornaleco, à Rosete “sempre-em-cima”, ao “Olho de Lince”, ao Arnaldo “Ver-para-além-da-opacidade”ao director-adjunto António Quintans, ao director executivo António Fernandes, ao chefe de redacção Fernandes Quintans e, já agora, mandas também esse gajo…o provedor do leitor, o António Luís Fernandes Quintans, dar uma curva.
Ó pá, a talhe de foice…desculpa lá, ó Luís Fernandes, somos amigos, é ou não é? Mas…tu não tens aí pessoal a mais? Está bem que é quase tudo família…mas mesmo assim…
-Ó Obama, desculpa lá, gosto muito de ti, e muito mais ainda da tua mulher Michel, mas não posso viajar agora. Então e os leitores diários do blogue?
-Ó “meu”, não há problema nenhum. Se perderes clientela vens trabalhar para o “The Washington Post”. Mas não tenhas problemas, pá, para evitar deserções ofereces uma viagem à Austrália a cada um dos teus leitores –quem paga é a Casa Branca, claro…
-Desculpa lá, ó Obama, mas não posso ir –e desliguei, até um bocado furibundo. Este gajo abusa das pessoas.
No dia seguinte, adivinham quem é quem me estava a telefonar? Pois não podem adivinhar, lá sabem vocês dos meus conhecimentos internacionais:
-Está lá? Luís Fernandes? Hey man…how are you?
-Quem fala? Interrogo.
-Ó meu, já não me conheces? Andámos os dois na tropa em Estremoz…o Moon…o Ban Ki-Moon…das Nações Unidas…estás a ver?
-Ó Moon…estás bom? –até fiquei atrapalhado, seja ceguinho, já não falava com este gajo há mais de dez anos. A última vez que estivemos juntos foi no restaurante do “Zé Neto”, ali na Rua das Azeiteiras, a comer uma chanfanada.
-Ó pá, estou a ligar-te…foi o Obama que me pediu…Ó meu, tens de ir a Israel ver se resolves aquilo…
-Ó Moon mas eu não falo árabe –mesmo nas restantes línguas sou pior que o Sócrates a falar espanhol…
-Ó meu, não sejas modesto, se o Sócrates a falar “portunhol” se conseguiu fazer entender lá pelos vossos “hermanos” tu também consegues. Além disso, se precisares, está lá em Israel a Ester Muznic e ajuda-te no que for preciso…
-Quem? Interroguei.
-A Muznic…a colunista do jornal “Público”…estás a ver? Aquela fulana que é israelita…
-Ah…já estou a ver…
E foi assim. Como vêem, não tive mesmo hipótese nenhuma. Tenho mesmo de ir. Mas deixem lá meus “lambões”, aliás, meus leitores, podem levantar os bilhetes para a Austrália aqui.
Até daqui a uma semana. Não desesperem. Eu volto. Prometo!
4 comentários:
Fiquei muito desiludida ao perceber que não foi prevista a hipótese de famílias completas, só de um leitor por endereço IP...
E ainda tem a lata d'andar a cravar candidatas a namoradas para a descendência...
Não há respeito...
Divirta-se e aproveite ao máximo porque o tempo passa rápido... ;)
Luís divirta-se por si e pelos outros que a vida são dois dias.Por outro lado,a blogosfera coninbricense fica mais pobre por uns dias.Mande noticias, lá também á internet.Corra tudo bem!
Marco
É preciso compreender, Sónia, aquilo lá nos States também está complicado. No entanto, estive a pensar, vou meter uma cunha para si e para toda a família. Ó larilas! Mas, atençäo, isto já fica por canta de um futuro enlace entre o meu neto e sua futura filha que há-de vir. (isto se o meu neto sair ao avô...näo sei se me entende. Eu sei lá?!)
Abraço.
Obrigado, Marco. Você até me deixa sem pio, homem de Deus! Por muito menos já se criaram idiotas em forma de escritores.
Agradecido amigo. É bom sentir esse empenho e calor sobre o que escrevo. Duas vezes obrigado.
Quanto ao escrever, posso afiançar-lhe que o farei todos os dias, embora mais internamente. Como sabe estou em missäo humanitária internacional...náo sei se me entende...
Abraço, amigalhäo.
Enviar um comentário