terça-feira, 31 de maio de 2022

PAMPILHOSA: PRESIDENTE DA JUNTA RENUNCIA AO CARGO



Conforme o comunicado publicado hoje nas redes sociais, Mário Rui de Abreu Cunha, presidente da Junta de Freguesia de Pampilhosa, eleito pelo Movimento Mais e Melhor, vai renunciar à função por motivos de saúde.

Segundo o difundido, “Dirijo-me a todos vós (…) para vos comunicar que, por motivos de saúde pessoal e familiar, me vejo forçado a renunciar voluntariamente ao cargo de presidente da Junta de Freguesia de Pampilhosa.

(…) A entrega à causa Pública (…) teve como consequência objetiva uma menor disponibilidade para o apoio que me é exigido a familiar portador de doença neurodegenerativa complexa, refletindo-se no avolumar de tensões e stresse, com repercussão no estado geral de saúde.”

 

segunda-feira, 30 de maio de 2022

MEALHADA: HOJE HOUVE REUNIÃO DE CÂMARA MUNICIPAL

 

(imagem do jornal online Bairrada Informação)



Quem com ferros mata, com ferros morre.

Se tivesse tido apoio quando fui acusado,

agora, a minha posição seria outra”,

Rui Marqueiro.


Na parede traseira do Salão Nobre da Câmara Municipal, em retrato institucional, Marcelo Rebelo de Sousa, o vigilante da democracia, parecia algo preocupado. Grossas ondas de inquietude na fronte e no rosto pareciam inundar o seu semblante normalmente resplandecente. Paralelamente, a República ao lado, em imagem de terracota, parecia fazer apelos à calma. O que é se passaria de tão anómalo? Interrogava um passarinho no parapeito da janela.

O relógio da Igreja Matriz da Mealhada acabara de bater as nove badaladas. Como se o ambiente estivesse impregnado de ansiedade e todos os presentes cheios de pressa em despejar o que lhes inundava as almas, António Jorge Franco deu início à terceira reunião ordinária deste mês de Maio.

Pegou na palavra Gil Ferreira, o vereador da Cultura, e general Hill no filme “Terra Queimada” recentemente passado entre nós sobre a última invasão napoleónica de 1810/11. Como se dirigisse as tropas contra os franceses usurpadores e saqueadores da dignidade nacional, começou por referir a “baixíssima qualidade de jornalismo”. A “baixa campanha da CMTV é o uso da política rasteira composta por insinuações, com o único objectivo de fragilizar o presidente da Câmara.

E continuou o vereador: “não é preciso ser professor de jornalismo para ver que isto é reles. Aqui há gato! Os indicadores indiciam que o denunciante é um vereador aqui presente: o doutor Rui Marqueiro.

Na parede, Marcelo, como se pretendesse tapar os ouvidos, parecia apelar a Nosso Senhor Jesus Cristo para que a sessão não culminasse em chapada. E Deus, como se estivesse ao seu serviço, fazendo-lhe a vontade, acalmou os ânimos “injectando” serenidade na sala.

A esta acusação sem rede respondeu o ex-presidente da autarquia nos últimos oito anos que não tinha nada a ver com a denúncia feita ao programa televisivo. “o que aconteceu foi eu ter recebido um telefonema de Ana Leal a perguntar se eu conhecia bem o engenheiro António Franco; se sabia onde morava e sabia do facto de ele viver com uma senhora. Respondi que não sabia. A jornalista perguntou se eu conhecia alguém que conhecesse. Indiquei uma pessoa, mas antes perguntei se poderia dar o seu contacto. Eu não tive nada a ver com isto!”

A terminar a sua intervenção, Gil Ferreira propôs à mesa um voto a repudiar a “crónica da semana passada”, como quem diz, tudo o que se passou e serve de mau exemplo para o concelho.

Antes da votação, declararia Marqueiro: “eu voto com silêncio.

Em seguida passou-se à votação e… total unanimidade, todos votaram a favor e contra os ventos gerados na cidade e ampliados pelo canal de cabo.


OUTRAS DECLARAÇÕES PARA CONSTAR EM ACTA


Sobre a bomba de deflagração caída no meio político, disse Franco: (para atestar a verdade) “podem pedir uma certidão à junta de Freguesia de Casal Comba; podem pedir à Escola de Viseu. Isto não se faz a ninguém!

Sónia Leite, vereadora da oposição em representação do PS, disse: “manifesto a minha repugnância com a forma como foi noticiado.”

Luís Tovim, colega de carteira dos vereadores da oposição, enfatizou: “repudio completamente a forma como foi desenvolvida.

Filomena Pinheiro, vice-presidente da edilidade, reafirmou: “número encomendado! Revela uma frieza, mal-estar da pessoa que passou a informação. Tem de ser alguém muito infeliz. Aquilo fragiliza-nos a todos. Espero que um dia estas pessoas paguem pelo que fizeram.”

Hugo Silva, vereador da coligação em apoio à maioria, retorquiu: “está tudo dito. Não tenho nada a acrescentar. Mas a questão humanitária é muito importante. Se preciso for, eu e a minha mulher testemunhamos de que situação marital não se verifica. Temos de estar preparados para tudo!

Rui Marqueiro, de certa maneira contestando o que foi dito, rematou: “se há alguém que sofreu de atentado fui eu! Se alguém foi vítima de barbárie fui eu! Vou trazer aqui a forma como tenho sido tratado.

É muito provável que tenha de abandonar a vida política, pela minha saúde e da minha mulher.

Juro que não vi o programa da CMTV. Apenas recebi, por mensagem, uma notícia da revista Visão.

Quem com ferros mata, com ferros morre. Se tivesse tido apoio quando fui acusado, agora, a minha posição seria outra”, concluiu Rui Marqueiro.

Neste período dedicado ao desabafo, foram apresentados e aprovados dois votos de pesar e de reconhecimento a dois homens que muito contribuíram para o progresso das suas terras, respectivamente, Carlos Cidade, por Coimbra e José Castelo Branco de Moura, ex-autarca da freguesia da Pampilhosa.


E ENTROU O PERÍODO DA ORDEM DO DIA


Sem pontos de agenda que mereçam relevância, depressa se chegou ao fim da convocatória propriamente dita.

Não sem que antes se apanhasse uma outra frase mais irónica de Rui Marqueiro : “eu hoje não estou para me aborrecer. Tenho a tensão alta…

Mas, apesar da velocidade furiosa, ainda se “empancou” no ponto 7, Alteração da Estrutura Orgânica Municipal. (sobre este assunto, escreverei uma outra crónica sobre o que me parece estar na base desta mudança) Estava em causa novas Unidades Orgânicas em substituição da Divisão de Comunicação e da Cultura e Turismo.

Sobre este tema, diria Marqueiro: “extinção da Divisão de Cultura e Turismo?… Trata-se do “assassinato”, entre comas, da Chefe de Divisão. Eu estou contra.

Respondeu ao repto Gil Ferreira: “é redundante ter a Cultura e o Turismo fundidos no mesmo sector. Não entro nesse raciocínio, que é para afastar pessoas.

Disse Franco: “estamos limitados a 15 Divisões. As alterações serão feitas sempre que necessárias. Não serão escolhidas pessoas por simpatias, ou pela cor dos seus olhos, mas sim pela sua competência. A Câmara é de todos, não é de um ou de outro.

Reitera Marqueiro: “a casa faz-se pela estrutura…”

Os senhores estão aqui há sete meses e apresentam agora uma mixoriquice malfeita…”

De aqui a dias faço 70 anos, e já não me comem por tolo. Passei 18 anos na Câmara Municipal, já ninguém me engana…

Marqueiro para Hugo Silva: “o senhor não sabe nada de política autárquica…

Este ponto 7 seria aprovado por maioria, com os votos contra dos três vereadores do PS, e para enviar à Assembleia Municipal para ratificação.

E pronto! Como a descrição já vai longa, desejando as melhoras a todos, ficamos por aqui.

EDITORIAL: MARQUEIRO VAI SAIR DA CÂMARA MUNICIPAL DA MEALHADA

 

(imagem, retirada coma devida vénia, do jornal online Bairrada Informação)




Hoje, em plena reunião de Câmara Municipal, Rui Marqueiro anunciou: “(…) é muito provável que tenha de abandonar a vida política, pela minha saúde e a da minha mulher…

Num período de Antes da Ordem do Dia muito participado, iniciado por Gil Ferreira, vereador da Cultura, onde esteve em cima da mesa o recente programa televisivo da jornalista Ana Leal e da CMTV, e o vereador da maioria chegou mesmo a indigitar Marqueiro de estar por detrás de uma baixa campanha da CMTV. “é um caso de política rasteira composto de insinuações com o único objectivo de fragilizar o presidente da Câmara”, enfatizou.

Em resposta, o ex-presidente da autarquia afirmou que não tinha nada a ver com a denúncia feita ao programa televisivo. “o que aconteceu foi eu ter recebido um telefonema de Ana Leal a perguntar se eu conhecia bem o engenheiro António Franco; se sabia onde morava e sabia do facto de ele viver com uma senhora. Respondi que não sabia. A jornalista perguntou se eu conhecia alguém que conhecesse. Indiquei uma pessoa, mas antes perguntei se poderia dar o seu contacto. Eu não tive nada a ver com isto!”


O QUE PARECE SER… OU NÃO SER


Tudo indica que este “atira e foge” de alguém poderia ter sido uma acção individual e não de um grupo, como seria de supor.

Uma coisa parece certa, contrariamente ao que seria de prever, esta acção torpe trouxe mais incómodos ao PS/Mealhada do que benefícios.

Conta uma fonte ligada ao aparelho socialista que pediu o anonimato que, fosse quem fosse o delator, nem de perto, nem de longe aceita este procedimento de fazer política.

Por outro lado, a declaração de proximamente abandonar o executivo terá ver, também, com fortes clivagens entre ele e a Concelhia local do partido.

Porventura, ao que se sabe, há demasiados militantes que não se identificam com a forma arrivista e de permanente confronto e provocação com a nova maioria. Aliás, consideram este nível de fazer oposição como anquilosado, arcaico e ultrapassado, onde parece vingar uma animosidade pessoal. Apesar do respeito institucional que merece, estando a gerar demasiados anti-corpos, o antigo edil acaba por ser um activo tóxico para o partido.

Por conseguinte, é de constatar que proximamente se realizem eleições para os órgãos locais da formação partidária e em seguida Marqueiro dará lugar a outro na vereação.


PS EM MAUS LENÇÓIS NA REPRESENTATIVIDADE


A verdade é que se Rui Marqueiro sair o PS fica em muito maus lençóis na Câmara Municipal. Isto porque, retirando o antigo chefe da edilidade, ficam três vereadores sem experiência. Os dois actuais e em exercício, Luís Tovim e Sónia Leite, sejamos honestos, estão a léguas de fazer uma boa oposição. Raramente intervêm, e quando o fazem, em completa desconexão e desacordo com as posições do seu líder, parecem estar ali como elementos mudos e a defender a maioria.

Ora, convenhamos, ser oposição não é pôr sistematicamente abaixo. Nada disso. Mas os munícipes, apenas com um simples olhar, devem identificar imediatamente o executivo com dois blocos diferenciados. A razão de existência da oposição é, apresentar planos e, quando disso se trate, combater ideias que vão contra os interesses da comunidade.

Sabemos todos que poder, em certos casos, pode implicar livre arbítrio. É aqui que a oposição, sem medo de ofender os pares mas sem faltar ao respeito, muito mais informada e mais esclarecida que o vulgar cidadão, deve intervir com força e determinação. Precisamos de contar com um PS bem representado na vereação.

domingo, 29 de maio de 2022

PS MEALHADA: UM SILÊNCIO ENSURDECEDOR

(Imagem de Leonardo Braga Pinheiro)




Como se sabe anda um prurido no ar do céu da Mealhada acerca do programa de investigação de Ana Leal, agora, a trabalhar para a CMTV, em que, a meu ver, de forma torpe, é envolvido o cidadão, viúvo há cerca de uma década, António Jorge Franco por uma relação passional com uma senhora de Viseu.

Antes de prosseguir vou fazer uma ressalva e um esclarecimento: A ressalva é que quando esta senhora jornalista trabalhava na TVI, algumas vezes elogiei o seu desempenho, outras vezes insurgi-me contra a sua forma intempestiva, predadora de acusar alguém em directo sem inquérito prévio ou consequente julgamento. Tal como agora, é uma deriva justicialista e populista que, notoriamente, não facilita uma defesa a que qualquer acusado tem direito.

O esclarecimento:A união de facto é a situação jurídica de duas pessoas que, independentemente do sexo, vivam em condições análogas às dos cônjuges há mais de dois anos.

O que está em causa? Segundo o programa de Ana Leal, passado na última Quinta-feira no referido canal, de forma intrépida, invasiva e intrusiva, com um contraditório discutível a todos os níveis da mais elementar decência, vimos a jornalista a incriminar peremptoriamente, sem margem para contestação, o visado de estar a viver em “União de factohá vários anos e, ao mesmo tempo, a receber ilegalmente a pensão de viuvez referente à falecida.

O que se viu no ecrã foi um Franco apanhado de surpresa, algo titubeante, a afirmar que não vivia em “União de facto” com a alegada companheira. Disse que cada um vivia na sua casa própria, no caso, a senhora em Viseu, onde tem a sede de morada fiscal e o cidadão em Silvã, aldeia do concelho da Mealhada.

Pela jornalista, foram interrogados moradores da aldeia que, aparentemente sem maldade, de forma vacilante, enfatizaram que a senhora e o munícipe “viviam em comunhão há um ano, talvez dois”.

Foi apresentada uma foto em que aparecem os dois com data de 2015.

Ao terminar a apresentação da peça, nitidamente para manipular a opinião pública, António Franco foi colocado no mesmo patamar do autarca da Câmara Municipal do Alandroal, que, alegadamente, terá usado vários subterfúgios para lesar o erário público. Está de ver que são desempenhos totalmente diferenciados: um é do foro civil, outro é de responsabilidade de cargo público.

Certamente que esta reportagem, por parte da Segurança Social, terá consequências para o cidadão António Jorge Franco e, por conseguinte, cabe-lhe defender-se e provar que o filme passado está eivado, contaminado, de falsidade.


A NÍVEL POLÍTICO


Como se sabe, o cidadão António Jorge Franco é o presidente da Câmara Municipal da Mealhada. E aqui, nesta sua função, é que bate. Especulando, daí a apreciação por parte da CMTV em tomar uma coisa por outra. Ou seja, quem passou a informação ao canal do cabo, implicitamente, apenas estava interessado na mancha, no enxovalho que iria cair sobre o edil mealhadense. Isto é, em teoria, quem o fez instrumentalizou o programa de investigação para fins pouco dignos. É óbvio que a jornalista, experiente como é, não pode alegar inocência.


O SILÊNCIO É DE INOCÊNCIA? OU DE ACEITAÇÃO DE CULPA?


Ontem, Sábado, ao cair da tarde, o Movimento Mais e Melhor, agremiação que elegeu António Jorge Franco para a presidência nas últimas eleições autárquicas, emitiu um comunicado nas redes sociais com três vectores: um a “repudiar todo e qualquer tipo de jornalismo que funciona a pedido e sem qualquer tipo de critério”; outro a manifestar “toda a confiança no nosso líder”; e outro ainda a fazer uma acusação: “Desde do o ainda presidente da comissão política do PS da Mealhada se ter envolvido para ajudar a sua suposta amiga Ana Leal (jornalista da CM TV), a perseguições, tudo foi feito com o objectivo de marcar negativamente o nosso presidente (...)

Ora, perante um dedo apontado, seria de supor que a Concelhia do PS/Mealhada reagisse com outro comunicado. Passadas mais de 24h00 nada transpareceu.

O que significa este mutismo?


TEXTOS RELACCIONADOS


"Ana (i)Le(g)al e o Carrilho sem grão"

" A TVI e o direito de proteger os mais desfavorecidos"

 

sábado, 28 de maio de 2022

MEALHADA: UM ESTRANHO CHEIRO NAUSEABUNDO VAGUEIA NO AR

 




Ontem, logo ao cair da noite, o concelho foi invadido por um estranho e misterioso odor a pútrido, repulsivo e asqueroso. Estranho porque, embora já com antecedentes do género, surgiu do nada, do sem ponta por onde se pegue, do tomar uma coisa por outra, do pretender uma envolvência de gravidade que acaba por morrer na praia. Misterioso porque, vá lá saber-se a razão – ou talvez se saiba -, a verdade é que o cheiro pestilento não chega a todos os narizes. Balouçando na vulgaridade não é, nunca, nem de perto, idêntico ao laborar de uma fábrica de aproveitamento de caroço de azeitona.

Como se porfiasse os mais sensíveis, deixa de fora a maioria que, como de costume, continuará a assobiar para o lado e entender a morrinha como um odor a rosas. Embora inqualificável, não é, portanto, um ranço geral mas selectivo.

Entre os tocados pela onda mal-cheirosa, uns, mais virados para o metafísico, dizem que, provavelmente, foi o frigorífico do purgatório que avariou e as almas, à espera de encaminhamento, entraram em decomposição. Para outros, mais atentos para as coisas terrenas, é o veneno exalado por fígados em putrefação, mais que certo de gente ressabiada, com o coração a destilar ódio, que não se conformando com o perder com legitimidade, disparam anonimamente para tudo o que mexa ou faça sombra à sua ambição desmedida. São pessoas que se afirmam muito católicas e que, andando a bater com a mão no peito, invocando os superiores interesses do território delimitado, em vez da paz, espalham a guerra.

Outros dizem ainda que, num tempo de “vale tudo”, onde graça o “jornalixo”, que para preencher os seus animalescos índices sem limites, sem escrúpulos, se valem deste tipo de informação especial para lançar a ignomínia sobre alguém apontado na sua mira.

Estejam todos certos ou alguns errados, uma coisa é certa: este ambiente bafiento e insalubre gera angústia.

Não se trata de nos guiarmos por simpatias. O que está em causa é que, com este comportamento indigno, ninguém estará seguro. Se não se abreviar caminho, a calúnia, a difamação, o pôr abaixo sem olhar a meios, a queixa anónima serão as armas a utilizar sem quartel num futuro que é já hoje.

Com este clima de rancor desmesurado, com este perpassar de desespero, que mensagem estamos a transmitir aos vindouros?

Será este tipo de convivência, falsa, rasteira, cobarde, que queremos para a nossa terra?


quinta-feira, 26 de maio de 2022

O FOTÓGRAFO ESTAVA LÁ… E VIU E OUVIU, OU TALVEZ NÃO…

 




Guilherme Duarte, ex-vice-presidente da Câmara Municipal da Mealhada e actual presidente interino da Fundação Mata do Bussaco, nomeado em 21 de Fevereiro de 2021, foi “apanhado” esta semana a receber no seu gabinete um estranho telefonema:


- Alô? senhor presidente interino, Guilherme Duarte?… Daqui Duarte Cordeiro…

- Quem?… O primo Duarte?…

- Não, senhor presidente, o Duarte Cordeiro, mais conhecido pela “sombra” (de António Costa)… o ministro da tutela… da pasta do Ambiente…

- Ó senhor ministro… as minhas desculpas… Faça o favor de dizer…

- Senhor presidente interino, estou a ligar-lhe para lhe comunicar que vai deixar de o ser muito em breve…

- Olhe, senhor ministro, por favor não brinque mais comigo… Está a perceber?

Eu tenho sempre a mala pronta para partir. Eu sou professor… tenho uma profissão… Não estou dependente do aparelho… Mas sempre lhe acrescento que estou muito decepcionado com a forma ignóbil como estou a ser tratado...

Quando é que quer que eu largue isto?

- Já disse tudo… já? Desabafe à vontade… Eu sei que não me tenho portado muito bem consigo… Admito…

Mas agora é diferente… venho anunciar-lhe a sua efectiva nomeação para presidente da Fundação Mata do Bussaco…

- Ó senhor ministro do Ambiente, por favor não brinque mais comigo… Está em causa a minha dignidade. O senhor gostava que fizessem o mesmo consigo? Gostava?

Primeiro, fui anunciado como elegível para o cargo, depois foi-me dito que já não seria por razões não apontadas, e agora vem o senhor com falinhas mansas a dizer o mesmo e o seu contrário?… Parece-me que há aqui teses conspiratórias… ninguém me tira isso da cabeça… E será com facadinhas nas costas dos meus correlegionários...

- Acalme-se, professor… Muita calma nesta hora, camarada. Desta vez é mesmo a sério…

- Não sei se acredite em si… mas também não quero saber… a minha mala está sempre pronta!


terça-feira, 24 de maio de 2022

FOTÓGRAFO ESTAVA LÁ… E VIU E OUVIU, OU TALVEZ NÃO…

 


O CONVITE


(qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência)


Na aldeia de Barcouço, desde há três anos à espera da prometida elevação a vila, ou pelo menos que o assunto suba ao plenário da Assembleia da República, num estado de ansiedade crescente desde que um seu ilustre habitante foi eleito presidente da Câmara Municipal da Mealhada, o carteiro, que não precisa de tocar duas vezes na casa de António Jorge Franco, antes de o depositar na caixa de correio, olhava o discreto subscrito com expressão enigmática de abelhudice. No remetente, um olho cercado por raios de luz e dentro de um triângulo.

Depois da vinda da autarquia, à noite, quando Franco abriu o pequeno receptáculo destinado à correspondência, apercebendo-se do logos de representação da Divina Providência, não pode conter uma exclamação: “pedreiros, por aqui? Esta é boa...

Impaciente pela curiosidade, rasgou um dos lados do envelope. De dentro retirou uma folha branca que dizia o seguinte:


CONVITE


O Venerável Mestre da Loja Maçónica da Mealhada tem a honra de convidar V. Exª a, em data a combinar, a assistir a uma celebração no nosso Templo tendo como objecto uma futura cerimónia iniciática como irmão.

Pela sua meritória dedicação ao longo dos últimos 12 anos em prol da comunidade local e regional, este convite visa reconhecer o seu extraordinário carácter a favor da filantropia, justiça social, aclassismo, humanidade, os princípios da liberdade, democracia e igualdade, aperfeiçoamento intelectual e fraternidade.

Solicita-se a maior reserva no conhecimento desta missiva.



O Venerável Mestre



(assinatura elegível)


segunda-feira, 23 de maio de 2022

EDITORIAL: A COMUNICAÇÃO SOCIAL NA MEALHADA ESTÁ DOENTE E O CONCELHO NÃO COMUNICA

(imagem da Web)



Na última reunião de Câmara Municipal da Mealhada realizada na passada semana, mais exactamente no dia 19 do corrente, não esteve presente qualquer jornalista ligado à imprensa local, regional e nacional.

Naturalmente, sobre o que lá se passou, na chamada dita imprensa convencional, nem uma linha transpareceu em qualquer meio de comunicação em papel ou digital.

Também nessa semana, no CineTeatro Messias aconteceu uma sessão extraordinária da Assembleia Municipal, para não variar, a mesma coisa, ou seja, um silêncio perturbador.

Referir os malefícios deste apagamento aqui basta recordar, citando o Notícias de Vila Real, as palavras já malhadas, ditas e reditas, recentemente por Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República: “de ano para ano a crise na comunicação social vai sendo cada vez mais grave , alertando que esta realidade está “a criar problemas já democráticos, problemas de regime”. O Presidente da República classificou de “período dramático da crise profunda da comunicação social em Portugal e, portanto, da liberdade e, portanto, da democracia”.

Vale a pena resistir, pelo jornalismo, pela liberdade, pela democracia em Portugal”, disse, depois de atribuir os preocupantes fenómenos de populismo também à “presente debilidade crescente da comunicação social”, que é, no fundo, “a debilidade crescente da democracia”.

Em relação à Imprensa Regional e Local, o Presidente da República foi mais objetivo, sugerindo a intervenção através de “pequenas medidas”, como o reforço do “Porte Pago, por exemplo”. Um reforço deste apoio traduzir-se-ia num reforço da democracia”.

Perante os factos de quase ausência sistemática dos órgãos de informação na cidade da Mealhada, seria muito fácil diabolizar e acusar os profissionais de imprensa de negligência. Mas, seguindo esse caminho, se o fizesse estaria a ser justo? E bater em quem está no chão será o caminho certo? E mais, neste declínio continuado a bater já no charco, não teremos todos, eu e você, uma responsabilidade partilhada?

Ora, se queremos identificar uma maleita, com objectividade, devemos escalpelizar todas as nuances de todos os ângulos e resistir a distribuir a culpa unicamente para o alheio.

O mais fácil será remetermos encargos para montante à Assembleia da República e aos Governos sucessivos e a jusante aos jornalistas encartados e proprietários de títulos informativos. E poderíamos, como Pilatos, lavar as mãos e ficarmos descansados no nosso cantinho.

Acontece que nas profundezas de a jusante há muitos mais encargos colectivos do que parece. Sem entrar em acusações, prefiro deixar interrogações:

- Na nossa qualidade de munícipes, nos últimos três anos assinámos algum jornal local?

- Nos últimos três meses, lemos algum título em papel ou digital da nossa terra?

- E os comerciantes e industriais e prestadores de serviços têm noção de que uma assinatura a troco de publicidade pode marcar toda a diferença?

- Quantos cafés da cidade, com orgulho bairrista, ostentam e disponibilizam o jornal da cidade aos seus clientes? A quem atribuir o ónus? Ao pouco interesse na difusão do jornal por parte do editor? Ao desinteresse dos operadores no desenvolvimento cultural da sua cidade?

- Podemos exigir independência e neutralidade a alguém que, para além de não ter rentabilidade, não recebe incentivos por parte do público leitor?

- A Câmara Municipal, como órgão de poder local e responsável pelo futuro da informação e conhecimento das populações, tem feito tudo ao seu alcance para evitar este escorregar paulatino para o abismo? Se não fez, deve emiscuir-se e colocar a mão na massa? O que pode fazer?

- Pode um jornalista profissional viver do seu trabalho num concelho com cerca de vinte mil habitantes como a Mealhada e cuja maioria não lê?

- A solução, para desencadear a concorrência e combater o amorfismo, pode residir na criação de um segundo jornal em papel?

Para responder a estas e outras perguntas, com a participação de outros jornais locais e regionais, nada melhor do que realizar um Congresso sobre o declínio da imprensa local na Mealhada. Quem se atreve a dar o primeiro passo?

Será que ainda vamos a tempo de evitar o Apocalipse?

sábado, 21 de maio de 2022

O FOTÓGRAFO ESTAVA LÁ… E VIU E OUVIU, OU TALVEZ NÃO…

 

(foto do Jornal da Mealhada)


O ESTRATEGA


Apanhado” a pensar alto nesta última reunião da Câmara Municipal de Mealhada, como quem diz, em solilóquio, com seus botões, António Jorge Franco, presidente da autarquia mealhadense, com os olhos fixos, apáticos e perdidos no vácuo, olhava para o fundo do salão Nobre, os “passos perdidos”.

Com desalento expresso no olhar mortiço, apontava que nem um único jornalista estava presente a cobrir um dos maiores actos públicos do concelho, considerado serviço social, e que deveria merecer por parte da Comunicação Social um outro interesse:


O que é que eu tenho de fazer mais para trazer cá os jornais e a rádio da região para difundirem pelos munícipes o que se passa nesta sala de poder de decisão? Sinto-me abandonado...

Se calhar não gostam de mim. Será? Mas eu até sou simpático, prestável e até estou sempre disponível para uma entrevista… Ou, o mais certo é ter mesmo de conceder mais uns anunciozinhos camarários. Provavelmente estou a ser muito forreta...

Bom, no jornal ligado à… (até se me varreu os nomes… Sinto-me cansado)… nem é de admirar, cortei a fonte financiadora que, no “Ancien Regime”, jorrava mais que a fonte das 11 bicas do Luso… Mas e os outros? O que é que os directores das publicações têm contra mim?!?…

Mas é sempre bom pensar nisto, lembrei-me agora, vou instruir os serviços para encherem a mesa central de pão, bolinhos, leitão e um bom gaseificado… Vou experimentar, mas, se não funcionar puxo da bazuca: Um dia destes, só para chamar a atenção, ainda vou encenar uma cena de pugilato com o meu maior antagonista na vereação.

Isso sim… Então é que era ver por cá todas as televisões e todos os jornais...”

O FOTÓGRAFO ESTAVA LÁ… E VIU E OUVIU, OU TALVEZ NÃO…

 


IMAGINÁRIO


Eram para aí umas quatro e tal da matina desta última noite, dormia profundamente o sono dos justos José Manuel Silva, edil da Câmara Municipal de Coimbra, na companhia da sua mais que tudo, quando, de repente, um ruído atroador invadiu o espaço dedicado ao merecido descanso. Meio atarantado, esfregando os olhos, dando um grande salto e ficando sentado na cama, numa exclamação entre o pânico e a aflição, interrogou a consorte:


- Ãh… Ãh… Ãh… O que é isto? Estamos a ser bombardeados?

- Não, amor… volta a dormir. Descansa! … É o plutónio…

- Quê? O metal radioactivo? Ai, Deus nos valha nesta hora…

- Não, meu querido… É o cantor rapper português… Está a actuar no queimódromo, na festa da Queima das Fitas…

- A sério? Com todo este barulho infernal?

Quem teria licenciado isto? Na próxima reunião de Câmara tenho de interpelar o presidente da autarquia…

- Mas o presidente da Câmara és tu?!?…

- Ãh… Ãh… Ãh?...


sexta-feira, 20 de maio de 2022

MEALHADA: ONTEM HOUVE REUNIÃO DE CÂMARA

 

(imagem do jornal online Bairrada Informação)



O Sol, como cabelos louros esparramados, começava a estender-se pelas cercanias e prometia fazer elevar o mercúrio nos termómetros. Há pouco o relógio do torreão da Igreja Matriz da Mealhada, como a dar as boas vindas a todo o concelho, tinha batido as nove badaladas.

Com entrada de um ou outro funcionário mais relapso, iniciava-se na edilidade um novo dia de trabalho igual a tantos outros. Cá fora, no jardim municipal, ouvia-se o matraquear de ferro sobre ferro. A toda a pressa, operários tentavam pôr de pé os muitos stands de exposição para dar cobertura aos artesãos que vão participar da feira que vai decorrer entre 4 a 12 do próximo mês. Nas árvores em redor, pelo constante chilrear, a passarada parecia reclamar destes novos invasores que colocaram em causa o bucolismo paradisíaco da praceta.

No Salão Nobre da autarquia, António Jorge Franco dava o pontapé de arranque para a segunda reunião municipal do mês. Por detrás do mestre de cerimónias, em foto institucional, Marcelo Rebelo de Sousa, como vigilante moral da boa ética republicana, sem se comprometer, parecia interrogar a razão da cadeira de Luís Tovim, vereador do PS se encontrar vazia, sem ser substituído pelo seguinte na lista.

E, naturalmente, começou-se pelo período de Antes da Ordem do Dia, ou seja, um tempo exclusivamente dedicado aos vereadores, da maioria e oposição, para, sem marcação prévia, falarem livremente de diversos assuntos relativos ao concelho.

Era uma agenda curta; onze pontos , apenas, marcavam a convocatória.

Sem nada de relevante, digno de nota, depressa se chegou ao fim. Foi uma reunião morna e sem chama.

Rui Marqueiro, o institucional “incendiário” de serviço”, no ponto 10, acerca da alteração da Rua dos Barreiros, ainda ensaiou uma provocação: “Arruamento a pedido é uma chatice...”. Mas Franco, o chefe da Protecção Civil, com um lacónico “ó senhor doutor, tenha paciência...não comece...”, cortou a pequena chama que parecia ir eclodir do “velho” leão sempre pronto para um comentário irónico e provocativo.


E VEIO O TEMPO DOS MUNÍCIPES


Já com a agenda concluída entrou-se no tempo de intervenção do público.

Interveio um sujeito de Barrô, bem parecido e bom falante (que nem lembro o nome).

Assim como a engraxar o presidente, começou por dizer que tinha estado ali há cerca de um mês e meio a falar de um “estacionamento armadilhado” junto à Estação de Caminhos de Ferro e a semana passada já foi colocada lá uma placa de paragem autorizada para táxis. Disse mais, o que faltava ainda era uma listagem no chão para os automobilistas não serem apanhados com uma contra-ordenação de 60 euros.

Continuou o fulano com a mesma lenga-lenga de polir o lustro, armado em curador, recomendou que se tomassem providências para que o artesanato produzido por Natália Morais, de Barrô, de 86 anos, não se perca nas calendas do esquecimento. Recordou que, na nossa condição privada e pública, é nossa obrigação zelar pelo passado histórico. “Não deixem morrer o saber fazer, não deixem desaparecer uma arte manual que, provavelmente, será a mais antiga e representativa do concelho da Mealhada”, acrescentou.

Pelo presidente António Franco, pelos vereadores Gil Ferreira, com o pelouro da Cultura, e Hugo Alves Silva foi dito que concordavam inteiramente e que, para além de conhecerem muito bem a mestra e o seu trabalho, iriam desenvolver esforços para que a sua memória não se perca.

Prosseguiu o natural de Barrô com o melaço. Agora para elogiar o bom trabalho desenvolvido pelo serviço de obras da Câmara Municipal, desde o funcionário comum até à chefe de Divisão. Pela sua recente experiência na aprovação de um projecto de arquitectura – em que houve um falhanço clamoroso do arquitecto privado e autor da planta -, disse o munícipe que, contrariamente ao que, por vezes, se propaga na voz popular, ficou muito impressionado pelo atendimento .

O presidente agradeceu e afirmou que, sempre que ficamos satisfeitos, tal como contrário negativo, devemos dar conhecimento superior. É bom para a auto-estima dos serviços, Enfatizou António Franco.

quinta-feira, 19 de maio de 2022

MEALHADA: ONTEM HOUVE ASSEMBLEIA MUNICIPAL

 





A noite de ontem, Quarta-feira, estava agradável e de modorra, como quem diz, de apatia, de sonolência no espaço envolvente do CineTeatro Messias. Na torre sineira da igreja matriz já tinham batido as oito e meia badaladas, hora convencionada para começar a Assembleia Municipal Extraordinária. Cá fora, com uma brisa agradável, um homem esperava sentado no automóvel o seu momento de entrar no velho salão dedicado às artes performativas. Pelo seu semblante carregado, parecia pensar de deveria ir ou não. Como numa catarse existencial, num balancear entre o passado e o presente, indicava refazer um rebobinar de todo o seu desempenho político e a razão de, em cerca de oito meses, ser a primeira vez que se deslocava a uma sessão pública. Era Rui Marqueiro, ex-presidente da Câmara Municipal da Mealhada e actual líder da oposição.

Sem ligar ao espanto causado entre os presentes na sala meio-vazia, já passavam largos minutos quando, decididamente, em passo cadenciado, transpôs a porta de entrada e foi acomodar-se no palco, junto do presidente da Mesa. Entrou mudo e saiu calado.

Já passavam dez minutos quando Carlos Cabral, o presidente da Assembleia, apresentou cumprimentos e deu por iniciados os trabalhos.

Por parte do público, como já é hábito, falou Óscar Carvalho em defesa da sua terra, o seu amado Luso. Entre outros assuntos, falou de “programas (Fundos Comunitários) que podem beneficiar a minha terra”.

Respondeu António Jorge Franco dizendo que “estamos a preparar duas candidaturas ao PRR”, Plano de Recuperação e Resiliência.

E entrou-se na Ordem do Dia:

Estava em causa a existência de três actas que não foram aprovadas (e não publicadas no sítio institucional) pelo antigo directório que constituía o anterior governo local do Partido Socialista tendo como líder e presidente da autarquia Rui Marqueiro. As actas têm as datas de 29 de Junho (sessão ordinária), 20 de Setembro (sessão extraordinária) e 30 de Setembro (sessão ordinária), todas de 2021.

Muita polémica gerou, muita água passou no Rio Cértoma depois de Carlos Cabral, presidente da mesa da Assembleia Municipal, ter levado à votação pelos deputados o envio para a CCDRC, Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Centro, a pedir um Parecer jurídico para se poder “descalçar a bota”.

Ora, segundo as declarações de Carlos Cabral, a razão da convocação desta Assembleia Extraordinária assentou no facto de estar na posse do Parecer e não dever prorrogar mais tempo esta situação anómala.

E qual era o teor do Parecer da CCDRC? Que a votação de aprovação deveria ser feita, apenas, pelos deputados que transitaram para esta legislatura, num máximo de oito, e que estiveram presentes nas datas indicadas.

Intervieram na defesa dos seus pontos de vista João Louceiro, eleito pela CDU, Pedro Semedo, eleito pelo Movimento Mais e Melhor, e uma deputada em representação pelo Partido Socialista.

Finalmente foram aprovadas as “malditas”, com assinatura do presidente da mesa, mas com declaração deste a ressalvar que não constituía o elenco de 2017/2021.



CONCLUSÃO FINAL



Esta sessão foi mais um cumprir de calendário. Nota-se que, a começar por Carlos Cabral, os intervenientes políticos, desde a Esquerda à direita, em contraste com as primeiras sessões, estão todos mais calmos e polidos.

Ainda bem.


O FOTÓGRAFO ESTAVA LÁ… E OUVIU E VIU… OU TALVEZ NÃO…

 



CORTES DE CABELO QUE NOS MARCAM



José Manuel Silva, presidente da Câmara Municipal de Coimbra, “apanhado”, ontem, a ligar para António Vilhena, curador da Casa da Escrita, nomeado, após 2013, por Manuel Machado, ex-presidente da autarquia conimbricense:


- Alô, dr. António Vilhena?

Daqui José Manuel Silva…

- Quem? … Não estou a ver… vai desculpar…

- O seu chefe… o “Mayor”… o Prefeito… da Praça 8 de Maio…

- Ai… desculpe, senhor presidente. Em que posso ser útil?

- Começo por lhe dizer, dr. Vilhena, que gosto muito da sua forma de escrever… é

muito sentida…

- Obrigado… mas não é para isso que me está a ligar, pois não, senhor presidente?

- Bom… Sim… Não… Talvez. Quer dizer, já agora, para poupar o dinheiro de nova

chamada aos contribuintes, adianto-lhe que decidi não renovar a continuação dos

seus serviços aí na Rua dr. João Jacinto…

- Mas… mas… Porquê, senhor presidente? Pensei que estava a fazer um bom

trabalho…

- E está mesmo! Mas trata-se de uma reorganização interna… Não é nada

pessoal…

A propósito, adianto-lhe que não gosto do seu corte de cabelo.


quarta-feira, 18 de maio de 2022

ASSEMBLEIA MUNICIPAL DA MEALHADA: A ESTRELA DA NOITE

 





Numa sala meio-vazia do CineTeatro Messias onde reinava o bocejo, afinal estava em causa uma Assembleia Municipal Extraordinária para aprovação de três actas desaparecidas no passar do testemunho do velho para o novo executivo, respectivamente, do ano de 2021, com as datas de decorrência de 29 de Junho (sessão ordinária), de 20 de Setembro (sessão extraordinária) e 30 de Setembro (sessão ordinária).

Para encontrar as ditas perdidas nos longos corredores bucólicos da administração pensou-se em várias soluções. Desde chamar o ex-padre exorcista Humberto Gama para desmanchar o mistério e exorcizar o paço do concelho, até mandar vir o C.S.I – Las Vegas, a mítica série de investigação, para deslindar o “estranho caso das actas desaparecidas”, pensou-se em muita coisa e em varias soluções. Depois de muita noite mal-dormida a contar carneirinhos, à mistura com sonhos de duendes e fantasmas, Carlos Cabral, o presidente da Assembleia Municipal, fez aprovar uma moção para que fosse pedido um parecer à CCDRC, Comissão de Coordenação e Desenvolvimento do Centro, para que fosse deslindado o imbróglio.

Ora esta sessão Extraordinária de hoje foi convocada expressamente para que os deputados se pronunciassem e votassem o (des)aparecimento das transcrições pelo modo proposto pela CCDRC, o novo “Governo Civil” da Regionalização que se aproxima a todo o gás, ou melhor, a toda a pressa, já que os liquefeitos estão pela hora da morte.

Pelo chover em chuva molhada contado com pouca graça, já se adivinha o (des)alento de todos os presentes. Como carentes de afecto em busca de um carinho, olhavam uns para os outros em busca de um brilho espiritual que servisse de ponte e lhes renovasse a disposição. Qualquer coisinha servia, desde que acabasse com aquele enfastiamento, pareciam dizer, sem dizer, obviamente.

Foi então que das calendas do mistério, passo entre passo, assim mais ou menos devagarinho, surgiu um vulto parecido com alguém muito conhecido.

Ouviu-se um colectivo clamor de surpresa. Não! Não! E outra vez não.

Jamais poderia ser a esfinge que se pensava ser. Era impossível ser quem se adivinhava parecer. Durante oito meses, nunca apareceu em qualquer encontro com os deputados. Por que razão iria logo hoje, numa noite tão desenxaibida? Só se fosse um milagre de Nossa Senhora do IC1, questionavam em solilóquio alguns deputados mais ortodoxos e fervorosos.

Durante segundos que pareceram minutos a maioria deixou cair o queixo com estrondo. Bum!

E o vulto, lentamente, pelos passos de um descrente, desacompanhado e sozinho, como se gozasse completamente com o assombro trazido à histórica sala de teatro, encaminhou-se para o palco e sentou-se atrás de Carlos Cabral, o presidente da Mesa. E de repente ouviu-se um murmúrio alongado e alguém disse: é mesmo ele! É o Rui Marqueiro! Aleluia! Aleluia!


O FOTÓGRAFO ESTAVA LÁ… E VIU E OUVIU, OU TALVEZ NÃO…

 



Ontem, ao içar a bandeira arco íris no Paço Concelhio no Dia Internacional contra a Homofobia, a Transfobia e a Bifobia, José Manuel Silva, presidente da Câmara Municipal de Coimbra apanhado” em diálogo aberto com o fundador da Nacionalidade, que repousa na paz dos anjos, ali ao lado, na Igreja de Santa Cruz:



Ó Afonso, como vês, lá fiz a vontade à malta do Bloco de Esquerda. Espero que não entendas isto como provocação e compreendas. Não tenho nada contra ti… era outra época, no tempo em que batias na tua mãe. Só espero que o teu representante da causa monárquica em Portugal… o… o… (ai, como é que ele se chama?)… isso, D. Duarte Pio não se lembre de também reivindicar o hastear da bandeira da Monarquia.”


O FOTÓGRAFO ESTAVA LÁ… E VIU E OUVIU, OU TALVEZ NÃO…

 




Ontem, ao içar a bandeira arco íris no Paço Concelhio no Dia Internacional contra a Homofobia, a Transfobia e a Bifobia, António Jorge Franco, presidente da Câmara Municipal da Mealhada, apanhado” em diálogo aberto com o espírito do fundador da Nacionalidade, que andou a cavalo por terras da Vacariça:



Ó Afonso, como vês, lá fiz a vontade à malta do Bloco de Esquerda. Espero que não entendas isto como provocação e compreendas. Não tenho nada contra ti… era outra época, no tempo em que batias na tua mãe. Só espero que o teu representante da causa monárquica em Portugal… o… o… (ai, como é que ele se chama?)… isso, D. Duarte Pio não se lembre de também reivindicar o hastear da bandeira da Monarquia.”


terça-feira, 17 de maio de 2022

O FOTÓGRAFO ESTAVA LÁ… E VIU E OUVIU, OU TALVEZ NÃO…

 





Ontem, na reunião de Câmara Municipal de Coimbra realizada extra-muros, Carlos Cidade, ex-vice-presidente da autarquia conimbricense e actual líder da oposição, “apanhado” a pensar, em solilóquio, acerca de José Manuel Silva:


Custe o que custar, hei-de chegar à sua irritação e conseguir a sua imperturbabilidade… nem que tenha de lhe fazer cócegas nas solas dos pés.”


segunda-feira, 16 de maio de 2022

O FOTÓGRAFO ESTAVA LÁ… E VIU E OUVIU, OU TALVEZ NÃO…

 




Há dias o nosso conterrâneo – é natural de Vendas de Ceira – António Mário Paixão, agente principal no Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, mais conhecido como “o sinaleiro mais famoso de Lisboa”, no seu último dia ao serviço do trânsito da Capital, alegadamente, recebeu a visita do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, mais conhecido por “o está em todas”. O Chefe de Estado, presumivelmente, foi “apanhado” a soletrar baixinho para o nosso amigo Mário:


- Ó agente Paixão, ajude-me aqui, que a minha memória já não é o que era, ainda

não o condecorei, pois não?

- Não, Senhor Presidente…

- Se não foi, já devia ter sido...

Vou pensar… mas, se calhar, a Ordem do Infante D. Henrique assentava-lhe que

nem uma luva branca...


domingo, 15 de maio de 2022

O FOTÓGRAFO ESTAVA LÁ… E VIU E OUVIU, OU TALVEZ NÃO…

 



José Manuel Silva, presidente da Câmara Municipal de Coimbra, “apanhado”, num momento de introspecção, em catarse, a pensar com os olhos postos no Céu:


Ai, meu Deus! Dai-me forças para aguentar tantos “lambe-botas”. O que quer esta gente? Um lugarzinho no aparelho? Mas eu não tenho lugares para todos… Para além disso, estão sempre a pedir isto… aquilo e aqueloutro. Já não há pachorra!

Não estou a gostar nada disto! Não era o que eu imaginava. Sempre a cilindrar, sempre a silenciar quem ousa queixar-se nas redes sociais seja do que for, seja lixo numa rua, um atraso num autocarro dos SMTUC. Mas como é que faço? Se me queixo atiram-se a mim… Se não me queixo perco popularidade… Como é difícil estar sentado na cadeira do poder. Razão tinha o meu antecessor com aquele seu “mau-feitio”. Temo que, aos poucos, me transforme no mesmo. Ai que saudades do tempo em que eu era oposição...

Ajuda-me, Meu Senhor, protector dos pobres autarcas, solitários e desamparados.

Iluminai estas pobres mentes obscurecidas pelo egoísmo!”