sábado, 29 de novembro de 2008

O "PENSADOR" DE RODIN






“ESTACIONAMENTO PARCIALMENTE GRÁTIS EM DEZEMBRO”

“Para as situações de excepção, soluções excepcionais. Foi com estas palavras que Lídio Lopes, vereador e presidente da empresa municipal Figueira Parques, anunciou ontem medidas que visam a captação de público para o comércio tradicional. Assim, a partir de amanhã e durante todo o mês de Dezembro, não se paga estacionamento nos lugares explorados pela empresa entre as 18H00 e as 20H00, de segunda a sexta-feira e ao sábado de manhã. Ao sábado à tarde não se pagou. Esta campanha que visa estimular as compras na Zona da Baixa e no Bairro Novo tem a colaboração da Associação Comercial e Industrial da Figueira da Foz (ACIFF)” –in Diário as Beiras, de sexta-feira, dia 28 de Novembro.

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Nunca vos aconteceu escrever uma mensagem e não saberem porquê? Pois é!, é o que está acontecer comigo. Penso, penso, e não chego a nenhuma conclusão. Por que raio teria eu transcrito este texto?!
Nesta dúvida metódica, para aqui fico. Pareço o “pensador” de Auguste Rodin.
Que raio de coisa!?

UM DIA DE CHUVA





Hoje a cidade está macilenta
as pessoas “correm”, encolhidas,
olham as pedras do chão, tolhidas,
a sua disposição está cinzenta;
Não se vê uma cara com um sorriso,
no casaco albergante arrumaram a alegria,
concentrados na chuva e no frio que fazia,
como se, em flocos, caísse uma nuvem de siso;
No guarda-chuva, dogma de fé, fizeram protector,
pouco importa se passa um qualquer farsante,
um vendedor do Borda d’Água, um talhante,
que “pique” o monstro, a solidão, esse Adamastor;
Nem as bolas azuis, no céu de esperança, deste Natal,
nem o “espírito” de Bocage, presente, junto ao café Nicola,
parecem fazer acordar a gente que passa, sem ligar “bola”,
caminham embrulhados com a chuva, não têm tempo, nem faz mal;
A rua está triste, está muda, só o bater das botas ecoa na calçada,
nem um som rogado de um pedinte se ouve: “uma moedinha senhor”,
nem uma concertina, nem uma trompete aquece o frio com calor,
como se o inverno fosse inimigo de quem precisa, fosse uma maçada;
No largo, o “mata-frades”, de costas para a heresia, parece escrever,
olha as nuvens negras, apreensivo, não sabemos bem acerca de quê,
vai passar ao papel, com a pena, talvez seja entendível para quem lê,
provavelmente pensa na justiça, na insegurança, neste entreter;
A cidade, não dando nada, continua a ser a Meca da esperança,
centro de confluência, núcleo de atracção, entre rico e indigente,
todos abandonaram tudo pelo“eldorado”, miragem de tanta gente,
correm na rua, não sabem porquê: é algo que não se alcança;
Secos de fé, não vêem o Natal, muito menos o menino, em essência,
autómatos, vão em frente, sem rumo, como caminheiro errante,
agora, nestes tempos, o seu “Deus” é económico, esse tratante,
não olham para Ele como salvador do espírito, é a sobrevivência.

A TENDA DE GELO A BOM RITMO



Tudo indica que, conforme o previsto, a tenda de gelo, a funcionar na Praça do Comércio, irá ser inaugurada na próxima segunda-feira com a devida pompa e circunstância pela autarquia e a APBC (Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra).
A Baixa precisa de iniciativas destes género para trazer pessoas. Tenho muita esperança na zona histórica. Acreditem mesmo. Continuo com imensa fé de que quem apostar aqui (se fizer bom investimento, sobretudo compra) vai ter um futuro risonho.
Apesar do grande apoio que a câmara deu ao projecto da APBC, é preciso que a autarquia olhe para esta imensa amálgama de prédios, muitos deles em decomposição, e tudo faça para simplificar os trâmites para a sua reconstrução.
Quem anda por aqui, se interrogar um qualquer comerciante ou proprietário de um qualquer edifício, os queixumes são comuns: dizem “cobras e lagartos” dos serviços camarários. “Que aquele paço da Praça 8 de Maio só cria entraves a quem quer fazer alguma coisa. Que, paradoxalmente, chegam a contradizer-se uns serviços aos outros”. Estes desabafos são quase transversais a quem tem e ganha a sua vida aqui na Baixa.
Não deveria a autarquia fazer alguma coisa para inverter este sentimento comum de culpabilização? Eu acho que deveria.
No limite pode até argumentar-se que somos todos um povo insatisfeito e que nada o contenta, mas será mesmo assim? Numa altura em que os políticos estão debaixo de fogo –mesmo, até exceptuando as próximas eleições-, diga-me, leitor, se você fosse o presidente da autarquia conimbricense esta opinião negativa não o preocupava?
Já o escrevi aqui neste blogue: a Baixa precisa urgentemente de um gabinete, constituído por várias entidades, que funcionasse em linha verde. Isto é, que após receber a comunicação, rapidamente a analisasse, a expedisse para o serviço competente e, num prazo máximo de 30 dias, o requerente visse o seu problema resolvido.
Acreditem, quando os residentes falam da autarquia é como se esta entidade fosse uma sua inimiga pública nº1. Não estou a exagerar. É mesmo assim. Poderia contar alguns exemplos, e até um em relação a esta iniciativa da APBC, que ia dando uma “bronca do camano”, mas fico-me por aqui, para a natural reflexão.

UM COMENTÁRIO RECEBIDO





Daniel322 deixou um novo comentário na sua mensagem “PSP (E AUTARQUIA) PÔE ORDEM NA VENDA AMBULANTE NO BOTA-ABAIXO”

"Concordo com o artigo quase na sua totalidade, só fiquei reticente quanto à utilização do espaço do estacionamento na Av. Emídio Navarro… não estou a dizer que os quero num canto escuro e mal cheiroso, não sou nem pró nem contra os ciganos, simplesmente não acho que a “fachada” principal da cidade seja o local ideal…

Porque não um mercadinho onde era a antiga Triunfo?"

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Obrigado Daniel por ter comentado. Em relação ao espaço que apresentei pretende ser um possível numa zona histórica que não têm espaços disponíveis, pelo menos onde passem pessoas.
Quanto ao que apresenta, o da antiga Triunfo, está já um projecto aprovado pela CMC para um novo Centro Comercial (junto a foto da Maquete).

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

A CARAPAÇA DO NEVOEIRO




A bruma envolve a cidade,
no alto a torre está vigilante,
invisível, parece equidistante,
mas está atenta a Universidade;
No meio do nevoeiro ela vislumbra,
sabe que o burgo espera um salvador,
Sebastião, Quixote, ou mesmo trovador,
um milagreiro que a retire da penumbra;
Outrora foi capital do reino, agora ignorada,
como mulher bela que, aos poucos, foi caindo,
beleza, na memória, pouco resta, foi-se esvaindo,
a natureza é implacável, substitui-a e foi apagada;
Mesmo velha, com rugas, continua atraente e sedutora,
tem larga experiência no amor, na paixão e tem vaidade,
gosta de ensinar, continua achar-se única para a mocidade,
apregoa aos sete ventos que é a melhor, mas é impostora;
Parece ser tão forte na desdita, mas socorre-se na Rainha,
diz à nação e ao mundo que aqui repousa o Conquistador,
que é um burgo de medicina, e na cultura é o mais sabedor,
nas coisas importantes é tão imberbe, chega a ser “coimbrinha”;
Mas a esperança não morre, grita ao vento que passa, apregoando,
como povo recalcado, não desarma, vai olhando ansiosa o nevoeiro,
conta as façanhas na guerra, acrescenta um ponto, como cavaleiro,
só no espectro nacional, é um fantasma errante que vai esvoaçando.

UMA PROMESSA A CUMPRIR SE...




Este prédio, em obras, situa-se no Largo da Freiria. Começou as obras de restauro há mais de dois anos. Entretanto vieram os técnicos do IPPAR, agora IGESPAR, concluíram o seu trabalho de prospecção arqueológica há mais de um ano e o desgraçado imóvel para aqui continua entaipado e abandonado.
Dizia-me há dias um emigrante luso a trabalhar na Alemanha que coisas destas, como quem diz, destes abortos, só aqui em Portugal.
Nem sei que promessa hei-de fazer ao São Carlos de Almedina para interceder por nós e para nos livrar de tal absurdo. Talvez 5 velinhas não seja mau. Será pouco?!

"PSP (E AUTARQUIA) PÔE ORDEM NA VENDA AMBULANTE DO BOTA-ABAIXO"






Este é o título do Jornal as Beiras de hoje. Continuando a citar o diário, “Durante mais de dois anos, os comerciantes de etnia cigana foram ocupando o espaço existente na zona do Bota-Abaixo para ali colocarem os seus espaços de venda. O que é certo é que, dos cinco legalmente previstos para a zona (perto da Loja do Cidadão), já ali estão a expor os seus produtos o triplo.”
“(…) A câmara municipal entendeu, e a meu ver bem, fazer cumprir o que está estipulado”, afirmou o presidente da Junta de Freguesia da Santa Cruz, Pinto dos Santos, já que “há regras e regulamentos que têm de ser cumpridos”.
Para melhor entendermos vou recuar uns anos atrás, porque esta questão não é tão linear quanto parece. Antes disso, e como ressalva de interesses, declaro não ser defensor dos ciganos nem ter qualquer simpatia especial por esta minoria.
Retrocedamos então no tempo. Até ao início da construção do parque de estacionamento, ainda no mandato de Manuel Machado, por volta de 2000 –cujo terreno foi adquirido em hasta pública à autarquia pela Bragaparques, por quase um milhão de contos- os ciganos, juntamente com outros vendedores, numas barracas miseráveis e decrépitas, ocupavam uma parte do então terreno alienado à firma de Braga e aí desenvolviam os seus negócios.
Com a desocupação do terreno, a autarquia agarrou nestas pessoas e, em magote, colocou-as no Largo da Maracha, a vinte metros do anterior local de venda. A sua instalação, naquele Largo, era tão ostensivamente miserável que fomentou várias queixas à Câmara Municipal de Coimbra (CMC), tanto de particulares como de comerciantes instalados na Baixa.
Em 2002, cai Manuel Machado e subiu ao poder Carlos Encarnação. Uma das suas promessas eleitorais era a de regulamentar de vez a venda ambulante. Chamando a si a discussão desta nova regulamentação, o então vice-presidente Pina Prata afirmou várias vezes de que “agora é que se vai de vez resolver esta situação". Enquanto se organizava e ia a discussão pública o novo Regulamento da Venda Ambulante do município de Coimbra –que entraria em vigor em 2003, através da deliberação nº1819, de 10 de Fevereiro de 2003- a Rua da Louça, ao abrigo do Procom, entrou em obras de calcetamento e, pela necessidade de desocupação, os vendedores ciganos foram transferidos para o actual espaço, junto aos antigos Armazéns Amizade. Depois de concluído o arranjo pedonal da Rua da Louça, chegaram a ser desenhados nas pedras do chão do Largo da Maracha uns espaços que, aparentemente, se destinariam aos vendedores ciganos.
A verdade é nem eles saíram mais do espaço que ocupam actualmente, nem nunca foi implementado o “novo” Regulamento da Venda Ambulante –seja por esse motivo ou por outro qualquer, se tentar aceder, na Web, no sítio da CMC, ao malogrado regulamento não conseguirá.
O engraçado (sem graça nenhuma) foi que o novo Regulamento da Venda ambulante, em relação ao anterior, era completamente vanguardista. De tal modo, por exemplo –estou a citar de memória- doutrinava que nenhum vendedor poderia estar a vender a menos de 50 metros de um estabelecimento comercial e a 100 metros de uma igreja.
A verdade é que o cumprimento de tal regulamento morreu na praia. Tudo continuou na mesma ou pior.
Porque, já o escrevi antes aqui neste blogue, goste-se ou não destes vendedores, eles têm direitos (e obrigações) e naturalmente merecem mais respeito. O que se assiste no Bota-Abaixo deveria envergonhar a autarquia. Aquilo não é uma feira, muito menos venda ambulante, muito menos uma paisagem edificante de uma cidade. A autarquia, este executivo, o que fez foi agarrar nesta gente como se fossem “coisas” e arrumá-los num canto mal-cheiroso. Aqui, tenho de admitir que admiro a capacidade de resistência destas pessoas e que deveriam ser um exemplo para os comerciantes tradicionais. Ou seja, foram colocadas num recanto obscuro, junto a vários caixotes de lixo e, aqui o meu pasmo, transformaram aquele canto sem luz numa zona frequentada por pessoas de todas as classes. Pode-se, sem dúvida argumentar outras questões, mas uma coisa é certa, eles, através do barulho –“é só 5 euros, menina, compre, compre”- ou outros meios, a verdade é que vendem. E que eu saiba, pelos vistos não se queixam da crise. Ao que parece, queixam-se para que, mesmo naquelas condições indignas, os deixem trabalhar. Digam-me, sinceramente, se não é curioso.
Em súmula, depois desta longa explanação, penso, já se entende que a medida de ontem da autarquia não passou de mero folclore. Verdadeiramente a câmara não está minimamente interessada em resolver este problema.
Se o estivesse não advogava a continuação, naquelas condições infamantes, dos cinco vendedores inscritos legalmente. Aquele local não serve para cinco nem para ninguém. Pura e simplesmente não presta.
Porque sejamos práticos, e façamos exercícios de retórica. Ontem os fiscais actuaram acompanhados de vários polícias. Alguém acredita que hoje, novamente, não estarão lá o mesmo número de vendedores de ontem? É óbvio que sim.
Abusando da sua paciência, leitor, ainda faço outra pergunta estúpida: porque só devem permanecer ali os cinco vendedores licenciados que transitaram do anterior espaço e não são autorizados outros que lá vendem também? Será que a autarquia está à espera que morram os cinco para então acabar com a venda-ambulante-fixa?
Pode então o leitor interrogar, mas, afinal, que solução defende para estes vendedores?
O que defendo, em primeiro é que lhe deve ser restituída a dignidade que merecem, através de um local aprazível; defendo também que em vez de olharmos para eles como algo desestruturante e prejudicial ao comércio da Baixa, porque não olhar para eles como mais um catalisador de pessoas para a zona histórica? A verdade é que onde eles estiverem juntam compradores; defendo também que a sua venda seja disciplinada, através de pagamento de impostos. Se eles consideram ser várias vezes discriminados nos direitos em relação a outros comerciantes, também devem ser equiparados nas obrigações.
Para terminar –ufa!, não sei como é que você chegou até aqui-, vou sugerir um espaço nobre que poderia ser perfeitamente aproveitado, através de pequenas “barraquinhas”, umas a seguir às outras, para eles e para outros vendedores. Por exemplo, nesta altura de Natal, colocar ali, todos juntos, as várias instituições de solidariedade da cidade a vender os artigos que lhes são ofertados –que, aliás, é o que se faz por essa Europa fora. O local que indico é o que está a servir de estacionamento em frente à Estação-Nova. É um local digno, que se não colidir com a passagem do Metro, e que se for bem inserido “paisagisticamente” todos ficamos a ganhar.

QUEM AJUDA A RUA ADELINO VEIGA?

(ESTA É A TENDA QUE ESTÁ A SER MONTADA NA PRAÇA DO COMÉRCIO)




O Estado numa intencional poupança de meios, tem vindo, nos últimos anos como se sabe, a desencadear instrumentos legais ao seu alcance, como por exemplo os Códigos de Processo e Penal, de modo a diminuir as penas em cativeiro, e sobretudo desvalorizando progressivamente os atentados contra a propriedade. Ainda que faça crer nos propalados princípios subjacentes de recuperação social do delinquente e no acentuar do objecto factual de prova, a verdade é que a comunidade sente que tais medidas visam unicamente o economicismo do Estado.
Pode até ser um argumento facilmente rebatível, mas uma coisa parece real a sociedade portuguesa, em crescendo, tem vindo a tornar-se cada vez mais violenta. Poderíamos falar em vários crimes contra a integridade de pessoas, tais como a violência doméstica, agressões físicas simples, pedofilia, violações sexuais, homicídios, etc. No tocante à propriedade, constatamos facilmente o aumento desmesurado do furto simples, do roubo por esticão, dos assaltos por intrusão, o “carjaking”, assaltos a bancos, a postos de combustível, etc.
Então, e aqui é que reside o paradoxo da questão, por um lado as medidas preventivas, através de mais policiamento nas ruas, quer fardado, quer à civil, de investigação, é cada vez menos visível e menor. No entanto, apesar desta constatação óbvia, os comandantes das forças policiais, como se fossem políticos, tentando tapar o sol com a peneira, estão constantemente a atirar-nos com números estatísticos –que, pela nossa experiência, poderemos facilmente duvidar- e a tentar fazer-nos crer que a delinquência baixou.
Por outro lado, e aqui reside o grave da questão, se todos sentimos o agravar da delinquência e, dia-após-dia, cada vez mais inseguros, como entender as medidas legislativas no sentido da desvalorização das penas a aplicar ao prevaricador?
Escrevi esta longa introdução porque hoje fiquei boquiaberto. Como se sabe está a ser montada uma tenda de gelo na Praça do Comércio. Este projecto é da APBC, Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra, que visa revitalizar o movimento de pessoas nesta zona histórica. Irá funcionar, diariamente, até à meia-noite, entre 01 de Dezembro e 05 de Janeiro próximo.
Porque, e apesar das nossas discordâncias, entendo o esforço que está a ser desenvolvido para trazer pessoas à Baixa e fazer renascer a esperança numa classe que está quase completamente anoréctica na motivação. Na tentativa de sensibilização para que os comerciantes estejam abertos até mais tarde, durante o mês de Dezembro, tenho falado e pedido o apoio dos colegas. Já o escrevi anteriormente, para minha surpresa quase todos estão receptivos e entendem que é preciso mudar e lutar para que a situação mude.
Hoje calhou a vez da Rua Adelino Veiga. Falei com vários lojistas desta artéria e para, meu espanto, fiquei a saber que vários estabelecimentos encerram, diariamente, antes das 19 horas. Transcrevo as declarações de um lojista: “o quê?, você pede-me para eu estar aberto depois das 19 horas? Homem, eu encerro às 18,30, porque depois dessa hora esta rua transforma-se numa via livre de tóxico-dependentes e prostitutas. Eu tenho receio de estar aqui. Sinceramente, até gostava, mas quem garante a minha segurança?”.
Este receio foi-me transmitido por vários comerciantes daquela outrora rua tão movimentada da Baixa de Coimbra.
Deixo uma pergunta no ar: como é possível, nos dias que correm acontecer uma coisa destas numa cidade como Coimbra?

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

A "EDITH PIAF DA CALÇADA" VAI À TELEVISÃO



A RTP2 esteve hoje a filmar a Patrícia, aquela excelente instrumentista que quando toca concertina, na Rua Visconde da Luz, nos faz parecer que estamos a caminhar nas nuvens ao som de trombetas sopradas por anjos. Porque executa muitas canções francesas e, quanto a mim, é muito parecida com a Diva da canção da pátria de Napoleão, “baptizei-a”, então como a Edith Piaf da Calçada.
Ao que parece, durante a próxima semana, poderemos todos vê-la no pequeno ecrã. Não preciso de vos dizer o quanto fico contente. É preciso dar valor a quem o tem. E esta artista é um espectáculo. Se ainda não teve ocasião de a ver e ouvir ao vivo, vá as ruas da calçada e pare por um momento. Deixe-se invadir pela melodia celestial saída daquele pequeno instrumento tocado por aquela misteriosa mulher.
Já agora, não se esqueça, contribua com o que puder. Lembre-se do que lhe escrevo aqui hoje: por agora é você que faz o seu próprio preço para a ver e ouvir, mas, não longe, virá o tempo que, se a quiser ver, vai ter de pagar muito bem. Escreva aí…

"REPÓRTER ESTRÁBICO": OS "NOVOS" COMERCIANTES



O “repórter”, como um canino que fareja um bom osso, anda sempre à procura de uma boa “cacha”. Evidentemente que já viram que não se procura competir com ninguém ou qualquer órgão informativo, trata-se, isso sim, de noticiar pequeníssimas informações que, naturalmente, ou porque escapam ou não têm interesse para os jornais diários da cidade.
Posso informar, em primeira mão, que uma grande maioria de comerciantes estabelecidos na Baixa, compreendendo o esforço da APBC, Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra, ao colocar a grande tenda do gelo na Praça do Comércio, durante todo o mês de Dezembro, preparam-se para estar com as lojas abertas ao público até às 22horas, diariamente, de segunda a sexta-feira e aos sábados até às 19 horas. E, provavelmente, também estarão abertos nos domingos de Dezembro.
É sem dúvida nenhuma um esforço que merece toda a nossa admiração. E não se pense que é simples. E porquê? Porque é que não é simples?, interroga você. Por vários motivos. Normalmente costuma-se comparar o comércio tradicional às grandes superfícies. Pois! Mas o problema é que compará-los é o mesmo que fazer meças volumétricas entre uma pulga e um elefante.
O comércio de rua enferma de vários “vícios”. Um deles, e talvez o maior é o seu quadro de pessoal ser antigo. Ou seja, os empregados, seu constituinte, têm horários “rígidos”, das 09 às 19 horas, há muitos anos. Alterar estes horários, para os prolongar na noite, só com a sua anuência, o que torna tal tarefa quase impossível. Isto para quem tiver funcionários. E tem de se considerar que há lojas grandes que não podem funcionar sem empregados.
Para quem não os tiver é quase um problema dobrado. E porquê? Porque os proprietários têm de estar todo o dia nos estabelecimentos, de manhã até à noite. Filosoficamente, quem não trabalha no ramo, até parece simples, até se diz que prolongar os horários depende apenas da boa vontade do proprietário, mas não é assim. Quanto mais empobrece o comércio tradicional, proporcionalmente, as possibilidades do comerciante vão ficando cada vez mais limitadas. E já não conto com a desmotivação que, em face da crise, é terrível. Deixa as pessoas sem qualquer força anímica.
Mas o que interessa, aqui, é que os lojistas, em espírito de missão, influenciados também certamente pelo Natal, estão a colaborar e isso é muito bom. Pode ser a frincha necessária para abrir mentes, para lhes fazer querer que é urgente mudar atitudes e sobretudo os horários.
Claro que agora vamos ver como reage a Câmara Municipal a esta boa vontade dos comerciantes. Só espero, sinceramente, que não venha exigir burocraticamente alteração de horários, licenças e sei lá mais o quê. E mais não digo.
Aguardemos a postura da autarquia perante esta “revolução” dos comerciantes de rua.

UM BLOGUE AO SERVIÇO DE VOSSA MERCÊ (choupalapa@sapo.pt)




Não sei se sabem, mas eu sou um dos muitos, imensos, que não passa sem escrever. Já o escrevi aqui, na “minha gaveta interactiva”, o quanto custa escrever para os jornais e, estes, sem qualquer explicação, não publicam o que nos deu tanto trabalho. Sim, acreditem, quem escreve, sabe do que falo. Escrever não é fácil, implica algum rigor (seriedade), estudo das matérias, entrega total ao que se quer transcrever. Em conformidade, é fácil de ver o quanto custa a uma pessoa que escreve enviar uma carta para um jornal e esta não ser publicada.
Noutros tempos, quando não tinha este blogue, até me aborrecia tanta desconsideração e displicência –cheguei a enviar cartas registadas aos directores pela declarada omissão. Agora não. Presentemente tenho o meu próprio “pasquim”. Relativo aos jornais, embora publique algumas cartas de vez em quando, mas, em síntese, essa necessidade deixou de fazer parte das minhas preocupações.
Sempre achei que os jornais, nas cartas dos seus leitores, têm uma riqueza à mão de semear, a custo zero, e não a aproveitam devidamente.
E tudo isto para lhe dizer o quê, interroga você? Olhe uma coisa simples: se você gosta de escrever, e é dos tais que escreve para a gaveta, por impossibilidade de dar a conhecer o que lhe vai na alma, escreva para aqui, para este blogue. O endereço é choupalapa@sapo.pt que, sobretudo, se for conto, publicarei. Saliento-lhe, no entanto, se for denúncia pública, que implique responsabilidades, civil e criminal, quanto a isso serei mais restritivo. Publicarei mas, apenas e só, depois de ir verificar in loco.
Por outro lado, se tem dificuldades em expressar-se e precisa de denunciar uma qualquer situação escreva-me que eu, depois da constatação, se entender necessário, escreverei aqui o que o atormenta.
Não preciso de lhe dizer que é um blogue modesto, com aproximadamente uma centena de visitas por dia. Apesar disso, disponibilizo-o como janela aberta à sua arte de escrever.
E não tenha medo de o fazer, porque acha que, ao escrever, dá muitos erros. E é só você? Todos damos. O escrever é como o caminhar, aprendemos caminhando.

TARDOU...MAS PRIMOU

(ESTA ARCADA, PROVAVELMENTE MANUELINA, EM PEDRA, PRESUME-SE SER DO SÉCULO XVI -AQUELA CAIXA DE "FOGO" É QUE, SE CALHAR, ESTÁ FORA DO CONTEXTO. MAS, ESTÁ BEM!, "PERFEITO NINGUÉM")



Este prédio, propriedade da Câmara Municipal de Coimbra, localizado na Travessa da Rua Velha, “pegadinho” à Rua Eduardo Coelho, e que, pela morosidade das obras (cerca de quatro anos), deu “água pelas barbas” (salvo seja) à D. Graça, da “Tasca da Graça”, finalmente está pronto.
A notícia poderia ficar perfeitamente por aqui. Mas não, “a César o que é de César”, esta revitalização do edifício está uma maravilha. Porra!, está de fazer saltar os olhos das órbitas. Está lindo! Simplesmente fenomenal!
A autarquia está de parabéns. Como se sabe, este edifício destina-se a albergar, temporariamente, pessoas carenciadas e em trânsito pela cidade. Por aqui, pela Baixa, há quem ponha muitas reservas ao objecto social do imóvel. Mas, enfim, isso é outro assunto, vamos aguardar para ver.
Aqui o que interessa é que o restauro, pelo menos por fora, está sublime.
Não tenho dúvidas em dizer que a Zona histórica fica mais enriquecida patrimonialmente.

UM COMENTÁRIO RECEBIDO



daniel322 deixou um novo comentário na sua mensagem "AS PLACAS SINALÉTICAS INEXISTENTES":

"Aconteceu-me quase o mesmo hoje.. precisei ir à Lousã e, para lá, só não me perdi porque ia numa fila de carros. Mas na volta para Coimbra foi um pesadelo, estradas sem placas (as que indicavam Coimbra eram para desvio a pesados e levavam-me a caminho de Góis), obras por todo o lado e uma indicação de estrada sem saída naquela que é efectivamente a saída da vila.. enfim..."


Publicada por daniel322 em Questões Nacionais a 26 de Novembro de 2008 23:06

(OBRIGADO PELA COMPARTICIPAÇÃO. UM ABRAÇO)

UM COMENTÁRIO RECEBIDO




Elizabete Cardoso deixou um novo comentário na sua mensagem "AS PLACAS SINALÉTICAS INEXISTENTES":

"Sr Luis esteve cá na terriola onde habito e não disse nada?!!!!!!! Ai Ai... A sua ex-carteira teria muito prazer em tê-lo cá em casa!! Pois é aqui a sinalização indicativa das localidades é paupérrima, mesmo para quem cá habita! Posso-lhe dizer que na 2ªfeira passada as saídas para Miranda do Corvo e Coimbra estavam todas com os semáforos interrompidos (eleições legislativas em 2009!!!)

Uma outra curiosidade que existe na variante que liga Lousã, Miranda do Corvo e Condeixa é que entre as duas primeiras existem duas placas indicativas "Condeixa 24 Km"...que se distânciam entre si (apenas) alguns quilómetros!!! Beijinho Grande.


Publicada por Elizabete Cardoso em Questões Nacionais a 27 de Novembro de 2008 9:29

(OBRIGADA PELO CARINHO ELISABETE. FUI MESMO À LOUSÂ DE CORRIDA)

UM COMENTÁRIO RECEBIDO




luis deixou um novo comentário na sua mensagem "O SOM DE "JINGLE BELL, JINGLE BELL", PELAS RUAS DA BAIXA":

"Palmas realmente à notícia. Que vale só por si.
Agora falando um pouco desse exemplo final, que também vale por si só, pelos piores motivos. É triste, mas real. Existe gente assim e é precisamente desta gente que Coimbra não precisa de todo. O senhor está à espera de quê afinal? Que desapareça da Baixa então, de uma vez por todas e se deixe estar enfiado com as suas lojas nas grandes superfície. E que tenha bom proveito. Precisamos é de gente com atitude, que tenha VONTADE E VITALIDADE para fazer renascer a baixa. Este senhor é perfeitamente dispensável. É por culpa desse indivíduo e outros que tais que os comerciantes da Baixa têm por vezes má fama".


Publicada por luis em Questões Nacionais a 27 de Novembro de 2008 10:44

(MUITO OBRIGADO PELO COMENTÁRIO LUIS. DISPONHA SEMPRE)

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

AS PLACAS SINALÉTICAS INEXISTENTES



 Infelizmente, para mim, não sou muito viajado. O que quer dizer, na prática, como todos, quando vou para um lado qualquer, que não conheço, tenho de recorrer às necessárias placas de sinalização.
Ao longo da minha pouca experiência como viajante fui inferindo que, sobretudo em Portugal, as placas sinaléticas, colocadas ao longo das várias estradas nacionais, são, essencialmente, dirigidas às pessoas que conhecem e por ali moram nas redondezas. Ou seja, contrariamente ao seu objecto, não servem o viajante desconhecedor do local onde se encontra. Já me aconteceu isto várias vezes.
E lembrei-me deste facto porque hoje voltei a sentir o mesmo desnorte aqui muito próximo de Coimbra. Como, durante a manhã, tive necessidade de ir à Lousã. Pus-me a jeito no popó, tomei a estrada da Beira e, naturalmente, fiz o desvio para Foz de Arouce.
Cheguei aos semáforos, como estava verde, continuei. Ao fundo da ponte um sinal de trânsito proibido, apenas com permissão para residentes. Voltei para trás, voltando a atravessar a ponte, e junto aos semáforos tentei procurar uma placa indicativa de obras. Lá no canto, pouco visível, lá estava ela a indicar a interrupção, por motivo de obras, da estrada entre Foz de Arouce e Lousã. Ora bem, assim sendo, seria previsível uma placa indicativa de “DESVIO LOUSÔ. Pois! Mas ficamos pelo previsível, porque placa nem vê-la! Lá procurei uma pessoa e qual era a alternativa. Depois da ajuda, lá segui para uma aldeia próxima da vila serrana.
Quando regressava, o mesmo problema, ou quase. Na rotunda que precede a entrada de acesso à Vila uma placa sinalética indicava “DESVIO COIMBRA”. Pois bem, o problema é que aparecendo várias entradas, não aparece mais nenhuma placa. Enfio numa, rodo para outra e, mais uma vez, quem me valeu foi o informador de ocasião –que aliás são sempre um espectáculo: “olhe, siga para a esquerda, depois, de encontrar um prédio branco, corta à direita, segue em frente e encontra um grande arbusto, volta à direita, depois, lá ao fundo, encontrando uma rotunda, volta outra vez à esquerda. Está a ver, não está?! É muito fácil”. Quando ele fala na última indicação já esquecemos todas as anteriores. É uma peça hilariante. Estas pessoas, à força de tanto quererem ser prestáveis, em vez de ajudar, coitadas, só complicam.
E isto tudo para dizer o quê?! Olhe lá, ó senhor presidente da Câmara da Lousã, mande lá colocar umas placas sinaléticas, umas a seguir às outras, para quem não conhece. Faça isso! Porque quem sabe, é óbvio, não necessita.

P.S. -COMO SEI QUE O PRESIDENTE DA CÂMARA DA LOUSÃ, FERNANDO CARVALHO, NÃO CONHECE ESTE BLOGUE TRATEI DE LHE ENVIAR O TEXTO POR E-MAIL. PODE SER QUE A COISA PEGUE E, DENTRO DAS SUAS COMPETÊNCIAS INERENTES, ELE MANDE "REPARAR" AS INDICAÇÕES SINALÉTICAS PARA A SUA VILA.

O SOM DE "JINGLE BELL, JINGLE BELL", PELAS RUAS DA BAIXA

(ESTES APLAUSOS SÃO PARA ACIC QUE, NOTORIAMENTE, ESTEVE MUITO BEM)



De 01 de Dezembro até 06 de Janeiro, as ruas do centro histórico vão ficar mais encantadas com o som de melodias natalícias e acompanhadas com publicidade.
A realização da sonorização deste ano coube a uma firma de Mangualde, a “VER E OUVIR”, Audiovisuais, Lª.
Diariamente, nos últimos dias, o seu gerente, o senhor José Manuel Almeida, percorre as várias centenas de estabelecimentos comerciais da Baixa para angariar publicidade.
Já depois de ter contratualizado o spot para o meu estabelecimento, pergunto-lhe como está a correr a aderência dos comerciantes da Baixa, “olhe, para minha surpresa, muito bem mesmo –mostrando-me a extensa lista de firmas. Normalmente, os comerciantes, antes de se vincularem, querem saber quem está a fazer publicidade, quando lhes mostro a longa lista, a sua aderência é imediata. Com esta crise, sinceramente, até estou surpreendido” –remata o gerente da “Ver e Ouvir”.
Bom, os seus preços também estão em conta, tento, em jeito de provocação, fazê-lo “desbobinar”. "É verdade sim! Pode bem dizê-lo. Mas, tenho que sublinhar aqui o grande envolvimento, neste projecto, da ACIC (Associação Comercial e Industrial de Coimbra), sem o seu empenho, sem o “murro na mesa” do presidente do sector comercial, não teria sido possível”.
Tento então saber mais dados do negócio. “É assim: eu tenho um custo mínimo, que corresponde a uma parte, para assegurar o trabalho da montagem de fios e colunas de som. a restante, a outra parte, é ressarcida pela publicidade angariada”.
O Turismo de Coimbra, por quem aliás fui contactado, responsabiliza-se por 2/3 do total da montagem, que, segundo a sua interpretação, corresponde à sonorização da Ponte de Santa Clara, Largo da Portagem, Ruas Ferreira Borges, Visconde da Luz e da Sofia.
Então, e as outras ruas, as da chamada baixinha?, interrogo. Responde o gerente José Manuel, “aí é que está a pronta intervenção da ACIC, na responsabilidade do outro terço. É esta associação que vai pagar a sonorização destas ruas estreitas, sem a sua interferência só haveria sonorização nas ruas principais.
Continuando a questionar o gerente da “Ver e Ouvir”, interrogo se esta mais-valia para a Baixa está a ser bem-vista pela maioria dos comerciantes, “pela maioria está -felizmente para mim!-, mas há uma minoria que são intratáveis. Veja bem, houve um que, quando o abordei, me respondeu que o que lhe interessava eram as suas lojas nas grandes superfícies, “a Baixa que se f***, está condenada! O Encarnação, se quiser, que a salve!”

MAIS UMA VISITA DESGRAÇADA E UMAS LIÇÕES PARA QUEM AS QUISER TOMAR




Ontem à noite, cerca das 21 horas, a “Tasca da Carla”, no Terreiro de Mendonça, junto à Cozinha Económica, na Baixa da cidade, foi assaltada.
Segundo a proprietária, a D. Carla, “o que me valeu foi o meu vizinho do segundo andar, do prédio em frente. Quando ele ouviu o estilhaçar do vidro da montra, veio à janela e, vendo um sujeito de camisa aos quadrados, pronto para levar todas as garrafas que tinha na montra, começou a gritar: “acudam, acudam! Ó da guarda!”, então, como andavam dois polícias de Segurança Pública no Largo do Romal, ouviram, vieram a correr, e o meliante pôs-se em fuga apenas com uma garrafa debaixo do braço”.

DUAS LIÇÕES A RETIRAR DESTA INFELIZ NOTÍCIA PARA A D. CARLA:

A PRIMEIRA LIÇÃO, É QUE A SEGURANÇA DA BAIXA RESIDE EM DOIS VECTORES: NOS SEUS HABITANTES –URGE O SEU REPOVOAMENTO- E NO CONTÍNUO PATRULHAMENTO DA PSP NESTA ZONA DA CIDADE;

A SEGUNDA LIÇÃO, ESTA PARA O COMANDANTE DA PSP, QUE VEM PROVAR A NECESSIDADE DE MANTER OS SEUS AGENTES NA BAIXA DURANTE A NOITE. E, ASSIM SENDO, QUE, COMO BOMBEIRO A APAGAR UM INTRÉPIDO FOGO, NÃO OS ESCALE, PARA A ZONA HISTÓRICA, APENAS ENQUANTO SE FALA NA INSEGURANÇA CONTRA O PATRIMÓNIO.

MAIS UMA "VISITA" A SOMAR A MUITAS OUTRAS


(CHAPÉUS HÁ MUITOS, ESTE, O DA IMAGEM, QUE O ENFIE QUEM ACHAR QUE LHE SERVE)

Segundo o Jornal as Beiras de ontem, dia 25, “Desconhecidos assaltaram durante a madrugada de sábado o Restaurante Snack-bar Arcada Avenida, na Avenida Fernão de Magalhães. Segundo o proprietário do estabelecimento este tipo de incidente já aconteceu várias vezes durante este ano. “Já me assaltaram mais de oito vezes, afirmou Henrique Coelho”.

Já deviam ter reparado que, contra todas as intenções de abafar a violência contra o património na Baixa, durante a noite, este blogue, numa espécie de missão, publica todos os actos que afectem a normal actividade comercial.
Não se trata de nada pessoal contra pessoas em particular, mas, isso sim, contra instituições com responsabilidades na segurança que, em vez de pugnar pelo direito ao legítimo bem-estar, assegurando os haveres de quem trabalha, pelo contrário, tentam “tapar o sol com a peneira”.
Fica assim dito da razão de todos os incidentes, aqui, serem publicitados.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

UMA VIDA QUE VAI MUITO ALÉM DE UM SÉCULO











Eram cerca de 13 horas. A longa e alva limusina estacionou à entrada do bonito pavilhão da aldeia de Barrô, ali, entre a Mealhada e o Luso. O “chouffeur”, equipado a preceito, largou o seu lugar de condutor e foi abrir a porta a uma linda senhora de olhos vivos e médios cabelos brancos.
Ao colocar lentamente o seu primeiro pé fora do automóvel de cerimónia, como estrela de Holiwood, as máquinas fotográficas, em flashes, não paravam de disparar, acompanhadas por uma extensíssima ovação de largas dezenas de pessoas. E o caso não era para menos, a linda senhora, de seu nome Lucília Dias Morais, ia ser homenageada pelo seu recente aniversário. Para isso até fora criada uma comissão de honra encarregue de toda a tramitação logística. Ali, naquele lindíssimo pavilhão, o orgulho dos habitantes de Barrô, ia ser prestada uma prova de admiração e reconhecimento. Admiração, pelo facto da D. Lucília ir soprar uma vela representativa dos seus cem anos de vida. Reconhecimento, pelo facto de ao longo de um século, numa vida entremeada entre o trabalho e a modéstia, ser uma pessoa boa, com um coração do tamanho de um abraço, que, apesar das suas poucas posses materiais, “matou a fome a muita gente da aldeia", diziam os convivas quase em coro.
Apesar da comparência do presidente da Câmara Municipal da Mealhada, Carlos Cabral, do presidente da Freguesia de Luso, Homero Serra, e do presidente da ACIM (Associação Comercial e Industrial da Mealhada), Carlos Pinheiro, que, num gesto bonito e solidário, não deixaram de estar presentes, havia, no entanto um “senão”, havia apenas fotógrafos, constituídos por amigos e familiares e pelos dois semanários da sede de Concelho: O “Jornal da Mealhada” e o “Mealhada Moderna”. Para além de terem sido convidados os dois jornais diários de Coimbra e um de projecção nacional, a RTP, a SIC e a TVI, nenhum destes órgãos de informação compareceu.
O “Zé” Maria “barbeiro”, o “cabeça” da comissão da festa, para que nada falhasse, um mês antes tinha vindo falar comigo para que eu providenciasse a ida dos “media” a Barrô. Chamando a mim esse encargo, quatro dias antes, telefonicamente, falei com quase todos. Só a dois enviei e-mail.
Quando se abriu a porta da limusina, o “Zé” Maria, vendo apenas flashes de fotografias e nenhuma câmara de filmar profissional, com uma cara de aflição, vira-se para mim e, numa interrogação de dor, exclamou: “Ó pá, a televisão?!”. Confesso que tive dificuldade em lhe mostrar que me empenhei, mas que não fui correspondido na minha solicitação.
A senhora Lucília deu entrada no salão, acompanhada pela Natália, a sua filha, pelos seus netos, o António Taveira, o meu companheiro de escola, que viera expressamente da Suíça, e que não via há mais de uma vintena de anos, a Maria Madalena que labuta no Luxemburgo e, tal como o irmão António, viera de propósito em honra da “melhor avó do mundo”, assim como a Isabel e a Ana Maria que, diariamente e habitualmente, como estão na aldeia, distribuem um beijo à sua avó, por acaso, a mais idosa da terra.
A senhora Lucília tem 6 netos, 16 bisnetos e 4 tetranetos.
Lá dentro, acompanhada pelos muitos amigos esperava-a um suculento repasto, muito saboroso e com bebidas à discrição. A senhora Lucília, como debutante, sempre a ser solicitada, parecia estar no seu mundo. Quando lhe perguntei o que achava daquela festa, na sua simplicidade, com uma lágrima a balouçar de emoção, respondeu: “muito lindo, eu não merecia esta festa, estão a ser bons demais para mim!”.
A meio da tarde, antes de apagar a vela, actuou o Rancho folclórico de S. João de Casal Comba, onde a “rapariga” centenária deu um “pezinho” de dança. Antes de cortar o bolo, foi lido um poema inédito em sua honra, com o título “Um século por uma vida”.
Durante a tarde e a entrar pela noite dentro a festa continuou abrilhantada pelo grupo musical “Magda Sofia”.
Quase no fim, o meu amigo “Zé” Maria, já mais confortado pelo óptimo desempenho da comissão de honra e agora já mais resignado pela falta da televisão, atirou-me: “ó pá!, não levámos Barrô ao mundo, mas provámos que, na alegria e na partilha, o mundo está aqui!”.

VALE A PENA RECORDAR



MANUELA, CUIDADO…

Manuela, se tu fores ao baile, em vez de xaile, leva armadura. Não te deixes endeusar, com quem te quer adular, eles só te querem tramar. Não te julgues cinderela, muito menos igual a ela, tu és pessoa real. Não te julgues Nossa Senhora, muito menos pecadora, tem cuidado Manuela. Tu estás num ninho de cobras, onde já não sobram sobras, muito menos mais para ti. Aqueles que erguem o teu andor, que se ajoelham e apregoam amor, serão os teus próximos verdugos. Procedem como texugos, burgueses “egocentristas”, que o que têm mais é lábia.
Manuela, não te deixes seduzir, tu sempre foste sábia, escorraça esses traidores. Vira-lhes o cu Manuela, eles não têm amores, a não ser ao interesse. Tu sabes daquilo que falo, como se eu conhecesse a sua imensa lata. Segue em frente Manuela, tu és Social-Democrata, não és a Virgem Maria. Eles só te querem lixar, não querem a democracia, querem unicamente poder. Vai por mim Manuela, manda-os mas é…coser as calças do seu avô. Quando eles te abraçarem, grita alto, xô, xô!!
Se fores à festa Manuela, não abraces os barões, dá-lhes um pontapé nas partes pudibundas, e manda-os para os “tralhões”.

(EM 29 DE ABRIL, DESTE ANO, ESCREVI ESTE TEXTO NESTE BLOGUE. DESCULPEM LÁ ESTAR A AUTO-CITAR-ME MAS ATÉ PODE DAR JEITO. É FÁCIL DE VER, COMO COMERCIANTE, PROVAVELMENTE NÃO TEREI FUTURO; COMO ESCRITOR, IDEM ASPAS, COMO POLÍTICO, UMA DESGRAÇA. POR AQUI JÁ ESTÃO A VER A COISA, NÃO ESTÃO? POIS É! JÁ ESTOU A PREPARAR O CAMINHO PARA MONTAR UM CONSULTÓRIO AQUI NA BAIXA DE PRESCIÊNCIA (ADIVINHAÇÃO). AFINAL NEM SOU O PRIMEIRO, BASTA LEMBRARMO-NOS DA ALEXANDRA SOLNADO E DA FLORBELA QUEIRÓS. OU, POR EXEMPLO, O PROFESSOR BAMBO. A VIDA ESTÁ MESMO DIFÍCIL!)

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

UM COMENTÁRIO RECEBIDO




luis deixou um novo comentário na sua mensagem "AS ILUMINAÇÕES DA DISCÓRDIA (2)":

Infelizmente não me choca o facto de saber que a sra Drª Celeste Amaro disse tais palavras. Deve ser do hábito. Já não é novidade, os comerciantes e não só, estão fartos de ouvir este tipo de palavras "carinhosas"... Custa a determinadas pessoas com cargos de alguma responsabilidade ter que tratar das coisas e por vezes ter que enfrentar as pessoas descontentes, seja por que motivo for. É sempre recebido com desconforto e como incómodo. Esse discurso do tal monólogo (sim, também considero) já parece estar pré-estabelecido e é solto assim que consideram situação para tal. É verdade que nem todos os comerciantes fazem algo para alterar as situações, e se encostam à espera que algo aconteça. Mas há muitos que são precisamente o inverso, com vida, com atitude, e tentam fazer algo para retocar a pintura do quadro estabelecido. E não é certamente com "incentivos" destes, por parte de pessoas que têm também elas o papel de fazer algo para mudar o panorama, que as coisas "andam". Nem tudo é mau, é certo. Mas parece-me que há muitas coisas e muita gente sem interesse algum em que parte de Coimbra (pelo menos) ganhe alguma vitalidade, mínima que seja.

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UM PEDIDO ROGADO






O “Questões Nacionais”, este humilde blogue ao serviço de “vossemecês”, leitores, que gostam da Baixa de Coimbra, e, como eu, têm esperança de um dia esta zona histórica ser verdadeiramente dignificada. Como quem diz, que um dia acreditamos, todos, que virá um “homem novo” que tomará as rédeas desta autarquia e, contrariamente ao actual e os precedentes, em vez de olhar para esta zona monumental como um monte de velharias imprestáveis e de lixo (como se vê na foto), verá que tem um tesouro entre mãos. Temos fé que não irá deixar ao desleixo edifícios como o que mostro -que dista 30 metros da Loja do Cidadão- e que está abandonado há cerca de quatro anos. Sim!, não me enganei, repito, está neste estado há cerca de quatro anos no Largo da Maracha.
Assim, vou começar a fazer umas promessas ao São Carlos de Almedina que, do alto da sua omnipotência, interceda por nós, que aqui residimos e trabalhamos.
A promessa de hoje consiste em, se ele resolver este caso antes das eleições, prometo ir a pé e vir até à Rua das Fangas. E mais, para que não diga que não sou reconhecido, prometo, com todo o sacrifício que se calcula, acender uma velinha em sua graça, para que na próxima encarnação não seja uma alma penada e tenha de voltar cá para a indulgência e purificação.