quarta-feira, 31 de outubro de 2018

"Mais de 26.100 famílias pediram ajuda à Deco este ano"

Mais de 26.100 famílias pediram ajuda à Deco este ano



O número de pedidos de ajuda à Deco por parte de famílias sobre-endividadas aumentou entre janeiro e outubro deste ano para 26.180, um problema que afeta cada vez mais pessoas divorciadas e viúvas.
Segundo dados da Deco – Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor divulgados a propósito do Dia Mundial da Poupança, que hoje se assinala, o número de pedidos de ajuda ao Gabinete de Apoio ao Sobre-endividado (GAS) em todo o ano de 2017 tinha sido menor do que em 2016, mas entre janeiro e outubro deste ano já houve mais uma centena do que em período homólogo do ano passado.
Registámos um aumento do número de pedidos de ajuda das famílias. Não é muito significativo face a 2017, mas a verdade é que se regista este aumento e a verdade é que no dia a dia verificamos que nos estão a chegar mais situações, tanto aqui em Lisboa como na região norte, no Porto”, disse à Lusa Natália Nunes, porta-voz do GAS.
Segundo a Deco, são já quase metade (47%) os casos em que o pedido de ajuda vem de um agregado familiar de apenas um elemento, pessoas divorciadas ou viúvas.


A FATIA MAIOR PARA INVESTIMENTOS MAL SUCEDIDOS


A responsável apontou ainda algumas alterações registadas pela Deco relativamente aos pedidos de ajuda recebidos, sobretudo as causas, ganhando agora terreno situações como pequenos investimentos mal sucedidos (6%), o apoio aos ascendentes (5%) e a passagem à reforma (2%).”

terça-feira, 30 de outubro de 2018

UM COMENTÁRIO RECEBIDO SOBRE...

(Imagem de Leonardo Braga Pinheiro)




SuperFebras deixou um novo comentário na sua mensagem "EDITORIAL: ASSIM, COM ESTES PROCEDIMENTOS, COMO É ...":

Amigo:

Calma. Parar de escrever? "Home essa!".
Isso
é o que eles querem. Tomariam eles que não pudéssemos escrever, nem fotografar, nem filmar. Esta sacanagem política, podre, que se apoderou das cidades e do país para servir os interesses dos endinheirados, preferiria que nem pudéssemos pensar.
Mas, olhe l
á meu amigo, eles até têm coisas engraçadas! Um presidente da câmara, tipo pé descalço, tal cantoneiro, a fiscalizar obras de bricolage. Eh eh eh. O que eu não dava para estar lá! Agora imagine só o peso do tubarão que tem este pilinhas de presidente no bolso e as razoes porque o tem, para o fazer figura de palhaço pela cidade. Isso é que é obra que ninguém fiscaliza!
Amigo, a cidade e os que como eu gostam dela precisam de si e de todos os que a escrevem, pintam, fotografam, filmam e cantam.
Por favor, continue a mergulhar a pena no tinteiro.
Um
abraço cheio de saudades do Mondego.

Alvaro Jose da Silva Pratas Leitão
Bradford, Ontário
Canadá

EDITORIAL: ASSIM, COM ESTES PROCEDIMENTOS, COMO É QUE PODE EVITAR O AFUNDAMENTO DA BAIXA?

(Imagem de Leonardo Braga Pinheiro)



Repetindo, o prédio em causa está encerrado há cerca de quatro anos.
O presidente da autarquia, sendo politicamente parte interessada na
revitalização da Baixa, deve colocar-se ao lado de um estupor que
recorre à denúncia ou apoiar quem investe e procura retirar o Centro
Histórico do lodo em que se encontra?”

Aestória”, por ser tão insignificante, tão tão miudinha, tão comezinha, conta-se de uma penada. Ontem um comerciante de uma destas ruas estreitas contratou um operário de construção civil para reparar o telhado de um prédio recentemente adquirido em leilão judicial por falência do anterior operador. Tratava-se de substituir meia-dúzia de telhas e algumas ripas de suporte que voaram no último temporal, há cerca de duas semanas.
Através do interior do edifício, durante a manhã o pedreiro foi fazendo o seu trabalho. O novo proprietário, para afastar e impedir que lixos vindos do Céu pudessem atingir os transeuntes, colocou quatro travessas de madeira encostadas à parede, ao alto, e com fitas plásticas às cores.
Cerca das 14h30, acompanhado de dois assessores, passou Manuel Machado, presidente da Câmara Municipal de Coimbra. Parando por momentos em frente à loja encerrada há cerca de quatro anos, durante escassos minutos pegou numa das travessas identificadas pelas fitas, falou qualquer coisa com os acompanhantes e prosseguiu o seu caminho. Passado meia-hora regressou e voltou a atravessar a via em sentido inverso, em direcção da Câmara Municipal.
Ainda os ponteiros do relógio não tinha dado uma volta de meio-círculo e já um fiscal da autarquia estava a interpelar o comerciante e dono recente do edifício para indagar do âmbito da “obra ilegal”, pelos vistos, descrita pelo presidente da edilidade.
Em face do facto de que se estava perante uma “montanha que pariu um rato”, o funcionário da fiscalização, ouvindo e verificando in loco o que se tratava, regressou à sua vida.


ALEGAÇÕES, PERSPECTIVAS, SILOGISMOS E INTERROGAÇÕES


Alegadamente, sem certeza absoluta, por parte de um residente na zona, terá havido uma denúncia para a autarquia por obras ilegais.
A ser assim, surgem as primeiras perguntas:

- Por que razão se desloca pessoalmente o presidente da edilidade e não delega a missão num funcionário do sector de obras? O curioso disto é que, durante os últimos anos, raramente se vê por aqui o eleito pelo PS!

- Manuel Machado, enquanto político experiente, antes de “emprenhar pelos ouvidos”, já que veio, não tinha obrigação de indagar no local, falando com o visado na presumível acusação torpe, sobre o que estava a fazer?
Ou o prefeito, fora das campanhas eleitorais, tem receio de falar com o povo?

- É verdade ou não que, alegadamente, ao dar crédito a um denunciante falso e timorato o chefe máximo da edilidade, para além de estar a promover a cobardia, está a envolver-se directamente e a sujar as mãos num tipo de massa viscosa colectiva que é preciso expurgar?
Para além da carência de humildade, serviço púbico e sentido de justiça, o que sugere sobrar em arbitrariedade, falta em calo social e nas relações humanas. Não é o que transparece?

- Será que um acto como este do presidente da câmara em exercício, em que sem procurar o apuramento dos factos, parecendo indicar estar ao serviço de um qualquer amigo invejoso, mandando sancionar um investidor, é assim que concorre para recuperar a Baixa de um marasmo que se perpetua?
Será isto que Machado, que almeja outros voos políticos, procura para a cidade?

- Repetindo, o prédio em causa está encerrado há cerca de quatro anos. O presidente da autarquia, sendo politicamente parte interessada na revitalização da Baixa, deve colocar-se ao lado de um estupor que recorre à denúncia ou apoiar quem investe e procura retirar o Centro Histórico do lodo em que se encontra?


FINAL


Como ressalva, ninguém me encomendou o sermão. Escrevo esta história infeliz porque me sinto indignado.
Tenho pena que o chefe máximo do concelho não seja um político no verdadeiro sentido do termo, isto é, que o seu interesse maior não seja as pessoas que concorrem para o desenvolvimento da Baixa, da cidade e da periferia, e se deixe enredar em teias estapafúrdias que concorrem para cada vez mais afastar os cidadãos dos políticos.
Tenho pena que, em face de uma crise comercial sem precedentes, a zona histórica, por um lado, tenha ao seu leme um político sem visão, por outro, esteja ocupada com alguns residentes, moradores e comerciantes, sem carácter e onde impera a má-fé, a maldade e a vilania.
É por estas e por outras que a Baixa não sai da cepa torta.
É por estas e por outras que cada vez mais me sinto sem vontade de escrever e, por vezes, a defender quem não merece uma linha.

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

“Arrendamento: estragaram em 33 meses o trabalho de 33 anos”

(Imagem de Leonardo Braga Pinheiro)


Um excelente trabalho sobre o arrendamento em Portugal da autoria de Vitor Reis, Arquitecto, presidente do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana de 2012 a 2017, publicado no jornal online Observador. Recomendo vivamente. Embora seja longo, vale a pena ler até à última frase.

Há 33 anos, era aprovada a lei que ficou conhecida como“Lei das Rendas”. Corria o ano de 1985.

Esta lei pode ser considerada o primeiro passo, com efeitos reais, para desfazer o congelamento das rendas que se iniciara com a implantação da República e que o Estado Novo renovou na década de 40 em Lisboa e no Porto. Este congelamento, após a revolução de 1974, foi alargado a todo o país.

sábado, 20 de outubro de 2018

A BAIXA COMERCIAL VISTA DA MINHA JANELA





Numa curiosidade digna de registo - e para nos fazer pensar - o
supermercado MiniPreço, junto à Estação Nova, passou a praticar
um horário diário intensivo entre 08 e as 23h00, incluindo Domingos
e feriados.”

Depois de dias grandes, cheios de luz e cor, muito ruído do matraquear no asfalto, cheiros intensos e variados, estamos no Outono. Agora que o fluxo de turismo é menor na cidade, e a língua portuguesa recupera novamente o seu exclusivo papel de charneira, por entre becos e ruelas, como sói dizer-se, entramos na época do defeso. Se é certo que nem sempre foi assim, noutros tempos o Dezembro natalício era o respigo, o recuperar do que não fora colhido, agora, numa dinâmica que se impõe devido a uma concorrência desenfreada, a compra e venda tradicional, numa monotonia de continuidade linear, deixou de contar com fases altas.
A partir deste final de Outubro, até Março, seguir-se-ão cinco meses de penar, de modorra, falta de energia e motivação, e de uma incómoda acalmia para o comércio de rua.
Ainda que, aparentemente, a Baixa continue igual – com muitas e demasiadas lojas encerradas – a verdade é que, sem que demos por isso, aceleradamente a paisagem comercial está a mudar. As lojas mais antigas estão a desaparecer vertiginosamente. A diversidade que caracterizou a zona, com ruas identificativas de sectores económicos, e a que fomos habituados, está a desvanecer-se. No seu lugar surgem sombras nubladas de um passado cheio de história.
Para exemplificar, até há cerca de uma dezena de anos, só a Rua Eduardo Coelho detinha 15 sapatarias – nos nossos dias, nem uma resta nesta via estreita. Em contraste, hoje a Baixa apresenta na sua totalidade 16 negócios dedicados à venda de calçado.
Outro exemplo, espaços comerciais consagrados a ferragens eram mais de uma dúzia. Neste momento, em queda acentuada, só três resistem com muita dificuldade.
Apesar disso, a procura de espaços comerciais para arrendamento, desde que a preços moderados, continua em alta. É facto que são pequenos negócios sem grande investimento inicial e mais dirigido ao turismo. Por outro lado, acarretando-lhes alguma vulnerabilidade, sem grande poder económico e sem experiência. Como se imagina, numa alternância continuada, o seu tempo de vigência não vigorará mais de um ano. Nestes projectos, mormemente dirigidos por jovens, ressalta uma enorme necessidade de trabalhar.
Ao que se diz, mais duas lojas de artigos chineses vão abrir proximamente, uma na Rua do Corvo e outra na Rua da Louça.
Por larga maioria, continua a assistir-se a um cada vez mais reduzido horário semanal por parte dos lojistas. Percebe-se a razão pela desmotivação, mas, mesmo assim, não podemos deixar cair os braços.
Numa curiosidade digna de registo - e para nos fazer pensar - o supermercado MiniPreço, junto à Estação Nova, passou a praticar um horário diário intensivo entre 08 e as 23h00, incluindo Domingos e feriados.

EDITORIAL: ESCREVER NA FOLHA BRANCA

(Imagem de Leonardo Braga Pinheiro)






Depois de um fim-de-semana infernal, em que a destruição, em maior ou em menor grau, tocou todos, segue-se a contabilização dos milhões. Assim, seguindo o costume português de na primeira fase cada concelho procurar ser o maior na desgraça, tal como em Pedrogão com os incêndios, daqui a meses na subsequência, vai observar-se o apuramento de responsabilidades criminais por fraude. Tal como o fado será sempre cinzento e amargurado, por extensão, os portugas, que somos todos, na hora do aproveitamento escabroso, estarão sempre prontos a triplicar uma realidade ocasional.
Individualmente, quer sejamos portugueses, franceses, alemães ou outro povo qualquer no mundo, na sua idiossincrasia, seremos assim tão diferentes? Se calhar não! E vale mais deixar de pensar que pela diferença, não tendo nada a ver com os maus, nós somos os bons. Dentro de qualquer de nós, talvez porque é a nossa essência humana, existirá sempre uma Maria Leal qualquer pronta a vestir a indumentária camaleónica do novo-riquismo e a dar o golpe do baú. 
Numa espécie de doutrina marxista seguida à letra em cartilha universal, todos abominamos o grande capital, que nos há-de submergir, afirmamos com ênfase, mas, na hora de escolher o lugar e tomar os lucros, escolhemos a ganância. Provavelmente o maior sonho da humanidade é ser rico… para ser feliz – o que, digo eu, o dinheiro não será exactamente a chave que abre a fechadura da felicidade. O que, por conseguinte, nos leva a pensar que a satisfação é apenas um estado de alma incipiente e precário que balança entre coisinhas menores, como o que entendemos por bem e por mal. Por outras palavras, um pobre, sem o peso agregador de bens tangíveis, pode ser rico no constante sorriso marcado no rosto e um multimilionário, mesmo na sua opulência de abastança, pela tristeza impressa nos traços, pode ser um indigente digno de pena.
Não deixa de ser curioso que, certamente pela coincidência do Outono, por um lado, a Natureza, pelos incêndios do ano passado e pelo temporal deste ano, nos mostrar que, perante a sua imensa grandiosidade, somos meros papagaios de papel que, sem qualquer peso pela classe social, voam em ventos ciclónicos agitados. Por outro, os Governos, com a apresentação anual do Orçamento Geral do Estado, com o recurso coercitivo de regulação societária, sempre a crucificarem com maior crueldade os habituais que se esfalfam para viverem com dignidade, para distribuir pelos mesmos que nada fazem, encarregam-se de a médio prazo acabar com a acumulação de riqueza privada. Presumivelmente, caminharemos para um Estado ditatorial e absolutista, dono disto tudo. Pelos constantes abusos e atentados à propriedade privada, cá chegará o tempo - e os jovens caminham apressadamente neste sentido - em que, por opção, não quereremos ser donos de nada.
Valerá a pena pensar nisto?


sexta-feira, 19 de outubro de 2018

RECLAMAR LÁ FORA E CÁ DENTRO OUVIDOS MOUCOS

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Faz todo o sentido, sim senhor! Só não percebo como é que (também) ainda não se pediu a Deus que mandasse destituir São Pedro. Depois dos incêndios do ano passado -ainda que com alguma culpa humana- e agora, há cerca de uma semana, com o temporal e os estragos que ocasionou? Estão à espera de quê para pedir a cabeça do santo? Uma entidade assim, masculino e sem sensibilidade, só pode ser fascista.
Portugueses, em nome da justiça e da universalidade e para ajudar os CTT/correios, escrevam cartas! 

CARTA ABERTA DE JOSÉ MANUEL SILVA/MOVIMENTO SOMOS COIMBRA

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(Imagens da Web)






O PS QUER OU NÃO QUER A
CRIAÇÃO DE UM FUNDO DE
SUSTENTABILIDADE EM COIMBRA?


  • CARTA ABERTA AO SR. LUÍS QUINTANS – a propósito da residência de luxo
  • A criação de um FUNDO DE SUSTENTABILIDADE, que existe noutros municípios, irá ajudar a resolver os problemas de mobilidade, estacionamento e transportes públicos que existem em Coimbra e que fazem sofrer os seus munícipes.
- Desafiamos o Partido Socialista a trabalhar com competência e a respeitar o interesse público e dos munícipes. Se assim for, o projecto de residência de luxo para estudantes poderá ser aprovado.
0
Meu caro Sr. Luís Quintans, antes de responder à sua carta aberta, relativa à votação do projecto de residência de luxo para estudantes, vamos aos factos:
1 – O que impediu a aprovação do projecto foi a incompetência do Partido Socialista, que nem a sua maioria conseguiu fazer funcionar. Em última instância, a oposição não sabia como o vereador Francisco Queirós ia votar, porque ele não foi explícito. É um espanto que num investimento desta dimensão, o Presidente da Câmara/PS não tenha conversado com ninguém, nem com a sua própria maioria, para conhecer o seu sentido de voto, nem para procurar ultrapassar as divergências com os outros partidos. Aliás, mais parece que o projecto foi à Câmara, nestas condições, de propósito para ser chumbado… Para todo o aproveitamento político posterior. Não é assim que se governa uma Câmara e se trabalham os projectos importantes.
2 – O movimento Somos Coimbra (mSC) apresentou uma proposta construtiva e positiva para a cidade, como faz em todas as circunstância, proposta essa que já tem vindo a apresentar há meses, a criação de um Fundo de Sustentabilidade, que existe em outros municípios, a que a Câmara nunca ligou, prejudicando a cidade. A sua aplicação a este caso teria permitido a sua aprovação. Por conseguinte, tudo está nas mãos do Partido Socialista, que acusa os outros para mascarar os seus próprios erros.
3 – O Partido Socialista quer ou não quer a criação de um FUNDO DE SUSTENTABILIDADE, que irá ajudar a resolver os problemas de mobilidade, estacionamento e transportes públicos que existem em Coimbra e que fazem sofrer os seus munícipes? Aguardamos a resposta.
4 - É evidente que os pressupostos do promotor quando propõe o projecto não correspondem à realidade. Quem tem dinheiro para estar alojado em alojamento de luxo e ficar em Coimbra vários anos, vai obviamente ter automóvel na sua maioria e não na sua minoria. Por conseguinte, a pressão de estacionamento público vai ser brutal e preencher todos os lugares não pagos daquela zona, com prejuízo dos locais. Referem que os estudantes vão andar de bicicleta; mas que condições tem Coimbra para as pessoas se deslocarem de bicicleta?!
5 – O recurso sistemático ao regime excecional das alíneas a), b) e c) do n.º1 do art. 133.º do Regulamento do PDM, de forma generalizada, alimenta situações de pura injustiça entre requerentes, ao mesmo tempo que, de forma incremental, agrava os problemas de acessibilidade e estacionamento em zonas consolidadas, já por si extremamente deficitárias. Esta situação é particularmente agravada nas operações que envolvem alterações à área de superfície de pavimento ou de usos do solo, podendo fomentar a especulação imobiliária, com sérios riscos de favorecimento de interesses privados e prejuízo do interesse público e dos munícipes.
6 – Recorde-se que para um projecto de 20 milhões, em que a área bruta de construção passa de 5083 m2 para 11866 m2 (uma volumetria brutal) e a área de estacionamento é reduzida para 1/3 (indiscutivelmente insuficiente), as taxas pagas ao município são apenas no valor de 1% do montante do projecto!!!
7 – Aquela é uma zona nobre da cidade, particularmente quando o Parque verde estiver arranjado. Sabemos que este projecto voltará à Câmara. Desafiamos o PS a trabalhar com competência e respeitar o interesse público. Se assim for, o projecto poderá ser aprovado.
I
Meu caro Sr. Luís Quintans, os diálogos são particularmente enriquecedores com pessoas inteligentes, motivadoras e que se preocupam genuína e desinteressadamente com o presente e o futuro de Coimbra. Por isso mesmo, vou responder, capítulo por capítulo, à carta aberta que o Sr. Luís Quintans gentilmente me dirigiu.
Tenho todo o respeito pelas suas opiniões e comentários e nunca os considerarei como hostilidades mas sim como momentos de tertúlia e partilha reflexiva, que Coimbra deveria estimular e não recear. Por isso mesmo, sobretudo depois dos vários momentos de diálogo que já partilhámos e sendo a nossa página do ‘Somos Coimbra’ totalmente aberta a todo o tipo de comentários, não me revejo nem compreendo as suas apreciações de uma alegada “superioridade moral”. Muito menos entendo que as nossas respostas e argumentos, em diálogo franco, aberto e assertivo, possam ser considerados como uma manifestação de que “não devesse ser escrutinada”. É exactamente o contrário!!!
Este género de apreciações não acrescentam nada de construtivo à avaliação dos problemas. Está a ver, eu poderia devolver-lhe os adjectivos, precisamente com o mesmo tipo de sustentação, mas não o vou fazer, porque seria deselegante da minha parte, porque nada de substantivo acrescentaria às questões objectivas que estão em cima da mesa e porque tenho o maior apreço e admiração por si.
Concordo inteiramente consigo quando afirma que à oposição no executivo camarário não lhe chega ser do contra. Mais uma vez, não sei porque chama esta afirmação à colação. Tem acompanhado o nosso trabalho, sabe que apresentámos o mais extenso programa de todas as candidaturas, sabe que temos apresentado dezenas de propostas na Câmara, que são todas liminarmente rejeitadas sem debate nem votação e saberá, certamente, que cerca de 90-95% (?) das nossas votações na Câmara são votos a favor dos temas agendados. Além disso, e porque é uma pessoa interessada e espero que vá lendo as actas das reuniões da Câmara, em todos os principais temas importantes em que votamos contra apresentamos declarações de voto escritas a fundamentar as razões da nossa votação. Há alguma forma de poder ser uma oposição mais construtiva do que esta? Não conheço, mas agradecerei todas as suas sugestões.
Na Câmara nunca nada é previamente dialogado com a oposição. Afinal, qual é a função dos vereadores, aprovar tudo de cruz e de olhos vendados?!
II
Respeito muito a sua avaliação da seriedade de cada comparação, é a sua opinião, mas se quer exemplos mais recentes, bem perto de si, tem os horríveis e monstruosos caixotes construídos no Bota-abaixo, pura especulação imobiliária (obviamente não inocente...) e que vieram congestionar e estragar irremediavelmente parte da zona medieval da cidade. Mas também foi um grande investimento... (porém, o projecto de residência de luxo de estudantes é incomparavelmente melhor, que não haja dúvidas).
Sim, sejamos claros, o executivo liderado por Manuel Machado não tem nem mostra ter qualquer estratégia para a recuperação e revitalização da Baixa, o que parece ser permanentemente ignorado por quase todos! Todavia, para além de claras linhas de orientação estratégica e um plano de investimento, pretender que um movimento independente apresente um Plano Director para a Baixa, não é uma crítica séria, mais parecendo de quem apenas quer criticar de qualquer maneira e a todo o custo.
A realização de um Plano Director envolve todos os departamentos da Câmara!!! Por isso mesmo, nunca nenhum partido político se apresentou a eleição alguma com a apresentação de um Plano Director, excepto quem, estando no poder, se recandidata.
Que fique bem claro que somos favoráveis a todos os investimentos de qualidade que promovam a recuperação, o desenvolvimento e o crescimento ordenado de Coimbra.
Volto a repetir, o mSC não analisou o processo do supermercado de média dimensão escandalosamente instalado na Guarda Inglesa, junto ao Convento de São Francisco, mas não é favorável àquele tipo de estrutura naquele local.
Quanto ao IKEA, somos favoráveis à sua instalação no local previsto. O IKEA é uma loja âncora para qualquer cidade e seria um factor de dinamização e valorização de toda a margem esquerda, atraindo milhares de pessoas a Coimbra, o que seria extraordinariamente benéfico para a Baixa. A loja mais rentável de uma cadeia nacional de sofás, que também tem loja em Coimbra, é a que se localiza junto ao IKEA de Loures, pois a instalação do IKEA, apesar de parecer um concorrente directo, não lhe roubou cientes, bem pelo contrário, trouxe-lhes muito mais clientes! Só não percebe este efeito de atracção e potencialização quem não quer perceber! O Partido Socialista está estupidamente a bloquear um grande investimento importantíssimo para o concelho de Coimbra! Mas como é o PS, já ninguém se escandaliza?
A dinâmica do IKEA é positiva para Coimbra, assim como a dinâmica concorrencial de uma ‘grande superfície’ de residências universitárias de luxo (ainda que alguns possam não gostar da concorrência...) também o será, naturalmente (desde que respeitando o PDM e o interesse municipal). Porém, esperamos que toda a gente perceba que INVESTIR EM COIMBRA TEM DE SER MUITO MAIS DO QUE ISTO!!!! Nomeadamente no apoio às start-ups, etc., etc.
O Sr. Quintans pergunta e eu fico espantado com as perguntas: o que pretende o mSC fazer da Baixa? É a favor ou contra a vinda de mais residentes?
Sr. Quintans, espero que tenha lido o nosso programa, que não posso copiar aqui, e que acompanhe o que vamos propondo na Câmara e divulgando no FB do mSC. Repito, mais uma vez, que propusemos que a Câmara invista já 20 milhões de euros na Baixa para criar uma sala de estudo 24h, residências sociais de estudantes (que é o que falta em Coimbra) e recuperação de casas para arrendamento a rendas controladas, combatendo assim a especulação imobiliária.
III
As suas últimas perguntas:
1) Em que se baseia para classificar este investimento como especulativo?
A área bruta de construção passa de 5083 m2 para 11866 m2, enquanto a área de estacionamento é reduzida para 1/3. Toda aquela zona vai passar a ter um aumento brutal de pressão sobre o estacionamento, particularmente o não pago. Quando o projecto estiver construído, lá teremos as pessoas a queixarem-se, ainda mais, que não há estacionamento na Baixa!
2) Estando num sistema de economia de mercado, acredita, por acaso, que algum investidor vai deixar cair um projecto e direccioná-lo para outro objecto só porque é aconselhado por um movimento político com assento no executivo?
Caro Sr. Quintans, alguém aconselhou aquele investimento, pelo que alguém pode aconselhar outros. Se a preocupação é com residências universitárias, há muitas alternativas. Não nos critique por estarmos ‘sempre contra’ (que não estamos!!!) e por ‘apresentarmos propostas’, porque isso é contraditório. É que nós apresentamos SEMPRE propostas alternativas quando discordamos do que é apresentado em reunião de Câmara.
Sr. Luís Quintans, espero ter esclarecido todas as suas dúvidas e questões.
O movimento Somos Coimbra tem SEMPRE uma postura construtiva e disponível para o diálogo. Infelizmente, a maioria PS/PCP, que governa a Câmara, NUNCA teve qualquer iniciativa de diálogo com o nosso movimento.
Com os mais cordiais cumprimentos, José Manuel Silva

quarta-feira, 17 de outubro de 2018

ATENÇÃO AO PRAZO PARA COMUNICAR OS ESTRAGOS DO TEMPORAL



Segundo o Diário as Beiras de hoje, numa iniciativa que se deve saudar, “Os serviços de atendimento da Câmara Municipal de Coimbra vão estar, a partir de hoje e até sexta-feira, abertos até às 19h30. O objectivo é garantir a todos os munícipes condições para poderem entregar a relação dos prejuízos sofridos com a “Tempestade Leslie”, nos dias 13 e 14 de outubro.”
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sexta-feira, 12 de outubro de 2018

BAIXA: ENCERRARAM AS MODAS BAGUI





Depois de 43 anos ao serviço da Baixa, encerrou as Modas Bagui, no Largo Paço do Conde, um respeitado estabelecimento dedicado a roupa de qualidade para homem e senhora.
Decorria o “verão quente” de 1975 quando o casal constituído por Basilícia e Eduardo Guimarães abriu as Modas Bagui, no Largo Paço do Conde, mesmo em frente ao desaparecido Saul Morgado. Nessa altura e até finais de 1990, toda a Baixa, em toda a zona envolvente de ruas, largos e ruelas, era um autêntico formigueiro de pessoas.
A decadência da Baixa começou com a abertura das grandes superfícies, em 1993”, enfatiza Eduardo Guimarães. “Eu e o meu filho fizemos parte da manifestação de comerciantes – contra a abertura da Makro e do Continente e convocada sobre a égide de César Branquinho, um comerciante respeitado que já deixou a actividade mercantil há vários anos – contra a sua instalação na cidade. Só os mais pequenos se insurgiram. Os grandes comerciantes da Baixa alhearam-se completamente do que estava a acontecer. Aliás, num egoísmo incompreensível, nunca quiseram saber do declínio que estava em marcha.
Hoje, tivemos de tomar esta decisão. Aliás, foi o médico que recomendou: se queríamos viver mais uns anos, o melhor era irmos embora depressa. No estado em que se encontra a zona comercial, isto mata em vez de dar saúde.
Uma pessoa passa o tempo a fazer contas de cabeça. Estamos a trabalhar só para os impostos. Não se consegue ganhar para a renda – que, nesta parte, não tenho nada a dizer do meu senhorio. Foi sempre uma pessoa conscienciosa, há muitos anos que não me aumenta a renda. Não se ganha para comer!
Este ano, para suportar os custos, não houve qualquer mês que não tivesse injectado dinheiro anteriormente amealhado. Valeu mais termos escolhido a saída. Não tivemos mesmo outra solução de recurso senão fechar a porta.”


QUE SOLUÇÃO PARA A BAIXA?


Continua Eduardo Guimarães, “a seguir ao 25 de Abril e até hoje, todos os políticos que passaram na Câmara Municipal, sem excepção, conseguiram dar cabo da Baixa. Deram cabo disto! O Centro Histórico está abandonado e entregue à sua sorte. São só hotéis, mais hotéis, e mais nada! E o comércio não conta?
Até 2000 o negócio ainda foi mais ou menos. A partir daí foi sempre a baixar. As pessoas deixaram de vir à Baixa. Não há volta a dar a isto! Se os políticos querem assim, assim seja! Nós fazemos-lhe a vontade!”
Desde Janeiro, último, incluindo este fecho, o número de encerramentos comerciais na Baixa sobe para 27. 


quinta-feira, 11 de outubro de 2018

BAIXA: FALECEU O LUÍS, DO CATARINO, UM DOS NOSSOS

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(Foto desviada da página do Facebook de Pedro Ribeiro)




Francisco Luís da Silva Ribeiro, mais conhecido entre nós como o Luís, do Catarino, com 80 anos de idade, partindo para a eternidade, deixou-nos esta noite passada.
Numa época em que as pessoas eram o logótipo do comércio, a face inspirativa de confiança num respeito mútuo entre quem vendia e comprava, quando os patrões e funcionários funcionavam como laços apertados de uma relação estreita de familiaridade, durante cinquenta e cinco anos o Luís foi um dos rostos identificativos da Ourivesaria Catarino, na Praça do Comércio.
Segundo Jorge Catarino, o proprietário do reconhecido e popular estabelecimento de venda de metais preciosos, “o Luís, na Ourivesaria Catarino, foi uma chancela, marcou uma época. Foi um excelente colaborador. Foi um “coimbrinha”, no sentido de defender acerrimamente os interesses da cidade, sobretudo a Baixa, a nossa Baixa! Num tempo em que o comércio, quer empregados, quer patrões, se dividia em apoiar o Sport Conimbricense, na Rua Simões de Castro, ou o União de Coimbra, o Luís Ribeiro era fanático por este último, pelo clube da Arregaça. O União de Coimbra, para o meu amigo Luís, que agora partiu, estava acima de todas as coisas.”
Para a família enlutada, em nome da Baixa, se posso escrever assim, os nossos sentidos pêsames. Até sempre, senhor Luís, do Catarino. Descanse em paz!


quarta-feira, 10 de outubro de 2018

BAIXA: FALECEU O DAMAS, UM DOS NOSSOS

(Imagem fotográfica cedida por Victor Damas)




Devido a doença prolongada, oncológica, com 67 anos de idade, faleceu há dias no CHUC, Centro Hospital de Coimbra, o nosso conterrâneo e amigo, o Fernando António de Melo Pinto Damas.
Embora só agora tomasse conhecimento da sua partida para a eternidade não gostaria de deixar esta pequena homenagem póstuma ao falecido.
O Damas até há cerca de vinte anos, e durante muito tempo, foi funcionário do desaparecido estabelecimento de Ferragens Ferreira & Maia, junto à Loja do Cidadão. Depois do encerramento deste espaço comercial, durante mais de uma dezena de anos, o Fernando foi camionista.
Fruto de uma prole respeitada com sete irmãos – agora restam cinco vivos de boa saúde, felizmente -, foi nesta parte velha e empobrecida da cidade que condignamente nasceram, cresceram e alguns ainda vivem. Era hábito encontrarmos o Pinto Damas a calcorrear estas pedras milenares que, embora calcadas por todos nós sem apelo nem agravo, fazem parte do encanto deste lugar paradisíaco em que vivemos, a Baixa de Coimbra.
Actualmente o António Damas residia no Porto de Bordalo, em Santa Clara, e deixa duas filhas, a Diana e a Catarina.
À sua esposa, Delmira Damas, às suas filhas, aos seus irmãos e restante família, em nome da Baixa, se posso escrever assim, os nossos sentidos pêsames. Até sempre, Fernando Damas.

CARTA-RESPOSTA A JOSÉ MANUEL SILVA

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Meu caro Dr. José Manuel Silva.
Começo por lhe agradecer as suas alegações na Página da Câmara Municipal (Não Oficial) em defesa da posição que tomou o seu grupo parlamentar no chumbo do projecto para residência estudantil nas antigas instalações da EDP, ao fundo do Parque Dr. Manuel Braga – e aqui confesso, com toda a sinceridade, a minha enorme admiração pela sua frontalidade, pela humildade em reiterado discurso directo de comunicação escrita, de vir a terreiro arguir e justificar actos do seu mandato de edil.

I

Depois dos elogios vamos às hostilidades. Sem pretender dar lições de ética e filosofia, começo lhe dizer que, mesmo praticando humildade qualquer um pode ser arrogante – eu sou mestre nesta amostra. E, a meu ver neste caso, o caro eleito, enquanto cabeça de lista de um movimento político, parece apresentar-se com alguma superioridade moral. Isto é, como se a oposição, pelo simples facto de o ser, fizesse tudo bem e não devesse ser escrutinada. Como sabe melhor do que eu, à oposição no executivo camarário não lhe chega ser do contra. Ou seja, como se transportasse um estandarte de pureza espiritual iluminado por Deus, tudo o que faça tem cobertura de aprovação na colectividade. Acima de tudo tem de parecer atenta, sobretudo eficiente, ao que se discute nas questões de cidade no hemiciclo. Em tomadas de posição na abstenção, aprovação e chumbo, pelo seu desempenho, tem de convencer os eleitores de que a salvaguarda do interesse público transcende a mera conveniência e ambição partidária de alcançar o poder. Porque é minoritária, e muitas vezes o Estatuto da Oposição não é respeitado, a dificuldade em levar a sua mensagem ao público é duplamente um obstáculo. No entanto, mesmo neste mar encapelado, as regras são como se apresentam e é assim que, se quer constituir alternativa ao poder vigente, terá de se mostrar melhor do que quem ocupa a cadeira municipal.

II

Vamos ser objectivos: o trazer à colação e comparar o caso em apreço com a aprovação da Torre do Arnado e o Túnel da Solum -que, salvo erro, foram aprovados no mandato de Mendes Silva, em finais da década de 1970 – não me parece argumento sério e a levar em conta.
Sejamos claros: se o executivo liderado por Manuel Machado não tem nem mostra ter qualquer estratégia para a recuperação e revitalização da Baixa, a verdade é que, dentro das limitações que enunciei por ser minoritário, também não vejo um plano director para o Centro Histórico no movimento Somos Coimbra (mSC). Não chega escrever que a Baixa, comercial, hoteleira e residencial, é uma preocupação. Quero mais do que isso!
Por exemplo, só para exemplificar: o mSC é a favor ou contra a instalação de mais grandes superfícies na cidade? Gostava de saber. Isto, porque ao ler as declarações em cima fiquei em dúvida. Vou relembrar-lhe o que escreveu:

(…) Ou no investimento em supermercados, de que Coimbra não precisa, como o recente e escandalosamente instalado na Guarda Inglesa?”

E mais em baixo:

(…) Ninguém fala no facto do Partido Socialista estar deliberadamente a bloquear o investimento do IKEA, uma loja âncora que atrairia diariamente milhares de pessoas a Coimbra e à margem esquerda, dinamizando também o comércio local?”

O que pretende o mSC fazer da Baixa? É a favor ou contra a vinda de mais residentes?

III

Num dos comentários refere o seguinte:

O movimento Somos Coimbra sugeriu à Câmara e ao promotor que, se genuinamente pretende investir em Residências de Estudantes, em vez de se fomentar a especulação imobiliária intensiva, com enormes volumetrias, aposte na recuperação de prédios degradados da Baixa para essa mesma finalidade.”

Em que se baseia para classificar este investimento como especulativo? Tem conhecimento de alguma informação que não é pública? Quer fazer o favor de partilhar connosco esse dado?

Estando num sistema de economia de mercado, acredita, por acaso, que algum investidor vai deixar cair um projecto e direccioná-lo para outro objecto só porque é aconselhado por um movimento político com assento no executivo?

terça-feira, 9 de outubro de 2018

ENCONTROS IMEDIATOS PARA SORRIR

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(Imagem da Web)




Como é hábito, acompanhado dos jornais diários em cima da mesa e do seu inseparável Smartphone, encontrei o Chico Pintelho, muito compenetrado e a transpirar por todos os poros, a ler um livro num dos seus escritórios na Baixa. Desta vez estava sentado na esplanada do Café Santa Cruz. Com os seus óculos escuros na ponta do nariz, sorriso amarelo às cores, o cabelo cheio de brilhantina e um intenso odor a perfume Lacoste, parecia um personagem mítico a fazer-me lembrar Rui Rio.
Contrariamente ao costume, em que os seus olhos parecem um farol a varrer tudo em redor, estava de tal modo alheio ao que se passava à sua volta que tive de o abanar com força no ombro e atirar:
- Então, Chico? Já não ligas aos amigos? É?…
Foi então que, pausadamente e a fazer-me lembrar Cavaco Silva, na sua voz de caninha rachada, replicou:
- Olha o Luís Fernandes! Desculpa, mas como estou embrenhado na leitura nem dei por ti…
- Quem te viu e quem te vê! (Atirei com ironia) Que obra-prima te pode prender assim toda a atenção que nem olhas aquela boazona de mini-saia que entrou agora no café? Estás doente?
- Não, pá! Estou a preparar-me para a formação de primeiros socorros para animais de companhia que vai decorrer no próximo Domingo na Baixa e que será prestada pelos Bombeiros de Valongo.
- Ai sim? Nem sabia…
-Não sabias, como? Então se esta formação é aconselhada pela APBC, Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra, aos comerciantes?
-Tens a certeza?
-Claro que tenho! E tem lógica! Se os comerciantes estão mortos, faz todo o sentido, ao menos, salvar os animais! É ou não é?

APBC RECOMENDA AOS COMERCIANTES FORMAÇÃO PARA ANIMAIS

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Em informação recebida por e-mail, a Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra recomenda a Formação de primeiros socorros para animais de companhia que será prestada pelos Bombeiros de Valongo e irá decorrer no próximo Domingo, das 14 às 19h00, no estabelecimento Pet & Tea, na Rua João Cabreira.



EDITORIAL: A OPOSIÇÃO NÃO ESTEVE BEM A DEFENDER O FUTURO DA BAIXA

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(Imagem do Notícias de Coimbra)







É por estas e por outras que, visando a alternância
do poder, a esperança num amanhã melhor cada vez
se perde mais no horizonte.

Segundo os jornais diários de hoje, ontem na reunião do executivo municipal, a oposição chumbou residência para estudantes na Rua do Brasil, no antigo edifício da EDP, ao fundo do Parque Dr. Manuel Braga.
Citando o Diário as Beiras, “Seis vereadores do executivo municipal de Coimbra chumbaram ontem o projecto de loteamento que previa a instalação de uma residência de estudantes ao início da rua do Brasil. A proposta apresentada pela empresa WPC Coimbra Unipessoal, LDA, indicava que, no antigo edifício da EDP, iriam surgir 349 unidades para alugar a estudantes universitários. O investimento previsto era de 20 milhões de euros e seriam repartidos por um fundo norte-americano e um fundo espanhol.
O motivo da discórdia prendeu-se com a proposta apresentada pelos serviços da autarquia e que dispensava o promotor do cumprimento de dotação de estacionamento. A existência, nas imediações de dois parques de estacionamento públicos foi uma das razões invocadas para a apresentação desta proposta (…). (…) O desaconselhamento do município para a criação de lugares de estacionamento ao longo do lote com frente para a via pública; o tipo de utilização pretendida (residência de estudantes) e a sensibilização que este tipo de equipamento teria para que os estudantes usassem transportes públicos são outras das referências dos serviços da autarquia e que foram, amplamente, explicadas por Sidónio Simões” (engenheiro do Gabinete para o Centro Histórico).
Sem pretender retirar competência à oposição, que com outra análise baseada em dados pode comprovar os factos e chumbou em bloco o projecto, tendo em conta a necessidade de alojamento de luxo para estudantes na cidade e acima de tudo a vinda de mais residentes para a Baixa com algum poder económico, não me parece que estivesse muito bem. Mesmo argumentando que o seu veto teve em conta somente a defesa do interesse dos munícipes. Sobretudo invocando a construção de estacionamento quando, em frente, estão dois parques públicos a pagar.
Podem a coligação Mais Coimbra, a CDU e o movimento Somos Coimbra argumentarem que o chumbo de uma proposta privada de vinte milhões se deveu à salvaguarda do interesse público mas custa a entender.
Levando em conta que a oposição no hemiciclo tem consciência do estado anémico em que se encontra o Centro Histórico, comercialmente, na hotelaria e desertificação de residentes, às vezes custa a compreender certas tomadas de posição por parte dos eleitos com assento parlamentar.
Só para exemplificar, recordo há cerca de dois anos e meio o voto de Pedro Bingre do Amaral, vereador em representação do movimento Cidadãos por Coimbra, que permitiu a aprovação de mais estacionamento para uma média superfície na margem esquerda na Guarda Inglesa – especialmente quando o discurso do seu agrupamento político era, na altura, a defesa do comércio tradicional. E mais: também em 2013 votou favoravelmente, por unanimidade ao lado dos seus compartes, o Estudo de Impacte Ambiental referente à instalação da nova grande superfície IKEA, no Planalto de Santa Clara, e que iria nascer sobre um terreno onde foram cortados ilegalmente sobreiros cuja lei prescreve a proibição de edificação durante 25 anos. Isto levou-me a escrever uma carta aberta ao vereador Ferreira da Silva. Ainda que justifiquem não convencem.
É por estas e por outras que, visando a alternância do poder, a esperança num amanhã melhor cada vez se perde mais no horizonte.
Afinal, a oposição quer ou não a revitalização da Baixa?




segunda-feira, 8 de outubro de 2018

BAIXA: O “NOSSO” MANUEL MENDES FEZ ANOS




O nosso prestigiado e reconhecido colega das lides comerciais, Manuel Mendes, com três estabelecimentos com o mesmo nome na Praça do Comércio e outro na Rua dos Combatentes, o Kilo Americano, todos dedicados à decoração para o lar, comemorou ontem 87 anos. Muitos parabéns! Se posso escrever assim, são os desejos de todos os comerciantes da Baixa de Coimbra.
Nascido em 1931 numa família de cinco filhos onde o bichinho do comércio era o sangue que corria nas veias e artérias e alimentava o coração da prole, nem o facto de a economia mundial se encontrar em profunda depressão – originada pelo “crash da bolsa”, em que os valores cotados na Bolsa de Nova Iorque caíram a pique e, com essa queda abrupta, ter desencadeado uma crise mundial – levou a que o velho Mendes, o progenitor do agora homenageado, deixasse de incentivar o seu rebento a seguir as suas pisadas logo a seguir aos estudos básicos.
Decorria o ano de 1946 quando, com 15 anos de idade, começou a trabalhar no número 99 da antiga praça velha, no estabelecimento familiar.
Quis o destino que seu pai, o timoneiro do negócio, adoecesse precocemente e, por este facto anómalo, fosse empurrado ainda novo para o leme do barco mercantil. Apesar dos tempos difíceis que se viviam em Portugal, sobretudo com o rebentamento da guerra nas ex-colónias, o jovem Mendes, então com 33 anos, sonhador e com grande sensibilidade para a nobre arte de negociar, balouçava entre atirar-se para novos projectos na área do desporto ou na decoração de interiores. Como o gosto pela segunda tocava mais fundo e era uma paixão, acabou por enveredar num longo caminho que até hoje, apesar das dificuldades que todo o comércio a retalho atravessa, ainda não se arrependeu.


O COMÉRCIO TRADICIONAL VISTO PELO OLHAR DE UM VETERANO


As grandes superfícies comerciais são as grande causadoras da morte da decoração de interiores e de vários ramos do comércio tradicional. Prometem muitos empregos mas depois vê-se que não é assim. O grande empregador foi sempre o comércio tradicional” - enfatiza Manuel Mendes numa conversa que, pelo gosto em ouvir, me deu muito prazer.
Você já viu o Leroy (Merlin)? Tem tudo! Não é barato! Tem é mais quantidade que qualquer loja. Tem stocks brutais!
O comércio está muito enfraquecido! Os comerciantes, no geral, perderam a capacidade financeira. O comerciante está desmotivado e afogado em dívidas. O comércio de rua continua a perder qualidades. Hoje a concorrência está em roda livre. Estamos subjugados ao grande capital Global. O pequeno comerciante não pode competir.


E COMO VÊ A BAIXA, SENHOR MENDES?


Vejo o futuro da Baixa muito complicado. Um dos muitos problemas é o estacionamento a pagar, porque afasta os clientes. Outro ainda foi a saída das lojas-âncora da zona histórica.
Para a Câmara Municipal de Coimbra o comércio não tem qualquer registo de importância.
A Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra tem feito um bom trabalho para trazer pessoas para a Baixa, mas para o comércio, especificamente, traz pouco retorno.
O metro ligeiro de superfície é fundamental para o desenvolvimento da Baixa. Estou muito esperançado. Se for concretizado, vai haver uma mudança muito grande nesta zona.
Para inverter a actual situação é preciso haver menos casas abertas mas de melhor qualidade - e aqui estou a incluir o comércio e a indústria hoteleira. A maioria não tem qualidade.
Por outro lado, há uns anos falei com o engenheiro Craveiro (João Paulo Craveiro) e ele defendia uma tese que eu não concordei. Dizia o engenheiro que, devido ao facto de algumas ruas serem muito estreitas e impedirem o sol de entrar, se a oportunidade surgisse, era preciso que a autarquia adquirisse e mandasse demolir alguns quarteirões com prédios centenários para construir ilhas onde a luz entrasse e evitasse o cheiro fétido que se respira por vezes. Hoje, passado algum tempo, concordo inteiramente com ele. Repare o que se fez no Largo do Romal. Há cerca de cinquenta anos mal se respirava. Alguns edifícios foram abaixo e hoje, como vê, está lindo.
Estou muito feliz por ainda estar a trabalhar diariamente nas lojas. Cumpro três horas de manhã e outras três durante a tarde.
Nunca atropelei ninguém. Fiz sempre o mais correcto com a concorrência. Por isso tenho muitos amigos. Nas minhas lojas foram muitos os comerciantes que ali tiraram o curso.”