domingo, 27 de junho de 2010

BOM DIA PESSOAL...

(Imagem da Web. Momento em que eu tentava resolver a má vontade do bicho)







Olá cambada! Bom dia, tropa danada. Isso é que foi sofrer. Estou a ver que estão magritos…e essas rosáceas negras em torno dos olhos. Ai coitados! Como vocês estão deprimidos! Não sabia que fazia tanta falta! Como é que eu poderia saber? Lá fora, na “estranja”, isso eu sei que sou muito importante, agora cá na pequena leira não sabia. Não sei se se lembram –se calhar não-, mas fui em missão ao Médio-Oriente, por causa da guerra instalada entre os vizinhos Israel e Palestina. Sobretudo por causa do bloqueio à Faixa de Gaza. Foi o meu amigo Barack Obama, não sei se conhecem –bem como eu, é claro que não!- é aquele gajo que manda nos States. Então, com uma grande cunha, do Ban Ki-Moon, aquele tipo da Nações Unidas –se calhar não estão a ver-, que andou comigo na tropa em Estremoz, pronto, não tive coragem para dizer que não, e tive de ir.
Fartei-me de andar a correr o deserto, pela luz dos meus olhos. Tenho os meus pés todos esfoladinhos e cheios de calosidades. Também tive azar, é certo. Encontrei-me com o presidente de Israel, o Shimon Peres, não sei se conhecem –se calhar não, bem, como eu é evidente que não!-, e então ele aconselhou-me a andar de camelo para passar despercebido, não fosse o Hamas confundir-me com um sionista e…pumba! Era mais um para a estatístisca. E eu assim fiz. Em Tel Aviv, que é uma cidade muito ao meu jeito, assim para o liberal, não sei se estão a ver, dei uma volta e desloquei-me a Jaffa, que está anexada à grande cidade moderna. Jaffa é assim uma urbe mais antiga, com ruas em forma de labirintos, e lá entrei num beco, e, depois de muito negociar com o vendedor, lá comprei um dromedário. Pareceu-me ter bom aspecto o raio do bicho, e, em conversa com os meus botões, até achei que tinha feito bom negócio. O vendedor tinha assim um ar de atrasado. Lá iniciei a viagem através do deserto, em direcção à Síria, para ver se tinha uma conversa com o meu amigo Bashad Assad, é o presidente da Síria, não sei se conhecem –se calhar não. Então não é que o meu transporte gripou ao quilómetro 31? Pois então! Não é que o raio do camelo arreou que parecia coisa má? Pois foi! Claro que deu logo para ver que eu tinha sido enganado pelo mercador de calabrês. Bem tentei convencer o animal a continuar a viagem, mas qual quê? Claro que ele não falava, mas, como eu sou muito inteligente, vi logo que o gajo não gostava de mim. Às tantas até me confundiu com algum comunista, sei lá! Eu seja ceguinho se, por analogia, não pensei cá com os meus botões: “é pá!, esta má vontade do raio do “bolsas”, faz-me lembrar Cavaco Silva quando, não comparecendo nas exéquias de Saramago, invocou que estava de férias. Será que o “quatro patas” me confundiu? Isso não sei. O que sei é que fartei-me de comer areia, passar sede que nem um rato do deserto, estou para aqui mirradinho que pareço um pepino conservado em vinagre.
Resumindo, para minha sorte, ontem tinham chegado a Israel um grupo de deputados do Parlamento Português que se iam encontrar com o meu amigo Shimon Peres. Pode ser que eles consigam a paz lá para o conflito. Com o desastre que me aconteceu nem pude trazer uns “regalos” para vocês. Estou tão chateado, palavra. Quer dizer, eu trouxe os bolsos cheios de areia, mas calculo que não querem. Desculpem lá! Mas o que interessa mesmo é que eu, apesar do falhanço da viagem, estou cá. É ou não é?

1 comentário:

Sónia da Veiga disse...

É!

Seja bem-vindo e a areia pode sempre ser posta em frasquinhos e vendida como "souvenir"!!!
Mas que o frasquinho seja de fabrico nacional e, idealmente, de vidro reciclado!