Contrariamente ao que seria previsto numa manhã muito fria, hoje, cerca das 11h00, por volta de uma centena de pessoas marcou presença junto à Extensão de Saúde de Luso para protestar contra a falta de prestação de serviços médicos.
Aparentemente com um quadro preenchido por vários médicos, até há poucos meses a funcionar cinco dias por semana, subitamente com a aposentação de um clínico, sem explicação racional que o fundamente, o serviço aos cerca de 2800 utentes passou a ser fornecido apenas nas manhãs de Segunda e Quarta-feira.
E COMO CORREU?
Com organização, não declarada oficialmente, de Óscar Carvalho, ex-candidato pela CDU à Assembleia de Freguesia de Luso, e Isabel Cristina Alves, também representante da Coligação Democrática Unitária, seria esta cidadã a tomar o megafone e a ler um extenso rol de queixumes a justificar a chamada para a concentração popular.
Sem cartazes ao vento, sem coro mandado de vozes a unir os presentes a favor do protesto, com bastante simplicidade e pureza, com o canal generalista TVI e o canal por cabo CNN Portugal a cobrirem o evento em directo e vários meios de informação em diferido como os jornais online Notícias de Coimbra e Bairrada Informação, para os promotores a concentração não poderia ter corrido melhor.
Como era de prever, a Câmara Municipal esteve muito bem representada por António Jorge Franco, presidente da autarquia, que optou por uma presença discreta e apenas visível quando solicitado pela Comunicação Social, e Ricardo Santos, o novo vereador recentemente empossado no lugar de Gil Ferreira, e Carlos Calhoa, vereador sem pelouro com assento no executivo a simbolizar a oposição em representação do Partido Socialista (PS).
Também Claudemiro Semedo, presidente da Freguesia de Luso, e membros do seu executivo marcaram uma sublinhada presença em apoio aos fregueses.
Também estiveram presentes vários deputados à Assembleia Municipal, quer do Movimento Independente Mais e Melhor, ganhador das últimas eleições, quer do PS.
UMA LIÇÃO A RETER
Tudo indica que o que parecia irresolúvel até ontem, de repente, hoje, com uma manifestação popular de uma centena de pessoas, o que dá a parecer é tudo estar resolvido e ultrapassado.
Este modo de proceder faz-me lembrar um velho ditado: “Deus dá dificuldades a quem crê ter força para as resolver”. Ou seja, é como se para se conseguir manter alguma coisa, através de provações várias, ter de demonstrar que a merece.
Ora este comportamento cada vez mais usado e viciado de algumas direcções regionais – como é o caso desta Administração Regional de Saúde do Centro -, em representação do Governo, dá que pensar. Parece que deliberadamente, com uma política de gestão pouco clara, fecham as portas ao poder municipal eleito democraticamente em representação para sabotar a sua acção junto das populações e depois, metendo os pés pelas mãos, aparecem a tapar buracos como salvadores do povo.
Por outro lado, também é uma lição para os cidadãos. Se querem mesmo manter algumas grandes conquistas de Abril, como é o SNS, Serviço Universal de Saúde, cada vez mais terão de estar prontos a, solidariamente, a acorrer a defender problemas dos vizinhos. Hoje por eles, amanhã por nós. Habituem-se!