segunda-feira, 30 de agosto de 2021

MEALHADA: NÓS POR CÁ… VAMOS OUVINDO E COMENTANDO (2)

 





Com o tempo a encurtar para para a realização das próximas eleições autárquicas, que irão ocorrer no próximo 26 de Setembro, no Concelho da Mealhada as seis forças políticas candidatas à Câmara Municipal, que se apresentam a escrutínio, aparentemente, parecem manter-se calmas e sem preocupações de maior.

Como se sabe os candidatos ao executivo são os seguintes: o Movimento Mais e Melhor (MMM), com António Jorge Franco a liderar; a coligação Juntos pelo Concelho da Mealhada (JPCM), com Hugo Alves Silva como timoneiro; o Partido Socialista (PS), com Rui Marqueiro, candidato repetente, como cabeça de cartaz; o Bloco de Esquerda, com Gonçalo Melo Lopes no leme; a coligação CDU, Coligação Democrática Unitária, com João Marques como capitão de equipa; e o CHEGA, com Nélida Marques, a única mulher a aspirar à cadeira do poder municipal.

Como escrevi em anterior apontamento, destes seis aspirantes, constituindo o grupo dos alinhados, apenas três se posicionam para ganhar a majestática cadeira do poder, respectivamente o MMM, o JPCM e o PS.

Noutro grupo, chamemos-lhe de desalinhados, lado-a-lado, correm o Bloco de Esquerda e a CDU. Taco-a-taco, ambos no actual magistério contam com um deputado eleito na Assembleia Municipal, o Bloco de Esquerda com Ana Luzia Cruz e a CDU com João Manuel Couceiro, rivalizam para, no máximo, eleger um vereador ao executivo, no mínimo, inscrever mais um deputado na Assembleia Municipal.

Um e outro sabem que, no limite, para a vereação só um deles poderá conseguir eleger. Mas ambos podem almejar uma dupla de deputados para a Assembleia Municipal.

Com uma representatividade eleitoral num Concelho, até agora, fixado de pedra e cal nas hostes socialistas e pouco virado para aventuras à esquerda do PS, o seu resultado em votos na urna é muito similar - em 2017 o Bloco teve 632 votos e a CDU conseguiu 617 -, estas duas forças políticas sabem que o seu bom resultado esperado reside em dois factores: nos jovens, que vão votar pela primeira vez nestas eleições, e na abstenção, que só baixará com muito suor e proximidade dos eleitores.

Pelo que me é dado apreciar, parece-me que os comunistas estão mais empenhados em divulgar a sua mensagem, quer através da Internet, quer junto das populações.

E num terceiro grupo, chamemos-lhe solitário, constituído por uma única agremiação, inscreve-se o partido Chega, com Nélida Marques.

Sem orçamento inscrito para gastos de campanha, sem comunicação da cabeça-de-lista com os eleitores, praticamente sem fotos da candidata e sem propostas visíveis na página do CHEGA/Mealhada, será muito difícil este partido deixar um rasto de recordação para as próximas eleições de 2024. É certo que a intenção é mesmo, sem grandes alardes de contorcionismo, espetar uma bandeira do partido no Concelho, uma espécie de mandar o barro à parede e ver o que dá. Parece que este partido, endeusado em André Ventura, procura passar a mensagem a toda a força do seu líder nacional e está pouco preocupado com a candidata local. Ou é o contrário? No caso, será a candidata, que sem ligar muito ao lugar que ocupa, se está nas tintas para o CHEGA?


domingo, 29 de agosto de 2021

MEALHADA: NÓS POR CÁ…VAMOS OUVINDO E COMENTANDO (1)

 




A menos de um mês das eleições autárquicas, que vão decorrer no próximo 26 de Setembro, o ambiente nas oficinas de material de guerra das forças concorrentes continua calmo. É certo e sabido que as espadas já foram todas desembainhadas e o fio de corte testado. Na logística, na organização, é que o stress é maior. Fazem-se contas de sumir e somar, estendem-se cenários em cima da mesa como de mapas militares se tratassem. Ao pormenor, analisam-se os últimos vinte anos de sufrágio no Concelho e, apelando aos especialistas, traçam-se planos para combater o grande inimigo silencioso, a abstenção, e a forma de a abater.

Para sete lugares de vereadores elegíveis no executivo, entre seis agremiações candidatas à Câmara Municipal, três alinham-se na linha de partida, qualquer uma com espírito e esperança de ganhar:


- O Partido Socialista (PS) com Rui Marqueiro, veterano e vencedor das duas últimas maratonas, realizadas em 2013 e 2017, e que, mais uma vez, se apresenta em público para repetir o feito e ostentar novamente a coroa de louros. Marqueiro, do alto da sua experiência autárquica, sabe que, por várias razões, sanitárias, sociais e políticas, este é um tempo imprevisível e nada comparável aos anteriores. Mesmo não sendo presciente, adivinha que, desta vez, não vai ser fácil ganhar, quanto mais repetir a maioria absoluta com quatro vereadores. Do seio do seu partido, a provocar uma cisão, emergiu uma liderança de ex-socialistas, descontentes e com contas para acertar com o situacionismo, que lhe pode desviar metade do eleitorado. Uma coisa é certa: ganhe ou perca, Marqueiro sai por cima deste pleito eleitoral. Goste-se ou não das sua políticas para o Concelho, tem de se lhe atribuir créditos pela coragem e teimosia em não se deixar abater;


- A coligação Juntos pelo Concelho da Mealhada (JPCM), formada pelos partidos PPD-PSD/CDS-PP/ MPT/PPM/IL, como se sabe, apresenta Hugo Alves Silva. Repetente na candidatura, concorreu em 2017 e, sendo eleito, conquistou três lugares na vereação.

Tal como Rui Marqueiro, arranhando na cabeça e franzindo o sobrolho, fazendo contas à vida, sabe que as coisas tanto lhe podem correr bem como o seu contrário. Tal como o PS, embora menos pessoalizado, Hugo tem um “inimigo comum: o Movimento Mais e Melhor, liderado por António Jorge Franco.

Este movimento, constituído por independentes e simpatizantes de outros partidos, ideologicamente situado à esquerda do JPCM, de Hugo, e à direita do PS, de Marqueiro, é o que se chama no seu posicionamento ideológico variado de oportunista, isto é, para além dos seus indefectíveis, inevitavelmente, vai roubar votos à esquerda, do PS, e à direita, do JPCM.

E Hugo Silva está bem ciente deste problema.

Se a Ciência Política fosse exacta e assentasse em rácios anteriores e factores de continuidade, teoricamente, considerando a mesma percentagem na abstenção, o JPCM sairia vencedor destas eleições. Acontece que não é assim, e contrariando 2017, com o executivo polarizado em duas forças, desta vez podem ter assento três ou até, no limite, quatro agentes partidários no executivo. Ora, a acontecer este plano, a ambição de Alves Silva fica mais diminuída e refém do executivo a formar.

De qualquer modo, seja qual for a posição conseguida pela coligação, nada há a apontar a Hugo Alves Silva. Num Concelho onde o PSD é uma espécie de manta de retalhos e onde, parece, há mais setas envenenadas do que abraços de amizade, Hugo faz o que pode… e “quem faz o que pode, faz o que deve”, dizia Miguel Torga.


- O Movimento Mais e Melhor (MMM), liderado por António Jorge Franco, dos três concorrentes ao pódio, é o que mais treina diariamente no contacto com a pista, como quem diz, no toque pessoal com o público, na Internet e na captação de votos. Falta de esforço e transpiração ninguém lhe pode apontar.

Das três forças em presença posicionadas para a vitória, o MMM, ganhe as eleições ou fique em segundo ou terceiro lugar, como não tem dados comparativos anteriores, partindo do zero, será sempre considerado vencedor.

Com elementos na sua equipa conhecidos no Concelho, esta força política, entre os três adversários, pode surpreender.


Como nota final negativa, a meu ver, a maioria dos concorrentes está a deixar o contacto pessoal com a população de lado e apostar praticamente tudo na divulgação digital, através da Internet. Qual será a percentagem de info-excluídos no Concelho da Mealhada? 60%? 70%? É assim que se combate a abstenção, que em 2013 foi de 49,48% e em 2017 foi de 48,6%?

É verdade que já tivemos debates na Rádio Pampilhosa, mas o som deixou muito a desejar. Esperemos que nos próximos embates radiofónicos a coisa flua mais e melhor a qualidade sonora.

Não estaria na altura de serem marcados (e realizados) debates entre todos todos os candidatos, à Assembleia de Freguesia, à Assembleia Municipal e à Câmara Municipal? E que tal se fosse no Cine-teatro Messias?


(Para não tornar esta crónica demasiado longa, brevemente, voltarei a este assunto para falar dos outros concorrentes)


sábado, 28 de agosto de 2021

MEALHADA: O IMPROVÁVEL TRAMBOLHO

(Imagem de Leonardo Braga Pinheiro)
 




Por hoje ser Sábado, de manhã, o dia mais disponível do fim-de-semana para as famílias, a média-superfície, com as pessoas a atropelarem-se umas às outras, estava a abarrotar de clientes. Não havia carros de compras vazios e acessíveis. Com alguma sorte, eu e a minha mulher, arranjámos um abandonado num canto do exterior.

Como a escolha de produtos para adquirir e comparação de preços cabe por inteiro à minha consorte, como um bom servidor, dócil e compreensivo, atrás da patroa, sem abrir a boca, não vá ela pensar que estou a imiscuir-me em assuntos do seu ministério, limito-me a conduzir o pequeno veículo parecido com um berço de bebé - é curioso como nestes pontos de venda, onde a sociologia e a psicologia de massas são estudadas ao pormenor, subrepticiamente todos os consumidores são tratados como infantes, com apelos à compra que mais lhes interessa, com promoções e descontos anunciados previamente através de mensagem para o telemóvel, acabamos todos a fazer o que eles querem. Ali, naquele porto de importação e exportação consumista, salvo excepções de isolamento masculino, quem manda são as mulheres e as crianças. O homem acompanhante é uma espécie de jarra florida num altar.

Como sempre faço, enquanto conduzo por entre corredores e montanhas de bens alinhados ao milímetro, distraio-me a avaliar comportamentos. É o anafado que vai adquirir umas garrafas de Coca-cola, é o cara de bebedolas que pede meças a um bom vinho de uma dezena de euros por garrafa, é a grávida que, antecipando o nascimento que se avizinha, mexe e remexe nos brinquedos.

Foi então que mesmo à minha frente vi um sujeito, tipo calmeirão, quarentão, de porte atlético e com roupas desportivas, bater com o carro de compras contra um expositor de latas de refrigerantes. Sentindo-se como libertas daquela presumível prisão, os pequenos canudos refrigerantes, espavoridos, saltaram cada um para seu lado. Era de supor que o homem, perante o acidente provocado por si se debruçasse para apanhar algumas latas e as colocasse no sítio onde se encontravam anteriormente. Mas nada fez, nem nada disse. Impávido e sereno, manteve o seu passo caótico e destrambelhado noutra direcção, como se nada tivesse acontecido.

Perante aquele acto de vandalismo leve e deficiente formação, dei por mim indignado. E fiquei a balouçar entre o chamo-lhe a atenção para o reparo e o/ou não chamo? Se o fizesse corria o rico de ser maltratado verbalmente. Se ficasse quieto apenas como espectador passivo, tenho a certeza, ficaria a remoer no facto de que é a indiferença colectiva, que toca todos e nos responsabiliza, que faz com que cada um, como qual, prevarique a seu modo e não respeite as mais elementares leis da moral que nos devem conduzir no dia-a-dia.

E fui ter com o gabiru: o caro amigo desculpe, mas não entende que deveria ter apanhado as latas que deitou abaixo e deixou espalhadas no chão? O senhor, que já tem alguma idade, com a sua forma de ser e estar, é um exemplo para os mais novos. Acha que fez bem? - interroguei.

Olhando para mim com olhar de surpresa, titubeante, respondeu: “há aí muita gente para apanhar. Claro que fiz bem!”


sexta-feira, 27 de agosto de 2021

AGRADECIMENTO DE PARABÉNS

 

(Imagem da Web)



Ontem comemorei os meus 65 anos. Porra, como estou velho, cansado e entradote! Cada vez que olho o espelho mais me confundo com o meu falecido pai. A expressão “quem te viu e quem te vê” não deixa de me atormentar diariamente. Os esquecimentos são constantes.

Claro que, obviamente, nem tudo é mau. Aqui, do ponto deste novo estádio, retiro algumas ilacções: uma delas é que já tenho idade para ter juízo. Outra, é que, para todos os efeitos legais, sou oficialmente idoso. Com prerrogativas positivas, como se voltasse a ser criança, passei a pagar meio-bilhete nos comboios da CP. Outra ainda, tenho esperança que, em face da minha vetusta idade, alguém se levante para eu me sentar, e numa comprida fila me dêem a vez como se eu fosse uma mulher grávida. Outra ainda, tenho esperança que, pelo facto de ser velhote e me julgarem vulnerável, não me ofereçam pancada sempre que eu reclamar qualquer coisa.

Mas não só coisas boas. Também há coisas assim assim. Por exemplo, quando chegamos a esta parte do calendário e, começando a olhar para o fim da nossa caminhada, damos conta que já nos resta menos tempo do que aquele que já percorremos, deveríamos ter direito a créditos obtidos anteriormente e que nos permitisse prolongar a vida.

Esta coisa de não sabermos quando vamos morrer é uma grande chatice, aliás, esta indefinição existencial é anti-económica. Como nada se sabe sobre a data de validade, naturalmente, joga-se pelo seguro e começa-se a evitar e a adiar cada vez mais iniciativas e trabalho. O ditado de “não deixe para amanhã o que pode fazer hoje”, usado até aqui, passa a ser invertido para “deixe-se para amanhã ou quando calhar e evite-se fazer hoje”.

E comecei a escrever esta pequena crónica apenas para agradecer todos aqueles que se voluntariaram a parabenizar-me.

Tive o cuidado de, respondendo a todos, ler todas as mensagens individualmente. Se falhei algum as minhas desculpas.

Devido às restrições obrigatórias da Direção Geral de Saúde, ainda não foi este ano que tive possibilidade de dar uma grande festa a todos os meus amigos e conhecidos. Estas regras são mesmo uma grande chatice. Quer uma pessoa oferecer um lauto jantar a umas centenas de pessoas e, vai-se ver, não pode. Isto é mesmo um atentado à liberdade individual. E como eu estou mesmo pesaroso! Ora bolas! As minhas desculpas. Talvez para o ano, esperemos que sim, e que as coisas sejam diferentes.


domingo, 22 de agosto de 2021

MEALHADA: SE EU FOR PRESIDENTE… (6)

 



Num tempo de após-pandemia, esperemos que assim seja, para conhecer melhor os candidatos à Câmara Municipal de Mealhada nas próximas eleições autárquicas, em 26 de Setembro, em nome da página Mealhadenses que Amam a sua Terra, propomos aos participantes responderem a algumas questões que consideramos elementares. Depois de Hugo Alves Silva (Juntos pelo Concelho da Mealhada); António Jorge Franco (Movimento Mais e Melhor); João José Pereira Marques (CDU, Coligação Democrática Unitária); Gonçalo Melo Lopes (Bloco de Esquerda) e Rui Marqueiro (Partido Socialista), apresentamos a sexta e última concorrente à Câmara Municipal, no caso, Nélida Christine Gomes Marques, em representação do partido CHEGA.

Com 49 anos, divorciada e com um filho, reside na freguesia de Barcouço desde 1980.

Frequentou a licenciatura de Relações Internacionais na Faculdade de Economia de Coimbra. Possui experiência na área do atendimento ao público, nas áreas da Restauração e Turismo a nível nacional e internacional, bem como a nível de vendas. Tem várias formações a nível de Idiomas, Formação, entre outros.

Pretende romper com o “politicamente correcto”. Quer ser a voz de todos aqueles que estão inconformados e que defendem um Concelho com diferentes oportunidades.

Às perguntas por nós formuladas, vamos ler as respostas de Nélida Marques, a única candidata mulher à Câmara Municipal, que, nestas eleições autárquicas, quer alterar o situacionismo.


Mealhadenses que Amam a sua Terra (MAST): Como é a Nélida Marques no dia-a-dia?


Nélida Marques (NM): O meu dia-a-dia é corrido, sou pessoa ativa, de carácter vincado e personalidade forte, virada essencialmente para os valores familiares e para a minha família.

Para mim, a minha família é tudo pois priorizo os valores familiares e sou muita grata a Deus pela família que tenho.

Gosto de estar sempre em movimento, praticar algum desporto, nomeadamente ginástica e caminhadas.

Gosto de conviver socialmente, sou pessoa comunicativa e como tal, adoro conviver, trocar ideias e aprender também com as pessoas, a vida é uma escola e estamos sempre a aprender.


MAST: O que desencadeou em si a necessidade de ser candidata no Concelho em representação do Partido Chega?


NM: Tendo a consciência das necessidades reais do nosso Concelho e a constante insatisfação da população perante tamanha inércia política e social, fez-se imperioso que eu aceitasse o convite por parte da Comissão Política da Distrital de Aveiro, convite esse ao qual muito me honrou e que eu resolvi aceitar para a candidatura à Câmara da Mealhada.

Como já referi anteriormente, há setores da actividade económica e social que precisam urgentemente de ser dinamizados, precisamos de uma Mealhada moderna, sustentável e desperta para uma nova realidade, o mundo está a mudar e a mudar muito rapidamente e nós precisamos de estar preparados para enfrentar novos paradigmas.


MAST: Sem orçamento aprovado para os gastos de campanha no Concelho que promete defender no Executivo, se for eleita vereadora, a que santa(o) já fez uma promessa para as coisas lhe correrem de feição?


NM: Deus e os Santos de nada tem a ver com esta eleição. No CHEGA estamos habituados a encarar as situações de frente, sem medos, sem preconceitos e sem tabus. Onde normalmente as pessoas vêem dificuldades nós vemos oportunidades, pelo que independentemente da aprovação do orçamento iremos usar aquilo que tivermos à nossa disposição para dar o melhor às pessoas do concelho, e mostrar que é possível fazer política de forma diferente, melhor e em benefício de todos e não só de alguns.


MAST: Em número de votos conquistado ao eleitorado mealhadense, o que é para si um bom resultado? E mau?



NM: Para nós, o mais importante é, efetivamente, dar voz àqueles que não o conseguem, é contribuir para os desafios que se apresentam sejam concretizados em prol das pessoas. Qualquer resultado será bom para nós, uma vez que estamos presentes também neste maravilhoso Concelho que tantas potencialidades tem e teremos muito gosto em poder ajudar as pessoas de alguma forma; o voto é o meio pelo qual as pessoas têm para se manifestar e tentar a mudança, é um direito adquirido ao qual não devemos descurar. Queremos representar todas as pessoas que desejem mudança, acabar com práticas menos boas que tem vindo a ser feitas.

Portanto, qualquer número de votos para nós será bom nesse sentido.


MAST: Ao que tudo indica, historicamente, o Concelho da Mealhada é, ou parece ser, fortemente de pendor socialista. Que estratégia pretende utilizar para chegar aos “descontentes” e derrubar essas barreiras invisíveis que, no fundo, por falta de esclarecimento político julgo conduzir a um fenómeno de mimética, imitação?


NM: Acabar com práticas políticas menos favoráveis à população, que tanto nos prejudica e que se tem verificado há bastante tempo. O senhor trabalha, todos nós trabalhamos, acha justo que os impostos que nós pagamos sirvam para engordar as contas bancárias de quem está no poder?

Cada vez mais pessoas me abordam descontentes com a situação que vivemos no nosso concelho, estão mais conscientes e de olhos abertos para aquilo que não está a funcionar e isso é um sinal evidente que acordaram para a realidade.

O sistema está mergulhado em práticas que em nada vão de encontro a quem realmente contribui para a economia, em contrapartida, dá a mão a quem nada faz, vive dos nossos impostos e ainda consegue acabar com o País.

Penso que está tudo dito.



MAST: Entende que o município de maioria socialista ao encetar o processo de alteração de Barcouço de aldeia para vila já estava à espera de uma candidatura e fez uma jogada de antecipação? Concorda com a elevação a vila? Ou pensa ser mais lógico agregar Barcouço, tal como está, ao distrito de Coimbra?


NM: Barcouço é uma freguesia pertencente ao distrito de Aveiro, não faria sentido agregá-la ao distrito de Coimbra.

Segundo os dados de 2011, tem uma população de quase 2200 habitantes e embora possua uma variedade de serviços essenciais à sua população, não considero, no entanto, ter as condições necessárias para a elevação a Vila uma vez que não tem população suficiente que justifique essa posição.

Seria, no entanto, um enorme orgulho para todos nós que a freguesia fosse elevada a vila, não temos dúvidas disso.

Essa é uma ambição de qualquer Município e penso que qualquer autarca terá essa meta como um dos objectivos para o seu Concelho.



MAST: Concorda com o actual mapa de freguesias Nacional? Se não concorda, se for eleita vereadora, vai bater-se no executivo para a extinção da União de Freguesias da Mealhada, Antes e Ventosa do Bairro e voltar à reposição antiga?


NM: A meu ver, defendo a reposição antiga pois de forma individual funcionava mais eficientemente, no entanto, e como podemos aproveitar as sinergias da junção das freguesias e dessa forma poupar dinheiro ao erário público, teremos que analisar com mais detalhe o que efectivamente está a ser feito e de que forma está a ser feito, para depois tomar uma posição definitiva sobre esse assunto.


MAST: Em termos de turismo, o concelho é uma manta de retalhos. Com a vila de Luso, que já foi bandeira azul nas recordações dos mais velhos, a apresentar-se a quem o visita como um desgosto ao primeiro olhar, e a vila da Pampilhosa com toda a sua degradada monumentalidade industrial do século XX e memória da ferrovia ao abandono.

Tenciona apresentar no seu programa de candidatura um roteiro promovido pela autarquia a envolver não só a Mata Nacional do Bussaco, as duas vilas, mas também as aldeias em torno da Mealhada, juntando o património construído, os recursos naturais, a actividade cultural, a gastronomia e os vinhos?


NM: Sem dúvida! Aliás, esse é um dos nossos projectos fundamentais para a dinamização do Turismo da Mealhada, nem só de Água, Vinho, Pão e Leitão se faz o nosso turismo; nós temos riquezas naturais infinitas no Luso, Bussaco, e em todas as aldeias envolventes no concelho, pretendemos, por isso fazer uso delas para a dinamização do turismo, resgatar fontes degradadas, património valioso que outrora funcionara como um museu temos a Villa Romana da Vimieira ou Cidade das Areias que fora identificada como um estabelecimento rural romano com uma ocupação compreendida entre os séculos I e IV D.C. segundo o Portal do Arqueólogo, da Direção Geral do Património Cultural (DGPC).

Neste espaço encontrava-se um espólio significativo dentro do qual podemos mencionar moedas do séc. II ao séc. IV. Escória, pesos de tear e duas “tegulae” (tipo de telha grande de rebordo, feita de barro) com marca "in planta pedis" também fizeram parte deste espaço, segundo o portal da DGPC.

Ora estando o espaço inativo, achamos por bem resgatá-lo, até porque está situado num trajeto onde está inserido o Caminho de Santiago, e conforme testemunhamos, até passou por nós um turista estrangeiro ao qual tivemos o prazer de cumprimentar. Portanto, este espaço terá mesmo de ser reativado e dinamizado aquele local.

Julgamos também, que a criação de passadiços, à semelhança de outros concelhos, farão também uma boa publicidade à Mealhada, atraindo não só jovens mas também famílias com filhos e que gostem do contacto com a natureza.

Temos de exportar o nosso turismo, temos de nos fazer conhecer ao Mundo, criar postos de trabalho; Portugal é um exportador de turismo, temos paisagens magníficas e há que absorver todas estas potencialidades.


MAST: Tenciona combater a desertificação das povoações em redor da Mealhada? Se sim, de que forma? Depois desta experiência do transporte flexível com recurso a táxis subsidiados, defende um sistema de pequenos autocarros, de ingresso e regresso, que chegue a todas as aldeias, vilas e cidade?


NM: Eu sempre defendi os transportes em autocarros pequenos e sustentáveis de e para a Mealhada. Todas as aldeias têm de ser merecedoras deste meio de transporte, bem sabemos que hoje em dia, quase todas as pessoas têm automóveis e podem se deslocar a qualquer hora, porém, também sabemos que há muitos idosos e até pessoas mais jovens que não tem carro, carta, e que não se podem deslocar facilmente para tratar dos seus documentos ou para fazer compras, tendo que pedir constantemente a vizinhos ou familiares para os levar, isso é inadmissível nos dias de hoje. Eu própria já testemunhei isso e dói-me ver que pessoas que descontaram uma vida inteira, agora necessitem e ninguém lhes dê a mão.

O êxodo rural tem muito a ver com estas situações. por falta de condições, temos a ambição de atrair mais investimento para o concelho criando mais postos de trabalho, atrair os jovens com a criação de mais estruturas desportivas, criar uma Cidade Inteligente e dinâmica.


MAST: Imagine que, neste momento de apreciação de programas e selecção individual do voto, me sinto inclinado a votar na coligação Juntos pelo Concelho da Mealhada, que, como sabe, agrega o PSD/CDS e outros partidos identificados com o centro-direita. O que tem a dizer para me convencer a votar no Chega, a agremiação que representa?


NM: Como já referi, nós queremos ser o veículo pelo qual todos aqueles que estando cansados do mesmo, do compadrio, daqueles que tudo fazem pelo bem deles e nada pelo bem das pessoas, possam ser representados e acarinhados. Queremos ser a diferença na vida das pessoas que estão revoltadas com o atual estado de coisas.

Há uma célebre frase que alguns atribuem a Albert Einstein, outros a Rita Mae Brown, mas que se calhar ainda é mais antiga: “Insanidade é continuar a fazer sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes”. Ou seja, como se pode esperar resultados diferentes se votarmos sempre nos mesmos?

A não ser que esteja satisfeito com a atual situação, então tudo bem, caso contrário nada terá que reclamar quando as coisas lhe desagradarem.


MAST: Nos últimos meses, no nosso Concelho, temos vindo a assistir ao eclodir de um fenómeno urbano mais próprio das grandes cidades, refiro concretamente o vandalismo. Há cerca de um ano, ainda sem apuramento por parte da Polícia Judiciária, foi o incêndio na sede da Escola de Samba dos Sócios da Mangueira. Entende que estamos perante um certo anarquismo rasteiro que sempre existiu numa sociedade conflituante entre o poder instituído e os governados ou, pelo contrário, estamos perante declarados atentados políticos que visam passar uma mensagem de revolta e descredibilização do actual executivo?


NM: O que tem acontecido é uma total falta de respeito pelas nossas forças de ordem e de autoridade, por falta de vontade política e por se exagerar no politicamente correto. Isso não se verifica só na Mealhada mas um pouco por todo o País, como ainda há bem pouco tempo vimos em Reguengos de Monsaraz. Os políticos não estão a agir de forma a dar o exemplo para que as pessoas respeitem as forças policiais, tendo inclusive o nosso Presidente dado um péssimo exemplo quando foi ao bairro da Jamaica tirar fotos com pessoas que tinham cometidos crimes, ao invés de ter visitado a esquadra de Polícia, e ter dado o seu apoio público a quem tenta manter a ordem na sociedade. Isto, além de criar um sentimento de impunidade nas pessoas, quase incentiva outros a fazerem o mesmo, pois sabemos que o pior que lhes pode acontecer é tirar uma selfie com o nosso Presidente. No futuro, e na Mealhada caso a minha candidatura seja vencedora, qualquer situação semelhante que aconteça será tratada de forma a levar às últimas consequências legais todas as pessoas envolvidas.


quarta-feira, 11 de agosto de 2021

MEALHADA: VERBAS PARA A CAMPANHA ELEITORAL AUTÁRQUICA

 

(Imagem, retirada com a devida vénia, à página do município no Facebook)




Foi ontem publicada pela ECFP, Entidade das Contas e Financiamentos Políticos, a lista Nacional de todas as agremiações concorrentes, Coligações, partidos e movimentos independentes.

No Concelho da Mealhada, com orçamento apresentado pelas forças concorrentes e aprovado pela ECFP, vão ser gastos (ou investidos, se preferirem) cerca de 110 Mil euros.


NÚMEROS ELENCADOS


Partidos:


Partido Socialista: 34.388,80 €

Chega: Não tem orçamento inscrito

Bloco de Esqueda: 4.051,26€


Coligações:


Juntos pelo Concelho da Mealhada: 32.000,00€

(PPD/ CDS/MPT/PPM/IL)

CDU: ……………………... 18.000,00€

(Coligação Democrática Unitária, PCP/PEV)


Movimentos de Cidadãos:


Movimento Mais e Melhor: 22.000,00€

segunda-feira, 9 de agosto de 2021

MEALHADA: SE EU FOR PRESIDENTE… (5)

 

(Imagem, retirada com a devida vénia, do notícias de Aveiro)



Num tempo de após-pandemia, esperemos que assim seja, para conhecer melhor os candidatos à Câmara Municipal de Mealhada nas próximas eleições autárquicas, em 26 de Setembro, em nome da página Mealhadenses que Amam a sua Terra, propomos aos participantes responderem a algumas questões que consideramos elementares. Depois de Hugo Alves Silva (Juntos pelo Concelho da Mealhada); António Jorge Franco (Movimento Mais e Melhor); João José Pereira Marques (CDU, Coligação Democrática Unitária); Gonçalo Melo Lopes (Bloco de Esquerda) apresentamos agora Rui Manuel Leal Marqueiro, candidato ao executivo pelo Partido Socialista (PS).

Com 69 anos, é o actual presidente da Câmara Municipal e apresenta-se a sufrágio para o terceiro mandato desde 2013. Antes deste período, foi presidente da Câmara Mealhadense entre 1989 e 1999, altura em que foi eleito deputado à Assembleia da República pelo PS.

De 2001 a 2013 foi presidente e vice presidente do Centro de Estudos e Formação Autárquica, em Coimbra.

Ingressou na Escola Primária em Antes no ano de 1958, freguesia onde reside. É licenciado em economia pela Faculdade de Economia do Porto.

Considera-se tímido, idiossincrasia que, através da genética, herdou do pai.

Tem por lema de vida: “só é derrotado quem desiste de lutar.

Como todos os políticos em exercício, amado por uns detestado por outros, apresenta-se ao grande combate autárquico com o mesmo entusiasmo de sempre.

É assim, Dr. Rui Marqueiro?




Mealhadenses que Amam a sua Terra (MAST): Como é o Rui Manuel Leal Marqueiro no dia-a-dia?


Rui Marqueiro (RM): Antes de responder quero corrigir dois dados que são apresentados na introdução.

Eu fui de facto vice-presidente e presidente do CEFA, e presidente da Fundação CEFA que se seguiu, e tudo isto se desenrolou entre os anos de 2001 e 2011 e não 2013 como aparece na referida introdução.

Tanto quanto posso relembrar eu vim para a escola primária da Antes em 1960, onde ingressei na terceira classe da então instrução primária.

De facto, apresento-me como candidato a Presidente da Câmara Municipal com o mesmo entusiasmo de sempre, sou dos que pensam que antes de passar o tempo a pedir ao Município o que pode fazer por mim, prefiro colocar-me à disposição dele para fazer por ele o que puder e souber.

Para quem se interessa por Ciência Política, sabe que este pensamento não é um original meu, mas que o adotei sempre como guia da minha vida política.


Sou um homem dedicado à família, muito reservado por timidez, bastante expansivo quando crio amizades, a quem sou muito dedicado.

São raras, mas muito verdadeiras e preciosas.

Adoro música, não tendo a mais pequena preparação musical, gosto especialmente de música clássica, de jazz, de música latino americana, e como quase toda a minha geração adoro os Beatles.

Gosto imenso de ler, tenho muita curiosidade por biografias de grandes Homens de Estado; há pouco acabei de ler a biografia de Mandela e neste momento comecei a ler a biografia autorizada do eng. António Guterres, que admiro muito.

Espero não escandalizar os mais ortodoxos ao dizer que li atentamente a biografia do Prof. Salazar da autoria do dr. Franco Nogueira, obra apologética, mas notável pelo esforço que constituiu e nos mostra o interior do Estado Novo e as suas insanáveis contradições.

Li muitas outras biografias, ou obras de políticos portugueses e estrangeiros; posso citar De Gaulle, Churchill, Monet, Mário Soares, Sá Carneiro, Álvaro Cunhal, Fidel Castro e Che Guevara. Enfim muitos outros que por esta ou aquela razão suscitaram a minha curiosidade pelo pensamento político ou a praxis política.

Gosto de conhecer outros países, outras pessoas, tenho um grande fascínio pelas religiões, embora me falte inteligência para ser crente, e ficarei devedor do Município por me ter proporcionado poder ser recebido em audiência coletiva por SUA SANTIDADE O PAPA FRANCISCO, foi o momento mais fascinante da minha existência, só ultrapassado pelo dia do meu nascimento.

Para terminar, o meu dia-a-dia é dividido entre a CMM e a minha esposa e os meus sogros. De quando em vez uma visita ao Porto onde reside o resto da minha família.


MAST: Segundo li em qualquer lado, em 2017, aquando da então campanha eleitoral autárquica, alegadamente, o Senhor teria afirmado que aquele iria ser o seu último confronto político. A ser assim, o que o fez mudar de rumo? Foi a cobarde queixa anónima, não querendo deixar a ideia que estava a fugir?

Vai ser candidato para, no exercício de funções, verificar se a empresa Infraestruturas de Portugal cumpre com o que lhe prometeu sobre as obras de requalificação da Estação da Pampilhosa?


RM: Para ser absolutamente verdadeiro, houve quatro coisas que me levaram a aceitar o convite da Comissão Política Concelhia e da Direção Nacional do PS.


1-Eu e o Executivo a que pertenço fomos alvo de denúncias assinadas que quero ver resolvidas. Até agora nenhuma teve qualquer vencimento.


2-Houve quem, cobarde e criminosamente, enviasse para o DIAP (Departamento de Investigação e Ação Penal) e para o TAF (Tribunal Administrativo e Fiscal) de Aveiro denúncias anónimas. Que eu conheça, foram cinco.

Quatro para o DIAP e uma assinada por Maria Silva -obviamente inventada- para o TAF.

Já foram arquivadas duas no DIAP; uma aguarda a decisão de abertura de instrução, após constituição de acusação a mim, aos srs Vereadores eleitos pelo PS, e a alguns funcionários municipais, e a uma pessoa estranha ao Município.

A denúncia feita ao TAF aguarda decisão na primeira instância.

Há uma denúncia anónima junto do DIAP de que nada sei.

Durante a campanha eleitoral darei conhecimento público destes factos, apresentando todos os documentos que possa apresentar, pois alguns estão sujeitos a segredo de justiça.

Quero o meu nome absolutamente limpo, não encontrei melhor forma de o fazer do que dar a conhecer à população do Município a monstruosa cabala que tentaram malévola e criminosamente montar a nosso respeito.


3-Há um candidato à CMM (Câmara Municipal da Mealhada) que não me merece a mínima confiança na sua integridade pessoal, que considero absolutamente necessária para o exercício do cargo de Presidente, deste assunto tratarei durante a campanha eleitoral.


4-Finalmente tenho a certeza que as IP (Infraestruturas de Portugal) cumprirão aquilo a que se comprometeram relativamente à Linha da Concordância e à estação da Pampilhosa, e por isso aqui me proponho ficar para o garantir.


MAST: Pressente que há falta de coesão no Concelho como um todo? Isto é, de facto, parece existir mesmo um separatismo político-ideológico, sobretudo, entre a vila da Pampilhosa e a cidade da Mealhada. No seu entender, a que se deve esta rivalidade? Além de mais, até porque a autarquia mealhadense, durante vários mandatos, já foi presidida por um filho da terra.


RM: A rivalidade é tacanha e não tem razão de ser; a explicação que sempre se encontra nestes fenómenos de localismo exagerado, fazem-me sempre lembrar uma máxima do marxismo-leninismo: dizem estes, que o Esquerdismo é uma doença infantil do Comunismo. Eu digo que o Localismo exagerado é uma doença infantil da Democracia Local.

Há quem possa encontrar raízes históricas, socioculturais etc. etc., e haverá mesmo quem possa juntar considerações económicas e outras métricas; há uma de ordem política que me acode sempre: há sempre quem queira dividir para reinar. Parece-me muito apropriada.



MAST: Em 2009 foi envolvido numa polémica por querer concorrer contra o candidato natural e camaradas do mesmo partido, o então presidente da Câmara, Carlos Cabral. Em 2021, mesmo para a Assembleia Municipal e desvinculado do PS, é Cabral quem o desafia. Estamos perante uma reviravolta do destino ou um ajustar de contas entre antagonistas que precisa de ser saldado?



RM: Não comento esta pergunta, porque só o faria se o referido senhor fosse candidato ao mesmo lugar que eu sou.

Eu sei desde há muito, que imperou uma certa “azia” contra a minha pessoa no seio do PS, basta ler o MEALHADA MODERNA de 18 de Julho de 2012, o resto foram especulações políticas que foram resolvidas como tinham de o ser.


MAST: Em 2017, com uma percentagem de 47,58%, conquistou maioria absoluta com uma margem ainda maior do que em 2013. Agora, com a apresentação do Movimento Mais e Melhor, composto por independentes e muitos socialistas seus camaradas, com esta cisão acha que vai ser fácil ganhar?


RM: Há um equívoco na questão, socialistas só há nas listas do PS, independentes há em todas as listas, nem todos os candidatos apresentados são militantes de partidos.

Como não adivinho o futuro, nada direi sobre o resultado das eleições, que não seja o óbvio, o PS concorre para ganhar.

Numa situação idêntica em 2001, o PS ganhou e com maioria absoluta, mas não houve desastres naturais, falências de empreiteiros, uma pandemia com uma duração de um ano e alguns meses, etc., e por isso qualquer comparação não é possível.

Este mandato de 2017/2021 é até ao momento inigualável a qualquer outro, se quisermos ser imparciais na sua apreciação. Se quisermos dividir para tentar reinar, então falte-se à verdade, com papas e bolos, alguns pretenderão enganar alguns tolos, como diz o nosso POVO.



MAST: É um acérrimo defensor de que a Mealhada, em vez de Aveiro, passe a pertencer ao distrito de Coimbra. Se ganhar, vai sensibilizar o Grupo Parlamentar do seu partido na Assembleia da República para propor a alteração?


RM: Eu, a título meramente individual, defendo a integração da Mealhada no distrito de Coimbra, no PS há quem pense como eu, e há quem assim não pense.

Este assunto diz respeito a todo o Município, que se tiver o mesmo entendimento que eu, dever-se-á criar um movimento nesse sentido.

Até agora, não perspetivei muitas pessoas interessadas nesta problemática.



MAST: Concorda com o actual mapa de freguesias Nacional? Se não concorda, se ganhar as eleições, acaba com a União de Freguesias da Mealhada, Antes e Ventosa do Bairro e volta à reposição antiga?


RM: Eu sempre fui contra a União de freguesias no Município da Mealhada; por isso, se for eleito Presidente da Câmara, continuarei a ser e estarei ao lado daqueles que queiram separar as freguesias que foram unidas.


MAST: Em termos de turismo, o concelho é uma manta de retalhos. Com o Luso, que já foi bandeira azul nas recordações dos mais velhos, a apresentar-se a quem o visita como um desgosto ao primeiro olhar. Tenciona criar um roteiro promovido pela autarquia a envolver não só a Mata Nacional do Bussaco, as duas vilas do Luso e Pampilhosa, mas também as aldeias em torno da Mealhada, juntando o património construído, os recursos naturais, a actividade cultural, a gastronomia e os vinhos?


RM: Discordo inteiramente dos considerandos da pergunta.

Nem o Concelho é uma manta de retalhos, nem o Luso pode ser visto com olhos de há cinquenta anos atrás.

Nos últimos trinta anos o Luso foi enriquecido com variados benefícios que hoje o ajudam a lutar contra o decréscimo de importância de estância termal.

Os Velhos do Restelo, não aceitam alterações das condições do Mundo atual.

E sobre o roteiro convido as pessoas a visitarem mais os postos de turismo, há dois no Município onde encontrarão ampla divulgação do Município.

E na FMB (Fundação Mata do Bussaco) encontrarão infelizmente um valioso quadro a menos, desaparecido, ao que diz a PJ por incêndio fortuito, em dezembro de 2013, mas encontrarão um convento de Santa Cruz renovado e as capelas da Via Sacra com a reparação que foi permitida pelo Estado.

Quanto à famosa restauração Mealhadense, essa apesar da pandemia, continua a resistir, a ganhar garfos de platina, de ouro, prémios da mais variada natureza para “azia” de alguns, felizmente poucos.


MAST: Tenciona combater a desertificação das povoações em redor da Mealhada? Se sim, de que forma? Depois desta experiência do transporte flexível com recurso a táxis subsidiados, conta instalar um sistema de pequenos autocarros, de ingresso e regresso, que chegue a todas as aldeias, vilas e cidade?


RM: Temos em curso dois projetos piloto.

Transporte flexível em táxi, e reposição da linha 7440 na freguesia de BARCOUÇO.

Temos ainda a decorrer o concurso internacional da Comunidade Intermunicipal de Coimbra, e ainda a rede pública de transportes escolares que podem ser utilizados por qualquer munícipe.

Após estes projetos piloto, teremos uma maior possibilidade de entender que necessidades reais existem em matéria de transportes públicos


MAST: Substituiu completamente a sua equipa de vereadores. Diz o povo que em equipa vencedora não se mexe. Significa que pressentiu alguma vulnerabilidade para o combate, ou foram eles que, depois das acusações instauradas pelo Ministério Público, bateram a porta com estrondo por, rebaixados e mal pagos, não estarem sujeitos a esta constante humilhação pela judicialização da política?


RM: O PS tem, felizmente, muitos e bons quadros com experiência política.

Na equipa que agora vai a votos tem o primeiro elemento com quarenta anos de vida política local, que sou eu.

Em segundo apresenta outro elemento com elevada experiência da Política Local com trinta anos destes meandros da Política Local.

O terceiro elemento da lista é a única pessoa sem experiência política local anterior, mas em quem deposito toda confiança pela sua experiência profissional.

O quarto elemento já trabalhou na Câmara Municipal, é uma pessoa da minha total confiança pelo seu saber e integridade pessoal.

O quinto é um jovem que já foi membro da Assembleia Municipal.

O sexto elemento já teve contacto com a realidade de reuniões da Câmara Municipal, e é profissional de saúde que nas circunstâncias atuais nos pode ser muito útil.

O sétimo elemento é professora sem experiência política relevante, mas pertence a uma classe profissional muito importante para a autarquia.

Os elementos que agora saem da lista, todos estão com esta candidatura, fazem parte da sua Comissão de Honra, continuarão a servir o Município onde e quando for necessário, como o fizeram até aqui.


Quanto a ganhar mal, só posso responder que ninguém vem para a Câmara Municipal obrigado, por isso as queixas sobre isso não possuem razão.

Quanto à defesa que os membros da Câmara deverão fazer do seu bom nome, esse aspeto não está em causa, continuarão a defender-se como até aqui.


MAST: Nos últimos meses, no nosso Concelho, temos vindo a assistir ao eclodir de um fenómeno urbano mais próprio das grandes cidades, refiro concretamente o vandalismo. Há cerca de um ano, ainda sem apuramento por parte da Polícia Judiciária, foi o incêndio na sede da Escola de Samba dos Sócios da Mangueira. Entende que estamos perante um certo anarquismo rasteiro que sempre existiu numa sociedade conflituante entre o poder instituído e os governados ou, pelo contrário, estamos perante declarados atentados políticos que visam passar uma mensagem de descredibilização do executivo no qual é líder?


RM: Sobre a última questão, direi apenas que vândalos de diversa natureza, sempre existiram, e continuarão a existir, não é uma realidade concelhia, regional, nacional, infelizmente já assisti a vandalismo muito pior em muitos países do mundo.


domingo, 8 de agosto de 2021

BARÓMETRO DOS JORNAIS EM PAPEL PUBLICADOS NA BAIRRADA


Jornal da Mealhada (edição de 4 de Agosto)


POSITIVO


A edição do Jornal da Mealhada (JM) desta quinzena, começando pela capa, em que peca por defeito o grafismo, satisfaz mas poderia ser muito melhor. O interior do caderno, com uma reportagem sobre o transporte de doentes pelos Bombeiros Voluntários da Mealhada e com uma entrevista a Gonçalo Melo Lopes, candidato à Câmara Municipal pelo Bloco de Esquerda, e ainda uma página sobre a “Revolução” do PS na lista à Câmara Municipal e outra sobre sobre a CDU, na sua passagem pela Lameira de São Pedro a ouvir as pessoas, e ainda uma página sobre a Igreja de Santana. Nas páginas centrais apresenta uma listagem de todas as praias fluviais à volta da Mealhada. Ainda no campo partidário, divide uma página com notícias sobre o Movimento Mais e Melhor e com a Coligação Juntos pelo Concelho da Mealhada. Na última página volta a escrever sobre a candidatura de José Silva à Vacariça. Escrevendo numa página sobre as dificuldades da patinagem em ano de Covid na cidade, assim como da vila de Luso e os concelhos vizinhos da Mealhada, retirando alguns reparos que enunciarei mais abaixo, esta edição pareceu-me relativamente bem.


MENOS BOM


Começo pela (falta de) comunicação nesta última edição antes da partida para férias. Ou seja, entre 4 de Agosto e 1 de Setembro o JM não será publicado. Até aqui nada que as pessoas que se ocupam do título legitimamente não tenham direito. O busílis da questão é que os seus leitores da edição em papel não tiveram direito a um comunicado na capa, como é normal em alguns semanários regionais. Então, e como é que sabem? Muito fácil, vão à página online do jornal e está lá o aviso. Nada de mais fácil para a Dona Milú, senhora de oitenta anos.


FALTA DE ORGANIZAÇÃO?


Um jornal local impresso, sobretudo num concelho onde a iliteracia digital é enorme, acaba por ser um complementar meio informativo para os seus habitantes menos esclarecidos terem acesso à divulgação política-partidária.

Por isso mesmo a publicação popular torna-se obrigatório que realize entrevistas a todos os candidatos a concurso. É certo que os concorrentes distribuirão informação dos seus programas pelas caixas-de-correio. No entanto as entrevistas aos cabeças-de-lista torna-se imperioso para se saber o que pensam as suas cabeças – já que os programas eleitorais falam dos projectos partidários.

Como se sabe são seis as forças concorrentes à Câmara Municipal, nomeadamente o Movimento Mais e Melhor, liderado por António Jorge Franco; Coligação Juntos pelo Concelho da Mealhada, com Hugo Alves Silva; CDU, Coligação Democrática Unitária (PCP-PEV), com João Manuel Marques; Bloco de Esquerda, com Gonçalo Melo Lopes; Partido Socialista, com Rui Marqueiro; e ainda o CHEGA, com Nélida Marques.

Ora o que nos presenteou a redacção do JM? Na penúltima edição publicou uma entrevista a João Manuel Marques, da CDU e nesta última, como disse em cima, entrevistou Gonçalo Melo Lopes, do Bloco de Esquerda. Portanto, façamos contas: se são seis os candidatos e só foram visados até agora dois, naturalmente, faltam quatro.

Tomemos atenção: as eleições autárquicas vão realizar-se no próximo 26 de Setembro. Até ao sufrágio o jornal vai publicar-se mais duas vezes: a 4 e 19 de Setembro. Como é que vai fazer? Para não ser acusado de falta de equidade, em cada edição vai publicar duas entrevistas? Assim se espera… mas não havia “nexexidade” se, de facto, houvesse planeamento atempado.


UMA PÁGINA A SANTA ANA


Sem se entender muito bem, a página 9 do caderno, com o título “Santa Ana celebrada com cerimónia religiosa”, teve direito a cerca de dez frases escritas. O restante espaço foi ocupado com cinco fotos cerca de 20x20. Dá para entender?

E, por ser já demasiado longo, não vou escrever mais nada.


De zero a vinte, atribuo a esta edição 14 valores.

JORNAL DA BAIRRADA (edição de 5 de Agosto)


Conforme nos tem habituado, pela grande qualidade jornalística, na diversidade de temas e lugares da Bairrada, ao longo dos últimos anos, continua a ser o ponteiro de uma bússola a apontar o Norte. Nada contra a referir.


De zero a vinte, atribuo a esta edição 18 valores.