quinta-feira, 2 de julho de 2009
EM BUSCA DA CIDADANIA NA LOJA DO CIDADÃO
Hoje, cerca das 19 horas, na Loja do Cidadão, um cidadão Ganês, que, segundo informações no local, através de um funcionário, “está há onze anos ilegal em Portugal. Hoje, veio aqui pedir documentos, começou a perder as estribeiras e começou a barafustar. Gerou-se alguma confusão. O segurança, agarrando-o por um braço, tentou levá-lo para a rua, ao mesmo tempo que lhe pedia calma. O estrangeiro, como não gostou de ser agarrado, ainda provocou alguma inquietude e algum esbracejar no funcionário encarregue por velar pelo bem-estar das pessoas. Este, mesmo assim, compreendendo a situação difícil do negro do Ganda, ainda lhe disse “vá-se embora, se não tenho de chamar a polícia”. O homem, como estava fora de si, replicou: “quero lá saber, isto não pode continuar!”. E o segurança chamou a PSP, que o identificou.
Como conheço de vista este Ganês –costuma andar a vender artesanato africano pela Baixa-, num intervalo do interrogatório da polícia, perguntei-lhe: o que se passava?
Sentado num banco de pedra, em frente à Loja do Cidadão, com as lágrimas a correr em bica, por entre soluços, num português "africanizado", diz-me: “eu andar há anos à espera de “documenta” e ninguém dar. “Amiga” “meu” de Cabo Verde e de Angola já ter. “eu, ninguém querer saber”.
Pergunto, e você tem visto de permanência? “Nada! Eu não ter nada. Ninguém querer fazer nada…”, enfatiza o cidadão Ganês num redobrado choro. Tenho de salientar a extrema humanidade e urbanidade como este homem foi tratado por todos, quer pelo segurança, quer pela própria PSP, quer pelos funcionários do SEF, Serviços de Estrangeiros e Fronteiras. Eu vi.
Tive pena deste homem. É triste, muito triste, estas situações. Claro que não podemos esquecer a legalidade. Às vezes esquecemos. Se calhar, tal vez tomado pelo drama deste estrangeiro, estou a esquecer…
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1 comentário:
É mais um triste caso da imigração descontrolada.
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