quinta-feira, 23 de julho de 2009

SECO ESCORREGA NO CHOUPAL





 A plataforma do Choupal organizou, ontem, pelas 21,30, na Oficina Municipal de Teatro, mais concretamente no espaço do Teatrão, um debate entre os candidatos partidários sobre o tema “Coimbra, o Choupal e o IC2”.
Estiveram presentes os candidatos, Pina Prata, independente, pelo Bloco de Esquerda, Catarina Martins, candidata à Câmara, e Serafim Duarte, candidato à Assembleia Municipal. Pelo PCP/CDU, esteve Francisco Queirós, candidato ao executivo. Pelo PS, esteve Álvaro Maia Seco, candidato à Câmara Municipal, e Helena Freitas, candidata, pelo PS, à Assembleia Municipal. Os candidatos pelo PSD, respectivamente, Carlos Encarnação e Manuel Lopes Porto, pela autarquia e Assembleia Municipal, não compareceram. Na mesa, para além de Luis Sousa, representante da Plataforma do Choupal, esteve também uma jornalista do jornal Campeão das Províncias a moderar o debate.
Esta tentativa de esclarecimento, com perguntas formuladas aos candidatos, à partida, estava “viciada”. Não porque qualquer concorrente oposicionista ou a plataforma contribuíssem para o desequilíbrio, mas, sem que nada o fizesse prever, Álvaro Maia Seco, enquanto mentor do projecto de atravessamento no Choupal pelo IC2, em 2003, ficou, neste debate, com o ónus da responsabilidade de tal obra de engenharia. Ou seja, enquanto os outros concorrentes estavam livres, e flexíveis, para sugerir outras propostas, Maia Seco, enquanto gerador da paternidade do projecto, psicologicamente, estava amarrado. Como alguém disse na assistência, em debate público, este candidato estava ali em desvantagem. Metaforicamente, na mesma pessoa, estava ali a representar o diabo e o seu advogado.
E o problema é que não soube lidar com a situação. O candidato do PS surgiu ali, perante uma assistência de cerca de três dezenas de pessoas, como um técnico arrogante, pouco polido, tenso, irascível e sem conseguir conquistar a assembleia. Teve uma prestação deprimente.
Contrariamente, Helena Freitas, quando questionada acerca de um parecer do seu colega biólogo Jorge Paiva, com uma humildade incrível, disse aceitar as razões do especialista em botânica. Simpática, simples, directa, esta mulher conquistou todos –pelo menos a mim, completamente.
Com toda a franqueza, tenho muita pena que o Partido Socialista não a tenha escolhido para candidata à autarquia. Este deveria ser o seu lugar. E, quase apostava, vencia a eleição. Se ainda for a tempo –legalmente é, assim o queira o órgão superior do partido-, o PS que corrija. Álvaro Maia Seco passa para candidato à Assembleia Municipal e Helena Freitas para candidata a presidente da Câmara Municipal.
Quem esteve neste debate que fale por si. Esta professora universitária, provavelmente sem o saber, tem uma força intrínseca e imanente, acompanhada de uma persuasão de humildade espectacular, de simpatia, que convence sem grande esforço.
Eu votava nesta mulher. Fiquei completamente convencido. Infelizmente, –pelo menos parece-, é uma força mal aproveitada, se o PS persistir neste erro de “casting”. E pode ser que me engane, mas vai pagar caro.
Tenho muita pena que a cidade, mais uma vez, perca, por avaliação descontextualizada.

2 comentários:

Vítor Ramalho disse...

Mais uma vez funcionou a democracia, porque só foram convidados candidatos VIPs.
Talvez não interessa-se ouvir as verdades que os nacionalistas dizem bem alto.

LUIS FERNANDES disse...

Concordo inteiramente consigo, amigo Ramalho. Numa próxima reunião em que eu esteja presente, acredite, irei chamar a atenção para esse facto. Não concordo que se discriminem nem pessoas, nem organizações de carácter político ou outras.
Não sei o critério adoptado pela Plataforma, mas, uma coisa é certa, não fica bem.
Abraço.