sábado, 23 de julho de 2011

VALHA-NOS TODOS OS SANTOS...

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(ÁLVARO DOS SANTOS PEREIRA)



"PSD admite aumentar o IVA mas promete não mexer nas pensões" –Visão, 24 de Março de 2011.


"Passos anuncia corte do subsídio de Natal em 50%. Estado encaixa 800 milhões" –Jornal I, 30 de Junho.


“Passos engorda número de gestores da Caixa” –DN, 21 de Julho.

“Estado vende EDP a estrangeiros” –ExameExpesso, 22 de Julho.

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“Presidente da Assembleia da República atribuiu gabinete e pessoal a Mota Amaral” –RTP/Antena 1, 21 de Julho


 Confesso, nunca fui um entusiasta de Pedro Passos Coelho. Quando em Março o PSD apresentou um projecto de resolução contra o PEC, Programa de Estabilidade e Crescimento, visando a queda do governo PS, numa altura em que o país precisava de alguma estabilidade política, cá no meu entender, apreendi que estávamos perante uma acção igual a tantas outras. Ou seja, mais do mesmo. Colocar o interesse partidário acima do país. Pensei para com os meus botões que este novo líder social-democrata nem era melhor nem pior do que Sócrates, era simplesmente igual. Feito da mesma massa e à sua imagem e verosimilhança.
Um pouco mais do que um mês depois de ter tomado posse dá para ver, preto no branco, que com este governo liberal não nos safamos. E, para mim, que me considero liberal, é um duplo golpe, porque, apesar do que escrevi atrás, ainda cheguei a ter alguma esperança de ventos de mudança.
No que é essencial, cortar nas despesas do Estado, até agora, não se viu grande coisa. O que vemos são medidas de simbologia que apenas pretendem tapar o sol com a peneira. O que vemos, mais uma vez, é taxar cada vez mais quem trabalha por conta de outrem, incluindo o funcionário público, o trabalhador independente, a micro empresa, onde labora uma família de comerciantes ou industriais e que serve de sustento à prole –com estas medidas esparsas e marginais estamos todos a assistir a uma desenfreada corrida a reformas antecipadas. Até quando irá aguentar a Segurança Social não se sabe, mas presume-se que não irá durar muito.
Em nome do défice, a chamada classe média –os que estão no meio, porque quem está nos extremos, o muito rico e o muito pobre, pouco ou nada paga- continua a ser apertada como se estivesse numa prensa.
Apetece fugir para longe. Perante mais uma frustração governativa que se constata, dá um desânimo imenso e angustiante. É como sentir que estamos no último patamar da existência e nos vem alguém estender a mão. Agarramo-la como a última via para a salvação. Passado pouco tempo, verificámos que abandonámos o Purgatório para ir cair no Inferno. É triste. Muito triste, sentirmos que, quer seja à esquerda, quer à direita, não temos ninguém que olhe verdadeiramente para as pessoas, para o cidadão comum. Na última década o que se constata é uma obsessão pelo défice, sem ter em conta as necessidades básicas individuais. Entende-se que, a montante, a economia não suporte um aumento de salários para não provocar inflação, mais falências e, subsequentemente, mais de desemprego. Mas o que acontece a jusante? Aumento de medicamentos, aumento de taxas moderadoras, aumento de tarifas de electricidade e comunicações, aumento dos géneros alimentícios, aumento de combustíveis, aumento de transportes, aumento de juros, etc. Dá impressão que estamos metidos dentro de uma teia da qual não podemos fugir. O problema é se neste recuar contínuo, às tantas batemos mesmo na parede e, nesta constatação, o que vai acontecer se já não tivermos nada a perder? E a pergunta surge: o que quererão estes políticos, actuais e anteriores, que nos governam há quase 40 anos?
Para relançar a economia, no mínimo, o que se esperava deste governo –sobretudo do seu novo ministro da Economia, Álvaro dos Santos Pereira, em que eu era seu leitor diário no seu blogue e cheguei a comprar alguns livros da sua autoria- era que relançasse a revitalização dos centros históricos, através de um programa de recuperação do edificado e um plano, a cinco anos, para actualizar as rendas antigas. Ora o que se viu até agora é apenas a preocupação de aumentar o IMI, imposto municipal sobre imóveis, e absolutamente mais nada –vou contar aqui este meu caso para melhor se entender. Sou proprietário de um andar arrendado aqui na Baixa e recebo 5,22 euros, cinco euros e vinte e dois cêntimos. Nos últimos dois dias encarreguei um pintor para lá reparar duas janelas. A factura, entre mão-de-obra, betumes, tintas e madeira, somou 100 euros. Vou precisar de cerca de 19 meses para recuperar o investido. Estará certo? Será esta equidade entre inquilinos e proprietários (pobres) que, mais uma vez, este executivo de coligação defende?
Enquanto os governos se preocuparem apenas e só com a dívida pública e pouco com os seus cidadãos, resta-nos consciencializarmo-nos de que nos resta morrer um pouco todos os dias.
Quanto ao Ministro da Economia, Santos Pereira, bem sei que ainda é cedo, mas esperava muito mais de si, doutor!


1 comentário:

Jorge Neves disse...

Eu afirmo Passos é pior que Sócrates, Passos é um mentiroso, Passos não fica 36 meses no Governo.