segunda-feira, 11 de julho de 2011

A ENCRUZILHADA


(IMAGEM DA WEB)



 Há momentos na vida de qualquer um de nós que, perante várias opções possíveis e tomando uma qualquer delas, estaremos sempre a levar com o mundo em cima da cabeça. Em metáfora, será como um condenado à morte ter de escolher entre um precipício, um tiro na cabeça, ou um mergulho num lago infestado de crocodilos.
O paradigma Fernando Nobre vem dar imagem a este modelo. Começou por se apresentar ao eleitorado como o novo messias da política. Uma grande fatia da sociedade eleitoral acreditou. Como sempre nestas questões a mística ocupou uma parte do raciocínio, obliterou-o, e, reflexivamente, elevou-o muito  acima da fasquia previsível.
Por sua vez, igualmente também nestes casos, o mito tomou conta do candidato e ele, esquecendo que era simplesmente um humano igual a qualquer um, trancendeu-se a si mesmo, e acreditou que o seu peso político seria muito maior. Tomando a nuvem por Juno, deslumbrou-se. Foi convidado por Passos Coelho para integrar a sua lista e aceitou. Olvidando que o sistema partidário, para atingir o poder, dilacera qualquer um sem olhar a meios. Serve-se do cidadão como instrumento de arma de arremeço, carne para canhão, enquanto preencher os seus larvares desígnios. Quando se torna incómodo ou desnecessário abate-o friamente sem actos de contrição.
Por sua vez, igualmente, os seus defensores prosélitos servem-se destes ícones da esperança como se tratasse de uma prostituta. Enquanto durar a chama do fascínio idolatram-no. Precisam deste brilho de astro-rei para alimentar as suas vidas vazias e entediadas. Quando surge outro interesse, ou um rápido neste rio sereno, sem dó nem piedade, crucificam-no e trocam-no por um qualquer outro Barrabás.
Não ganhando a eleição presidencial, tomasse o caminho que tomasse, Fernando Nobre estaria sempre condenado a morrer na cruz.
A sociedade precisa de usar e deitar fora estes "mártires" como de pão para a boca.

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