quinta-feira, 14 de julho de 2011

UMA CARA BONITA

(IMAGEM DA WEB)


O teu rosto, feiticeira,
é a serena solidão,
a beleza da ceifeira,
em campo de desolação,
olhos de cotovia brejeira,
negrume de assombração,
tão perto de certa maneira,
mas longe de qualquer mão,
porcelana cirandeira,
modelada em quente verão,
odor de erva cidreira,
boneca linda de papelão,
modelo de hospedeira
em viagem de avião,
espelho de água em albufeira,
namorando a embarcação,
com lábios de beijoqueira
que despertam a paixão,
como fogo ardente em braseira
que nos toca e faz tesão,
Afrodite de loura cabeleira
que mais não é que tentação,
criança com brincadeira
a testar Deus na oração,
quem me dera ter carreira,
ter um burro molengão,
levava-te na minha liteira,
fazias de mim um sultão,
serias a minha camareira,
escrava do meu coração.





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