sábado, 16 de julho de 2011

JÁ QUE NINGUÉM ME CITA...

(IMAGEM DA WEB)


 Compus este poema há dois anos. Chamei-lhe "Um encontro inesperado". Hoje passei pela página e gostei tanto dele que não resisti em voltar a publicá-lo. Enfim... vaidades... é óbvio!




Encontrei-te, meu amigo,
numa rua da cidade,
caminhavas lentamente,
entre amálgamas de gente;
Gente que não tinha idade, 
rostos duros sem sentir,
escolhos de uma cidade,
que já não sabe sorrir;
Mas tu estás tão velho, amigo,
O que foi que aconteceu?
Algo se passou contigo,
a tua alma morreu?;
Tu não eras assim, amigo,
rias, troçavas da minha vida,
Lembras? Gozavas então comigo,
chamavas-me a trama fingida;
Falavas que nenhum amor
valia uma nesga de tristeza,
que a vida era grande valor,
no universo, com certeza;
Estarás doente, meu amigo,
sangrando em desolação?
Diz-me, é isso, o que digo?
Se não, diz-me o que é então;
Porque estás abandonado,
sem forças, em solidão,
pareces um sol apagado,
no meio da escuridão;
O que te fez cair, amigo,
no meio da indigência,
diz-me, para ver se consigo,
conceder-te uma indulgência;
Olha para cima, amigo,
deixa de fitar o chão,
olha para as damas que passam,
procuram todas um coração.

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