sábado, 9 de janeiro de 2010

MONUMENTOS À NOSSA INCAPACIDADE E INCÚRIA


(EIS AQUI UM BOM EXEMPLO DE COMO SE PODE ESCONDER UM PRÉDIO DECRÉPITO. ESTE EDIFÍCIO ESTÁ SITUADO EM FRENTE AO PARQUE DA CIDADE)


Mostro várias imagens de três prédios abandonados há vários anos mesmo no coração da Baixa.
Um, e campeão da longevidade, é o do antigo “Camilo” na Avenida Fernão de Magalhães. Está neste estado decrépito há mais de vinte anos.
Outro, no Largo da Maracha, está na situação lastimosa que a fotografia mostra há mais de cinco anos. E outro ainda no Largo da Freiria. Este, está abandonado há cerca de três anos. Refira-se, neste último, que, há cerca de um ano e meio, dois comerciantes deste largo deslocaram-se propositadamente junto do proprietário deste edifício e este prometeu rapidamente reatar as obras. Em Março do ano passado, a Junta de Freguesia de São Bartolomeu enviou à Câmara Municipal um pedido de intervenção da autarquia. Em Setembro de 2009, o proprietário do prédio era oficialmente notificado “para que no prazo de 10 dias proceder à retirada das estruturas de vedação (tapumes), não obstante a necessidade de serem garantidas as necessárias medidas de segurança, nomeadamente no que respeita ao encerramento dos vãos das portas, vedando a entrada a pessoas estranhas ao imóvel”.
A verdade é que tudo continua na mesma. Não é só a paisagem urbana que sai depauperada, é sobretudo os agentes comerciais envolventes a estes monos. Por exemplo, no Largo da Freiria, paredes-meias com este aborto, está um restaurante, o “Padaria Popular”. Consegue-se imaginar o prejuízo que este industrial estará a sofrer ao longo de três anos? E mesmo no Largo da Maracha, com vários comerciantes a sentirem na pele o cheiro dos detritos ali abandonados, a penarem por uma solução para este monumento ao laxismo. Alguém consegue entender isto?
O que enerva é a apatia reinante. Dá impressão que ninguém se importa com estas feridas expostas no casco da cidade histórica. Para além da junta de freguesia, que fez o que deve, parece que a autarquia não se toca, minimamente, com estas imagens tão degradantes do Centro Histórico. Se estivesse minimamente interessada na beleza da paisagem não deixaria chegar estes casos ao estado a que chegaram. Estes proprietários, como outros, não cumpriram? Removiam os tapumes, colocavam uma tela a “embrulhar o edifício e mandavam a conta aos proprietários. Bolas, não estamos a falar de milhares de euros. Estes serviços, em termos de custos, estou convencido, serão lana caprina para a autarquia. Não estou a defender que esta se deve fazer substituir aos proprietários nas obras em curso. Todos sabemos que tal empreendimento se revelaria impossível de levar a bom porto.
O problema é que se a câmara não chama a si a resolução destes pequeníssimos imbróglios, como poderemos esperar dela soluções de maior monta? Então, em desespero, baixamos todos os braços e abandonamo-nos, deixando de lutar por nós e pelo colectivo e entramos no deslizar pelo cano abaixo na descrença de eficácia das instituições. Até quando vai esta situação continuar?

4 comentários:

Anónimo disse...

Coimbra no seu melhor.

Anónimo disse...

A Baixa de Coimbra está num estado miserável, o governo em vez de procurar mecanismos para promover a resolução destas situações, preocupa-se com ideias megalomanas, sempre na órbita de Lisboa, novo aeroporto, nova ponte sobre o Tejo, TGV, etc..

Temos de nos convencer que somos descriminados... este país é Lisboa o resto, é província.

Um dia Coimbra vencerá.

Luís Pereira

Anónimo disse...

Estava na disposição de nada dizer sobre estas questões, mas como o amigo Luis refere a Junta de Freguesia, aqui vai..
Pergunto eu. Não existe uma rapaziada instalada e bem num gabinete a que chamam SRU?
Claro que existe, onde gravita uma boa malta a ganhar sabe-se quanto, mas isso não importa, seria bom que tivesse mais velocidade nos seus projectos e obra.
Sabe bem, quantas vezes a Junta de Freguesia tem chamado atenção destes e de outros edificios em mau estado e depois acontece o que aconteceu na Rua Corpo de Deus e ao fundo das Escadas do Gato.
Quando caìrem aí aparece uma rapaziada da C.M.C.a mandar bitaites, para ficarem bem na foto.
Sabe amigo, o problema da Rua Corpo de Deus chegou á Relação e foi dada razão aos moradores (Acção proposta em Tribunal pela Junta de Freguesia, conforme se comprometeu o Presidente da Junta e seu Executivo). Nestes casos trata-se de imóveis desabitados, ainda bem por um lado.
O prédio no Largo da Freiria, sabe bem o conteúdo do oficio que foi enviado á Junta de Freguesia pela C.M.C.. Já lá vão quantos meses? lembra-se?
Pois bem, estão á espera que venha a ocorrer mais uma derrocada, aí sim fica o assunto semi resolvido.
Ímóvel do antigo "CAMILO ", nem merece comentário.
O proprietário do Hotel Oslo, disse a verdade na Comunicação Social, no dia seguinte posição da C.M.C. . Resultado tudo na mesma.
Estes problemas não são do governo, mas sim de alguns gabinetes da C.M.C. que têm por principio " deixa andar e logo se vê"
Enquanto o Presidente da Câmara, não tomar uma atitude com alguns desses responsáveis, não vamos a lado nenhum.
Parabéns pelo seu belo trabalho, que incomoda muita boa gente. E eu faço parte dos que incomodam e de que maneira.
Vamos continuar a lutar pela nossa Baixa, já que outros assobião para o lado.
Um abraço
Carlos Clemente

Anónimo disse...

Amigo Clemente, pode contar comigo para ajudar a incomodar e a fazer critica construtiva.
Jorge Neves