quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

BAIXA: CALCAR A LADROAGEM COM OS PÉS


(FOTO DE LEONARDO BRAGA PINHEIRO)



Quem entra na loja chinesa do Pan, nos antigos Marthas, na Praça do Comércio, logo no hall, colado no chão, depara-se com uma fotografia, retirada de uma câmara interna de videovigilância, de uma mulher e com uma grande legenda: “LADRA”.
Sabe-se que tal procedimento é ilegal e atentatório contra todas as regras. Para além disso, é passível de indemnização cível, isto no caso de denúncia da visada na foto. Porém, duvido que alguma vez esta senhora venha a demandar o comerciante chinês.
É muito fácil entrarmos a “matar” no procedimento do imigrante do “Sol Nascente". Ou seja, condenarmos o acto. Mas há um senão. Os pequenos comerciantes do comércio de rua, incluindo os chineses, estão completamente à mercê dos ladrões. Os roubos, diariamente, são incalculáveis. Por força das circunstâncias, da crise económica, a maioria dos estabelecimentos tem apenas uma pessoa à frente do negócio. Não dá para mais. Portanto basta apenas uma pequena distracção para qualquer loja ser furtada em várias centenas ou milhares de euros.
O furto de ontem na ourivesaria Jóia, na Rua Visconde da Luz, é apenas a ponta do icebergue. Nos últimos tempos várias lojas têm sido roubadas durante o dia. Ainda há poucos meses, na Rua Eduardo Coelho, um estabelecimento ficou sem várias peças de vestuário –mas, estranhamente, fez tudo para que não se soubesse. Outra loja, no Centro Comercial Horizonte, já foi várias vezes roubada durante o dia, mesmo à frente dos seus olhos.
Há duas semanas, uma ourivesaria da Rua Visconde da Luz, foi salva “in extremis” de ser “assaltada” por seis ciganos, “todos bem vestidos”, segundo a funcionária.
Tenho a certeza de que nas livrarias da Baixa deve ser uma desgraça a ficarem sem livros. Hoje o furto simples invadiu o pequeno comércio como fosse uma pandemia.
Daí se entender a solução possível do Pan, o chinês da praça velha. Perante esta calamidade, pouco podem fazer os comerciantes…

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