Esta simpática e bondosa senhora, Mrs. Íris Robinson, de 60 anos, deputada e vereadora, que por acaso era esposa do primeiro-ministro da Irlanda do Norte –“era” porque já não é-, querendo mostrar ao povo que os exemplos devem vir de cima, a expensas suas, pagou o funeral do pai de um rapazinho de 19 anos –vejam bem este altruísmo- e ainda o ajudou a abrir um bar para que a pobre alma não se perdesse nos labirintos do desemprego.
Perante estes gestos do tamanho do mundo, o que fizeram os irlandeses? Forçaram o marido a demitir-se e obrigaram-na também a largar os cargos políticos que tão abnegada pessoa ocupava. Isto é um escândalo. Coitada da senhora. Já não se pode ser bom. Depois queixam-se que os valores estão em crise!
Pelos vistos, o rapaz, para compensar tais ajudas dedicadas, fazia uns servicitos à senhora. Está certo. O Estado, ou os seus servidores, não deve dar nada por dar, isto é, sem exigir algo em troca. É lógico que a sexagenária senhora precisava de pequenos serviços, como por exemplo cuidar da horta, regar o jardim, receber umas pequenas massagens, sei lá. Para mais, estando o marido tão ocupado a “primeiro-ministrear” a Irlanda. Isto é alguma coisa de mais? Fogo, quem é que entende estes irlandeses?
A páginas tantas andam todos a ler Nietzsche. Não era este filósofo alemão que defendia que a caridade é uma fraqueza humana?
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