quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

MANUEL ALEGRE SERÁ "ECCE HOMO"?






  Pegando no texto de opinião de Jorge Neves, acerca da candidatura anunciada de Manuel Alegre, creio que este homem, pela sua sensibilidade, pode dar um bom presidente da República. Gosto dele. E até estou à vontade para o dizer. Na última eleição presidencial votei Cavaco Silva. Pois se tivesse possibilidades, hipoteticamente, pediria a devolução do meu voto. O actual presidente da República, para mim, revelou-se um chefe de Estado indeciso, onde ressaltou o desnorte e a falta de horizonte político, provocador de conflitos partidários –o caso da comunicação das escutas antes das eleições- e trazendo ao espectro político do País assuntos que deveriam ser estritamente do foro presidencial/governo –estou a lembrar-me da comunicação acerca do Estatuto dos Açores.
O seu envolvimento e da família, nunca totalmente esclarecido para a opinião pública, das acções da SLN, empresa do BPN, onde estiveram envolvidos Dias Loureiro e Oliveira Costa.
Sinceramente, esperava muito mais de Aníbal Cavaco Silva. Não sou de esquerda nem de direita, sou pessoa, simplesmente. Esta minha posição, para muitos não fará sentido, acham que todos os cidadãos têm de se definir ideologicamente, Ou preto ou branco. Ainda que os exemplos estejam aí à mão de semear. Hoje as ideologias caíram. O que resta, se resta mesmo, será um novo ideal de bem-estar e felicidade, que nada tem a ver com a carga ideológica do Maio de 1969. Hoje, penso, ninguém quer mudar a sociedade quanto ao seu objecto político. A experiência bolchevique da sociedade sem classes, de 1917, ruiu fragorosamente. Hoje restam os princípios, estes, assentes na solidariedade e num maior equilíbrio através da redistribuição da riqueza, nunca desaparecerão porque estão correctos.
Deveríamos aprender com a história do século XX. Está cheio de (maus) exemplos que nos deveriam fazer reflectir. No entanto, como cabeças duras, não aprendemos e continuamos a malhar em ferro frio e a pugnar por sistemas que a história nos ensinou que conduzem à barbárie.
Hoje, no século XXI, é preciso (tem de se encontrar) um presidente interventivo socialmente que faça renascer o melhor que a sociedade tem. Que não se guie pelo partidarismo e pela reeleição. Manuel Alegre será “Ecce Homo”? Não sei. O que sei é que gosto dele e (provavelmente) vou votar nele.

1 comentário:

Sónia da Veiga disse...

Quem tem a coragem de se exprimir em poesia, de deixar ver a sua alma por todos, e ainda assim meter-se no circo de feras que é a política, deve sem dúvida ser um grande homem!!!