JARDIM QUE INSULTA UMA FLOR INSULTA TODAS

Se eu mandar à merda alguém, devido ao meu insignificante peso na colectividade, o receptor da mensagem está-se marimbando. Pura e simplesmente não vai. É como se achasse que os meus excrementos são inodoros, ou com cheiro perfumado.
Isto para dizer que se uma alta figura do Estado disser “fuck them” (que se fodam), é evidente, atinge todos. Não apenas por o impropério ser direccionado a uma massa invisível de pessoas, mas também porque o seu lugar de estadista o obriga a ter alguma contenção na linguagem. É para isso que o Estado lhe paga para ocupar uma cadeira tão representativa e decisiva em questões nacionais. Apesar das coisas já não serem o que são, continua a pensar-se que os bons exemplos devem vir de cima.
Certamente já viram que me reporto a Alberto João Jardim, presidente do Governo Regional da Madeira e conselheiro de Estado, e à sua reacção acerca de Manuela Ferreira Leite ter usado uma viatura oficial da presidência do Governo Regional daquela ilha madeirense para se deslocar de e para acções de campanha eleitoral no Funchal.
Acredito que Manuela Ferreira Leite fosse apanhada nesta trama sem o saber. Penso também que quem reclama de tal uso indevido –nomeadamente a oposição ao PSD- o faz no seu direito legítimo. Embora, tendo em conta o acto em si, que é ínfimo –e para mais se se levar em consideração que a líder do PSD não sabia-, só toma proporções avassaladoras quando o seu correligionário, não se retratando –o que já é habitual-, pelo contrário opta pelo insulto de quem o chama a atenção para tal desvio.
Com tal comportamento saímos todos a perder. É como se este senhor “Bonaparte” nos atingisse a todos.