COIMBRA: A DEMAGOGIA E O APROVEITAMENTO

Tenho para mim que aproveitar para fins pessoais a miséria de alguém para tentar servir de bandeira no combate político, seja de quem for, seja ele candidato independente ou partidário, é repugnante e revela falta de princípios do seu autor. Mostrando uma falta de ética social a todos os níveis.
Denunciar uma situação de pobreza extrema, sem intenções de benefício próprio, é salutar e até obrigação moral e de cidadania de qualquer um. Fazer esse exercício como se vê no vídeo pelo candidato à Câmara de Coimbra, Pina Prata, é, como se diz na gíria, “baixaria”. Não porque o Vereador da Habitação aqui citado, Gouveia Monteiro, em discriminação positiva constante e ao longo destes oito anos de mandato autárquico não tivesse feito o mesmo. Mas, mesmo assim, quanto a mim, repudio mais do mesmo. Se no tocante ao vereador, em discriminação positiva, foi abusivo, neste caso, de Pina Prata, trata-se de “usar” alguém, através da sua desgraça e idade, para fins pessoais. Antes de mais, apresentar este caso como paradigma revela, no mínimo, uma ligeireza notória. Porque foi despejado este senhor? Certamente porque os familiares faziam um uso abusivo do locado que lhes calhou em sorte, mas não souberam aproveitar, em desrespeito pelo erário público.
Toda a gente sabe que o que se passa no Bairro da Rosa, pela política seguida por esta coligação autárquica PSD/CDS/PPM, é simplesmente muito discutível para não dizer pior. Habitações atribuídas a uns, não se sabendo com base em que critérios; outras, retiradas e encerradas há anos, sem qualquer utilidade pública, para o fim que foram criadas, é uma constatação que, quem lê jornais e segue a política da cidade, vê a olho nu. No entanto, no caso em apreço, creio, se quanto ao conteúdo de fundo até pode estar certo, na forma apresentada, pelos meios, é que está errada. Não pode valer tudo.
Todos esperamos, ganhe quem ganhar, mesmo que seja outra vez a mesma coligação –já se sabe que este vereador, Gouveia Monteiro, não concorre- que haja coragem para fazer um levantamento a todas as casas camarárias existentes em Coimbra. Já o escrevi aqui várias vezes. Qualquer cidadão eleitor neste concelho tem o direito de saber que destino está a ser dado às casas que foram construídas com o nosso dinheiro.

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Já no tocante ao músico de rua, Luis Cortez, tenho para mim, que Horácio Pina Prata, ao chamá-lo com a sua música para servir de suporte à campanha eleitoral, fez um bom trabalho. Pegou numa pessoa que exercia o seu trabalho nas ruas da Baixa e, para além de lhe pagar um bom salário, pelo menos, por dois meses, transformou-o em estrela. Contribuindo, assim, para melhorar a vida do músico invisual.