Às vezes sonho voar
em cima dum cavalo-alado,
vou sempre a tracejar,
o infinito sonhado;
Já poisei na grande muralha,
já falei com um chinês,
não sei bem se foi uma gralha
mas falava português;
Estava perto de Timor,
dei um abraço ao Xanana,
pisquei o olho a um amor
e fui com ela para a cama;
Atirei-me ao mar e nadei,
até à Austrália, ali ao lado,
fui a Sidney e reparei,
que lá se cantava o fado;
A trote, fui ao Rio de Janeiro.
ver se era como falavam,
fui a Copacabana sem dinheiro,
estava a ver que me esfolavam;
Em New York bebi um café,
num barzinho dum maltês,
esgotado, estava a perder a fé,
quando encontrei um português;
Quis logo vender-me um prédio,
que tinha na Quinta Avenida,
acompanhei-o, que remédio,
isto é que era uma sina;
Fugi pelo elevador,
antes de comprar um anel,
que lábia tinha o vendedor,
assobiei, subi para o meu corcel;
Embrenhado a viajar,
nem dei que estava na Lua,
dei por mim a querer comprar,
um oceano e uma rua;
Era o mar da Tranquilidade,
onde os barcos são a sonhar,
o tempo não tem idade,
acabei por não comprar;
Ouvi um sino a malhar,
era o meu despertador,
um novo dia ia começar
foi um sonho encantador.
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