quarta-feira, 16 de setembro de 2009
UMA MULHER CHORAVA
Encontrei-te na paragem,
ó mulher desconhecida,
destoavas na paisagem,
como virgem esquecida;
Vestias de acinzentado,
matizado de solidão,
o teu cabelo prateado,
descaía sem razão;
Choravas a bom chorar,
em lágrimas naquela rua,
pensei em te ajudar,
como? Se era coisa tua;
Se eu te desse uma flor,
ou uma palavra amiga,
talvez diminuísse a dor,
dessa angústia ressentida;
Quem te magoou assim,
mulher de olhos encovados,
pensava eu para mim,
de olhares em ti pregados;
Fixavas o fundo da rua,
à espera do autocarro,
para encher a alma nua,
puxaste de um cigarro;
O que querias era fugir,
dessa má recordação,
se pudesses não sentir,
trocavas de coração;
E o autocarro não vinha,
aumentando a ansiedade,
parecia que o castigo tinha
um fantasma de verdade;
Não paravas de inquietude,
só querias sumir dali,
à procura da juventude,
ou então do olhar para ti;
Eras fera acossada,
em liberdade aparente,
preferias estar amarrada,
no meio daquela gente;
Ai se eu fosse o teu amor,
a prender teu coração,
semearia o teu ardor,
em beijos de plantação.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário