quarta-feira, 11 de março de 2009
UM MARCO CAÍDO
Em tempos que já lá vão,
era então eu um "senhor",
contavam-me em confissão,
em longas cartas de amor,
poemas escritos à mão;
Ai que saudade tão ferida,
quando me metiam a mão,
tanto a velha à escondida,
como a menina em oração,
rogando à sua querida,
Santinha do coração;
Escrevia para a revista,
em anúncio mui charmoso,
“quero um homem que resista,
honesto, lindo e amoroso,
alegre e sem ser fadista”;
E as cartas que eu recebia?
dirigidas ao ultramar,
tanta madrinha que queria
à guerra o amor levar,
sabem lá o que eu sentia?;
Hoje estou para aqui caído,
como alguém amortalhado,
às portas da morte ferido,
frustrado e muito cansado,
tristonho e muito sentido.
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