quinta-feira, 19 de março de 2009
CHATEIA-ME A FALTA DE ALTERNATIVA
O primeiro-ministro José Sócrates “anunciou na Assembleia da República que as famílias com desempregados vão beneficiar de uma redução de 50 por cento com a prestação da casa, tendo Sócrates explicado que o seu executivo, em conjunto com as instituições financeiras, vai criar uma “moratória nas prestações de crédito à habitação” que se poderá prolongar por dois anos e que pode ser requerida até ao fim deste ano”, in Sol online.
Antes de fazer uma apreciação sobre a medida governamental, vamos ver o que diz a líder do principal partido de oposição, Manuela Ferreira Leite (MFL): “É mais um anúncio do governo que não sabe se será concretizado, e que até poderá ser bastante negativo. Pode criar problemas às famílias muito mais graves do que aqueles com que se debatem hoje. A medida poderá ter um impacto bastante negativo se, por exemplo, as famílias tiverem que obrigatoriamente devolver esse dinheiro daqui a dois anos”, continuando a citar o Sol Online e as declarações de Manuela Ferreira Leite.
Vamos então, com objectividade, tentar analisar a medida do governo e as declarações da ex-ministra de Estado e das finanças de Durão Barroso.
Comecemos pela moratória do governo. O que nos diz a proposta? Diz-nos que se nós temos uma dívida, em forma de prestações mensais, e, por razões conjunturais –devido a desemprego- não a podemos pagar, o credor (o banco), durante dois anos, tendo em atenção a nossa situação financeira, receberá apenas metade (50/%) do que tínhamos convencionado contratualmente. Após os dois anos, certamente já teremos melhorado a nossa situação laboral, então, nessa altura, pagaremos o débito em falta ao credor. É uma boa medida? Para mim é. É uma forma de imensas famílias não perderem as casas em função da sua infelicidade.
O que diz então a “dama de Ferro” dos governos de Cavaco Silva? “A medida poderá ter um impacto bastante negativo se, por exemplo, as famílias tiverem que obrigatoriamente devolver esse dinheiro daqui a dois anos”. Como? Importa-se de repetir? Então o credor facilita o pagamento e, ainda por cima, deveria perdoar a dívida? É caso para perguntar se MFL procede assim em relação aos seus devedores.
Depois queixa-se a líder do PSD de ninguém lhe dar ouvidos. Eu falo por mim, que diariamente procuro alternativas, quer locais, quer nacionais, como podemos dar ouvidos a uma pessoa que nos seus discursos é completamente vazia de conteúdo? Para além de se limitar a um combate político desorganizado, disparando em todas as direcções, parece dar a entender que os eleitores são uma cambada de asnos, que não pensam.
Arre burra! Isto é que é uma sorte!
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