sexta-feira, 13 de março de 2009

E PARA O CHOUPAL NÃO VAI NADA?



Na quarta-feira, dia 12, realizou-se a Assembleia Municipal. Citando o Diário de Coimbra (DC), “A Assembleia Municipal de Coimbra rejeitou ontem uma proposta dos deputados do Bloco de Esquerda (BE) para realizar uma sessão extraordinária de debate de alternativas ao novo traçado do IC2, que prevê um viaduto no Choupal”.
“Não há alternativa. Só há um caminho, que é aquele. Não conheço outra possibilidade de encarar este assunto. Estamos todos vinculados a que se cause o menor dano possível no Choupal”, frisou o presidente da autarquia, Carlos Encarnação, realçando que “tudo o que está disponível na Internet é mais que suficiente para fazer uma análise”.
Continuando a citar o DC, “A proposta do BE (…) solicitava a participação, na sessão extraordinária requerida, do Instituto das Estradas de Portugal, da autarquia e de especialistas da área do ambiente e da mobilidade, nomeadamente o provedor do Ambiente de Coimbra, os biólogos Jorge Paiva ou Helena Freitas, o engenheiro Álvaro Maia Seco e o arquitecto Luís Sousa, da Plataforma do Choupal, movimento cívico que se opõe à construção”.
“(…) “As coisas já foram devidamente esclarecidas, trabalhadas até ao limite. Alguns partidos que se dizem de esquerda pretendem fazer umas arruaças”, disse o deputado socialista Luís Santarino.”
“(…) Para o presidente da Assembleia Municipal de Coimbra, o social-democrata Manuel porto, “a democracia é isto, temos de assumir as nossas responsabilidades políticas. Nós é que somos eleitos e não terceiros. Eu estou esclarecido, se alguém me perguntar”, sublinhou Manuel Porto.”
Penso que esta postura dos nossos eleitos demonstra bem como encaram as reivindicações de quem pensa de modo diferente.
Debrucemo-nos, primeiro, no todo, na Assembleia Municipal ao rejeitar uma discussão que inquieta milhares de cidadãos conimbricenses. Este quase total unanimismo deste órgão deveria preocupar-nos a todos. Digo quase, porque a CDU apoiou a moção do Bloco de Esquerda. Para além disso, Pinto Ângelo, deputado desta coligação, resumiu tudo nesta frase: “a rejeição da proposta de debate de alternativas ao traçado é má para a democracia”.
Que dirá o presidente da Junta de Freguesia de Santo António dos Olivais, quando nesta assembleia votou contra a moção e, anteriormente, esteve no “Cordão humano do Choupal”? O que teria estado lá a fazer? Teria ido fazer algum sermão aos peixes, tendo em conta o nome do santo da sua freguesia?
Como podem ser classificados de “arruaças” organizações políticas constitucionalmente representativas de pessoas, sejam elas de esquerda de direita ou centro?
Saberão estes senhores deputados legitimamente eleitos que a plataforma tem o apoio de muitas pessoas, desde a esquerda à direita ou centro?
E que dizer da pérola do presidente da Assembleia Municipal, Manuel Lopes Porto, quando refere que “a democracia é isto. Nós é que somos eleitos e não terceiros”. Deveria saber este senhor professor jubilado de economia que está enganado. Isto não é democracia. É tudo menos isso. Pode ser talvez burrocracia, plutocracia, cleptotocracia, autocracia, ou outra “desgracia” qualquer.

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