quarta-feira, 4 de março de 2009

BAIXA: UMA EMPRESA MUNICIPAL DE TURISMO QUE NÃO CONHECE A BAIXA




A história que vou contar foi-me contada por duas pessoas ligadas ao projecto. Como me pediram o anonimato, obviamente que assim será.
É uma história muito simples, constituída por pessoas que, sem nada a ganhar –ou ganham? Ganham sim…inimigos!-, se esforçam por manter a chama da vida da Baixa sempre acesa. Metaforicamente, é como tentar acender um braseiro em dia de chuva. Sopramos, sopramos, mas a chuva, como força contrária, destrói o nosso esforço pulmonar. Mas vamos à “estória”:
O Armindo Gaspar é o presidente da APBC, Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra. Embora discordemos em muitos procedimentos, uma coisa tenho de admitir: é uma pessoa séria, esforçada, prejudicando a sua própria vida empresarial, pessoal e familiar, e que, acima de tudo, procura o desenvolvimento da zona histórica.
Mais uma vez, na prossecução do interesse da Baixa, através da APBC, apresentou um projecto ao Turismo de Coimbra. Este projecto consistia em, no próximo verão, na Praça do Comércio, à noite, serem projectados filmes ao ar livre. Aliás, no verão passado, as grandes superfícies comerciais consumaram uma ideia parecida, ao ser possível ver filmes dentro dos próprios carros, uma espécie de “Drive in, ou cinema pára-brisa”.
Aqui a ideia da APBC era a apresentação de cinema ao ar livre, com as pessoas sentadas e o filme projectado numa tela gigantesca. Aliás, e a título de curiosidade, para quem se lembrar, nos idos anos de 1970, muitos filmes foram assim apresentados nos Bombeiros Voluntários, na Avenida Fernão de Magalhães. Fui ver alguns e, creio, que o ingresso era de 2.50 escudos, vinte e cinco tostões.
Não é preciso ser defensor ou gostar muito da Baixa para ver que estamos perante uma ideia óptima, que para além de tentar revitalizar a zona histórica, traria muitos revivalistas ao “velho” cinema paraíso…ao ar livre.
Ora, a esta pretensão, o que respondeu em ofício, através de e-mail, o Turismo de Coimbra, através da sua Directora Delegada, drª Celeste Amaro, à APBC? Que esta pretensão era…indeferida, volto a referir, indeferida, para aquele local, a Praça do Comércio, porque, consideravam aqueles serviços, “aquela praça era uma zona de distúrbios frequentes” e, assim sendo, não reunia condições. Em sua substituição, aconselhava o Parque Verde ou o parque da Sereia.
Sem comentários. No entanto, já agora porque não sugeriu a Mata Nacional do Choupal? Os defensores desta mata (no qual me incluo) agradeciam.
É caso para perguntar: a senhora doutora Celeste Amaro conhece a Baixa? Tenho a certeza de que não. Se por acaso ler este “post”, o que duvido, se precisar de um cicerone, tenho muito gosto em percorrer com a senhora o centro histórico. A Baixa é apenas insegura durante a noite para os estabelecimentos, não para as pessoas. Que aliás, infelizmente, são muito poucas. Daí esta excelente ideia da APBC.
“Coitado” do Armindo e de outros que militam nestas causas por amor à camisola. Com pessoas assim está tramado. Tudo indica que a sua função burocrática é barrar as vontades de quem quer fazer alguma coisa. Cujo único trabalho, parece, é obstaculizar os destinos da Baixa. O Armindo, o Clemente e outros bem podem estrebuchar. Eu, se estivesse nos seus lugares, há muito que tinha mandado o cargo e esta gente à fava, para não dizer pior.

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