terça-feira, 24 de março de 2009
MADRE MIA (DIZ A CRIANÇA)
Esta mulher amamenta
uma criança adormecida,
estende a mão e acalenta,
talvez nem esteja sentida,
é a esperança que a sustenta;
Sinta bem o seu olhar,
perdido na imensidão,
parece nem se importar,
se é ou não provocação,
aquele alvo seio mostrar;
“Ajude”, parece dizer,
em ladainha estudada,
talvez choque quem ver,
aumentando a passada,
olhando o céu sem querer;
De onde virá, que faz aqui?
São interrogações a mais,
num quadro que só por si,
misturado com os demais,
deveria envergonhar aqui;
Condenamos a mulher-mãe?
por usar aquela criança?
Ou tentamos ver também
uma réstia de esperança
a "ninguém" que quer ser alguém?
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