quarta-feira, 17 de junho de 2009

PS-COIMBRA: PARA QUANDO FUMO BRANCO?




Como ressalva de interesses, embora desde sempre tenha exercido o meu direito (e obrigação) de votar, pela linha de militância, não tenho nada a ver com o que se passa no Partido Socialista. Como eleitor, sobretudo nas autárquicas, que sempre votou acima da ideologia que me é “vendida” pelos partidos, voto nas pessoas.
E é na qualidade de eleitor independente que me preocupo com o que se está a passar no PS/Coimbra. Acho que a novela do actual Governador Civil, ex-candidato, Henrique Fernandes, já há muito deveria ter um ponto final. Comparada com esta, só me lembra a da SIC, “Podia Acabar o Mundo”, em que nem esta termina, nem o mundo se vê jeitos de acabar.
Esta espera toda por um candidato salvador, só quer dizer que a secção local da rosa, aparentemente, não terá outro nome sonante tão bem colocado quanto o representante do governo no distrito. Mas, será assim? Não creio que não hajam outras pessoas bem colocadas no partido para se baterem contra Carlos Encarnação, putativo recandidato do PSD.
O que transparece para o eleitorado é que o PS/Coimbra está refém do ex-vice-presidente de Manuel Machado. E isto, para Coimbra, é mau, muito mau. Ainda que a autarquia, desde o 25 de Abril, tenha sido governada num rotativismo bipartidário, entre o PS e o PSD -embora algumas vezes em coligação-, e, sinceramente, até seria bom romper com este ciclo, a verdade é que as outras menores facções partidárias não apostam para ganhar. Limitam-se a preencher as listas como se estivessem a encher buracos. Sem desvalor depreciativo, os seus candidatos apresentados são desconhecidos da maioria dos conimbricenses. É o caso dos candidatos da CDU e do Bloco de Esquerda, respectivamente, Francisco Queirós e Catarina Martins. Serão promessas ganhadoras? Toda a gente sabe que não. E digo isto, repito, sem desprimor por estas duas pessoas, sobretudo Catarina Martins que, neste actual mandato autárquico, na Assembleia Municipal, fez um bom trabalho de luta política. De Francisco Queirós, pouco se sabe, para além de ser professor e escrever umas crónicas semanais num jornal da cidade.
Ora, a ser assim –e quanto a mim é mesmo-, fica o caminho aberto para, mais uma vez, ganhar um dos candidatos dos maiores partidos do “centrão”. É evidente que não se pode escamotear a candidatura de Horácio Pina Prata. Mas, quanto a mim, se ela deve preocupar deveras é o PSD. Não tenho dúvida nenhuma que, considerando que este empresário se bata nas próximas eleições, os eleitores do partido laranja se irão dividir.
Ou seja, neste cenário de bons ventos, o Partido Socialista, em vez de aproveitar para navegar à bolina, num procedimento incompreensível, lava a roupa suja em público e deposita toda a sua esperança de brancura no representante da “lavandaria” da Couraça.
O PS/Coimbra está a prestar um mau serviço à cidade. Bem podem alguns cabos de guerra do partido clamar contra as hostes de Carlos Encarnação em jornais nacionais. Quando o seu exército nem sequer tem um comandante supremo para chefiar as tropas contra o inimigo. Até vão ao ponto de elogiar Pina Prata. Qualquer pessoa vê que tais encómios, para além de estratégicos, cheiram a falso.
Só por sorte –pode ser, pode ser!-, é que o futuro designado candidato do PS ao palácio da Praça 8 de Maio apanhará o comboio…porque metro nem pensar!

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