terça-feira, 30 de junho de 2009
A BAIXA A CAIR AOS BOCADOS
Hoje, cerca das 09Horas, na Rua Ferreira Borges, a protecção civil, coadjuvada pelos bombeiros, foi alertada para a ruína eminente de uma varanda em pedra no mais belo exemplar arquitectónico desta rua larga da Baixa. Segundo informações, a queda de inertes já vinha de ontem, e que obrigou ao fecho de um estabelecimento comercial no rés-do-chão. O presidente da Câmara Municipal, Carlos Encarnação, presente no local, pode ver como é que, por causas várias –não só atribuíveis ao proprietário- se pode deixar chegar a este estado decrépito esta obra maravilhosa do homem.
Em manifesto protesto, pela displicência dos humanos, este edifício, de estilo rococó, em mistura de “Manuelino” e “D. João V”, onde o ferro forjado, tão identificativo de Coimbra, mostra a sua pujança naquelas varandas espectaculares de pedra rendilhada, como se de renda de bilros se tratasse, há muito que ameaça quem passa na sua sombra. Hoje, e ontem, talvez cansado de ser ignorado, lançou umas pedritas para a calçada. Foi curioso ver as faces dos responsáveis. E se alguém tivesse ficado ferido? De quem seria a responsabilidade? Em princípio do proprietário. Mas seria curioso saber quanto receberá este senhorio pelas rendas cobradas.
Até quando vai continuar esta apatia, este desleixo, esta afronta aos centros históricos. Quando é que teremos um partido de governo que, em vez de pensar nos votos que vai receber, pense no interesse público, pense na conservação do património. Com este (Novo) Regime de Arrendamento Urbano jamais isso será possível. Enquanto nas cidades se praticarem rendas de 5 euros com o mesmo grau de conforto de uma outra em que é paga 1000, quer arrendamentos habitacionais, quer comerciais, nada mais é possível de fazer do que assistir a estes tristes espectáculos.
Felizmente que a divina Providência é muito generosa com os inocentes. Até quando a sorte continuará a beneficiar quem passa? Isso não se sabe. O que sei é que na Baixa há dezenas de prédios neste (mau) estado…
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