terça-feira, 16 de junho de 2009

O ARTISTA DE HOJE...NA BAIXA




Hoje, à hora do almoço, nas ruas da calçada, andavam, pelo menos, cinco estrangeiros, pelo menos na aparência. Um homem mais velho, três rapazes e uma rapariga na casa dos vinte anos.
O esquema é o de sempre. Trazem uma folha com várias linhas. Em título, em letra de imprensa, diz, mais ou menos isto: “ajude-nos a construir um abrigo para crianças. Coloque a sua assinatura”.
Duma forma quase obsessiva, abordam as pessoas, pedindo apenas uma assinatura. A pessoa pára, assina e a seguir é-lhe solicitada uma pequena ajuda para a construção da pseudo-casa-abrigo.
É evidente que estamos perante uma flagrante fraude. Mas confesso que, durante o bocado de tempo que estive a observar, não pude deixar de me rir com a credulidade das pessoas. Desculpem, pode não soar de bom tom, mas, caramba, com tanta informação, e, para mais, nem eles convencem, e muito menos a folha de papel, incluindo o método de abordagem. Mas a verdade é que funciona e bem. Durante os dez minutos de observação pude ver que a maioria não perde um minuto a escutar a lengalenga, mas há sempre alguém que cai. Um casal de turistas deu 5 euros. Um velhote, um pouco andrajoso, certamente com contas por ajustar com o Criador deu 10 euros. O engraçado, e isso é que me faz rir, é que em ambos os casos de sucesso, foi sempre acompanhado com um subtil piscar de olho ao companheiro mais próximo. Era como se o angariador da notinha dissesse, sub-repticiamente, ao companheiro: “mais um pato-bravo que caiu na armadilha…”

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