Neste sábado, intervalado entre a nuvem carregada e o sol primaveril, alguns estabelecimentos estiveram abertos todo o dia.
Durante a tarde, este grupo de “Zés Pereiras”, mesmo com chuva, andaram a percorrer as ruas estreitas. É um esforço financeiro que a APBC está despender para tentar motivar os comerciantes a aderirem a esta causa nobre. Está a ser fácil? Não, não está. A maioria de comerciantes, como estão completamente desmotivados, não acreditam que abrindo ao sábado durante todo o dia poderia ser um primeiro passo para reabilitar a Baixa comercialmente. A seguir a este passo, virão outros. O problema é que, metaforicamente, é como se estivéssemos a empreender uma longa corrida de estafeta, e os concorrentes estivessem cansados fisicamente e sem alento psicológico. Se para chegar ao fim será necessária a participação de todos, e a maioria não quer participar, como é que se dá a volta à questão?
Uma coisa fica escrita, a responsabilidade desta inacção, deste provável insucesso, caberá por inteiro a quem se negou a comparticipar. Não venham mais tarde, como é costume, culpar os outros de nada fazerem pelo comércio. O habitual é culpabilizar-se, por estarem mais próximos, as instituições representativas, a ACIC e a APBC. Eu também já o fiz e muitas vezes, embora desse sempre a cara. Mas desta vez não permitirei que alguém, cobardemente, o faça. Estas duas instituições estão a fazer tudo para tentar “puxar” o comércio da Baixa para cima.
É a última oportunidade. Não querem trabalhar? Depois não se queixem. Ninguém vos ouvirá. Depois deste presumível esforço inglório, o comércio tradicional de rua perderá completamente o respeito pelos clientes, que são estes que nos classificarão e examinarão a nossa conduta no presente.
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