quinta-feira, 4 de junho de 2009

O LIXO NO CENTRO HISTÓRICO

(IMAGEM DA RUA DO ALMOXARIFE UM DIA DESTES ÀS 17 HORAS -CLIQUE EM CIMA PARA VER MELHOR)



Já aqui escrevi muito sobre a limpeza necessária das ruas e ruelas da Baixa. Já culpei muito a ERSUC, empresa de Resíduos Sólidos Urbanos, e os Serviços de Higiene da Câmara Municipal de Coimbra, pela falta de cuidado ao apanhar os dejectos. Quantas vezes, depois de terem sido recolhidos os resíduos maiores, naquele sítio fica uma rosácea de borras de café, de cascas de laranja, e outras substâncias que, pelo desleixo do funcionário que não está para se curvar, tantas vezes são um pitéu para moscas varejeiras.
Mas também, tal como hoje, já escrevi contra o despautério dos residentes e comerciantes do centro histórico. Que, sem qualquer respeito pelos vizinhos e sobretudo pelo bem comum desta zona monumental, despejam a meio da tarde, ora sacos de plástico ora cartonagens ao deus dará. Chegam a atirá-los dos andares cimeiros. E aqui a culpa distribui-se entre os que vivem cá e os que aqui ganham a vida. Neste caso os residentes e os comerciantes. Basta passar por aqui às 15 horas num qualquer sábado e verifica-se a bagunça nestas ancestrais ruas e vielas. Só quem não as ama as trata assim.
Não sou a favor de um Estado-polícia, um sistema em que os cidadãos, sem liberdade individual, têm todos os seus actos controlados pela lei, e é através da repressão que estes mesmos “cives” funcionam no dia-a-dia. Nada disso! O Estado deve apostar na educação cívica, logo a começar no ensino básico, para que cada um de nós, para além de ser obrigatoriamente participativo na gestão da coisa pública, não precise da contra-ordenação para praticar o bem-comum. Aliás, a história ensina-nos que pela força física ou coerciva da lei jamais se formam bons cidadãos. A lei deve ser entendida por todos como um contrato social que nos permite conviver harmoniosamente.
Mas a estes argumentos não quer dizer que considere despicienda as coimas. Estas são necessárias para todos nós. Todos somos intrinsecamente desligados da obrigação, para mais se ela é imposta. Basta o anátema obrigacional para pensarmos logo em dar a volta por cima, pelo lado, ou por onde pudermos. Uns mais, outros menos. Mas no cômputo geral todos somos falíveis e desmazelados.
Isto para dizer o quê? Que é preciso aplicar coimas aos prevaricadores e, aqui a Câmara Municipal não se tem importado muito com esse lado, que poderia desmotivar quem se está a marimbar para os outros.
Nunca me canso de citar Espanha. Ainda há poucos anos fui a Sevilha e fiquei maravilhado com vários exemplos, entre eles o da limpeza no seu centro histórico.
Porque não fazemos o mesmo aqui?

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