Hoje, à hora de almoço, passei na Rua Ferreira Borges. Estava o Walter a tocar Saxofone. Quando me viu interrogou: “viste a Patrícia? Já há uns dias que não vem tocar aqui para a rua. Será que lhe aconteceu alguma coisa?”
Como tenho o telefone desta grande concertinista autodidacta, prometi-lhe que lhe ligaria em seguida e lhe daria notícias da Patrícia. Felizmente está tudo bem, tranquilizei-o.
Ora, vendo este gesto por outro prisma, esta atenção, entre concorrentes do mesmo ofício, é pouco comum e chega a ser uma lição. A própria Patrícia, quando lhe disse que tinha sido o seu colega músico a manifestar preocupação, ficou sensibilizada. “O Walter fez isso? Ai, que giro! Nunca pensei que a minha falta fosse notada pelo meu colega. Até fico sem jeito…”
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