quinta-feira, 25 de junho de 2009

UMA IMAGEM AO ACASO...




Já o escrevi aqui, nas ruas de cima, da calçada, diariamente, andam umas cinco pessoas no “cravanço”, alegando que é para fundar uma casa-abrigo. Começam por pedir uma assinatura e, conseguindo a atenção da pessoa, a seguir vem o pedido de donativo.
Tenho de confessar que me diverte a imaginação, o “contorcionismo” psicológico destas pessoas. Afinal é só mais uma forma de pedir uma moeda. Como já escrevi aqui, às vezes, cai uma nota de 5, de 10 euros. Quando isso acontece, o feliz contemplado com o generoso óbolo, com um sorriso contido de contentamento, pisca o olho ao colega, como a dizer: “olha aqui, olha bem, mais um pato-bravo que caiu”.
Eu sei que a maioria dos comerciantes já não pode com esta gente nem pintada de belas cores. Talvez por que já me habituei a eles, até já acho graça pela performance e coreografia. Afinal se todos pedem, por que não hão-de eles fazer o mesmo? Não somos um país de pedintes? Qualquer português que se preze pede um subsídio ao Estado. É uma forma de ser contribuinte ao contrário. Todo o mundo pede. Entramos, por exemplo, aqui na Loja do Cidadão, e à entrada, todos os dias, pelo menos duas pessoas, persegue-nos a quererem vender um cartão sem anuidade dum conhecido banco.
Vamos na rua, é o “aleijadinho”, é o ceguinho, é o Romeno, é uma daquelas figuras todas sarapintadas na cara, que mais parecem índios apaches. Chegamos a casa, são os imensos e incomodativos toques do telefone a retinir, ora para vender um novo plano de telefone móvel, ora de um novo canal de cabo, ou a pedir uma “ajudazita” para aquela associação que presta serviço de sopa aos pobres.
Como dizia o outro, por este andar, “um dia destes, também vou para lá”…

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