quinta-feira, 16 de abril de 2009
BAIXA: OS CONSTANTES BATE-CUS
Não é a primeira vez que falo aqui do miserável estado do piso nas ruas estreitas da Baixa. Como se sabe, em 1999, foi substituído o antigo piso de pedra granítica por calçada portuguesa e, no meio, duas tiras de pedra de Ançã. Esteticamente, não tenho dúvidas, está bonito. Admito, sem delongas, que, sobretudo para as senhoras, se este novo piso estivesse permanentemente em bom estado seria muito mais cómodo. O que acontece é que como não é vistoriado amiúde formam-se buracos na calçada de pedra portuguesa. Para além disso, as placas de pedra de Ançã, como são uma pedra muito dúctil, estão permanentemente partidas. As quedas de pessoas são constantes, sobretudo em dias de chuva.
O piso da Rua Eduardo Coelho está em estado lastimável. Hoje, de manhã, chovia como tem sido apanágio desta primavera invernosa. Como tantas vezes, uma senhora idosa tropeçou e estatelou-se ao comprido. O mínimo que poderíamos fazer foi prestar-lhe socorro e ajudá-la a levantar-se. Felizmente não foi nada de grave. Um pouco combalida, a coxear, lá seguiu à sua vida. Já aconteceu caírem pessoas e terem de receber ajuda médica. À farmácia da Praça do comércio já foram algumas pessoas com escoriações várias.
Já comuniquei, tal como hoje, várias vezes, por e-mail, à Câmara Municipal a dar conta de determinados buracos e quedas subsequentes. É verdade que, até hoje, os serviços municipais sempre responderam dentro da brevidade possível. O problema, creio, é o material empregue a servir de calçada que não é suficientemente resistente ao atrito pedonal.
Já no ano passado todo o piso das Ruas Ferreira Borges, Visconde da Luz e Praça 8 de Maio foi substituído…pelo mesma pedra de Ançã.
Os nossos antepassados, que usavam paralelepípedos e outras pedras irregulares e que duraram séculos, devem estar a rir-se destes projectos de requalificação urbana que tiveram apenas e só em conta a mobilidade e esqueceram o factor segurança e durabilidade.
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