É um dia de Abril,
parece Outono a desabar,
dizem que são águas mil,
em cântaros de encantar;
É chuva molha-tolos sabichões,
o vento sopra nos beirais,
a natureza prega sermões
a ruas, praças e generais;
O relógio está parado,
como parece a cidade,
bem reclama o ceguinho
de que já não há caridade;
Esta rua que estou a mostrar
que se chama de Visconde,
passou o rei a cavalgar,
não sabendo para onde;
Cantaram-lhe uma canção,
daquelas de embalar,
tocaram-lhe o coração,
e ele começou a chorar;
Veio então a padroeira,
com flores no seu regaço,
subiram ambos a ladeira,
ambos num terno abraço.
Sem comentários:
Enviar um comentário