quarta-feira, 15 de abril de 2009

BAIXA: AFINAL QUEM É O LOUCO?








  Já aqui falei dele imensas vezes. Chama-se Luís Miguel, mais conhecido por “aspirante”, e, segundo se consta, teve um acidente grave na tropa que o deixou incapacitado mentalmente. O Luís, quase diariamente, percorre as ruas estreitas da Baixa de fio a pavio, Como quem diz, de beco a ruela. Quando não bebe é um amor de “criança”. É terno e dócil como um infante. O problema complica-se de sobremaneira porque alguém mais louco do que ele vende-lhe bebidas alcoólicas e o resultado é catastrófico para toda a zona histórica.
Hoje, cerca das 17,30, aparentemente embriagado, a gesticular contra tudo e todos, de violência perceptível a olho nu, mais uma vez partiu um placard do António da “Porta Larga”, na Rua das Padeiras. Para além disso, ainda empurrou violentamente uma senhora comerciante, que não se estatelou ao comprido por que alguém a agarrou, e ainda deixou marcas num olho do senhor António. Mais uma vez teria sido chamada a PSP que, certamente, o levará. Tal como anteriormente, daqui a uma hora ou menos ele regressará com os seus gritos estridentes de possesso a ecoar em toda a zona histórica.
Também pode acontecer (como hoje) a mãe aparecer a tempo de o levar, conversar com ele, passar-lhe o braço pela cintura, e, num quadro cénico de rara beleza, convencê-lo a acompanhá-la.
O Luís, como um passarinho ferido, carente de amor, agarrado à sua progenitora irá com ela. Gesticulará, com frases entrecortadas, como se queixasse dos “loucos” que o rodeiam. Agarrado à mulher que o pariu, como sentindo a sua protecção, gesticulará e parecerá dizer, por entre arremedos de fúria: “eles não gostam de mim, mãe. Não me deixam aproximar deles…tratam-me como se eu fosse louco”.
Basta verificar as fotografias para perceber o aparato que foi causado na Rua das Padeiras.
Segundo se consta por aqui –informação que não consegui comprovar- a mãe receberá do Ministério da Defesa uma importância considerável se o mantiver à sua guarda. Se optar pelo internamento numa instituição perderá a favor desta o ressarcimento mensal. Então, naturalmente, que faz de conta que o mantém à sua guarda sem o guardar. As consequências desta aparente omissão são catastróficas para o turismo da zona histórica. Os turistas começam por parar estáticos a ver este espectáculo pouco dignificante, para, logo de seguida, darem meia-volta e seguirem outro rumo. Nesta imagem, interrogo, que mensagem levarão para os seus países?
Ao ver um homem semi-nu a gesticular e um magote de mirones a serem espectadores como numa arena romana, pensará o estrangeiro, meio confuso: “Afinal quem é o louco?”

Sem comentários: