Chama-se Luís. Costuma estar a desempenhar a sua performance na Rua Ferreira Borges, tal como hoje o encontrei, junto ao Millennium BCP.
É de Pampilhosa da Serra e já há muito tempo que anda por aqui, pela cidade. Durante o dia mostra a sua habilidade com a barra, fazendo desenhos no ar e evitando que caia no chão. À noite toca flauta onde calha.
Quando lhe pergunto porque vira costas ao Millennium, responde-me que o que ganha na rua vai dando para comer e mais nada. Não pensa no amanhã. O que importa é o dia de hoje. Não ambiciona mais. Trabalha apenas para viver. “Não vivo para trabalhar. Quero apenas o mínimo que dê para ir indo.”
É um passageiro do mundo. Conhece praticamente toda a Europa.
Não se separa do seu cão amigo. “É mais inteligente que certos humanos”, diz-me em confidência.
Ainda tentei uma declaração do canino. Mas, qual quê? Olhou para mim, com olhar de poucos amigos, como a dizer-me: ó meu desamparam-me a loja. Não dou autógrafos e muito menos entrevistas a falsos jornalistas
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