terça-feira, 7 de abril de 2009

COINCIDÊNCIAS (IN)FELIZES E MAU DESEMPENHO




Acabei de ser alertado para um facto que é deveras curioso. O concelho de Ourém é um “ninho” de santos. Lá nasceram a Santa Teresa de Ourém, Nossa Senhora da Ortiga, Nossa Senhora de Fátima, os beatificados Pastorinhos e agora o futuro santo Condestável.
O que terá este concelho a mais em relação, por exemplo, a Coimbra? Isto não está certo. Eu também quero um santo para Coimbra. Eu sei o que você está a pensar: já temos a Rainha Santa. Pois temos mas não chega. Os poderes da Rainha, que até é a padroeira da cidade, não tem evitado o cair constante de influência desta no todo nacional. Isto quer dizer o quê? Que a Santa Isabel não está a trabalhar como deve. Se tivesse concorrência, isto é, mais um santo na cidade, as coisas mudavam. Ah pois mudavam! E, perante este fraco desempenho da Santa, o que faz a Igreja Católica, nomeadamente a Diocese de Coimbra? Nada, absolutamente nada. Não deveria o bispo ter pedido já uma avaliação extraordinária ao desempenho da Padroeira?
Eu sei que sou suspeito a falar –até digo mais: não mereço crédito nenhum-, mas uma coisa tenho de dizer, e que me faz comichão atrás da orelha: a Rainha Santa Isabel foi canonizada no reinado dos Filipes de Espanha em Portugal (1580-1640). Ora isto quer dizer o quê? Se de Espanha não vem bom vento nem bom casamento…porque nos dariam uma boa protectora? Eles sabiam que esta venerada Santa não ia fazer de Coimbra a terceira cidade do Reino. Tenho de confessar que só há pouco descobri. Andei eu, enganado, a culpar o presidente da Câmara Municipal de Coimbra, de nada fazer pela Baixa e afinal ele é inocente. Ah pois é! Ele não tem é quem o ajude nos milagres. Tivesse ele um bom santo na cidade e a coisa mudava de figura. Roubam-nos tudo. Para além das direcções regionais até o Santo António, que andou por aqui tantos anos, passou a ser “Santo António de Lisboa”. Uns ladrões, é o que são. O país está a saque, mas já há muito tempo. Gamamo-nos uns aos outros.
E, volto a dizer, outro culpado também é a Diocese, que, como administrador, não tem sabido aproveitar, reivindicando, o que qualquer um vê a olho descoberto.
E até nem é por falta de milagres. Por aqui há-os aos centos. Eu conheço vários. Por exemplo, do outro lado do rio, a senhora Emília, com quatro filhos menores, com o marido desempregado, a receber menos do que o ordenado mínimo (426,50 euros), farta-se de trabalhar. Sai do emprego às 17 horas e ainda vai fazer limpezas em várias casas. Esta senhora não deveria ser candidata à beatificação? Claro. Mas há mais. Muito mais.
Como estou chateado com esta situação, injusta e discriminatória para a cidade dos estudantes (e dos futricas), não aceitei o convite do Papa Bento XVI para assistir no próximo dia 26 de Abril à canonização de Nun’Alvares Pereira. Fiz bem, não fiz? Pois claro que fiz. É com estas formas de manifestação que as coisas mudam. Bem pode mandar o Papa emissários à cidade para me convencer a ir. Não vou, já disse!...

Sem comentários: