Você reconhece esta imagem? Há quanto tempo não entra lá? Onde é, onde é? Isso, isso mesmo, é o mercado Municipal D. Pedro V. Já viu que é lindíssimo? Atente nesta arquitectura em ferro de finais do século XIX, a fazer lembrar as construções de Gustave Eiffel. Uma maravilha. Dê um saltinho até lá. Está um bocadinho parado. Já não se sente o bulício, o borbulhar de gente como noutros tempos.
O que se passa neste mercado é o mesmo, transversalmente, que se passa a nível nacional, como por exemplo o do Bolhão, no Porto. Resultado da mudança dos costumes, estes espaços carregados de memória foram sendo abandonados pelos filhos da cidade. Se calhar, nas remodelações que sofreram, também não foram bem pensados. Por exemplo, este de Coimbra, por cima da praça do peixe, têm as lojas de roupas. A combinação não foi feliz. Falta ali um bom restaurante âncora –este foi pensado, mas nunca passou do papel-, uma boa livraria, quem sabe um grande supermercado.
Este mercado tradicional deve ser mantido a todo o custo. Noutros tempos, era ali que, como um laboratório de vivências, se tomava contacto com todas as classes da cidade e arrabaldes.
Esta praça não pode morrer a bem da identidade da cidade. Para os de meia-idade como eu, está ali um pouco de cada um de nós. Mas para não morrer de abandono seria preciso que cada dona de casa, ou nós homens, de vez em quando, lá fosse comprar qualquer coisinha. Gostar não chega. A continuação deste mercado, como outro qualquer espaço tradicional, por incrível que pareça, está nas nossas mãos. Depende da decisão de cada um de nós…
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