sexta-feira, 17 de abril de 2009
UM HOMEM PARADO...
O homem olha o calceteiro,
pensa com os seus botões,
se as pedras fossem dinheiro,
haveria tantos aldrabões?
Tivessem as pedras amor,
ou sentimento a lamentar,
maldiziam o trabalhador
por tanta porrada lhes dar;
Posso até ser e parecer
engenheiro de obra feita,
gosto muito de conhecer
o pulsar da rua estreita;
Já contei notas ao milhar,
no tempo do escudo rei,
nunca vi pedra chorar
por pancada que lhe dei;
Adorei o Espírito Santo,
estive próximo de Deus,
fui chutado para canto,
como dama afasta romeu;
Podia dizer ser Lancelote,
ou ser mesmo o Rei Artur,
cavaleiro indo a trote
pela justiça no Darfur;
Porque fiquei eu parado,
aqui no tempo e na lua,
sei que não fui talhado
para ficar aqui na rua;
Estas pedras da calçada,
amo-as do coração,
podem até não dizer nada,
mas para mim sempre falarão.
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