BOM ANO NOVO? COMO?
Ora cá está o Novo Ano. Espero
que gostem dele, sinceramente. Aviso já que, contrariamente a todos os bens
novos, não tem garantia bi-anual, nem sequer de um ano. Não podem reclamar. É
comer e calar! Juro-vos pela minha mãezinha -que Deus tenha em boa guarda e me
dizia tanta vez: “ai Toino, Toino, és um tolo, rapaz!”- que se não ficarem contentes
não tenho nenhuma responsabilidade neste produto enganador. Bem sei que estamos
perante uma enormíssima iniquidade. Então não sei? Claro que sei! Admite-se
termos de gramar uma coisa contra a nossa vontade, neste caso um ano, se não
gostarmos dela? É um escândalo, diria eu completamente fora de mim e já a
deitar fumo pelas narinas e ouvidos. Já basta uma pessoa estar agarrada a um
"anus" que só dá porcaria e, como se fosse pouco, temos de aguentar
outro? Fosca-se para a nossa sorte! Olhando para a sua cara, acredito que está
descontente. Pudera! Deixe lá, não está só. Cá o “Je” também! E depois,
quer saber minha alma gémea sofredora, ainda vem a maioria, assim numa espécie de
disco riscado e em presente repetido, desejar "bom Ano Novo"? Bom
ano, como? Se todos sabem que é um raio de um conjunto de doze meses que não
interessa nem ao Menino Jesus? Isto é a endémica hipocrisia nacional a funcionar!
É ou não é? Pois é!
Mas já agora, ficando a dançar na
esperança de ser, e se não for? Como é que é? Sim, como é que é? Vamos pedir
responsabilidades a quem? Ao Totta? Claro que não. Já nem existe! Tem outro
apelido qualquer, que já nem lembro. Mudam tudo nesta terra. Quer dizer, mudam
só o nome, porque fica tudo na mesma. É assim uma espécie de mexer a massa com
os mesmos ingredientes. O que é muda no sabor? Ora, está de ver: nada! É como
esta agora de passarem o nome ao Instituto Meteorológico para Instituto de
qualquer coisa que tem a ver com a atmosfera e o mar. Isto interessa para
alguma coisa? Sei lá, é assim o mesmo que mudarem o nome à Ponte Salazar para
25 de Abril. Ganhou-se alguma coisa com isto? Nada, a não ser gastar dinheiro
em água-benta para o baptismo, papelada e nada mais. Até aposto que lá no
Inferno –é para aqui que vão os ditadores, não é?- o homem até ficou aliviado
com a retirada do seu nome.
Não pense que me desviei do
essencial deste Novo Ano, que pode até ser para todos horrível,
intencionalmente e passei para o acessório. Nada disso. Quero deixar aqui
gravado nestas pedras virtuais que estou profundamente descontente. Bem sei que
ninguém me liga, mas também não me importa nada. Já estou habituado!
2 comentários:
Mesmo assim..., desejo-lhe um bom ano 2013, com boa escrita, boas ideias e bons alertas!
Muito obrigado, companheiro de luta. Cá vamos caminhando nesta vereda sinuosa, que é o comércio.
Um grande abraço.
Luís.
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